DESCOBRIMENTO  DO   BRASIL
 
 

 

Em 22 de abril de 1500 Pedro Álvares Cabral e sua grande esquadra chegam ao Brasil. Em 26 de abril, a primeira missa é celebrada no Brasil. Em 1de maio, uma segunda missa é celebrada, oficializando e "legitimando" assim a posse portuguesa da nova terra.

Um longo processo histórico desencadeou a chegada de Cabral ao Brasil: o antigo regime feudal fora substituído pelas monarquia que deu origem ao estado português. Pode-se estabelecer uma analogia quanto à formação dos estados nacionais europeus: esta foi fomentada pelo fortalecimento dos reis e conseqüente concentração de poder, mediante o auxílio da classe mercante insatisfeita com as arbitrariedades dos senhores feudais. Esta substituição de uma ordem política por outra, por sua vez, foi gerada através de fatores como o enfraquecimento do poder dos senhores de terra, que perdiam seu contingente de mão de obra para as cidades que renasciam; por outro lado, apoiadas pelas novas classes emergentes e também pelo rei, as rebeliões urbanas das cidades situadas ao redor dos castelos feudais enfraqueciam o poder senhorial. O poder dos senhores feudais dificultavam em muito a expansão da atividade mercante, sobre a qual muitos impostos eram arbitrariamente cobrados. Com o estabelecimento da monarquia e das novas classes mercantes, o comércio passa a ressurgir com toda a força. As idéias mercantilistas se faziam presentes: segundo estas, o fortalecimento do estado nacional era diretamente proporcional ao acúmulo de riquezas que este poderia empreender. Desta forma, Portugal buscava novas terras além-mar, dada sua escassez territorial e seus solos pouco aproveitáveis. A tecnologia de navegação em Portugal ampliava seus horizontes, acarretando na conquista da rota marítima às Índias, por Vasco da Gama. A busca de riquezas em terras diversas desencadeou na chegada de Cabral ao Brasil, sob o reinado português de D. Manuel, sucessor de D. João II. Não se sabe ao certo quais circunstâncias levaram Cabral a chegar ao Brasil em meio a seu caminho para as Índias, porém atualmente os historiadores negam a mera casualidade e apostam o fato de que já era sabida a existência de terras no Ocidente, desde a chegada de Colombo à América, em 1492.

Um documento importante para a compreensão deste momento histórico em Portugal e no Brasil trata-se da carta de Pero Vaz de Caminha a El-Rei, em que Caminha relata em primeira mão sobre o modo de vida dos aborígines no Brasil, além de vislumbrar na nova terra uma fonte perene de belezas naturais. Apesar do otimismo de Caminha, no período pré-colonial, as riquezas naturais das terras brasileiras não despertaram o interesse da Coroa portuguesa por vários motivos: a economia desenvolvida pelos indígenas do Brasil era bastante simples em relação à economia dos povos das Índias, pois o aproveitamento dos produtos indígenas orientava-se apenas para a subsistência destes primeiros povos brasileiros. Desta forma, a exploração da matéria-prima brasileira exigia trabalho de extração e de transformação em mercadorias pelos portugueses, tratando-se de uma realidade bastante diferente daquela encontrada na Índia: nesta última região, o comércio era francamente desenvolvido e as mercadorias já não encontravam-se em estado de matéria-prima, pois já haviam passado pelo processo de refinação, ou seja, já eram em si mercadorias acabadas. Tais mercadorias tratavam-se de excedentes, então passíveis de troca comercial. Portanto, no início, o Brasil não despertou interesse em Portugal quanto à exploração, e o processo de retomada deste interesse e início da colonização no Brasil foram deflagrados pelas primeiras invasões francesas no território brasileiro.

 
     

 

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