A GIGANTA

No tempo em que, com verme tal que nos espanta,
Gerava a Natureza o ser mais fabuloso,
Quisera eu ter vivido aos pés de uma giganta,
Qual junto a uma rainha um gato voluptuoso.

Me agradaria ver-lhe o corpo e a alma em botão
E após segui-la em seus insólitos folguedos;
Saber se a alguma chama lhe arde ao coração
Sob as úmidas névoas de seus olhos quedos;

Tatear-lhe as formas como quem percorre espelhos;
Ascender à vertente de seus grandes joelhos,
E às vezes, no verão, quando tangente ao solo,

O sol violento a deixa exausta na campina,
Dormir languidamente à sombra de seu colo,
Como um burgo tranqüilo ao pé de uma colina.

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