Política de segregação
étnica oficializada na África do Sul entre o período de 1948
a 1990. A palavra "apartheid" significa literalmente "separação",
em relação à divisão estabelecida entre a minoria branca no
comando político do país e a maioria racial dos negros e minorias
mestiças e asiáticas. Em sua origem, tal política excluía
as populações negras, mestiças e amarelas da participação
política, que formavam uma grande maioria de 80% da população
total sul-africana.
Tal política anti-democrática,
tendo base legal sofreu poucas transformações ao longo de
sua história, caracterizando-se uma tentativa de perpetuação
da minoria branca no poder, formada em sua maior parte por
descendentes de holandeses (os chamados afrikaners) em detrimento
da total supressão dos direitos civis da maioria étnica.
As disparidades entre
os grupos étnicos da África do Sul foi bem anterior à oficialização
legal do segregacionismo. O Congresso Nacional Africano já
havia sido formado em 1912, três décadas e meia antes do apartheid,
tendo como bandeira política a luta contra as restrições políticas
e civis desde então impostas aos negros.
Após o apartheid,
todas as organizações políticas negras foram consideradas
ilegais pelo governo minoritário branco. Nelson Mandela, o
líder do então legalmente extinto Congresso Nacional Africano,
assim como vários outros membros das organizações negras,
passaram a ser perseguidos e presos. Na prisão de Nelson Mandela
em 1962, este recebeu a sentença de 5 anos. Porém, sob acusações
posteriores de sabotagem e traição, foi sentenciada a prisão
perpétua ao líder político negro.
Os posteriores movimentos
de independência de algumas nações africanas, assim como as
lutas internas na África do Sul contra a política do apartheid.
Na década de 80, o governo sul-africano passou a sofrer pressões
internacionais contra o segregacionismo étnico. Em 1990, sob
o governo de Frederick Willem de Klerk, Nelson Mandela foi
libertado e o fim do apartheid foi formalizado oficialmente,
tendo a volta das organizações políticas negras à legalidade
e a abertura do Parlamento à participação política dos negros,
assim como a extensão irrestrita dos direitos civis a todos
os cidadãos sul-africanos.
O presidente de Klerk
e Mandela ganharam conjuntamente o Prêmio Nobel da Paz em
1993. Apesar do fim do apartheid, permanecem os grandes contrastes
sociais entre as populações brancas e negras, tendo estas
últimas permanecido em condições de miséria por durante séculos
desde a colonização européia da África.
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