A AURORA ESPIRITUAL

Entre os devassos, quando a branca e rubra aurora
Faz mútua sociedade com o Ideal roedor,
Por obra e graça de um mistério vingador
Na entorpecida besta fera um anjo aflora.

Dos céus espirituais o azul inacessível,
Para o homem que padece e sonha em paroxismo,
Se entreabre e se aprofunda em fascinante abismo.
Assim, graciosa Deusa, lúcida e sensível,

Sobre os despojos fumegantes das orgias
Tua imagem mais clara, mais rósea, mais cheia,
Ante meus olhos pasmos sem cessar volteia.

O sol crestou nos castiçais as chamas frias;
Assim, triunfante, o teu fantasma se parece,
Alma radiosa, ao sol que eterno resplandece!

VOLTAR

Hosted by www.Geocities.ws

1