LER significa Lesões por Esforços Repetitivos. DORT significa
Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Recente denominação
adotada pelo INSS). Um problema para as empresas. Um desespero
para os pacientes.
Que é LER?
A sigla LER foi criada para se identificar um conjunto de doenças
que atingem os músculos, tendões, nervos e fáscias principalmente
e não somente dos membros superiores (dedo, mãos, punhos, ante-braços,
ombros e pescoço) e que têm relação direta com as exigências das
tarefas, dos ambientes físicos e da organização do trabalho. São
inflamações provocadas por atividade que exigem do trabalhador
movimentos manuais repetitivos, continuados, rápidos e ou vigorosos,
durante um longo período de tempo. As LER trazem como consequência
a dor e a perda da capacidade de realizar movimentos. Essa perda
pode ser parcial a até total, caso o trabalhador não seja afastado
da atividade repetitiva e tratado adequadamente.
Sintomas
As LER se manifestam por um conjunto de sinais e sintomas:
* No início é comum a sensação de peso e cansaço
no membro afetado.
* Surgem dor, formigamento, fisgadas, choques,
edemas (inchaços), rubor (pele avermelhada). Calor localizado,
crepitações (rangidos), dormência e perda da força muscular.
* O quadro tende a piorar ao final da jornada
diária, nos momentos de maior pique de atividade, nas horas extras
e no trabalho sem pausas.
* Os sintomas melhoram com o repouso. Se a atividade
repetitiva persistir, eles são sentidos por longas horas após
o final da jornada, perturbam o sono e impedem atividades simples,
como descascar alimentos e segurar objetos.
* Dependendo da gravidade do quadro, podem incapacitar
para o trabalho e para algumas atividades do cotidiano, que necessitem
dos membros superiores como pentear os cabelos, amarrar os sapatos,
torcer roupas, tricotar, amamentar, escovar os dentes, entre outras.
Tipos de LER
A maioria dos trabalhadores não sabe , mas há várias outras doenças
consideradas LER além da tenossinovite, que é a mais conhecida.
Existem outras como:
* Cervicalgias e cérvico braquialgias
* Tendinite do supra-espinhoso
* Síndrome do desfiladeiro torácico
* Síndrome do pronador redondo
* Tenossinovit bicipital
* Epicondilite
* Síndrome do túnel Ulnal
* Síndrome do carpo
* Cistos sinoviais
* Dedo em gatilho
Tratamento
Os casos de LER tratada precocemente têm bons resultados, desde
que o tratamento seja iniciado de imediato. A conduta terapêutica
utilizada para tratamento da LER pode ser conservadora ou cirúrgica,
baseando-se nas formas de apresentação clínica. Dentre as conservadores,
temos: repouso, medicação, fisioterapia e terapia ocupacional.
A experiência evidencia que a maioria dos trabalhadores portadores
de LER desconhece a origem da doença. Muitos deles chegam aos
serviços de saúde com sérios desvios de informação, que acabam
influindo negativamente no tratamento se não houver orientação
específica nesse aspecto. Atividades coletivas, paralelas ao tratamento,
como grupo de portadores de LER têm sido realizadas com bons resultados,
permitindo a socialização da vivência da doença e da incapacidade,
a peregrinação para o diagnóstico e tratamento, amenizando os
temores e dúvidas sobre o futuro. Além da repercussão favorável
no tratamento, essa atividade coletiva ajuda a preparar o paciente
para seu retorno ao trabalho.
Fisioterapia
Um método de tratamento moderno e quem tem sido eficaz é a fisioterapia
associada à RPG, hidroterapia, sessões com psicólogo, Iso-stretching.
Como evitar
Para evitar uma doença causada por tantos fatores de risco, não
bastam apenas melhores equipamentos e mobiliário ou simples exercícios
de relaxamento durante a jornada de trabalho. É preciso combater
as LER mudando a forma como o trabalho é executado e estruturado.
É fundamental melhorar a organização do trabalho. Os próprios
trabalhadores conseguem dizer muito bem o que precisa ser mudado
para a empresa produzir, sem prejudicar a saúde física e mental
dos que nela trabalham. Há alguns cuidados que ajudam a evitar
as LER:
* Controle do ritmo de trabalho pelo próprio trabalhador.
* Enriquecimento das tarefas, rodízios de atividades.
* Pausas durante a jornada de trabalho.
* Eliminação das horas-extras nas tarefas de risco.
* Controle de temperatura, ruído e iluminação.
* Realização de exames médicos periódicos.
Que fazer?
Como qualquer outra doença, o diagnóstico da LER logo
nos primeiros sintomas é essencial para que a resposta ao tratamento
seja mais satisfatória. A qualquer queixa de dor, sensação de
peso, dormência nos membros superiores, o trabalhador deve procurar
um médico credenciado, capacitado para diagnosticar o problema.
Após ter confirmado o diagnóstico de LER, com ou sem afastamento
do trabalho, o funcionário deverá solicitar a emissão da CAT (Comunicação
de Acidente de Trabalho). A CAT deverá ser levada ao INSS que
é o órgão responsável pela caracterização da doença ocupacional,
estabelecendo o nexo com o trabalho (nexo causal). O INSS também
é o responsável pela alta do Auxílio Doença Acidentário.