Uma
das civilizações mais importante da história Antiga que se
desenvolveu na região do Crescente Fértil. Se formou no nordeste
da África, uma região caracterizada pela existência de desertos
e pela vasta planície do rio Nilo. A parte fértil do
Egito não é senão um oásis muito alongado, proveniente das
aluviões depositadas pelo rio. Nas nascentes do Nilo, caem
abundantes chuvas nos meses de junho a setembro provocando
inundações em diversas áreas. Com a baixa do Nilo o solo libera
o humo fertilizante que facilita a prática da agricultura.
Para controlar as enchentes e aproveitar as áreas fertilizadas,
os egípcios tiveram de realizar grandes obras de drenagem
e de irrigação, com a construção de açudes e de canais, o
que permitiu a obtenção de várias colheitas anuais.
O
Egito, inicialmente, estava dividido num grande número de
pequenas comunidades independentes: os nomos que por sua vez
eram liderados pelos nomarcas. Essas comunidades uniram-se
e formaram dois reinos: o Alto e o Baixo Egito. Por volta
de 3200 a.C., o rei do Alto Egito, Menés, unificou os
dois reinos. Com ele nasceu o Estado egípcio unificado,
que se fortaleceu durante seu governo com a construção de
grandes obras hidráulicas, em atendimento aos interesses agrícolas
da população. Menés tornou-se o primeiro faraó e criou a primeira
dinastia.
Os
egípcios adoravam o faraó como se ele fosse um verdadeiro
deus, a quem pertenciam todas as terras do país e para quem
todos deveriam pagar tributos e prestar alguns serviços. O
governo do faraó era uma monarquia teocrática, ou seja, uma
monarquia considerada de origem divina. Como chefe político
de um Estado poderoso, o faraó tinha imenso poder sobre tudo
e sobre todos. Na prática era obrigado a obedecer às leis,
muitas das quais haviam sido criadas séculos antes da unificação
dos nomos, o que limitava em parte os seus poderes.
ANTIGO
IMPÉRIO (3200 a.C. a 2300 a. C.)
Um
Estado pacifista e dedicado à construção de Obras de drenagem
e irrigação, que impulsionaram o desenvolvimento da agricultura.
Foram construídas as célebres pirâmides de Gizé: Quéops,
Quéfren e Miquerinos. A autoridade do faraó é enfraquecida
pela ação dos nomarcas, apoiada pela nobreza.
MÉDIO
IMPÉRIO (2100 a.C. a 1750 a. C. )
Os
faraós reconquistaram o poder. Príncipes do Alto Egito restauraram
a unidade política do Império e estabeleceram em Tebas a nova
Capital. A massa camponesa, através de revoltas sociais, conseguiu
o atendimento de algumas reivindicações, como por exemplo
a concessão de terras, a diminuição dos impostos e o direito
de ocupar cargos administrativos até então reservados às camadas
privilegiadas. O Médio Império chega ao fim com a invasão
dos hicsos, um povo de origem asiática. Os hebreus retirando-se
da Palestina, chegaram ao Egito; mas foram os hicsos que criaram
maiores dificuldades. Com cavalos e carros de combate que
os egípcios desconheciam, dominaram o país e instalaram-se
no delta do Nilo permanecendo na região aproximadamente dois
séculos.
NOVO
IMPÉRIO (1580 a.C. a 525 a. C. )
O
período iniciou-se com a expulsão dos hicsos e foi
marcado por numerosas conquistas. Outra característica fundamental
deste período foi o expansionismo e o poderio militar, pois
a luta contra o invasor desenvolvera no egípcio um espírito
militar conquistador. No governo de Tutmés III, o domínio
egípcio chegou a se estender até o rio Eufrates, na Mesopotâmia.
No século XIV a. C., Amenófis IV, casado com a
rainha Nefertite, empreendeu uma revolução religiosa
e política, substituíndo os deuses tradicionais por Aton,
simbolizado pelo disco solar. Esta medida visava
diminuir o poder dos sacerdotes que acabaram por fim expulsos.
Amenófis IV passou a se chamar Aquenaton que significa supremo
sacerdote do novo deus. Seu sucessor Tutancâmon, restaurou
o culto aos deuses tradicionais e pôs fim à revolução.
O
governo do faraó Ramsés II (1320 - 1232 a. C.) enfrentou novo
obstáulo, como a invasão dos hititas. Inimigos ameaçavam
as fronteiras; a resistência era enfraquecida pela rivalidade
entre o faraó e grandes senhores enriquecidos pela guerra.
Por volta do século VII a. C. os assírios invadiram
o país. Em 525 a. C., o rei persa Cambises derrotou
o faraó Psamético III, colocando fim à independência
egípcia. Os povos do Nilo seriam ainda dominados pelos gregos
e, a partir de 30 a. C., pelos romanos.
SOCIEDADE
E ECONOMIA
Faraó
- soberano todo poderoo, considerado deus vivo, filho de deuses
e intermediário entre estes e os homens. Era objeto de culto
e sua pessoa era sagrada. O faraó tinha autoridade absoluta:
concentrava em si os poderes político e espiritual. Ele ocupava
o topo da hierarquia social, filho de Amon-Rá, o deus-sol,
e encarnação de Hórus, o deus-falcão. Por isso, esse governo
é chamado de teocrático.
Nobres
- proprietários de grandes domínios, ocupavam também os principais
postos do exército. Era formada por parentes do faraó, altos
funcionários do palácio, oficiais superiores do exército e
chefes administrativos.
Sacerdotes
- muito cultos, enriqueciam com oferendas feitas pelo povo
aos deuses. Eram dispensados do pagamento de impostos e eram
proprietários de muitas terras. A função sacerdotal
era lucrativa e honrosa, passando de pai para filho. Os sacerdotes
tinham a cabeça raspada e uma de suas funções era transmitir
as respostas das divindades às perguntas dos fieis.
Escribas
- se encarregavam da cobrança dos impostos, da organização
escrita das leis e de decretos e da fiscalização da atividade
econômica em geral.
Soldados
- viviam dos produtos dados em pagamento pelos serviços e
dos saques realizados durante as guerras. Nunca atingiam os
postos de comando, pois eram reservados à nobreza.
Artesãos
- trabalhadores que exerciam diferentes ofícios e que eram
geralmente contratados por empreiteiros de grandes obras.
Trabalhavam como pedreiros, carpinteiros, desenhistas, escultores,
pintores, tecelões, ourives etc. Eles exerciam suas atividades
nas grandes obras públicas recebendo em troca apenas alimento.
Camponeses
- compunha a maior parte da população, vivia submetida a uma
violenta repressão por parte da camada dominante, que a ameaçava
constantemente com exércitos profissionais para forcá-la a
pagar impostos. Trabalhavam nas propriedade do faraó e dos
sacerdotes e tinham o direito de conservar para si apenas
uma pequena parte dos produtos colhidos.
Escravos
- originários da escravidão por dívidas e da dominação de
outros povos através das conquistas militares. Faziam os serviços
domésticos e também trabalhavam nas pedreiras e nas minas.
Na
sociedade egípcia desenvolveu-se o chamado modo de produção
asiático, em que todas as terras pertenciam ao Estado e os
camponeses das aldeias tinham o direito de cultivar o solo
desde que pagassem um imposto coletivo. Esse imposto era pago
com cereais, que eram estocados nos armazéns reais. Nessa
sociedade, a base da economia era a agricultura. Cultivavam-se
principalmente trigo, cevada, frutas, legumes, linho e algodão.
Dentre outras atividades destacamos o comércio a indústria
artesanal de tecidos e de vidro, a construção de navios, a
cerâmica e a criação de bois, carneiros, cabras, asnos etc.
O Estado intervinha na economia controlando a produção, recrutando
mão-de-obra e cobrando impostos.
RELIGIÃO,
ARTES E CIÊNCIA
Quanto
a religiosidade, os egípcios eram politeístas, isto é, adoravam
vários deuses, inclusive alguns animais, como o gato, o boi
e o crocodilo, que eles consideravam sagrados. Além de ser
politeísta, era também antropozoomórfica, pois os deuses eram
representados geralmente pela figura humana e animal. A religião
dos antigos egípcios passou por várias etapas: de um
simples politeísmo para a mais recuada expressão conhecida
de monoteísmo, retornando depois ao politeísmo. Durante o
período do Antigo Reino, o culto do sol, corporificado
na adoração de Rá foi o sistema dominante de crença. Servia
como religião oficial cuja função principal era dar imortalidade
ao Estado e ao povo, coletivamente. Para os egípcios, a morte
apenas separava o corpo da alma. A vida poderia durar eternamente,
desde que a alma encontrasse no túmulo o corpo destinado
a servir-lhe de moradia. Era preciso então, conservar o corpo,
e para isso os egípcios se aperfeiçoaram na técnica da mumificação.
A
principal arte desenvolvida no Egito Antigo foi a arquitetura.
Marcada pela religiosidade, aarquitetura voltou-se para a
construção de belos e grandes templos, como os templos de
Karnac, Luxor e Abu-Simbel, e de gigantescas pirâmides
como as de Quéops, Quéfren e Miquerinos. A escultura atingiu
o auge com a construção de monumentos de grandes estátuas
de faraós. A escrita egípcia, conhecida como hieroglífica,
foi criada no período pré-dinástico e era monopólio e privilégio
dos sacerdotes e dos escribas. Ao longo do tempo, surgiram
no Egito dois outros tipos de escrita: a escrita hierática
e a demótica. A hierática foi uma simplificação da hieroglífica,
mas seu uso ligava-se ainda a religião e ao poder, e a demótica
era a escrita popular.
No
campo das ciências os egípcios desenvolveram principalmente
a aritmética, a astronomia e a medicina. A ciência procurava
resolver problemas práticos, como controle das inundações,
construção do sistema hidráulico, preparação da terra, combate
as doenças etc. Preocupados com os fenômenos da natureza,
os egípcios ao desenvolver a astronomia, criaram um calendário
baseado no movimento do sol. Por esse calendário, o ano era
dividido em 12 meses de 30 dias e mais 5 dias de festas, que
eram adicionados no final para completar os 365 dias anuais.
|