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Capitães da Areia

De um início atribulado a uma carreira de sucesso, assim se resume a crônica de Capitães da Areia, hoje uma das obras mais apreciadas por seus leitores, tanto no Brasil quanto no exterior. Publicado em 1937, pouco depois de implantado o Estado Novo, o livro teve a primeira edição apreendida e exemplares queimados em praça pública de Salvador por autoridades da ditadura. Mas, como fênix, ressurgiu das cinzas quando, em 1944, marcou época na vida literária brasileira. A partir de então, sucederam-se as edições, nacionais e em idiomas estrangeiros, e as adaptações para rádio, teatro e cinema. Patético documento sobre a vida dos meninos abandonados nas ruas de Salvador, Jorge Amado a descreve em páginas carregadas de uma beleza, dramaticidade e lirismo poucas vezes igualados na literatura universal. Dividido em três partes, o livro atinge um clímax inesquecível no capítulo "Canção da Bahia, Canção da Liberdade", em que é narrada a emocionante despedida de um dos personagens da história, marcante criação do autor, que se afasta dos seus queridos Capitães da Areia "na noite misteriosa das macumbas, enquanto os atabaques ressoam como clarins de guerra".

Orelha do livro: AMADO, Jorge. Capitães da Areia. 83ª ed. Rio de Janeiro. Record, 1996.

 

O romance Capitães da Areia trata da vida de menores abandonados da Bahia, que vivem num velho trapiche. Liderado por Pedro Bala, generoso e valente, o bando conta ainda com outras figuras: o negro João Grande, bondosa e forte criatura; o Professor, que revela, desde cedo, pendores para a arte; Pirulito, místico e introvertido; Dora, a jovem amante de Pedro Bala; o Gato, elegante e conquistador; o Sem-Pernas, cuja revolta, provocada pela falta de um lar, encobre sua rude bondade; Volta Seca, afilhado de Lampião; e muitos outros.

A narrativa, de cunho realista, descreve o dia-a-dia do grupo e seus expedientes para arranjar alimento e dinheiro. O narrador, numa linguagem crua e lírica, procura demonstrar que as desigualdades sociais é que levam ao crime e à marginalização. Intercalando a narrativa com reportagens sobre o grupo "Capitães da Areia" mostrando os menores do ponto de vista da burguesia bem situada, o romance sugere o contraste entre a humanidade e a sensibilidade das crianças e a desonestidade das classes dominantes. Conduzindo a história em função dos destinos individuais de cada participante do bando, Jorge Amado acaba por mostrar que, à exceção de um ou outro (o Gato torna-se de vez um rufião; Sem-Pernas morre, fugindo da polícia; e Volta Seca alia-se a Lampião), os demais ganham consciência revolucionária.

Fonte: Literatura Comentada

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