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Vocalista do Ira fala com Festabc
por: Marcelo Machado

Nasi (vocalista do Ira) ou Marcos Valadão, é hoje uma das maiores referências musicais para muitas das bandas que começaram a fazer sucesso no competitivo mercado fonográfico. Suas andanças pelo Brasil e pelo mundo, deram-lhe uma bagagem que permite realizar trabalhos paralelos e ainda ajudar outras bandas. O grupo Nasi e os Irmãos do Blues, é uma banda formada pelo próprio Nasi em meados de 93 e que hoje chega ao terceiro cd. A seguir, ele fala um pouco deste novo trabalho entre outras coisas.

FESTABC - Nasi, o que você acha da atual situação do rock nacional na mídia brasileira?
NASI - O rock de uma maneira geral deu uma retomada de execução em rádios, não dá pra dizer que seja um fenômeno ou se é por causa da saturação dos outros estilos. O fato é que apesar da troca de posição com outros gêneros mais populares, o rock estabeleceu nas principais capitais do país rádios específicas, e isto é bom porque mantém vivo este segmento e da oportunidade para o surgimento de novos trabalhos, tanto das bandas que estão começando como das bandas já consagradas.

FESTABC - Você acha que pode acontecer à mesma efervescência musical dos anos 80?
NASI - Não sei se interessa para a mídia, artistas de rock fazendo sucesso, porque geralmente o artista de rock é sempre mais questionador, ele não aceita os truques do mercado. É muito mais fácil para os artistas de pagode ou axé que são mais propensos ao uso deste esquema de play-back e de fazer shows para fulanos ou ciclanos. A década de 80 foi marcada por um desafogo da juventude, que veio de anos de muita censura. Hoje vivemos um tempo mais globalizado e neste momento uma certa alienação cultural. Eu acho que de uma maneira geral o rock vem surgindo com grandes nomes como: Raimundos e Charlie Brown por exemplo, claro que os discursos são diferentes da época, mas o legal é que todo ano surgem pelo menos três bandas novas que se destacam.

FESTABC - E sobre a massificação da música em geral?
NASI - Eu acho que o ideal é que nem um estilo nem outro seja muito massificado, isto não é bom e nem foi bom para o rock nos anos 80 também, em nome do boom do rock nacional muita porcaria rolou. Está muito na moda meter o pau em pagode, axé ou funk, eu acho que não é por aí, porque se você notar neste meio existem artistas legais, o problema é que a maior parte que aparece é porcaria.

FESTABC - Fale um pouco sobre o novo trabalho do Nasi e os Irmãos do Blues:
NASI - O Rei da Cocada Preta (título do novo cd) é o terceiro cd da banda e o primeiro gravado em estúdio, os outros dois foram feitos ao vivo. Eu comecei a fazer este disco e julho de 99, antes do Ira assinar com a Abril para gravar o cd Isto é Amor. Foi um cd trabalhoso, é um disco em que eu procuro dar ênfase às várias vertentes da música negra americana como rhythmann blues e o jazz. A cocada preta na verdade é a música negra americana que é o doce que eu mais gosto.

FESTABC - Falando um pouco de Ira, a música Vida Passageira que estourou nas rádios de todo o Brasil é dedicada a alguém em especial?
NASI - Esta música é inspirada no Suba um produtor iugoslavo muito amigo nosso que trabalhou com o Escandurra, mas também é uma homenagem aos grandes músicos brasileiros que morreram na década passada como Cazuza, Renato Russo e tantos outros, é também para o Adilson e o Vitor que tocaram com Ira bem no começo da carreira. Infelizmente não há registro fonográfico da passagem deles pela banda

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