Esta modalidade é praticada em duas especialidades: a 30 metros, ao ar livre, em terreno especialmente preparado para o efeito (alvos montados em sistemas electrificados que permitem aproximar os alvos dos atiradores) e a 10 metros em carreiras de tiro iguais às usadas para o tiro com armas de ar comprimido mas também equipadas com sistema electrificado de retorno do suporte do alvo.

Na especialidade de 30 metros as provas constam de 30 tiros em cada posição (de pé e de joelhos) enquanto que na especialidade de 10 metros cada prova consiste em 60 tiros de pé para os atiradores masculinos e em 40 tiros, também de pé, para os atiradores femininos e juniores. Qualquer das provas tem tempo marcado para execução (75 minutos) que, embora pareça pouco, é suficiente para uma sessão calma.

As bestas utilizadas, objecto de um regulamento bastante rigoroso, são armas potentes, extremamente precisas, com aparelho de pontaria que permite afinações de fracções de milímetro e com gatilhos de surpreendente sensibilidade. Lançam um projéctil tipo torpedo com um corpo de madeira e cabeça de aço em calote esférica provida de uma ponta romba, também em aço, com 10 mm de comprimento e 4 mm de diâmetro (medidas do dardo para 10 metros); o dardo para 30 metros é um pouco mais volumoso mas proporcional ao de 10 metros em todas as suas medidas.

Os alvos utilizados são do tipo circular com 135 mm de diâmetro para os 30 metros e com 45 mm de diâmetro para os 10 metros, divididos em 10 coroas circulares sendo as cinco primeiras brancas e as cinco interiores pretas. No caso dos alvos para 10 metros a coroa circular correspondente ao 9 tem 4,5 mm de diâmetro sendo o 10 igual ao ponto seguinte "." . Quererá isto dizer que para se obter uma "mouche" (um 10 sem se tocar na linha que define a coroa circular do 9) teremos que deixar em toda a volta da ponta do projéctil uma folga de 0,25 mm. Estes alvos são assentes num cilindro de chumbo onde se irá cravar o projéctil.

Esta modalidade é regulamentada pela IAU-Internationale Armbrustschutzen Union através da sua Comissão Técnica de Besta de Precisão. Os campeonatos mundiais e europeus realizam-se alternadamente de dois em dois anos isto é, intercalam-se anualmente. Durante o período destes campeonatos realiza a IAU as suas assembleias gerais; nos períodos intercalares o contacto da IAU com os seus federados é feito, ou durante as provas de besta de campo ou por correspondência.

Em termos de expansão, esta modalidade conta com cerca de 35 países praticantes com especial destaque para a Suíça onde já se ultrapassou a marca dos 3000 atiradores), E.U.A., Alemanha, França e Itália.

Em Portugal esta modalidade tem tido pouca expansão. As bestas para este tipo de tiro são dispendiosas e há, também, bastante falta de carreiras onde se possa praticar.

Em 1986 a FABP obteve autorização para instalar dois postos de tiro com besta de precisão na Carreira de Tiro do Estádio Nacional mas, devido ao horário de funcionamento, só é possível praticar durante os fins de semana. Estamos longe da situação suíça onde em cada vila, por pequena que seja, se encontra um clube de tiro que, para mais, funciona em horário pós-laboral.

Apesar das dificuldades, temos estado presentes nos campeonatos mundiais praticamente desde a nossa filiação na IAU. As classificações têm sido bastante modestas mas é uma das formas de acompanharmos o progresso desta modalidade no estrangeiro.

No Europeu de 1994 Portugal obteve a pontuação de 560 pontos em 600 possíveis. Apesar de já ser considerada uma boa pontuação (o primeiro classificado obteve 599 pontos e o anterior campeão europeu apenas 587 pontos) o nosso atirador classificou-se em 43º lugar!

No Mundial de 1997, já com alvos contendo uma "mouche" (o ponto representativo do 10) reduzida de 1mm para 0,25mm, o nosso melhor atirador obteve um 25º lugar com 575 pontos em 600 possíveis. O campeão mundial obteve 589 pontos (actual recorde mundial e europeu).

Estas classificações mostram bem o nível de competitividade existente nestes campeonatos.

A Federação adquiriu e montou, na carreira de tiro do Estádio Nacional, 31 transportadores eléctricos mistos para alvos de tiro com ar comprimido e de tiro com besta de precisão.

Esta montagem possibilitou, em Outubro de 1998, a realização de duas provas internacionais de tiro com besta de precisão denominadas Open de Portugal e Prémio Internacional Manuel Nunes Corrêa.