<<voltar<< C i a   E m C ô m o d o   T e a t r a l

A Morta ou O Espetáculo

"A Morta ou O Espetáculo". Livre adaptação do texto “A Morta” de Oswald de Andrade. Curitiba/PR.

LOCAL: Espaço Alternativo

Máximo de 18 pessoas por dia. Entra uma pessoa de cada vez em sequência pré-determinada. Horário de 10 em 10 minutos.





Texto sobre "A Morta ou O Espetáculo" // Realização da Companhia EmCômodo Teatral.

A questão levantada seria, fazemos "A Morta" ou fazemos um espetáculo? Deixamos os dois em aberto, resolvemos nos inspirar no porque Oswald escreveu "A Morta" e deixamos o espetáculo para o público fazer. Acabamos por levantar os becos em que se encontram a arte e a poesia nos dias de hoje, se por enquanto não achamos os caminhos, resolvemos estudar a situação a nossa volta, pesquisar em qual mundo nós vivemos. Há uma crescente acomodação em relação a tudo, talvez no ato de votar exista ou venha a tona ainda um pouco de indignação, mas todo o sistema a nossa volta nos deixa passivo. Você pode ligar de casa e receber um mundo de mercadorias a sua porta, isto é ótimo, mas não acreditamos ser o bastante para nossa realização pessoal. Porém o artista ficou sem achar os caminhos para trilhar nesse "admirável mundo novo", ele depende do Estado para viabilizar sua arte, depende da economia para vender e divulgar seu trabalho e depende da ciência para bem realizar e cativar seu público. Será que há algum outro caminho? Quando o artista resolve criticar todas as estruturas sociais que existem, ele nota que é aquelas mesmas das quais ele depende. Então aceitando esta situação sua obra perde toda a força e razão de ser. Se podemos considerar a morte da arte (poesia) nos tempos atuais também podemos discutir a sobrevivência do espetáculo, seja qual for. Como todos os meios de comunicação tentam espetacularizar nossas vidas, resolvemos fazer uma peça em que você mesmo pode fazer o espetáculo acontecer, nada mais do que uma representação das representações que encontramos na vida.


Sobre "A Morta" de Oswald

A peça “A Morta” escrita em 1937 por Oswald de Andrade discute a arte e poesia utilizando como referência a situação do Brasil na época. Aproveitando este exemplo de indignação de Oswald de Andrade criamos “A Morta ou O Espetáculo”. Não seria mais válido representar a peça original. Arte e poesia estão agora em outros contextos. Resolvemos expor e mostrar estes contextos para que o público possa fazer então, o espetáculo. Pequenas situações vividas durante o espetáculo dão uma mostra daquilo que acontece com a arte nos dias de hoje. Não distinguimos mais os limites entre entretenimento, comércio, arte, representação ou vida. Por isso o espetáculo já começa de forma inusitada, você deve ligar para um número de telefone e marcar seu horário de entrada no espetáculo, como no seu dentista. O grupo deixa claro também, que a peça é direcionada para um público que está descontente com o estado atual da arte, mas com certeza não mostra caminhos fáceis para resolver ou fechar discussões, porém, acredita levantar questões e problemas para se pensar o papel da arte no século XXI.
Este trecho da peça de Oswald de Andrade representa um pouco como será a relação com o público, que deverá no espetáculo fazer uma autópsia de si mesmo, também servindo como elemento atuante de cena:
"Permanecerei fiel aos meus propósitos até o fim da peça. E solidário com a vossa compreensão. Coisas importantes nesta farsa ficam a cargo do cenário de que fazeis parte. Estamos nas ruínas misturadas de um mundo. Os personagens não são unidos quando isolados. Em ação são coletivos. Assistireis o indivíduo em fatias e vê-lo-eis social ou telúrico. Não vos retireis das cadeiras horrorizados com a vossa autópsia. Consolai-vos em ter dentro de vós um pequeno poeta e uma grande alma! Sede alinhados e cínicos quando atingirdes o fim de vosso próprio banquete. Como louco, nos comoveremos por vossas controvérsias. Vamos, começai!"
Compromisso do Hierofante - A Morta - Oswald de Andrade

Este Espetáculo estreiou em 25 (sábado) e 26 (domingo) de Novembro de 2000.
Local: Na Faculdade de Artes do Paraná (FAP) / Rua dos Funcionários, 1357 - Cabral
A peça aconteceu entre 19h e 23h // Tendo um máximo de 20 pessoas por espetáculo.
Encenação de Fabio Kinas

Ficha Técnica:

Encenação de Fabio Kinas - [email protected] // (041) 233-9059
Cenografia de Andressa Ferrari // [email protected]
Produção ARTE ESTRATÉGIA - 9113-2795 // 233-7198 // [email protected]

Atuantes:

Adriano Esturilho
Ana Cristine Wegner
Carolina Faquemont
Dico Ferreira
Édina Oliveira
Guta Ruiz
Marcelo Rodrigues
Patrícia Saravy
Roger Dort
Rômulo Zanotto
Simone Leyser
<<voltar<< C i a   E m C ô m o d o   T e a t r a l

Hosted by www.Geocities.ws

1