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Comparação Luzia-Homem x Helena

Idealização da mulher

Sendo uma das características do romantismo as duas obras apresentam forte idealização feminina. Talvez por haver esta idealização, nas duas obras, as protagonistas são mulheres e os antagonistas são homem que lutam ou por elas ou contra elas, prejudicando-as em ambos os casos.

"Em plena floresência de mocidade e saúde, a extraordinária mulher, que tanto impressiorara o francês Paul, encobria os músculos de aço sob as formas esbeltas e graciosas das morenas moças do sertão"

- Apesar do trecho não representar exatamente a idealização de Luzia, no decorrer do livro o leitor percebe esta por causa das diversas características atribuidas à ela.

"Helena tinha os predicados próprios a captar a confiança e a afeição da família. Era dócil, afável, inteligente. Não eram estes, contudo, nem ainda a beleza, os seus dotes por excelência eficazes. O que a tornava superior e lhe dava probabilidade de triunfo, era a arte de acomodar-se às circunstâncias do momento e a toda a casta de mulheres. Helena praticava de livros ou de alfinetes, de bailes ou de arranjos de casa, com igual interesse e gosto, frívola com os frívolos, grave com os que o eram, atenciosa e ouvida, sem entono nem vulgaridade. Havia nela a jovialidade da menina e a compostura da mulher feita, um acordo de virtudes domésticas e maneiras elegantes."

- Este trecho, como o de Luzia-Homem, não mostra com exatidão a idealização, porém expõem características pouco comuns.

 

Maniqueísta

Outra característica do romantismo é a visão maniqueísta, ou seja, o jogo entre o bem e o mal. Os personagens bons sempre serão bons e os maus sempre serão maus fazendo como que o livro torne-se, muitas vezes, previsível.

Em Luzia-Homem, Luzia sempre será responsável pelas boas ações e Crapiúna pelas más. Em Helena, ela que era sempre a vítima do Dr. Camargo, que fazia de tudo para afasta-la de Estácio.

"Camargo era o único irreconciliável; sentia-se, através de suas maneiras cerimoniais, uma aversão profunda, prestes a converter-se em hostilidade, se fosse preciso."

"Crapiúna, o tal soldado, era mal-afamado entre os homens e muito atacado pelas mulheres, graças à correção do fardamento irrepreensível."

 

Romantismo

Helena apesar das características romanticas já apresenta uma obra mais madura e pertence a primeira fase romantica da obra machadiana. Luzia-Homem apresenta conteúdos naturalistas-realista como linguagem simples (comum também ao romantismo), preocupação com minúcias, presença de palavras regionais, expõem e analisa fatos da época, existe falores externos como a seca, e romanticos como a idealização da mulher, emprego constante de metáforas com a intenção de dar vazão à fantasia, à imaginação e à idealização.

"...a Helena que é a flor mais bonita do nosso jardim..."

"Minha Santa Luzia - Esta tem por fim unicamente, dezer-lhe que se há de arrepender da sua ingratidão e quem lhe diz isso é seu amante fiel até a morte - Crapiúna."

 

Personagens planos

Geralmente, no romantismo, os personagens são trabalhados emocionalmente, mas não como um todo; ou seja, não se mostra o lado racional deles, além disso esses personagens são geralmente lineares, não sofrem mudança e mantêm esse perfil do começo ao fim da obra.

- Havendo uma visão maniqueista, os personagens nunca irão surpreender o leitor. Se alguma coisa de ruim acontece a Luzia, na maioria das vezes, foi provocado por Crapiúna e se algo acontesse a Helena o culpado é o Dr. Camargo.

 

Flash-Back

O narrador faz uma "volta no tempo", para explicar, por meio do passado, certas atitudes dos personagens no presente.

- Em Helena o autor usa esse recurso para exlicar a causa das visitas de Helena a uma pequena casa onde, acaba sendo revelado por meio do flash-Back, a identidade do morador, que era seu pai.

- Em Luzia-Homem, Rosa Veado usa o mesmo recurso para explicar o cansaço sentido, tinha participado de um difícil parto.

 

Descrições municiosas

Muito usada pelos autores das duas obras é o forte uso de descrições, sendo estas, uma das características tanto do romantismo quanto do naturalismo, represntado em Luzia-Homem.

"Era uma moça de dezesseis a dezessete anos, delgada sem magreza, estrutura um pouco acima da mediana, talhe elegante e atitudes modestas. A face um moreno-pêssego, tinha a mesma imperceptível penugem da fruta de que tirava a cor; naquela ocasião tinham-na uns longes cor-de-rosa, a princípio mais rubros, natural efeito do abalo."

"Na várzea, varada de trilhos claros que riscavam o chão negro, ela encontrou, àquela triste hora da tarde, magotes de retirantes, cobertos de pó, machando em filas tortuosas, das quais, como de um rastilho de suplício marcado pelas vítimas, se destacam indivíduos ou famílias,..."

 

Trabalho realizado por: Adriana Carvalho de Albuquerque, André Monteiro dos Santos, Bruna, Daniel, Marta, Tatiana.
TEB 1, 1998. Colégio Batista Santos Dumont. Fortaleza-Ceará.

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