Definição
Curvatura lateral da coluna, mais correto dizer, curvatura látero-lateral
rotacional. Essa deformidade ocorre com mais freqüência na infância,
podendo levar a anormalidades estruturais na pelves, vértebras
e caixa torácica. Pode ocorrer nas regiões: cervical, torácica
ou lombar da coluna. Se não for detectada e tratada durante os
anos de crescimento, pode levar a deformidades graves prejudicando
muito a aparência e provavelmente encurtando a expectativa de
vida.
Classificação
Estrutural: curvatura lateral e irreversível com a rotação das
vértebras fixada.
a) corpos vertebrais: rotação para lado convexo;
b) processo espinhoso: para lado oposto da curvatura;
c) a maior rotação das vértebras ocorre no ápice da curvatura;
d) aumentando a curvatura a quantidade de rotação também aumenta;
e) não pode ser corrigida por posicionamento ou esforço voluntário.
f) A inclinação do tronco para frente produz uma giba posterior
na região torácica no lado convexo da curva devido a rotação das
vértebras e caixa torácica. a compressão das costelas ocorre no
lado côncavo da curvatura, e a separação das costelas ocorre no
lado convexo; resultado total, que é acentuado com inclinação
para frente, é a proeminência das costelas e escápula posteriormente
no lado convexo da curvatura.
Etiologia:
a) Idiopática - 75 a 85% dos casos. Geralmente adolescentes
e do sexo feminino. Teoria das possíveis causas: mal formação
óssea durante o desenvolvimento, fraqueza muscular assimétrica,
má postura.
b) Neuromuscular - 15 a 20% dos casos. Causas neuropatológicas
(p.ex. PC), miopatológicas (p.ex. distrofia muscular).
c) Osteopática - ex: hemivértebra (falta da metade de uma
vértebra na formação), raquitismo, deslocamento da coluna etc.
Não-estrutural ou funcional: curvatura lateral reversível de posicionamento
ou dinâmica.
1. não existem alterações estruturais ou rotacionais das vértebras;
2. a correção pode ser através de inclinação para frente ou para
o lado, alterações na posição e alinhamento da coluna, contração
muscular;
3. em decúbito dorsal a curva desaparece;
4. também é chamada de escoliose postural.
Etiologia:
1. Má postura, tanto sentado quanto em pé deslocando o peso do
corpo para um lado;
2. Espasmo muscular;
3. Dor muscular devido a compressão de raiz nervosa;
4. Discrepância no comprimento das pernas.
Curvaturas da escoliose
a) a direção da curvatura baseia-se na convexidade.
b) curvatura principal: mais significante da deformidade. Geralmente
na região torácica, e na idiopática à direita entre T4 e o T12.
c) curvatura compensatória: menor, menos grave podendo estar acima
ou abaixo da principal. Pode ser não-estrutural ou estrutural.
Produz uma escoliose compensada (na qual os ombros são nivelados
e posicionados diretamente sobre a pélvis). OBS: se a soma dos
graus de curvatura compensatória não se iguala aos graus da curvatura
principal, a escoliose é chamada de descompensada. Os ombros não
são nivelados, e existe um desvio lateral do tronco mínimo para
um lado.
d) vértebra de transição: vértebra neutra em cada final de curvatura,
que faz a transição de uma curvatura para outra.
e) formato das curvas: curvatura em C: geralmente descompensada,
um ombro mais alto no lado convexo e o quadril mais alto no lado
côncavo; curvatura em S: mais comum em idiopáticas geralmente
uma curvatura torácica a direita e lombar a esquerda. O ombro
fica alto no mesmo lado do quadril alto.
Gravidade da escoliose
A. Quanto mais grave a curvatura maior é a rotação, maior o impacto
e alterações nos sistemas cardiopulmonares.
B. As alterações incluem: diminuição da capacidade pulmonar e
hipertrofia do coração devido a hipertensão pulmonar.
Classificação da gravidade
A. Escoliose leve: menos de 20º. As menores de 10º são consideradas
normais e não requerem tratamento.
B. Moderada: 20 a 40º.
C. Grave: 40 a 50º ou mais.
OBS: a medida da escoliose é feita
pelo método de Cobb.
Raquel P. Mathias/Wilson Romero