Viagem Delirante

Ah! Como eu deliro, percorrendo, fascinado,
o mistério intrigante do teu corpo,
a que me entrego, de amor, embriagado.
Penso que sei tudo dele: seus vales,
seus abismos, seus montes empinados,
sua floresta macia, doce e quente...

Eu percorro as estradas do teu corpo,
conhecendo, no desejo, cada curva,
me perdendo, de amor, em cada canto.
Nos abissos, nas vertentes que ele tem,
eu me perco, sufocado em teu calor,
enfeitiçado, como na primeira vez...

Redescubro, cada dia, esses caminhos,
veterano andarilho do teu corpo,
que me abraça e me abrasa em teus carinhos.
Tudo sei desse corpo: luz e sombra.
Só não sei desse olhar em tom de azul,
que me encanta, mas ainda me assombra...

Waldir Bedê
Professor de história e poeta menor de Volta Redonda -RJ
Correio: [email protected]

 

© 1998-2007 Esquina da Literatura- InfoEsquina.