A partir de 1700,
é iniciado no Brasil um processo de alargamento de suas fronteiras
com o objetivo de dominar e exterminar os indígenas e as missões
dos jesuítas espanhóis, mapeamento do território brasileiro,
mineração de ouro e esmeraldas além de outros metais e pedras
preciosas, e obtenção de mão-de-obra escrava. As Entradas
e Bandeiras surgiram predominantemente em um período em que
o Brasil já contava com inúmeros centros populacionais espalhados
pelo seu territórios. Os movimentos originaram-se no nordeste
para a região do amazonas e posteriormente para o centro do
país. Por outro lado, as Bandeiras partiram de São Vicente,
em São Paulo, em direção ao Rio Grande do Sul, além de incursões
pela região Centro-Oeste. O movimento das Entradas antecederam
às Bandeiras, e ambos possuíram características diversas entre
si.
Entradas
Grande parte
do território brasileiro era ainda desconhecido: neste período,
portanto, as terras ignotas possuíam, para o colonizador,
uma aura de mistério que os levava a crer nas grandes riquezas
em fontes perenes de metais preciosos ainda não exploradas.
Assim nascem as entradas, tendo por objetivos a busca do ouro
e o combate e a captura aos "selvagens hostis".
As entradas,
portanto, foram os primeiros responsáveis pela dizimação em
grande escala das tribos indígenas no Brasil. A ação dos catequizadores,
ao passo que se opunha a esta caçada humana, acabava por facilitar
o trabalho dos entradistas: a catequização dos índios, que
se aglomeravam em aldeias, tornava mais facilitada a própria
aniquilação deste povo. Os portugueses ainda aproveitavam
as hostilidades entre certas tribos inimigas e jogavam-nas
umas contra as outras, tirando grande partido disto. Apesar
destes fatos, a luta dos portugueses não se desenvolveu sem
perdas: os índios, de grande tradição caçadora e guerreira,
opuseram grande resistência ao português. Mas a caçada portuguesa
aos indígenas, ainda assim, foi implacável.
Bandeiras
São Paulo foi
o grande centro irradiador das Bandeiras. Enquanto as primeiras
Entradas possuíam por característica o recrutamento de uma
gente aventureira, sem compromissos oficiais, as primeiras
Bandeiras foram oficialmente organizadas pelo Governador-geral
D. Francisco de Sousa. Possuíram as Bandeiras caráter mais
pacífico que guerreiro, embora algumas das bandeiras, com
seus sertanistas experientes, foram contratadas para o extermínio
de índios ainda rebeldes à colonização e aos negros fugitivos
estabelecidos nos quilombos.
Um dos movimentos
bandeirantes organizados chegou a percorrer as maiores distâncias
de que se tem notícia entre todos os movimentos exploratórios
continentais: as jornadas empreendidas por Antônio Raposo
Tavares chegaram a somar distâncias percorridas de dez mil
quilômetros, abrangendo pioneiristicamente o espaço continental
sul-americano. Através das bandeiras, iniciou-se também a
exploração do espaço amazônico.
Também a expedição
comandada por Fernão Dias Pais foi importante: à procura do
ouro, Dias Pais morreu sem vislumbrar seu paraíso de riquezas.
Porém, seu filho, Garcia Pais, e seu genro, Manuel de Borba
Gato, prosseguiram na busca, fixando-se em Minas Gerais, uma
região que atraía muitas outras expedições bandeirantes. Estas
que vieram descobriram finalmente as tão almejadas minas auríferas
na região das Minas Gerais.
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