A Saga da
  Familia Costacurta
por  Maria Alice Costacurta Balbar


"Cidade italiana de Origem"



Esta é uma foto recente da Vila Julia, em Loreggia, Itália, cidade onde onde meus bisavós e avós moravam antes de imigrar para o Brasil




Um pequeno brasão da Comune di Loreggia(Cidade de Loreggia). Neste brasão vemos a presença da Uva que é o símbolo do vinho um dos produtos mais nobres da Itália.


Dados atuais sobre Loreggia, uma pequena cidade do norte oriental da Itália que como podem ver fica na Região do Veneto, na Provincia de Padova.
Dove (onde)
RegioneVeneto
ProvinciaPadova (PD)
ZonaItalia Nord Orientale
Popolazione Residente
Totale5.751
Densità per Kmq302,2
Maschi (homens)
2.888
Femmine (mulheres)
2.863
Varie
Numero Famiglie (Número de familias)
1.824
Numero Abitazioni (Numero de casas)
2.023


      1891

   A Chegada ao Brasil !!!


Giuseppe Costacurta e Rosa Pesce Costacurta chegaram ao Brasil com cinco de seus 5 filhos: Vitório,(casado,e com dois filhos: Amalia com 2 anos e Fernando com 4 meses),e mais 4 filhos solteiros, meu avô Carlo,Ermenegildo,Angelo e MariaLuigia(Marieta) sua única filha mulher. Pietro, filho mais velho e também casado, ficou confirmado, não teria imigrado com os pais pois sua esposa estava em estado avançado de gravidez.


    Introdução

Observação: Este relato estará aberto a correções e modificações sempre que novas evidências vierem demonstrar possíveis erros. Agradecemos de antemão a todos que colaborarem com informações.

Foi na casa do primo Dr Marcos Costacurta,médico radiologista do Hospital Sírio Libanez, e professor da Escola Paulista de Medicina,casado com a pedagoga Eliana Goffi Costacurta e pai da Cristiane,médica residente de radilogia, Ana Maria estudante de pedagogia e da Maria Lucia estudante de medicina, que pela primeira vez se falou em pesquisar e registrar as origens genealógicas de nossa família italiana.Marcos havia marcado essa visita para discutirmos a possibilidade de conseguirmos a passaporte Italiano, para nós e nossos filhos e o assunto da genealogia surgiu naturalmente durante as nossas conversas.

Minha filha Maria Cecília  pediu-me que começasse amealhando a tradição oral da família que certamente se perderia com o falecimento dos mais velhos.Salvar as suas lembranças antes que fosse tarde, como muitas informações que  já haviam se perdido, esse seria o objetivo principal.Creio que, pela sua formação como antropologista, ela era a mais sensibilizada para a tradição familiar.Cecilia me convenceu.

Foi ainda nesse mesmo ano de 2002, na festa de aniversário do primo Marcos,que realmente falamos com mais detalhes sobre fazer um trabalho de pesquisa que envolvesse a tradição oral e a Árvore genealógica.Mostrei a eles o resultado parcial do meu trabalho já então iniciado.

Nesta festa conhecemos um novo Costacurta que também estava interessado na pesquisa familiar: Flávio Costacurta, sua esposa Eliana e duas lindas filhas.Eliana havia conhecido a esposa do Marcos, sua xará, numa palestra que essa última proferira.Dai terem sido convidados para o aniversário do Marcos.

Conhecer o Flávio foi muito interessante pois, além de ser uma pessoa muito alegre e educada, esse encontro desmitificou uma tese de que o nosso ramo familiar, descendente de Giuseppe Costacurta, fosse o único chegado ao Brasil em Época remota.Flávio não pertencia ao ramo descendente de Giuseppe.Por ele soubemos de muitos outros Costacurta de seu ramo em São Paulo, inclusive outra Maria Alice Costacurta, meu nome de solteira, cujos ancestrais teriam chegado ao Brasil mais ou menos na mesma época de nosso bisavô. Esse ancestral do Flávio teria chegado pelo porto de Santos.Muitos se radicaram em Presidente Bernardes e cidades vizinhas.
Eu havia localizado seus nomes, endereços e telefones através de um site da internet :  www.102web.com.br apenas digitando o nome Costacurta no Estado de São Paulo.
Foi aí que descobri o número enorme de Costacurtas no Estado de São Paulo, e em outros estados do Brasil também. A grande maioria era do nosso ramo de origem. Isso me ajudou muito na coleta de dados embora tenha enriquecido um pouco mais a Companhia telefônica, é claro, pelo número de pulsos locais e as chamadas interurbanas.

Nesta festa comentei com os primos Marcos e Cid a minha intenção de começar a registrar meus achados e possivelmente construir um site e eles gostaram muito da idéia pois eles mesmos já haviam iniciado suas próprias pesquisas.Poderíamos assim juntar os nossos dados.
Cid Costacurta descendente do ramo de Ermenegildo Costacurta e sua esposa Marlene, contaram-me na ocasião, com detalhes, a viagem deles à Italia em 1992,quando puderam encontrar membros da família no Norte da Itália, onde se concentram, ainda hoje, em maior número. Eles visitaram uma familia Costacurta em Piombino Dese, que fica a poucos kilometros de Loreggia, cidade onde meu avô Carlo nasceu e também a maioria de seus irmãos. Diz Cid que a familia que permaneceu em Loreggia hoje mora em Maróstica, na estrada que liga Milão a Veneza. Nessa ocasião ele soube que esse Costacurta era o 19o (decimonono) filho de uma familia de 21 filhos. Ele olhou muito para o Cid e afirmou que ele se parecia muito com o pai deles e foi lá dentro de casa buscar uma foto que mostrou para o Cid para que ele pudesse constatar a semelhança, o que era verdade. Nessa foto estavam 10 dos 21 irmãos. Ele presenteou o Cid com essa foto, que iremos scanear e colocar nesse relato. O famoso jogador do Milan, Alessandro Costacurta, é filho de um deles.

Marcos, nessa mesma ocasião, também nos mostrou os interessantes dados conseguidos na Itália, por profissionais da pesquisa genealógica que ele contratara, como a origem do nome da nossa família e os Costacurta das listas telefônicas da Itália, Brasão da família etc...

Na realidade a minha linha de pesquisa inicialmente se concentrava na busca das informações sobre a tradição oral da família desde a sua chegada ao Brasil que, segundo o Cid, deu-se em 1891 no Espírito Santo onde residiram durante aproximadamente um ano.Para isso gravei alguns diálogos que minha irmã Maria de Lourdes e eu tivemos com Cid e Marlene sobre nossos ancestrais.

Para poder tornar mais visível as relações parentais procurei um programa simples de computador que eu pudesse usar para construir e imprimir a Árvore genealógica dos Costacurta. Encontrei um programa freeware, o GenoPro, simples e não muito pesado em "Kbytes",fácil de instalar e usar.Vou incluir essas árvores  em ramos menores para que todos os interessados possam conhecer os descendentes diretos e indiretos, a partir de nosso mais antigo ancestral no Brasil: Giuseppe Costacurta.


O navio no qual vieram deveria aportar no Espírito Santo, ao contrário da maioria que aportava em Santos mas teve uma avaria e os imigrantes tiveram que ser resgatados com seus familiares e pertences em navios menores.

Moraram no Espírito Santo por aproximadamente um ano seguindo depois para Amparo, Estado de São Paulo,onde meu avô Carlo veio a conhecer e se casar com minha avó Stella Fiaccadori Costacurta embora o registro de casamento deles conste que se casaram em Mogi Mirim que certamente era a sede da Comarca.A informação de que teriam ido para Amparo foi dada por Dirceu Costacurta, morador de Sales de Oliveira, do ramo de Vitório e Vitória.

Nossos antepassados estavam dispostos a começar uma vida no Novo Continente.É notória a fibra do Imigrante.Coragem e persistência nunca lhes faltou.Quando aprenderam a palavra saudades, impossível de ser traduzida para a língua materna, puderam expressar o que sentiam pela parte da família que não imigrou e pela pátria distante.

Mas apesar da saudades eles ficaram e plantaram firmemente as suas raízes como as dos fortes cafezais que cultivaram por, pelo menos, tres gerações.

O momento histórico era o de busca de ampliação dos horizontes tendo em vista o futuro da família, pois o velho continente europeu começava a demonstrar indícios de saturação populacional e consequente diminuição de oportunidades de trabalho. A Itália estava muito empobrecida depois das guerras de Unificação e as oportunidades de trabalho eram raras.

Sonhos de sucesso no novo continente habitavam o imaginário desse povo, porém numa pespectiva bem mais realista enquanto o tempo passava.

O primitivismo do continente sulamericano, comparado ao velho continente europeu, era bem duro mas as perspectivas de um futuro promissor eram bem maiores.

Os negros, procedentes das terras africanas, haviam labutado nas fazendas de café e cana de açucar antes deles e como escravos haviam sofrido tanto o banzo quanto a dureza do trabalho.

Embora nossos ancestrais fossem livres, teòricamente, eram atados a contratos nem sempre justos para eles. Houve muitos conflitos no Espírito Santo por esse motivo, e o governo italiano foi informado disso (contratos não cumpridos, insalubridade e doenças tropicais para as quais não tinham imunidades)
Anos mais tarde a imigração italiana para o Brasil foi proibida pelo governo italiano.

E esses europeus, de pele branca, muitos deles de olhos azuis,como meu avô, vieram substituir os negros nas fazendas, na lida com a terra, sob um sol forte, a um soldo quase escravo, muitas vezes. Poucos trouxeram suas economias tranformadas em bens vendáveis,e poucos se dedicaram a um comércio básico como o de "secos e molhados" que nas fazendas ou pequenas cidades, supriam algumas das necessidades de seus concidadãos que trabalhavam a terra.Alguns poucos, como meu avô Carlo, conseguiram sucesso econômico nesse ramo e na compra gradual de terras produtivas. A grande maioria era de campesinos e analfabetos mesmo na língua de origem, e por isso facilmente enganados.

Foi nesse contexto de labuta que a minha família se inseriu na História do Brasil, fonte de orgulho de filhos, netos e bisnetos. Gente maravilhosa essa nossa! Dignos de todo nosso orgulho respeito!

Mas esses homens e mulheres, afeitos ao trabalho árduo, não esperavam um "jardim de rosas" e sim uma oportunidade de mostrar a fibra da qual eram constituidos. A coragem e a força eram qualidades essenciais dos nossos imigrantes italianos.

Dirceu também me contou que a nossa família, depois de alguns anos em Amparo, teria sido encaminhada, pela mesma família Jardim, para a nova cidade por eles fundada, Jardinópolis, onde o meu ramo se estabeleceu e permaneceu por muitas gerações. Alguns Costacurta ainda lá residem, como a minha querida professora de terceira série primária, Geny Martins Costacurta, emérita educadora, homenageada justíssimamente pelo Município, com seu nome em uma das Instituições Educacionais da cidade de Jardinópolis. A professora Geny se casou com meu primo Mario Costacurta e teve 3 filhos: Mario Marcos , Marta Marilda e Márcio Maurício. Moram também em Jardin[opolis o Dácio Costacurta e sua família , todos do ramo Ermenegildo e Angela Tim.



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