Identidade
Cristã
Na cultura judaica nada é mais importante
que o nome para identificar a pessoa. O nosso nome nos distingue
de das demais pessoas, ele nos individualiza. O nome nessa cultura
vai muito além do que ele realmente é na língua
portuguesa. O judeu dava nome ao filho de uma forma profética.
Já na nossa cultura ocidental o nome é dado pela
beleza do vocábulo, muitos de nós nem ao menos sabem
o significado do seu nome. Na cultura judaica não é assim.
Deus antes de fazer grandes obras na vida dos homens da bíblia lhe trocava
os nomes. Como por exemplo Abrão que virou Abraão (pai de uma grande
nação). Sara para Sarai (mãe). De Jacó (enganador)
para Israel (campeão de Deus). De Cefas (cana) para Pedro (pedra).
O dicionário Aurélio traz um conceito muito relevante sobre a palavra
IDENTIDADE: Qualidade de idêntico (tornarmos igual a Cristo I Co 11:1),
características próprias e exclusivas de uma pessoa. Nome, idade,
estado, profissão, sexo.
Quem não vive o propósito de Deus não tem nome diante dele, é um
anônimo. Tal pessoa até pode ser conhecida entre os homens, mas
diante de Deus não passa de mais um diante da multidão. Quem é conhecido
por Deus é aquele que se identifica com o seu propósito.
A mulher de Ló (Gn 19:15-26) é um exemplo vívido dessa verdade
de fé. Contemporânea de Sara, esposa de Abraão, que teve
seu nome registrado na bíblia pela obediência. A mulher de Ló se
constitui em uma pessoa anônima, que não tinha identificação
com o próprio Deus. Era parente de um homem de Deus, mas isso não
lhe garantiu a salvação. Se transformou em uma estátua de
sal quando não cumpriu a ordem de Deus de não olhar para trás.
Como vimos no caso da mulher de
Ló, parentesco com alguém que é de
Deus não nos garante vitória. Um filho de pastor assim como uma
esposa de um ministro necessitam ter uma identidade com Cristo para serem vencedores
na vida espiritual. Deus não possui netos, já diria o evangelista
Billy Graham. Não é pelo fato de estarmos numa garagem que nos
transformamos em carros, da mesma forma, não é porque estamos indo
a uma igreja que somos verdadeiramente cristãos.
Em Lucas 16:19-31 a bíblia corrobora esse princípio. Quem não
vive o propósito de Deus passa por ele como um anônimo. A bíblia
fala sobre dois personagens contrastantes neste episódio. O pobre Lázaro,
que muitas vezes é esquecido por homens devido a sua condição
econômica. A bíblica cita um Rico, mas não pelo nome, muitas
vezes contrastando com o que os homens fazem. Conhecem os ricos pelos nomes mas
não os pobres. Deus não nos conhece pela nossa condição
econômica, e sim pela intimidade que possuímos com Cristo.
Em seu livro Barro em Suas Mãos Antônio Abuchaim faz uma declaração
surpreendente:
“Nossa vitória depende de saber quem somos. O diabo atacou a identidade
de Jesus no deserto. Muitas vezes deixamos de confiar em Deus porque não
sabemos o que somos para ele."
Satanás não mudou a sua estratégia, ele continua atacando
o cristão pela sua identidade. Ao exemplo de Cristo que foi atacado sobre
a sua identidade de Messias em Mateus 4 nós também somos atacados
na nossa identidade como filhos de Deus. Ao contrário de Cristo, muitas
vezes nós titubeamos e damos espaço ao inimigo
para que ele nos infrinja uma dura derrota.
Como cristãos devemos entender que toda tentação é um
ataque a nossa identidade cristã. Só podemos vencer se estivermos
confirmados na nossa vocação e chamamento cristão. O apóstolo
Pedro, que foi chamado por Cristo e teve o chamado corroborado por ele orientou
os cristãos a buscarem confirmar o chamamento de Deus nas suas vidas (II
Pe 1:5-10). Se não sabermos quem nós somos diante de Deus, dos
demônios e dos homens seremos sempre abalados quando
formos confrontados.
A igreja em geral vive uma crise
de identidade. Varrida pelos modismos teológicos
e pelo desapego a fiel palavra muitos cristãos estão focando a
sua vida num evangelho humanista que resolve problemas aqui e agora, mas não
desenvolve o caráter e a santidade de Deus no homem.
É um desafio para qualquer ser humano falar sobre quem ele é. Podemos
falar por mais de horas o que FAZEMOS, mas dificilmente conseguiremos falar mais
de 15 minutos sobre quem nós realmente SOMOS.
No evangelho devemos saber que devemos SER antes de FAZER.
O mundo de hoje apresenta muito
movimento e pouca essência. Justamente
o contrário do que Deus é. Ele revela para nós muito menos
do que ele é. Nós humanos, temos a tendência de fazer justamente
o contrário. Queremos mostrar para os outros coisas que não somos,
tentamos andar naquilo não aprendemos e queremos aparentar quem nós
não somos. Somos assim porque temos medo de
mostrar quem realmente somos. Somente a Cruz pode
nos livrar
dessa
É de admirar a integridade de Jó, um homem que foi tentado de uma
forma muito dura mas mesmo diante de todas as adversidades afirmou sua integridade
e que o Seu Redentor o livraria (Jó 19:25), mesmo estando 9 meses num
estado lastimável. Muitos de nós, senão todos não
teriam a mesma convicção de chamamento.
Homens que sabem quem são em Cristo mudam o mundo. Veja o exemplo do apóstolo
Paulo. Em I Coríntios 15:10 “Mas
pela graça de Deus sou o que sou
(identidade); e a sua graça para comigo não foi vã (recebeu
a graça e cooperou com ela), antes
trabalhei muito mais do que todos eles (fez
algo com o que recebeu); todavia não eu, mas a graça de Deus
(reconheceu que quem operou foi deus
que estava nele), que está comigo.”
A graça de Deus é uma cobertura espiritual a nossas fragilidades
(como a massa corrida num móvel de madeira, ela nos deixa em condições
de sermos aproveitados).
Paulo não negava sua fraqueza humana como muitos estão ensinando
hoje (veja I Co 2:1-5). Mas sabia que tudo podia em Cristo (Fp 4:13). Este homem
foi vencedor diante de potestades e principados. Em Atos 19:13-17 mostra claramente
que Paulo triunfou porque ele tinha uma identidade cristã. Alguns religiosos
(filhos de sumo-sacerdotes) acharam que fazendo igual a Paulo poderiam expulsar
demônios. Foram terrivelmente derrotados e humilhados por Satanás.
O próprio diabo disse que conhecia a Jesus e a Paulo mas não
sabia quem eles eram. A nossa identidade
em Cristo nos torna poderosos no mundo espiritual.
Quem não pode ser identificado não pode ser alguém de valor.
Não pode abrir uma conta bancária, não pode viajar para
o exterior, não tem direitos de um cidadão.
Quando temos nossa carteira de Identidade
Espiritual - O nome e o
sangue de Jesus
Cristo, podemos
fazer proezas em Deus e transformar o meio
em que vivemos.
Temos que ter consciência da realidade das palavras que Deus profere a
nosso respeito. Em Ef 1:3 ele nos afirma que FOMOS abençoados com toda
a sorte de bênção espiritual nas regiões celestes.
Pela fé temos que trazer esta provisão para o nosso mundo natural.
Isso é fé!
Numa tradução melhor
de Hb 11:1 podemos afirmar sem sombra de dúvida
que a fé é a SUBSTANCIALIZAÇÃO
(do nada fazer algo real, como Deus
quando criou os mundos). Tornar
o espiritual
em
material, ou
trazer o espiritual para reger o material.
Antes de encerrar esta meditação
gostaria de confrontar o leitor com
essa pergunta:
Quem tu és?
Que Deus possa tornar real essa necessidade de sabermos quem
somos no seu Filho Amado!
DICAS PRÁTICAS PARA
DESENVOLVER A IDENTIDADE
ESPIRITUAL
- Falar o que Deus fala
e não
o que sentimos ou pensamos
na nossa mente (I Pe
4:11);
- Desenvolver um caráter
condizente com a palavra
de Deus (Fp 2:12);
- Focar a vida
na permanência
em Cristo (Jo 15:7).
- Observe as expressões “em Cristo” na Escritura Sagrada e se inclua mentalmente
nessas passagens. A imaginação é uma
excelente ferramenta
que Deus nos deu e que
temos
medo de usar
muitas
vezes.
- Receba críticas de maneira aberta. Nunca fuja do problema. Assuma sua
responsabilidade e mude se for necessário. Se a crítica
for infundada, rejeite-a
(I Ts 5:21).
- Ore pedido
para Deus
te expor a
luz de Cristo
para que
tudo que
houver oculto em sua
vida seja
removido
pelo sangue de Jesus.
- Não duvide no
escuro daquilo que Deus
lhe mostrou
no claro.
- Saiba
que as
tentações
e provas passam, mas
quem pratica a palavra
do Senhor
permanece eternamente.
Deus o abençoe ricamente!!!
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