REZA DOS BURGOS I
Reza dos burgos

O burgo é belo
seu servo nada tem de belo

O mundo é belo
porque o burgo é belo

Os burgos são grandes
como seus donos
assim dizem ser
ostentação

Os servos dos burgos
são feios
assim dizem ser
rotulação

O grande dono
do grande burgo
sustenta muitos servos feios
assim dizem ser ilusão

O feio do servo
muito malcriado
critica o dono do burgo
assim dizem ser malcriação

O singular do servo
não ilude seu plural
o belo dono do burgo
de tando ostentar ilude
então o plural puni o singular
é rotulado por ser malcriado

Deus salve o burgo
em nome do bem plural
tem sido o sinal.

 

Burgos, descobriram o Brasil.

O burgo toca o burro
anda tchongo, anda tchongo
descobriram o Brasil
vai prá ponte que partiu

O burgo toca o burro
anda tchongo, anda tchongo
Mata o indio maconheiro
foi da mata que saiu

O burgo toca o burro
anda tchongo, anda tchongo
corta a mata que dá indio
rouba o ouro do cacique

O burgo toca o burro
anda tchongo, anda tchongo
quem é que vai cortar a mata
se não tem mais indio maconheiro

O burgo toca o burro
anda tchongo, anda tchongo
trás o negro para o burro
paga pouco que dá lucro

o burro toca o negro
anda tchongo, anda tchongo
que o burgo poderoso
não vai prá ponte que partiu.

Leandro Wendel Martins
Gosta de temas sociais e políticos. Alguns projetos em andamento:

O inferno é verde oliva: crítica ao serviço militar obrigatório.
A antigüidade é amanhã: fala sobra a contínua opressão do poder.
O Mundual: peça que conta a dualidade entre os seres e o eterno rótulo.
Reza dos burgos: crítica ao capitalismo.
A grande judéia: sobre o domínio nas terras do hemisfério sul.

Correio: [email protected]

*NOTA JL: Este texto faz parte de uma peça que o autor está escrevendo, com o objetivo de mostrar o que é ser um burgo. segundo ele "descobrir qual é o ideal de uma sociedade para amanhã, faz parte do nosso show."

 

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