MOESTA ET ERRABUNDA

Dize, Ágata, tua alma às vezes não se evola,
Fugindo ao negro oceano da inunda cidade,
Em busca de outro oceano que jamais se estiola,
Profundo, claro, azul, tal como a virgindade?
Dize, Ágata, tua alma às vezes não se evola?
O mar, o vasto mar, nos purga os sofrimentos!

Carrega-me vagão! Batel, leva-me embora!
Bem longe! Aqui do nosso pranto faz-se o lodo!
- Será que de Ágata a alma às vezes não importa:
Para além do remorso, do crime, do engodo,
Carrega-me, vagão, batel, leva-me embora?

Como estás longe, paraíso perfumado,
Onde à tristeza e ao ódio o espírito se nega,
Onde tudo o que se ama faz por ser amado,
Onde à pura volúpia o coração se entrega!
Como estás longe, paraíso perfumado!

E o verde paraíso das frágeis meninas,
As fugas as canções, os beijos que roubamos,
Os violinos vibrando por trás das colinas,
Com cântaros de vinho, à tarde, sob os ramos
- E o verde paraíso das frágeis meninas,

O inocente jardim dos prazeres furtivos,
Já estará mais distante do que a Índia e a China?
Evocá-lo se pode em gritos pungitivos,
Ou talvez animá-lo com voz argentina,
O inocente jardim dos prazeres furtivos?

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