A THÉODORE DE BANVILLE

1842

Empunhaste da Deusa a cabeleira ondeante
Com tamanho vigor que de vós se diria,
Ante essa bela indiferença e ar de mestria,
Ser um jovem rufião a subjugar a amante.

Tenho no olhar o fogo da precocidade,
Haveis hasteado o vosso orgulho de arquiteto
Em construções cujo equilíbrio ousado e inquieto
Faz ver como será vossa maturidade.

Poeta, este sangue que nos foge eu não restauro;
Foi por acaso então que o traje do Centauro,
Que em córregos de treva as veias transformava,

Três vezes se tingiu nas salivas viscosas
Dessas serpentes vingativas e monstruosas
Que Hércules ao nascer no berço estrangulava?

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