Tendo por objetivo
a disseminação da fé para as novas terras de além-mar, a Companhia
de Jesus foi uma ordem missionária fundada por Santo Inácio
de Loyola, no ano de 1534. O catolicismo no período sofria
a oposição de novas doutrinas cristãs "desviantes", a partir
do movimento da Reforma protestante de Lutero. Portanto, sob
os desígnios da Contra Reforma, a Companhia de Jesus deu combate
à expansão de doutrinas antagônicas ao catolicismo e ao próprio
poder da Igreja.
O processo de
catequização indígena no Brasil foi um dos alvos da Companhia:
os jesuítas valiam-se de associações da cultura religiosa
nativa aos elementos cristãos, para a melhor compreensão dos
indígenas e, portanto, melhor persuasão na conversão destes
povos. Outra tarefa da Companhia no Brasil era a educação
religiosa dos colonos, portanto a manutenção da fé e do poder
da Igreja romana no território. Uma das figuras principais
neste contexto da catequização foi o padre Antônio Vieira,
que angariou grande prestígio tanto entre colonos quanto entre
os povos indígenas na região amazônica.
Outras funções
iniciais são atribuídas a esta ordem religiosa: a fundação
das primeiras instituições educacionais no país.
A instituição
religiosa, passando gradualmente a possuir grande poder político
sobre os seguidores religiosos, acabou por ser perseguida:
os missionários faziam oposição aos colonos quanto à exploração
da mão-de-obra indígena. Mais tarde, o evidente apoio dos
missionários à resistência dos indígenas frente aos colonizadores
levaram a conflitos mais graves, incluindo batalhas empreendidas
pelas Entradas e Bandeiras às aldeias sob o poder missionário.
Tais conflitos culminaram por sua vez, no ano de 1759, na
resolução do Marquês de Pombal : valendo-se do argumento de
que os jesuítas passaram a interferir excessivamente nas áreas
de atuação política que deveriam ser restringidas ao próprio
Estado, determinou objetivamente a expulsão dos jesuítas de
Portugal e do Brasil. |