Amanhã
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Nenhum segredo é sagrado. Nenhuma guerra é santa.

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Sou aquele que passa e você não nota
que lhe incomoda mas você suporta
que você desvia, mas tá na sua rota
que você espia mas não abre a porta

Um seu acidente ou loucura
uma dor que você não entende, mas tortura
vida que você esconde, mas procura
um pedaço de carne quente, um Deus de calça curta

O lado mais inteiro do lado derradeiro
meio fio do seu caminho, inimigo e parceiro
gari de seu silêncio, néon de seu letreiro
ando no seu rastro, respirando do seu cheiro.

Ainda seu aguardente,
metade convento,
metade carnaval.

Pulo as cercas da gente,
metade eu invento,
a outra é igual.

Toco seu rosto,
de repente,
parece bento,
parece imortal.

Aí você se afasta,
parece santo,
parece animal.

Amanhã não vai ter pão
amanhã não vai ter
amanhã não
amanhã é outro dia.

 
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