LOCALIZAÇÃO
A Grécia é um país
europeu, localizado entre os mares Mediterrâneo, Egeu
e Jônico, e que se limita ao norte com a Albânia, a Iugoslávia
e a Bulgária, e a nordeste com a Turquia. O território que
compunha a Grécia antiga era por extenso (cerca de 64.500
Km² ) e compreendia três regiões bastante diferenciadas: a
Grécia Continental, a Grécia Insular e a Grécia Asiática.
ORIGEM
DAS CIDADES-ESTADOS
Os gregos não se
consideravam parte integrante de uma nação, mas membros de
uma cidade-estado. Essas cidades nasceram do desejo de proteção
dos camponeses. Eles, para se protegerem dos ataques dos inimigos,
passaram a construir uma fortaleza numa colina central do
vale. Quando o inimigo atacava, buscavam refúgio com os animais
dentro das muralhas de madeira da fortaleza. Com o tempo
as populações foram abandonando as aldeias e instalando-se
perto das muralhas. Por volta de 600 a.C., quase toda
a população da região morava em cidades construídas em volta
dessas fortalezas, onde passaram a erguer uma segunda muralha.
Surgiu assim a pólis, a cidade-estado grega. Cada uma tinha
suas leis, seu governo, sua própria moeda. Às vezes, numa
pequena superfície, havia muitas cidades-estados: três numa
minúscula ilha ou cinco numa estreita planície. Sabe-se da
existência de aproximadamente 1500 cidades.
PERÍODO
HOMÉRICO
(1700 a.C.
- 800 a.C.)
O período mais
antigo da História grega recebe esse nome porque os poucos
conhecimentos que temos sobre ele foram transmitidos por dois
poemas, a Ilíada e a Odisséia, atribuídos ao poeta grego Homero.
A Ilíada narra a guerra realizada pelos gregos contra Tróia
(Ílion), na Ásia Menor, e a Odisséia descreve as aventuras
de Ulisses (Odysseus) ao tentar regressar, depois da Guerra
de Tróia, à sua ilha natal de Ítaca, para se reunir à mulher
e ao filho.
A sociedade nos
tempos homéricos estava organizada em génos. Os génos era
uma comunidade formada por uma numerosa família cujos membros
eram descendentes de um mesmo ancestral. Todos os indivíduos
da família gentílica viviam no mesmo lar, cultuavam o mesmo
antepassado e eram liderados por um patriarca, que exercia
o poder religioso, a chefia militar em época de guerra e era
o responsável pela organização das atividades econômicas.
A economia baseava-se
na propriedade comunitária da terra. Os gregos cultivavam
cereais, uvas e oliveiras. Além disso, criavam cabras, ovelhas,
cavalos e vacas. Produziam também excelente cerâmica,
tecidos rústicos, armas e embarcações. O comércio limitava-se
à simples troca de mercadorias.
No final do Período
Homérico, o crescimento demográfico e a falta de terras férteis
provocavam uma crise cuja consequência foi a desagregação
das comunidades baseadas no parentesco. As terras coletivas
foram desigualmente divididas, dando origem à propriedade
privada e a uma maior diferenciação entre as classes sociais.
A sociedade passou a ser constituída por uma poderosa aristocracia
rural, por um contingente de pequenos agricultores e por uma
maioria de pessoas que nada possuíam.
A desagregação
do sistema gentílico restabeleceu a escravidão deu origem
às Cidades-Estados gregas, como Corinto, Tebas, Mileto e,
às principais, Atenas e Esparta. Portanto, as mais importantes
consequências da desintegração do sistema gentílico foram:
-
a origem da propriedade
privada da terra;
-
a origem de uma
sociedade dividida em classes sociais, caracterizada por
profundas diferenças entre a aristocracia, dona das melhores
terras, os pequenos proprietários e os sem-terra;
-
o restabelecimento
da escravidão;
-
a origem das Cidades-Estados
gregas
PERÍODO
ARCAICO
(800 a.C.
- 500a. C.)
Esse período caracterizou-se
pelo desenvolvimento das cidades-estados, pela emigração e
pela fundação de colônias gregas em regiões longínquas. O
território havia-se tornado pequeno para atender o crescimento
da população. Por isso, numerosos agricultores foram em busca
de possiblidades de subsistência fora da Grécia, formando
assim novas colônias gregas em diversas regiões do Mediterrâneo
e do Mar Negro. Os gregos fundaram, entre outras, Bizâncio,
Odessa, Siracusa, Tarento, Nápoles, Nice, Marselha, Nicósia
e Síbaris.
A expansão colonizadora
favoreceu mais as cidades do litoral, que dispunham de bons
portos e numerosos navios mercantes. As cidades do interior,
que dependiam basicamente da agricultura, mantiveram-se isoladas.
Além disso, a concorrência dos produtos importados contribuiu
para arruinar os pequenos agricultores e para aumentar ainda
mais a concentração de terras nas mãos da aristocracia. Isso
desencadeou a luta entre o povo (demos, em grego) e a aristocracia.
Nas Cidades-Estados em que a vitória coube a nobreza, consolidou-se
o regime aristocrático. Naquelas em que o demos foi vitorioso,
as reformas conduziram, pouco a pouco, ao regime democrático.
PERÍODO
CLÁSSICO
(500 a.C.
- 338 a. C.)
No século V
a. C., sob o governo de Péricles, Atenas tornou-se a
cidade mais importante da Grécia, e a civilização grega atingiu
seu maior esplendor. Esse século, considerado pelos historiadores
a Idade do Ouro da Civilização grega, ficou conhecido também
como Século de Péricles. Nessa época as cidades gregas
se uniram para enfrentar um perigo externo: o avanço dos persas.
Primeiro foi o Rei Dario que atacou. Ele foi derrotado pelos
atenienses em 490 a.C., na batalha de Maratona. Essa foi a
primeira Guerra Médica. Depois veio seu sucessor, Xerxes,
que também foi derrotado, agora pela esquadra grega sob o
comando do ateniense Temístocles, na célebre batalha
naval de Salamina (480 a.C.). Foi a segunda Guerra Médica.
No governo de Péricles
Atenas conheceu um notável desenvolvimento artístico e literário
e se modernizou com a construção de grandes monumentos. A
democracia atingiu, então , seu apogeu: os tribunais populares
passaram a ter autoriadade para julgar qualquer causa, o partido
aristocrata foi destruído e houve uma reforma na Constituição
ateniense. Com essa reforma , os cidadãos pobres ampliavam
suas possibilidades de influir na organização política do
Estado, pois passavam a ser remunerados por sua participação
nas sessões.
ESPARTA
Esparta foi fundada
pelos Dórios no século IX a.C., na fertilíssima planície
da Lacônia, às margens do Rio Eurotas, na Península do Peloponeso.
A sociedade espartana era extremamente conservadora e o Estado
não permitia reformas sociais que viessem a abalar o status
da classe dominante. A sociedade espartana estava dividida
da seguinte forma:
-
Espartanos
- classe social dominante e dirigente de esparta. Eram
donos das melhores terras e se dedicavam exclusivamente
à vida militar.
-
Periecos -
eram livres, possuíam terras, mas não tinham direitos
políticos. Não podiam casar com espartanos e trabalhavam
na agricultura, no comércio e no artesanato, além de pagar
impostos aos espartanos.
-
Hilotas - compunham
a grande massa da da população. Eram servos do Estado
e estavam ligados à terra que cultivavam.
Quanto a organização
política de Esparta, era formada pelas seguintes instituições
ou organismos:
-
Diarquia -
Dois reis hereditários que possuíam grande prestígio,
mas tinham pouca influência política. Cuidavam dos negócios
internos e externos, porém apenas com poderes religiosos
e militares.
-
Gerúsia - Conselho
de Anciãos, composto pelos dois reis e 28 nobres com mais
de sessenta anos. A gerúsia tomava todas as decisões importantes,
criava novas leis, fiscalizava o governo e atuava como
Supremo tribunal.
-
Ápela - Assembléia
de Cidadãos com mais de trinta anos. Essa assembléia era
convocada pela Gerúsia e podia aprovar ou reprovar suas
decisões, mas não podia propor nada de novo.
-
Éforos - Cinco
magistrado eleitos anualmente pela assembléia, que fiscalizavam
e exerciam de fato o poder.
ATENAS
Atenas, ao contrário
de Esparta, era uma democracia, em que todos os cidadãos podiam
votar e assim participar do governo da cidade. Atenas, engradecida
pelo importante papel que assumira na guerra contra os persas,
organizou uma liga de cidades (Liga de Delos) para manter
uma força naval permanente, a fim de garantir os gregos contra
o novo ataque persa. Na verdade os atenienses manipulavam
a liga em favor de seus próprios interesses econômicos. Uma
disputa entre Atenas e Corinto, por questões de comércio marítimo,
foi o pretexto para que Esparta, entrando em defesa de Corinto,
iniciasse uma guerra contra Atenas. Em 431 a.C. Atenas e Esparta
e seus respectivos aliados empreenderam uma longa luta - a
Guerra do Peloponeso. No final, Esparta saiu vitoriosa e tornou-se
senhora das cidades gregas (404 a.C.)
Sociedade
de Atenas:
-
Eupátridas
- (cidadãos) - aqueles cujos antepassados foram os fundadores
de Atenas. Significava "filhos de cidadãos".
-
Metecos (estrangeiros)
- sem privilégios políticos. Podiam, entretanto, exercer
atividades sociais e intelectuais.
-
Escravos -
compunha quase 50% da população. Muitos deles ocuparam
posição de destaque na educação do jovem ateniense e nas
realizações intelectuais.
Organização
Política:
-
Eclésia - (Assembléia
Popular): dela participavam todos os cidadãos com mais
de 18 anos; faziam as leis, vigiava juízes e resolvia
todos os negócios da cidade.
-
Bulé - (Senado
ou Conselho dos Quinhentos): preparava os projetos de
leis a serem votados pela Eclésia. Os membros da
Bulé eram escolhidos por sorteio e tinham um mandato de
um ano.
-
Heléia - era
o principal órgão judiciário, uma espécie de tribunal
popular; seus integrantes eram escolhidos por sorteio
entre cidadãos.
PERÍODO
HELENÍSTICO
(338 a.C.
- 30 a.C.)
Após a Guerra do
Peloponeso, a Grécia continuou agitada por lutas entre
cidades-estados. Filipe, rei da Macedônia, aproveito-se dessa
situação e, em 338 a. C., dominou toda a Grécia. Com a sua
morte em 336 a.C., sucedeu-lhe seu filho Alexandre. Este,
depois de sufocar uma tentativa de revolta em Tebas, conduziu
seu poderoso exército de 40.000 homens para uma guerra contra
Dario III, rei da Pérsia. Esmagou os persas , foi acolhido
no Egito como libertador, pois, nessa época, o Egito estava
sob domínio dos persas. Lá fundou Alexandria e tornou-se faraó.
Após a morte de Alexandre, em 323 a.C., seu gigantesco
império foi dividido entre seus generais. No século II a.C.
, demasiado enfraquecidos por várias lutas, não conseguiram
resistir ao crescente domínio de Roma.
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