Shavo Odadjian (Dynamite)

A Dynamite realizou uma entrevista exclusiva por telefone com Shavo Odadjian, na qual o baixista dá ainda mais detalhes sobre a trajetória da banda.

Dynamite: O que você acha de um álbum, feito basicamente de sobras de estúdio, ter vendido 2 milhões de cópias?
Shavo Odadjian: Eu acho que são nossas músicas. São músicas de verdade, não são sobras. Nós gravamos muitas músicas e elas acabaram não cabendo nos nossos primeiros álbuns, mas isso não quer dizer que as músicas do “Steal This Album!” sejam inferiores às músicas dos outros dois discos.
Dynamite: Vocês já tiveram algum problema com fãs devido ao conteúdo das suas letras?
Shavo Odadjian: Claro. Muitas pessoas acharam que as músicas eram sobre o desastre de 11 de setembro, mas na verdade muitas delas foram escritas um, ou até dois anos antes. Foi uma coincidência, simplesmente aconteceu. Muitas das canções que escrevemos acabaram fazendo mais sentido dois anos depois de elas terem sido compostas.
Dynamite: Como vocês se sentiram quando o videoclipe para “Boom” foi censurado?
Shavo Odadjian: Primeiro eu fiquei puto. Depois eu entendi o porquê deles terem feito isso, sabe? A guerra começou e muita gente foi para lá e não por vontade própria, foi porquê era isso o que eles tinham que fazer, então o vídeo foi censurado em respeito às famílias dos militares que estavam esperando por seus filhos, maridos etc. Eu entendo o fato de o nosso vídeo ter sido banido. Não concordo com isso, mas entendo.
Dynamite: Qual a ligação entre Daron Malakian e Charles Manson?
Shavo Odadjian: A única ligação é com o lado positivo dele. Nós lemos um livro sobre o cara, e, acredite ou não, ele acreditava em coisas fantásticas. Foi um grande defensor do meio ambiente. A música “ATWA” (air, trees, water, animals), do álbum “Toxicity”, tem grande inspiração nisso. Claro que nós conhecemos o lado ruim da história, mas nós nos apegamos ao que ele deixou de positivo.
Dynamite: Daron disse recentemente que vocês já têm músicas quase prontas. Você e os outros integrantes já ouviram alguma coisa?
Shavo Odadjian: Ouvi muitas das músicas. O Daron escreve muito, mas eu também tenho escrito alguma coisa nesses últimos três meses. Ele escreve músicas completas, eu escrevo muitas partes de músicas e nós trabalhamos em cima disso. Gosto muito de trabalhar com esses caras, como banda. Nas próximas semanas nós vamos começar a tocar essas novas músicas um para o outro e ver o que acontece.
Dynamite: Vocês, como descendentes de Armênios, sofreram algum tipo de discriminação em algum ponto da carreira?
Shavo Odadjian: Eu sou armênio mesmo. Nós já sofremos discriminação porque as pessoas daqui são ignorantes e não sabem de muita coisa fora daqui. Muitas pessoas ligam a Armênia ao Oriente Médio, quando na verdade é um país do Leste Europeu. Eu, inclusive, passei por um problema com seguranças uns anos atrás.
Dynamite: O que aconteceu exatamente?
Shavo Odadjian: Eu não posso falar muito sobre isso. Mas resumindo, eu estava indo para o backstage e tinha acesso a isso, quando alguns seguranças vieram e me impediram de passar, mesmo tendo o acesso, e disseram que eu tinha que deixar o local. Eu me recusei a sair porquê eu tinha que ir pro backstage para esperar o ônibus da banda. Aí os caras, fisicamente, me tiraram do recinto e eu fiquei sem ter pra onde ir.

 

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