O
cientista inglês James Clerk Maxwell ao estudar a natureza
eletromagnética da luz, teorizou sobre certos fenômenos
ondulatórios produzidos pelo movimento vibratório
dos elétrons. A partir de 1879, o físico alemão
Heinrich Hertz realizou diversas experiências práticas
em que utilizou um circuito oscilante ou oscilador, dispositivo
no qual a corrente elétrica fica circulando ora num sentido,
ora em outro, devido ao fenômeno da auto-induçaõ
(o condutor produz um campo eletromagnético em si mesmo quando
é percorrido por uma corrente variável). As experiências
de Hertz foram o ponto de partida para a descoberta da radiotelegrafia,
radiotelefonia e televisão e abriram horizontes a outros
físicos como Eduard Branly e Guglielmo Marconi, que em 1896
patenteou o primeiro aparelho transmissor sem fios. As ondas sonoras
são variações da pressão do ar, e sua
propagação depende assim de um meio material. À
medida que a onda de som se propaga, o ar é primeiro comprimido
e depois rarefeito, pois é a mudança de pressão
no ar que produz o som. Para transmitir a voz humana ou a música,
é preciso converter as ondas sonoras em ondas eletromagnéticas
de radiofreqüência, e depois reconverte-las em sonoras
a fim de que possam ser ouvidas. O primeiro papel é desempenhado
primeiro pelo microfone e o segundo pelo alto-falante, com auxílio
de válvulas ou transistores. As estações transmissoras
produzem as ondas eletromagnéticas chamadas ondas hertzianas,
dentro de freqüências (e correspondentes amplitudes)
que são fixadas pelos governos, a fim de impedir interferência
de uma nas outras. Em geral, as emissoras comerciais usam a faixa
acima de 1000 metros de comprimento de onda. São ondas longas.
Os comprimentos de ondas entre 1000 e 100 metros correspondem a
ondas médias. As ondas curtas, de 100 a 10 metros, são
usadas para vários objetivos, como nas comunicações
policiais, na orientação de aviadores em vôo,
em radioamadorismo e programas intercontinentais. A diferença
fundamental entre o comportamento das ondas longas e das ondas curtas
é que as primeiras podem contornar obstáculos como
edifícios, montanhas, etc. As ondas curtas não podem
fazê-lo facilmente, mas em compensação podem
ser concentradas em finos feixes, qual fachos de luz. Esses feixes
podem então ser "dirigidos" e usados para orientar
ou detectar aviões, submarinos e foguetes balísticos.
Estão nesse caso as ondas de radar. As ondas usadas para
alta freqüências de rádio (VHF) e para televisão
são ainda mais curtas, com comprimento de onda menor que
3 metros.
WALT
DISNEY
Estados Unidos - 05/12/1901 - Quinta-feira
15/12/1966 - Quinta-feira |
Produtor cinematográfico
e um dos pioneiros do desenho animado comercial. Criador de Mickey,
Pato Donald, Tio Patinhas e dezenas de outros personagens. Disney
produziu diversos filmes, todos dirigidos ao público infantil
ou infanto-juvenil. Criou a série Maravilhas da Natureza
e fundou a Disneylândia.
PRIMEIRO
VÔO DO HOMEM
França - 23/10/1906 - Terça-feira |
Uma grande multidão
se reunia em Bagatelle, na França, para assistir à
façanha do brasileiro Santos-Dumont ao conquistar o prêmio
Archdeacon, quando o "14-bis", depois de tomar embalo,
percorreu os 100 metros exigidos, a 80 cm do solo. A aeronave ergue-se
a 50 metros e desenvolveu uma velocidade de 37 km/h. Era a primeira
vez que, diante de uma comissão oficialmente reconhecida,
um aparelho mais pesado que o ar se elevava do solo e tornava a
descer, depois de cumprir um percurso determinado, sem recorrer
a outros meios além de sua própria força motriz.
Estava inaugurada a era da aviação. Antes disso, em
1783, os franceses Pilâtre de Rozier e o Marquês d'Arlandes
tornaram-se os primeiros homens a deixar a superfície terrestre,
a bordo de um balão inflado com ar quente. Sobrevoaram Paris
a 1000 metros de altitude durante 25 minutos. O balão que
utilizaram precisava ficar ligado à terra por uma corda,
pois não havia mecanismos de controle e o balão acompanhava
a direção do vento. Em 1898 – o brasileiro Alberto
Santos Dumont instala um motor a gasolina em seu balão número
3, procurando solucionar o problema de dirigibilidade dos veículos
"mais leves que o ar". Em 1901, o mesmo Santos Dumont,
equipa o seu balão número 6 com um motor de 16 HP
e consegue contornar a Torre Eiffel em Paris, retornando ao ponto
de partida. Estava assim demonstrada a dirigibilidade dos balões.
Em 1903, os irmãos norte-americanos Orville e Wilbur Wright
conseguem ergue-se do solo em um aparelho mais pesado que o ar.
O vôo não durou senão 12 segundos, a uma velocidade
de 15 km/h. Em 1908, Santos Dumont constrói o "Demoiselle",
cujo desenho serviria de modelo a todos os projetistas que se seguiram.
O aparelho atingia 90 km/h. Em 1909, o francês Louis Blériot,
em corajosa façanha, atravessa ao Canal da Mancha, com um
aparelho que ele próprio construíra. A viagem demorou
37 minutos a uma velocidade de 58 km/h. Em 1910, o engenheiro francês,
Henri Fabre, constrói o primeiro hidravião, com flutuadores
que lhe permitem amerissar e levantar vôo na água.
De 1914 a 1918 o avião passa a ser utilizado como arma de
guerra. A princípio, apenas como observação
do inimigo e depois para ataque às tropas inimigas e bombardeio.
Em 1919, o alemão Junkers constrói o primeiro modelo
para transporte comercial, com asas totalmente metálicas.
Nesse mesmo ano, inauguram-se em todo o mundo algumas linhas aéreas
regulares. Em 1922, os portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral
cruzam pela primeira vez o Atlântico Sul.
AS
VITAMINAS
Estados Unidos - 1912 |
Longas viagens marítimas
eram uma aventura arriscada no século XVIII. Não era
tanto o perigo do desconhecido e sim uma estranha doença
que atacava a tripulação durante as viagens muito
demoradas. Os homens ficavam fracos, suas gengivas sangravam, perdiam
os dentes e os cabelos. Muitos morriam. Era o escorbuto. Durante
muito tempo os médicos procuraram, em vão, debelar
o estranho mal. Até que um dia, um comandante inglês
chamado Lind, descobriu que ele poderia ser evitado com a ingestão
de grandes quantidades de suco de limão e laranja. A incidência
do escorbuto diminui bastante. Percebeu-se, assim, que o escorbuto
não era provocado por micróbios. Relacionava-se com
a alimentação dos marinheiros, constituída,
basicamente, de peixe seco, toucinho defumado, carne salgada, feijão
e queijo. Tratava-se de uma doença carêncial, provocada
pela ausência de certa substância que mais tarde se
descobriu ser a vitamina C. Em 1912, Frederick Gowland Hopkins obteve
a primeira prova científica da existência das vitaminas,
demonstrando sua presença no leite. Chamou esses elementos
de "fatores alimentícios acessórios" em
contraposição aos essenciais: hidratos de carbono,
gorduras, sais minerais e água. O nome vitamina foi dado
no mesmo ano pelo cientista polonês Casimiro Funk. Ele acreditava
que essas substâncias pertencessem ao grupo das aminas e como
sua ausência poderia provocar a morte, chamou-as de "aminas
da vida" (em latim vitae amina). O nome ficou, embora se saiba
hoje que elas nada tem a ver com as aminas. As vitaminas são
substâncias orgânicas compostas de átomos de
carbono, hidrogênio e oxigênio. Algumas contém
também enxofre e nitrogênio. Podem ser constituídas
por moléculas pequenas, como a vitaminas C, ou grandes, como
a vitaminas A, formada por vinte átomos de carbono, trinta
de hidrogênio e um de oxigênio. Somente os vegetais
são capazes de construir moléculas completas de vitamina
a partir de certo elemento químico. Mesmo as vitaminas encontradas
no queijo, leite, ovos, carnes, etc., provêm dos vegetais
que serviram de alimento aos animais. Estes têm apenas a capacidade
de redistribuir algumas moléculas recebidas dos vegetais,
para formar certas vitaminas.
Em 1915, dois cientistas americanos, estabeleceram uma classificação
dividindo as vitaminas em dois grupos: as lipossolúveis –
solúveis em gordura, e as hidrossolúveis – solúveis
em água. Cada uma delas foi designada por uma letra do alfabeto
e quando eram misturas de outras vitaminas recebiam números
acrescentados às letras. As lipossolúveis são:
vitaminas A, D, E, K e ácidos gordurosos específicos.
O complexo B (B1, B2, B6, B12) e a vitamina C formam o grupo de
hidrossolúveis. Dezenas de vitaminas são conhecidas
hoje em dia. Mas nem todas são necessárias ao organismo
humano. Aparecem, principalmente, nas frutas, legumes e alimentos
frescos, que perdem boa parte de suas propriedades vitamínicas
quando cozidos ou guardados por muito tempo.
GUERRA
MUNDIAL
Europa - 28/07/1914 - Terça-feira
11/11/1918 - Segunda-feira |
Um automóvel
negro, descoberto, segue lentamente por uma ruela da cidade Sarajevo,
capital da Bósnia, precedido pela cavalaria. Repentinamente,
uma forte explosão de granada, dispersa a multidão
e atordoa as montarias. No mesmo momento, dois jovens saltam à
frente do veículo e um deles sobe no pára-lamas do
carro e dispara contra os ocupantes. Os guardas que acompanham o
cortejo lançam-se sobre o homicida e prendem-no. Sobre o
banco, jazem dois corpos inanimados: o do príncipe herdeiro
do Império Austro-Húngaro e o de sua esposa, a duquesa
Sofia de Hoenberg. O atentado ocorreu durante a visita do arquiduque
Francisco Fernando, a cujo império a Bósnia estava
anexada havia quatro anos. Fora obra de estudantes nacionalistas
bósnios, mas havia sido preparado em Belgrado, capital da
Sérvia, com a colaboração de oficiais sérvios.
O assassinato foi a causa imediata da guerra mais mortífera
que o mundo jamais conhecera até então. Esse conflito
estendeu-se a quase todos os países europeus, asiáticos
e americanos, e modificou a face da Europa. Havia muito que as rivalidades
coloniais e comerciais, originárias dos interesses econômicos
estavam em jogo. A guerra dos povos balcânicos contra os turcos,
a corrida armamentista e, sobretudo a formação de
dois blocos europeus antagônicos que se intimidavam mutuamente,
criavam uma situação tensa. De um lado, a Tríplice
Aliança, agrupando os Impérios Centrais, constituídos
pela Alemanha e Áustria-Hungria, mais a Itália, que
se desligou do grupo a seguir. De outro, a Tríplice Entente,
que compreendia a França, a Rússia e a Inglaterra.
Em 1914 pareciam apenas aguardar o momento mais oportuno para se
precipitarem na guerra. O gesto de rebeldia do estudante Princip
marcou essa ocasião. A ingerência de oficiais sérvios
no complô dos estudantes bósnios serviu de pretexto
para que a Austria-Hungria acertasse suas contas com a Sérvia,
seu principal adversário nos Balcãs. Certa do apoio
dos alemães, ela endereça à Servia um ultimatum,
cujas condições parecem inaceitáveis para um
Estado independente. Apesar disso, o Governo sérvio aceitou
todas as condições, menos uma. Não atendendo
a proposição da Inglaterra como mediadora, a Áustria,
precipitando os acontecimentos, declarou guerra à Sérvia,
a 28 de Julho de 1914. Em alguns dias, a maior parte da Europa estava
em pé de guerra. A Rússia mobiliza suas tropas e a
Alemanha lhe declara guerra, enquanto a França se prepara.
A 4 de agosto, as tropas alemãs invadem a Bélgica,
levando à guerra a Inglaterra, que sempre defendera a neutralidade
belga, em virtude de sua situação geográfica.
Até o Japão toma posição contra a Alemanha,
interessado na conquista das colônias germânicas do
Pacífico. Militarmente falando, a I Grande Guerra divide-se
em três grandes períodos: a guerra de movimento, em
1914, a guerra de posições, entre 1915 e 1918, e a
retomada da guerra de movimento, cujo desfecho se dá neste
último ano. Embora as batalhas decisivas tenham sido na fronteira
francesa, todos os países europeus são atingidos e
luta-se inclusive no mar. Ao iniciarem o conflito, todos estão
convencidos de que a guerra será violenta, mas curta. Pensam
que o encontro das tropas alemãs e francesas será
decisivo, pois numericamente as forças se eqüivalem.
A França conta ainda com os contingentes britânicos
e belgas. O Plano alemão consiste em colocar a França
fora de combate rapidamente, lançando contra ela a maior
parte de suas forças para depois atacar a Rússia.
Para evitar as fortificações francesas, o exército
alemão deveria atravessar a Bélgica e invadir a França
pelo norte. Vencida a resistência do pequeno exército
belga e malograda a resistência francesa na Lorena, os alemães
varrem o norte da França, chegando a 45 quilômetros
de Paris. O Governo e as Câmaras deixam a capital e instalam-se
em Bordéus. Como os alemães evitam Paris, os franceses
dão-lhe combate no Marne e após seis dias de luta
encarniçada, o Estado-maior inimigo dá ordem de retirada,
fixando-se na região de Aisne e do Somme. A batalha naval
que se trava em seguida não tem resultados mais definidos.
Finalmente estabilizadas as posições, passa-se à
guerra de trincheiras, que se estendem por 780 quilômetros
e milhões de homens morrerão aí. Na frente
oriental, também nenhum dos adversários pode obter
vantagens decisivas. Para aliviar a frente francesa, os russos tomam
a ofensiva, entrando na Prússia Oriental, onde são
derrotados, mas infligem séria derrota aos austríacos.
A partir daí a frente oriental se estabiliza, apesar da entrada
da Turquia na guerra, ao lado dos Impérios Centrais, no fim
do ano. Como os turcos mantêm o controle entre os mares Negro
e Egeu, torna-se difícil a ligação da Rússia
com seus aliados. Embora indefinida a situação, o
plano alemão malogrou. O Kaiser Guilherme II é obrigado
a fazer oque temia: manter a guerra em duas frentes simultâneas.
Na frente ocidental a luta de aspecto. Após a guerra de movimento,
a guerra de trincheira. Enterrados em profundas escavações,
mal protegidos por sacos de terra e cercas de arame farpado, reabastecidos
com dificuldade, os combatentes suportam os rigores do inverno,
os ratos, os vermes. Mas, piores que tudo, os bombardeios dos primeiros
aviões alemães, que põem abaixo as fortificações
improvisadas, causando pânico. O armamento modifica-se: o
capacete de aço substitui o quepe, a granada e os obuses
tornam-se mais úteis que os fuzil, no combate de trincheiras.
Avançar é quase impossível, pois a artilharia
é impotente para resguardar os combatentes dos obuses e das
metralhadoras inimigas. E para fornecer armas e munições
suficientes, os beligerantes engajam todos os recursos industriais,
mobilizando assim os recursos econômicos das nações
para o esforço de guerra. A Lituânia e a Polônia
são conquistadas pelos alemães, que não conseguem,
no entanto, fazer capitular os russos, abatidos por enormes perdas.
Os aliados, batidos no estreito de Dardanelos, nada podem fazer
pelos russos. Entrando na guerra, a Bulgária, juntamente
com a Áustria, destrói os exércitos sérvios,
cujos remanescentes desembarcam em Corfu. Por outro lado, aliando-se
à Tríplice Entente, a Itália obriga a Áustria-Hungria
a lutar numa segunda frente de batalha. O ano de 1916 está
ligando à uma cidadezinha francesa, Verdun, sinônimo
de inferno para os que aí lutaram. Com essa batalha, iniciam-se
várias táticas de guerra moderna: mais que a derrota
do inimigo, deseja-se o seu aniquilamento, através de ataques
sucessivos e limitados. O comando alemão pretendia esgotar
os franceses, surpreendendo-os pela intensidade dos ataques e pela
violência dos bombardeios. Mas Verdun não cairá.
A calma energia do General francês faz com que fruste o plano
alemão e quinhentos mil homens dos dois lados morrerão.
Na frente oriental, os russos invadem a Galícia austríaca
com êxito. E a Romênia declara guerra aos Impérios
Centrais, é invadida e ocupada. Mas o saldo dos aliados é
positivo. Em dezembro de 1916 os Impérios Centrais tentam
um armistício. Julgando enfraquecido o adversário,
os Aliados recusam, apesar de tudo. A situação interna
da Rússia, no entanto, era desesperadora: perdas espantosas,
carestia, exaustão popular. Em Petrogado, no mês de
fevereiro de 1917, uma revolta popular derruba o czar e, em Outubro,
a Revolução Socialista triunfa no país. Em
meio à difícil situação interna, os
russos retiram-se da guerra, firmando, em março de 1918 o
armistício de Brest-Litovsk, que beneficia os alemães.
No entanto, essa vantagem foi apagada em abril de 1917 pela entrada
dos Estados Unidos da América na guerra, ao lado da Tríplice
Entente. Essa decisão é ditada pelos interesses norte-americanos
na Europa e por sua afinidade política com a França
e a Inglaterra. Alguns países latino-americanos acompanham
os Estados Unidos. Enquanto chegavam as primeiras tropas da América
do Norte, os franceses atacavam a região de Arras, no norte
da França, tentando uma vitória que não veio.
Nessa batalha, pela primeira vez, foram usados tanques, pela tropas
inglesas. Em julho de 1918, depois de unificado o comando aliado,
estava reconquistado todo o norte da França e o exército
alemão começava a perder. Os ingleses, no ano anterior,
tinham levantado contra os turcos, os árabes, que apoderam-se
de Bagdá e Jerusalém. Na Grécia, as tropas
franco-inglesas conseguem romper a frente Búlgura, liberando
a seguir a Sérvia e a Romênia. Os Italianos ocupam
Trento e Trieste. Perdida a causa dos Impérios Centrais,
a Bulgária e a Turquia retiram-se da guerra, seguidas pela
Áustria-Hungria, que estava em plena desagregação.
No início de novembro, poloneses e tchecos proclamam sua
independência, ao mesmo tempo que nascia a Iugoslávia.
A 6 de outubro de 1918, o presidente dos Estados Unidos recebe uma
nota alemã solicitando o armistício e aceitando as
bases americanas para a paz. Os americanos respondem que só
assinariam o tratato de paz com um governo democrático e
exigia a abdicação de Guilherme II. Como estourasse
uma revolução, o imperador viu-se obrigado a renunciar,
partindo para o exílio. O governo da nação
passou para a mão dos socialistas e criou-se a República
de Weimar e a 11 de novembro assinou o armistício, que seria
confirmado pelos tratados de Versalhes (julho de 1919), de Saint-Germain
(setembro de 1919), de Neuilly (novembro de 1919) e de Sèvres
(agosto de 1920). Mas a convulsão que havia levado à
morte de 8 milhões de europeus marcava o declínio
da hegemonia política e econômica da Europa e os vencedores
de 1918 foram incapazes de reorganizar o continente numa paz durável:
duas décadas depois, com início na Europa, o mundo
seria envolvido por uma guerra ainda mais terrível: a Segunda
Guerra Mundial.
GRIPE
ESPANHOLA
Europa - 1917 |
A gripe ou influenza
é uma doença infecciosa, geralmente benigna, provocada
por vírus e transmitida por contato direto. Algumas vezes,
em decorrência de mutações genéticas
do vírus, pode transformar-se em doença fatal. Alguns
autores afirmam que o termo "gripe" tem origem em "grippé",
expressão usada pelas escolas médicas francesas do
século XVIII para definir o aspecto tenso e contraído
do doente. Quando, em 1890, um surto de gripe de grandes proporções
varre a Europa, propagando-se até atingir o continente americano,
a medicina já adotava as teorias pasteurianas sobre a origem
microbiana das doenças infecciosas. Nesse contexto, em 1891,
o médico alemão Richard Pfeiffer isola um bacilo ao
qual passa a ser atribuída a causa da doença. Em 1918,
uma epidemia de gripe originada na Espanha generaliza-se pela Europa,
então marcada pelos efeitos da I Guerra Mundial, e de lá
propaga-se para a Ásia e o continente americano, tornando-se
uma pandemia. As estimativas apontam cerca de vinte milhões
de mortos entre os seiscentos milhões de infectados em todo
o mundo. O despreparo dos poderes públicos para enfrentar
os problemas de saúde pública, aliado às precárias
condições de saneamento e assistência médica,
potencializam os efeitos da doença nos países subdesenvolvidos.
ANTIBIÓTICO
Escócia - 14/02/1928 - Terça-feira |
Durante séculos
acreditou-se que as doenças fossem causadas por maus espíritos
ou forças sobrenaturais. Depois, pensou-se que os gases venenosos
de águas estagnadas ou a matéria em decomposição
provocavam moléstias.
No século XVI um médico de Verona, Girolamo Fracastoro,
apresentou a hipótese de que a sífilis fosse transmitida
por certas estranhas partículas que, contudo, jamais especificou.
E não as julgava vivas. No século XVII um fabricante
de lentes, o holandês Anton Leeuwenhoek, tendo construído
um microscópio, surpreendeu-se ao examinar uma gota de chuva:
nela nadavam inúmeros bichinhos. Olhando outros materiais
– inclusive dentes e partes de intestino – observou
a mesma coisa: estes bichinhos – "criaturas ovais",
como os chamava – viviam em todos os lugares. Ele não
sabia que tinha descoberto as bactérias. Na época
acreditava-se que esses seres microscópios aparecessem espontaneamente
de material não vivo. Pensava-se que as moscas e os vermes
surgissem da carne em putrefação. Toda essa teoria,
no entanto, foi combatida por um italiano, Francesco Redi, que fazia
estudos sobre a conservação de alimentos. Foi ele
quem afirmou: "todo ser vivo vem de outro ser vivo".
No século XVIII, o padre Lazzaro Spallanzani, após
preparar uma infusão de sementes, dividiu o líquido
em dois frascos, lacrando um deles para evitar a entrada de ar.
Depois deixou-os uma hora em água fervendo. Alguns dias depois
examinou ao microscópio o conteúdo dos dois vidros.
O líquido do frasco lacrado nada apresentava; no líquido
do outro frasco nadavam milhares de bactérias. Dessa experiência,
o padre deduziu, corretamente, que as bactérias haviam sido
trazidas pelo ar que se introduzira no vidro não lacrado.
O Experimento acelerou o estudo desses seres, permitindo ao homem
equipar-se melhor na luta contra as bactérias patógenas
– causadoras de moléstias. Louis Pasteur (1822-1895)
identificou o bacilo de carbúnculo e a bactéria da
cólera, e descobriu os meios de lhes dar combate. Mostrou
também que a fermentação e o coalho do leite
são ocasionados por microorganismos existentes no ar. O alemão
Karl Eberth (1843-1910) descobriu em 1880 o bacilo causador da febre
tifóide. Outro alemão, Robert Koch, isolou a bactéria
da cólera (descoberta por Pasteur em 1882) e descobriu o
bacilo da tuberculose, que tomou o nome de "bacilo de Koch".
O da difteria foi descoberto por Frederico Leoffler (1852-1915),
também alemão. Assim, com esses conhecimentos, foi
possível encontrar os meios da luta contra as doenças.
E um dos mais importantes antibióticos descobertos na época
foi a penicilina.
O pesquisador escocês Alexander Fleming observava ao microscópio
o crescimento de uma colônia de bactérias Staphylococcus
aureus, que causam graves infecções no organismo humano.
Para sua frustração, constatou que um fungo havia
contaminado a placa de vidro em que as bactérias se desenvolviam
e começara a crescer. Provavelmente, um esporo – o
corpúsculo reprodutivo dos fungos – havia entrado pela
janela, que fora deixara aberta na noite anterior. Por algum motivo,
no lugar de considerar o trabalho perdido como faria normalmente,
Alexander Fleming decidiu acompanhar o crescimento daquele fungo,
o Penicillium notatum. Sua curiosidade foi recompensada: o Penicillium
produzia substâncias que destruíam os estafilococos
à sua volta! E ele pesquisava justamente um medicamento que
pudesse eliminar bactérias causadoras de doenças.
O passo seguinte foi identificar e isolar aquela poderosa substância
que matava bactérias. Fleming deu a ela o nome de penicilina.
Nos anos seguintes, tais fungos passaram a ser cultivados em laboratórios
iniciando-se a produção em escala industrial de antibióticos
que atacavam microorganismos que não eram eliminados pelo
sistema imunológico humano. Graças a esses medicamentos,
doenças infecciosas como pneumonia, escarlatina, sífilis,
gonorréia, febre reumática, septicemia e tuberculose,
deixaram de ser fatais. Durante a Segunda Guerra Mundial, a penicilina
salvou a vida de milhões de soldados feridos nos campos de
batalha. Fleming não é o único herói
desta história. Foram dois pesquisadores da Universidade
de Oxford, Howard Florey e Ernst Chain, que conseguiram em 1937
purificar a penicilina, uma etapa importante para seu uso mais seguro
em seres humanos. Nos Estados Unidos, pesquisadores multiplicaram
a produção, até então era feita em pequenas
garrafas, para uma escala industrial em grandes tanques especiais.
A partir de 1940, o medicamento passou a ser aplicado com injeções.
Logo a penicilina estava ao alcance de todos e a preços cada
vez menores. Uma revolução na Medicina que salvou
milhões de vidas.
ELVIS
PRESLEY
Estados Unidos - 08/01/1935 - Terça-feira
16/08/1977 - Terça-feira |
Rei do Rock'n Roll
e modelo do "sonho americano". Em 1954 era chofer de caminhão
e resolveu gravar então, um disco para seu próprio
uso, mas o proprietário do estúdio ficou entusiasmado
com sua voz e convidou-o para gravar profissionalmente. Em 1956
já era campeão de vendagem nos Estados Unidos. Iniciou-se
então, uma série de filmes campeões de bilheteria.
Atacou o puritanismo ao rebolar loucamente durante seus shows e
influenciou todos os cantores que vieram após ele, inclusive
os Beatles.
ABREUGRAFIA/Brasil
- 1936 |
Método de
diagnóstico precoce da tuberculose. É baseado na obtenção
de radiografias do tórax pela fotografia da tela radioscópica.
A técnica é o resultado da impressão direta
dos feixes de raios X sobre o filme radiológico, após
atravessarem o corpo humano.
II
GUERRA MUNDIAL
Europa - 01/09/1939 - Sexta-feira
02/09/1945 - Domingo |
O término
da Primeira Guerra Mundial, põe fim às hostilidades
militares entre os países em conflito, mas lança as
questões que levam à explosão da Segunda Guerra.
A Europa e o mundo sob influência européia, atravessou
uma crise muito grave, pois a I Guerra provocou uma destruição
material como nunca se tinha visto antes. A maioria dos países
envolvidos encontrou muitas dificuldades para se reorganizar nesse
período. Houve muito desemprego, inflação e
dificuldade para reintegrar à vida civil os milhões
de ex-soldados, muitos dos quais tinham sido mutilados. A mendicância,
inclusive de ex-combatentes, se tornou parte da paisagem alemã.
Essa situação dramática do pós-guerra
gerava grande insatisfação entre a população
de vários países. As massas populares viviam numa
situação de desespero, o que ocasionou uma onda de
protestos, greves e revoltas. A gravidade dos problemas enfrentados
fez com que as soluções radicais fossem bem-vindas.
O Tratado de Versalhes, de 1919, que estabelece a paz entre os países
vencedores e a Alemanha, impõe a esta condições
duras, sobretudo no que se refere às reparações
de guerra. A Guerra Civil Espanhola de 1936 a 1939 serviu de ensaio
geral para o novo papel alemão. Em 1936, a Frente Popular
– coligação de republicanos, socialistas e sindicalistas
– assumira o poder na Espanha. A reação ao novo
governo foi liderada pelo General Francisco Franco, que contava
com o apoio de setores do exército e do Partido da Falange
Facista, criado em 1933. Hitler saiu em auxílio de Franco,
o que lhe permitiu vencer – depois de três anos de luta
– a Frente Popular, auxiliada por voluntários socialistas
vindos de várias partes do mundo. A Itália acompanhou
a Alemanha; França e Inglaterra permaneceram neutras. Desde
o final de 1937, o governo alemão e os chefes militares julgavam
que suas forças armadas deveriam estar preparadas para uma
guerra de grande envergadura. O raciocínio de Hitler baseava-se
na convicção de que este seria o melhor momento, pois
mais tarde, haveria o risco de a França, a Inglaterra e a
União Soviética terem recuperado o tempo perdido com
uma política lenta de rearmamento. A decisão em relação
à Áustria foi acelerada pela certeza de que uma política
agressiva acabaria sendo aceita, como de fato aconteceu, e a anexação
da Áustria pela Alemanha, em 1938, constitui o primeiro e
mais espetacular ato na direção de uma "grande
Alemanha". O pretexto de Hitler para continuar sua expansão
era o de tornar alemãs todas as zonas habitadas por alemães.
Para acabar com essa justificativa, França e Inglaterra assinaram
com ele o Tratado de Munique, pelo qual os Sudetos (parte norte
da Thecoslováquia, habitada por cidadãos alemães)
passariam para a Alemanha, em setembro de 1938. Em 1939, a Alemanha
acelerava seus passos buscando agregar, por meio de acordos políticos
e econômicos, países como a Iugoslávia, a Romênia,
a Bulgária e a Turquia. A ocupação militar
da Boêmia e da Morávia tornava a Alemanha um país
de 90 milhões de habitantes, com um produto nacional mais
de três vezes superior ao francês e quase o dobro do
inglês. Em março de 1939, Hitler invade a parte restante
da Thecoslováquia e ameaça também invadir a
Polônia, quando Paris e Londres garantiram ao país
ameaçado sua ajuda militar. Já a União Soviética
assinava um pacto de não-agressão com o füher,
válido por cinco anos, no qual a Polônia era repartida
entre ambas. Hitler ataca a Polônia a 1º de setembro,
em "represália" a uma suposta violação
polonesa das fronteiras e a 3 de setembro recebe a declaração
de guerra da França e da Inglaterra. O que se viu daí
em diante, foi só destruição de ambos os lados
envolvidos e um saldo de 45 milhões de vidas perdidas. Mas
o fato que mais marcou só foi descoberto após o fim
da guerra: as atrocidades cometidas pelas autoridades alemães
contra os povos de origem judaica nos campos de concentração
nazistas. Para os nazistas, tratou-se de solução final;
para a humanidade, tratou-se do Holocausto. Não há
explicações especificamente militares para o genocídio.
O nazismo cresceu como força política apoiando-se
numa plataforma racista, anti-semita e anticomunista. As leis anti-semitas
foram estendidas da Alemanha para todos os territórios anexados
e ocupados. Mas as grandes concentrações judaicas
estavam na Polônia e na União Soviética. A legislação
alemã há muito introduzira a mais absoluta segregação.
Os judeus foram obrigados desde o uso da estrela amarela de Davi
até, finalmente, ao confinamento nos guetos de todas as cidades
ocupadas. Inicialmente deixou-se à fome e aos trabalhos forçados
a responsabilidade de dizimação. A execução
em massa de judeus iniciou-se na parte da União Soviética
ocupada pela Alemanha: mais de 100 mil por mês, até
um total de 1 milhão. Pouco a pouco, todos os judeus dos
territórios sob dominação nazista foram transportados
para os campos de concentração, onde, na câmara
de gás, o monóxido de carbono e o ácido prússico
completaram o genocídio. Além dos judeus, outros grupos
foram dizimados, como os ciganos e os doentes mentais. Outro fato
que também marcou essa terrível guerra foi a explosão
de duas bombas atômicas sobre as cidades japonesas de Hiroxima
e Nagasaki, onde o mundo assistiu emudecido ao episódio fantástico
que acabou por revolucionar todas as técnicas de guerra e
as próprias relações internacionais.
COMPUTADOR
Estados Unidos - 1940 |
Um dos aspectos fundamentais
da conquista da natureza pelo homem é a chamada "quantificação
do mundo": atribuição de uma medida, de um número,
que permite fazer previsões por meio do cálculo e
fundamentar racionalmente as decisões. O cálculo,
e mais precisamente o Cálculo Numérico, se incorpora
a esse mundo quantificado. Dado um problema teórico, técnico
ou prático, preocupa-se o Cálculo Numérico
em chegar a um número, dentro de certa aproximação.
Para tal fim, emprega vários processos, que são verificados
pela álgebra e pela análise matemática. Se
é simples resolver um sistema de poucas equações,
com mais de três, o cálculo direto é trabalhoso,
e para encontrar a solução numérica requerem-se
métodos mais modernos, fornecidos pela análise matemática.
Além desse problema – resolução de sistemas
de equações – , existem outros que interessam
aos especialistas: verificação de uma fórmula,
estudo de matrizes, derivadas e integrais. A crescente complexidade
dos problemas torna o cálculo impossível dispondo-se
apenas de papel e lápis. E, para aumentar sua capacidade
de calcular, o homem recorreu a vários instrumentos apropriados.
Um dos mais tradicionais é o ábaco chinês. A
partir de 1600, com a invenção dos logaritmos, pode
construir-se a régua de cálculo. A mecanização
dos cálculos teve início com Pascal (1642) e Leibnitz
(1694), mas só recentemente as máquinas calculadoras
atingiram um nível aceitável. Depois de 1945, graças
à eletrônica, nasceu a maravilha chamada computador.
Em nenhum campo a ciência eletrônica foi tão
importante quanto na construção de computadores, imensos
cérebros mecânicos que fazem cálculos melhor
que o homem. Feitos primeiro com milhares de tubos eletrônicos,
e atualmente com minúsculos transistores, os computadores
até parecem ter vontade própria. Cometem enganos,
mas os corrigem sozinhos. Alguns estão sendo ensinados para
falar, enquanto outros foram treinados para traduzir simultaneamente
várias línguas, fazer cirurgias comandadas por especialistas
a quilômetros de distância. E já há computadores
capazes de projetar outros, reproduzindo assim sua própria
espécie. Eles resultaram da necessidade de maior rapidez
e precisão nos cálculos. Com o desenvolvimento da
ciência espacial, não se podem mais subestimar os erros
de cálculos por pequenos que sejam. O computador eletrônico
representa um progresso comparável aos novos conhecimentos
sobre energia nuclear ou às explorações do
espaço cósmico. E coube a Leon Bollee criar em 1889,
a primeira máquina que fazia multiplicações
diretamente e não por adições sucessivas. Em
1890 foi realizado nos Estados Unidos o primeiro recenseamento com
o auxílio de um computador, projetado por Herman Hollerith.
Desde então os computadores automáticos passaram a
ter progressos cada vez mais notáveis, até chegar-se
ao computador seqüencial , máquina capaz de efetuar
uma longa série de operações sem intervenção
do operador. Em 1940, Stabtiz apresenta o primeiro desses computadores,
semi- automático. Três anos depois, Howard H.Aiken
cria o "Mark I", usado durante a II Guerra Mundial para
acelerar os projetos da bomba atômica e dos foguetes teleguiados.
Em 1946 surgia o "ENIAC" (Electrônic Numerical Integrator
and Calculator), o primeiro computador totalmente eletrônico
da história. Fazia 5 mil somas por segundo e pesava 30 toneladas.
A partir de 1958 – quando suas volumosas válvulas puderam
ser substituídas por transistores de poucos milímetros
de diâmetro – foram lançados modelos cada vez
mais aperfeiçoados, com maior rapidez de cálculo,
maior eficiência e maior economia. Desenvolveu-se também
a cibernética, que é a ciência da comunicação
e controle no animal e na máquina, foi o conceito introduzido
pelo matemático Norbert Wiener. A Cibernética pode
ser descrita como uma ciência geral dos organismos, independentemente
dos órgãos que os compõem; segundo ela, mediante
algum tipo de estímulo é possível descobrir
e analisar as dependências matemáticas que relacionam
as entradas (input) com as saídas (output) num dado sistema,
determinar-lhe a estrutura, bem como realizar a pesquisa de sistemas
não conhecidos.
Graças ao progresso da eletrônica, o homem pôde
dedicar-se melhor ao trabalho mental. Na verdade, é o sistema
nervoso do homens que está sendo substituído pelo
controle automático, o qual passa a constituir uma mecanização
do cérebro. O controle se diz realmente automático
quando as máquinas são construídas de modo
a se regularem sozinhas. Nisso elas imitam o comportamento humano,
que também é auto-regulado através do processo
de retroação ou realimentação (feedback).
Esta noção de retroação, típica
dos aparelhos automáticos, foi estendida ao comportamento
dos animais porque a vida e a própria compreensão
intelectual não deixam de ser uma resposta a determinados
sinais ou estímulos que vêm de fora e vão para
dentro do cérebro, através dos neurônios. Com
um sinal – expressão pela qual nos comunicamos com
nossos semelhantes – é um fato físico que pode
ser medido e controlado, ele pode ser transmitido, sob a forma de
impulso magnético, a um cérebro eletrônico ou
computador.
Além dos computadores, a cibernética deu origem à
teoria da informação, que procura, basicamente, avaliar
matematicamente a quantidade de informação contida
num determinado sinal, seja ele um estímulo elétrico
como no telégrafo ou uma palavra como na comunicação
humana. Segundo Norbert Wiener, considerado o pai da cibernética,
tanto nos homens como nas máquinas existe uma sistema que
recolhe informações do mundo exterior e as utiliza
para o funcionamento do aparelho (seja ele vivo ou não),
após um processo interior de transformação.
PELÉ
- EDSON ARANTES DO NASCIMENTO
Brasil - 23/10/1940 - Quarta-feira |
Desde os primórdios
da História encontramos o homem ligado a atividades físicas
e desportivas. As grandes civilizações ocidentais
que nos precederam deixaram em seu acervo cultural vestígios
dos mais marcantes esportes de seu período. Assim foi com
os Jogos Olímpicos da antiga Grécia, as lutas de gladiadores
no Coliseu romano, os torneios de cavalaria e as competições
de arco e flecha da Idade Média e agora, no século
XX, o esporte da nossa civilização é, sem dúvida,
o futebol. E quando se fala em futebol, o nome de Pelé é
logo lembrado. Pelé, cidadão do mundo, aclamado em
Paris Rei do Futebol e Atleta do Século, jogou em mais de
cem países e é admirado em todos os continentes, mas
Edson Arantes do Nascimento tem sua vida marcada principalmente
por quatro cidades em que morou: Três Corações,
Bauru, Santos e Nova York. Edson nasceu na pequena Três Corações,
em Minas Gerais e descobriu o futebol em Bauru, mas foi em Santos
que iniciou uma carreira de 18 anos seguidos num mesmo clube, despedindo-se
em 1974, na Vila Belmiro. Voltou a jogar novamente pelo New York
Cosmos em 1975 e parou definitivamente em 1977. Foi no Maracanã
que ele estreou na seleção brasileira, aos 16 anos,
em 7 de Julho de 1957, fazendo um gol contra a Argentina. Era só
o começo de uma seqüência que tornaria lendário
o craque da camisa 10, incluindo a conquista dos títulos
mundiais de 1958, 1962 e 1970. No Rio, Pelé marcou, em 5
de março de 1961, "o gol de placa", numa jogada
maravilhosa pelo Santos contra o Fluminense, que levou o jornal
paulista O Esporte a colocar uma placa no estádio para imortalizar
aquele gol. Em 1962, também no Maracanã, o Santos
de Pelé bateu o Benfica por 3 a 2 e garantiu o primeiro título
mundial de clubes alguns dias depois, com 5 a 2 sobre o time português,
em Lisboa. O miléssimo gol, numa partida entre Santos e Vasco,
em 19 de novembro do ano de 1969, fora mais um dos destaques do
fantástico Pelé. Em São Paulo, Pelé
comandou vitórias inesquecíveis do Santos, no Pacaembu
e no Morumbi. A estréia do garoto Pelé no Santos foi
num amistoso contra o Corinthians de Santo André, em 1956.
A partir de 1957, o atacante passou a aterrorizar os grandes clubes
paulistanos. As vitórias e os títulos se acumulavam
e na maioria dos confrontos ele desequilibrava as disputas. A bola
sempre foi a sua grande paixão. Com 17 anos tornou-se artilheiro
do Campeonato Paulista de 1957 e em nove campeonatos seguidos, até
1965, e voltou a ser artilheiro em 1969 e 1973. No campeonato de
1958, marcou 58 gols. Grande parte do prestígio de Pelé,
nos anos 60, foi conquistada em longas excursões do Santos
pela América Latina, Europa, Ásia e África.
O título de Atleta do Século, ninguém lhe tira.
E sua condição de melhor jogador de todos os tempos
só será ameaçada se, no próximo milênio,
alguém, de algum lugar, ganhar três Copas do Mundo,
dois Mundiais de Clubes, dez títulos regionais, marcar mais
de mil gols e fizer jogadas fantásticas, daquelas que dão
orgulho a quem um dia viu Pelé em campo. Para se ter uma
idéia das coisas fantásticas que envolviam Pelé
e sua popularidade em todos os cantos do mundo, eis algumas histórias:
. O dia em que o árbitro foi expulso - no estádio
El Campin, estão em campo Santos e Millionarios. A partida
é a grande atração do dia, mas o juiz quase
estraga tudo. O árbitro anula um gol seu e o expulsa por
reclamação. A torcida, que lota o estádio,
ameaça derrubar o alambrado, começa a atirar objetos
para dentro do campo e a atear fogo nas arquibancadas. Temendo uma
tragédia, a polícia faz com que o juiz saia de fininho,
coloca um bandeirinha em seu lugar e promove a volta de Pelé,
que marca mais três gols. Resultado final: Santos 5 x 1 Millionarios.
. O Xá espera por uma foto com o ídolo - ao voltar
de um jogo em Salvador, a aeronave que conduz o time do Santos recebe
uma estranha mensagem da torre de controle do Aeroporto de Congonhas.
"Nosso espaço aéreo está interditado a
todos os aviões para segurança do Xá do Irã."
A ordem não é válida para o aivão que
traz o Santos. Faz duas horas que o Xá espera sua chegada
para conseguir um autógrafo e uma foto ao lado de Pelé.
. A estrela brilha na Casa Branca - após dar boas-vindas
a Pelé em nome dos Estados Unidos, o presidente Gerard Ford
leva o hóspede para o gramado da residência oficial.
Entregando uma bola ao jogador, Ford pede: "Mostre-me como
se faz." Com mestria, Pelé brinca com a bola, fazendo
embaixadas. Ao receber a bola de Pelé, o presidente não
consegue imitá-lo. Atento, o atacante brasileiro pede a Ford
que mostre como se joga o futebol americano, pois o presidente praticara
o esporte no passado. O presidente, então, faz a pose clássica
e lança a bola. Pelé, como se também fosse
um ex-jogador de futebol americano, agarra a bola no ar e a devolve.
Em seguida ao lance, sem prestar a menor atenção ao
presidente, um garoto aproxima-se de Pelé e pede um autógrafo.
"Você já viu quem é o mais popular entre
nós dois aqui", comenta Ford, sorrindo. . John Lennon
teve de engolir essa - Assim que o avião em que estava chega
ao terminal de passageiros de Tóquio, o ex-lider dos Beatles,
John Lennon, vê centenas de fotógrafos pela janela.
Logo diz a seu empresário que não está disposto
a dar entrevistas e chega a pedir um esquema especial para não
ser incomodado. Dessa vez, porém, o trabalho pôde ser
esquecido. Ao entrar no carro que fora buscá-lo, o ex-Beatle
vê que a agitação não era por causa dele.
É então que entende que o fotógrafos aguardam
o desembarque de Pelé. Mais tarde, numa entrevista coletiva,
Lennon diz: "Eu imaginava que os Beatles eram os mais famosos
do mundo, mas só hoje pude me render aos fatos." . Só
mesmo ele para parar uma guerra - No ano de 1969 o Santos havia
acertado um amistoso com um time da África, em Brazzaville.
Só que meses depois, a região está em guerra
civil, entre as forças de Kinshasa e Brazzaville. Antes de
chegar lá, a delegação passa por Kinshasa e
é escoltada por soldados locais, que transferem a guarda
para as forças inimigas no meio do rio que separa as duas
regiões. No dia seguinte ao jogo, o time volta a Kinshasa
e é avisado de que só poderá partir se também
jogar naquela cidade. O Santos joga, Pelé recebe muitas homenagens,
a equipe segue viagem em paz e, só então, a guerra
recomeça.
BOMBA
ATÔMICA
Estados Unidos - 16/07/1945 - Segunda-feira |
Cinco e trinta da
manhã do dia 16 de julho de 1945 (segunda-feira). Um imenso
clarão substituiu o sol no deserto de Alamogordo (Novo México),
iluminando as montanhas a 16 quilômetro de distância.
Súbita onda de calor intenso e, a seguir, um tremendo estrondo
ecoou pelo vale. Uma bola de fogo subiu rapidamente, seguida de
massas de nuvens em forma de cogumelo que atingiram mais de 12000
metros de altura. A torre de onde partira a detonação,
desintegrou-se e a superfície do deserto em redor fundiu-se
como vidro num raio de 800 metros. A 10 quilômetros de distância,
instalados num abrigo subterrâneo, membros do governo americano
que assistiam à explosão da primeira bomba atômica
experimental. Era a conseqüência infeliz e desumana de
um esforço científico que deveria ter sido apenas
aplicado para fins pacíficos. No início de 1939, antes
que fosse deflagrada a II Guerra Mundial, um grupo de cientistas
residentes nos Estados Unidos tomou conhecimento de que a Alemanha
trabalhava no projeto de uma bomba atômica. Esses cientistas
vinham tentando várias experiências relacionadas com
a desintegração dos átomos de urânio,
que levariam à construção do primeiro reator
atômico. Sabiam, portanto, do risco que corriam as nações
se uma bomba baseada na fissão nuclear fosse usada numa guerra,
bem como, as vantagens que teria o país que as dispusesse.
Recorreram, então, ao alemão Albert Einstein, o mais
ilustre dos cientistas vivos refugiado nos Estados Unidos. Einstein
endereçou então uma carta ao Presidente Roosevelt
e nela dizia que havia razões para se acreditar que o urânio
poderia se tornar uma poderosa fonte de energia e que pesquisas
recentes de Fermi e Szilard, nos Estados Unidos, e de Joliot, na
França, indicavam claramente que uma reação
em cadeia poderia ser realizada, capaz de produzir e liberar grande
quantidade de energia. Esta reação, observou o cientista,
poderia vir a ser utilizada numa bomba atômica de efeitos
devastadores. Muitas descobertas científicas se fizeram por
mais de quarenta anos, antes da construção da arma
mortífera. Em 1897, J.J.Thomson descobriu o elétron.
Em 1910, Rutherford conduziu suas experiências com as partículas
alfa, e assim concluiu que o átomo tinha um pesado núcleo
positivo, rodeado por pequenas partículas negativas, as quais
ele identificou como elétrons. Em 1919, o mesmo Rutherford
realizou a primeira reação nuclear. Os nêutrons
foram constatados experimentalmente por Chadwick em 1932, e, em
1938, Hahn e Strassmann descobriram a fissão do urânio,
usando nêutrons como mísseis. Alertado, o Presidente
Roosevelt determinou a constituição do Comitê
Consultivo para o Urânio e todas as facilidades e recursos
foram colocados à disposição dos cientistas.
A 2 de dezembro de 1942 entrou em funcionamento, em Chicago, o primeiro
reator atômico. Finalmente, chega o dia de testar tão
pavoroso invento contra as populações civis, com o
pretexto de acabar com a guerra. O Japão já se achava
praticamente derrotado e ainda assim, o governo americano resolveu
lança-lo sobre a cidade de Hiroxima. Eram 8h15 da manhã,
hora do Japão, de 6 de agosto de 1945 (segunda-feira). A
explosão, de força correspondente à de 20.000
toneladas de TNT, devastou instantânea e completamente 10
km2 do coração da cidade de 343 mil habitantes. Deste
número, 66 mil foram mortos e 69 mil feridos. Mais de 67%
da cidade foi destruída ou seriamente atingida. A segunda
bomba caiu às 11h02, hora do Japão, de 9 de agosto
de 1945 (quinta-feira), na cidade de Nagasaki. Trinta e nove mil
pessoas morreram e vinte e cinco mil ficaram feridas; a destruição
atingiu 40% da cidade.
POLIOMIELITE
Estados Unidos - 1955 |
É uma inflamação
da medula espinhal provocada por um certo tipo de vírus.
Os vírus são personagens microscópicos, cuja
identidade tem sido difícil de classificar. Um dos maiores
problemas que os cientistas enfrentam para estuda-los é a
sua dimensão: o tamanho médio de um vírus não
vai além de 0,2 mícron (cada mícron é
igual a um milésimo de milímetro), o que torna necessário
o microscópio eletrônico para fotografá-los.
Outro sério obstáculo é o fato de os vírus
apresentarem uma estrutura cristalina – como as substâncias
minerais – e no entanto se reproduzem como seres vivos, por
um processo semelhante aos organismos unicelulares. Explorando o
fato de serem muito pequenos, causam toda sorte de problemas, que
vão desde o resfriado e o sarampo, que todo mundo tem se
conseqüências, até as moléstias graves
e deformantes, como a varíola e a poliomielite. Assim que
penetra no organismo humano, o vírus da pólio encaminha-se
para a medula espinhal, que é a parte do sistema nervoso
central. Ainda não se sabe direito qual o caminho que ele
percorre, mas os cientistas imaginam que, depois de se introduzir
no corpo pelas mucosas nasais e pelo tubo digestivo, ele utilize
as vias linfáticas para alcançar seu objetivo. A medula
parece um cordão branco e fica dentro da coluna dorsal, em
ligação com o cérebro. A caixa craniana e o
tubo constituído pelas justaposição das vértebras
da coluna mantêm-na bem resguardada, ainda assim, os vírus
levam a melhor, infiltrando-se pelas juntas até chegar à
medula. Num homem adulto, a medula tem cerca de um centímetro
de diâmetro e 45 cm de comprimento. Dela partem 31 pares de
ramificações nervosas que se dividem progressivamente,
formando uma rede que abrange todo o corpo, especialmente os músculos
e a pele. Ao separar-se da medula, cada ramificação
origina duas raízes: uma, posterior, que trás para
a medula as sensações recolhidas pelos órgãos
dos sentidos (raiz sensorial) e outra, anterior, cujas fibras conduzem
os impulsos de comando da medula aos músculos (raiz motora).
A pequena distância da coluna vertebral, as duas raízes
se unificam, formando um feixe único de fibras nervosas –
o nervo raquidiano. Todas as partes do organismo são percorridas
pelos nervos raquidianos, menos o rosto e o crânio. Se cortarmos
transversalmente uma medula espinhal, veremos que dentro dela existe
uma substância cinzenta, igual à que envolve o cérebro,
e notaremos que ela se distribui em formato de H. As extremidades
desse H são chamados cornos da medula e correspondem ao ponto
onde se originam as raízes anterior e posterior. Os dois
cornos anteriores são a sede das células nervosas
motoras – os neurônios que são o alvo visado
pelo vírus da pólio. A ofensiva contra os neurônios
desenvolve-se rapidamente e às vezes termina em poucas horas.
Cada grupo de neurônios eliminados altera a mobilidade de
uma zona do corpo. Se os vírus destroem somente algumas centenas
deles, diminui apenas a atividade muscular, mas não há
paralisação. Entretanto, quando são destruídos
mais de dois terços das células nervosas que coordenam
um determinado músculo, seu movimento cessa por completo.
Nos casos em que o ataque do vírus se concentra nos neurônios
que comandam o diafragma, o aparelho respiratório se imobiliza
e o paciente tem que ser mantido num pulmão de aço,
para continuar respirando. Embora antigamente fosse chamada paralisia
infantil, a poliomielite não discrimina idade: pode atacar
qualquer pessoa. A princípio, o doente não manifesta
sintomas extraordinários, a não ser uma febre impertinente,
curiosamente baixa. Às vezes aparecem catarro e dor de cabeça,
o que leva as pessoas a imaginarem que se trate de uma gripe comum
ou uma inflamação de garganta. Ao fim de três
dias, costuma haver uma melhora, mas é ilusória. Os
primeiros sintomas se acentuam e surgem outros, característicos
das infecções por vírus: vômitos, dores
nos membros, na nuca e nas costas. Entre o quinto e o décimo
dia, revelam-se os primeiros sinais de paralisia. Raramente ocorre
a paralisação total: o mais freqüente é
a imobilização de alguns setores do corpo. Às
vezes a doença costuma regredir e o paciente recobra os movimentos
que perdera, mas na maior parte dos casos, a pólio imobiliza
extensas áreas do organismo, os quais depois se atrofiam
devido à paralisia. Prevenir a pólio é muito
mais fácil do que remedia-la. Em 1955, surgiu a primeira
vacina, criada pelo médico americano, Jonas Edward Salk.
Sob a forma de injeção, era aplicada em três
etapas, a intervalos regulares. Após a primeira dose, a possibilidade
de contrair a doença diminuía para 40%; com a segunda,
para 35%, e com a terceira, para 10%.
Atualmente, o sistema de imunização mais adotado é
a vacina Sabin, que utiliza vírus atenuados.
CORRIDA
ESPACIAL
União Soviética e Estados Unidos - 1957 |
Em 1870, após
publicar o conto Da Terra à Lua, o francês Julio Verne,
afirmou que não passaria um século antes que homem
de carne e osso repetisse a formidável façanha conseguida
por seus personagens: a conquista da Lua. Passaram-se 99 anos. A
conquista do espaço começou com destruição
e morte. O cientista alemão Wernher von Braun e sua equipe
foram os criadores dos foguetes V-2, que, durante sete meses de
1944, caíram sobre Londres.
Eram terríveis armas capazes de viajar a 5000 quilômetros
por hora e acertar seus alvos com impressionante precisão.
Em 1945, von Braun e sua equipe transfere-se para os Estados Unidos
e levam seus extraordinários conhecimentos sobre a técnica
de construir foguetes, poupando anos de pesquisa aos americanos
que, em pouco tempo já conseguem fazer subir os seus cada
vez mais aperfeiçoados. Von Braun sempre quis ser o Colombo
do espaço. Pensava em viagens espaciais, não em armas,
quando vendeu sua idéia da V-2 a Hitler e tinha em mente
colocar em órbita da Terra um satélite construído
por mãos humanas. Na União Soviética, as pesquisas
sobre mísseis estavam bem adiantadas e seus poderosos foguetes
já levavam cães em cabinas pressurizadas até
os limites superiores da atmosfera. Finalmente, a 4 de outubro de
1957 (sexta-feira) que pela primeira vez o homem manda para o espaço
o primeiro satélite artificial da Terra: os soviéticos
lançavam o Sputnik I. Um mês depois, repetiram a dose,
com o Sputnik II. A 1º de fevereiro de 1958 (sábado),
os americanos mandaram o seu Explorer: estava iniciada a corrida
espacial. Desde então, mais de 500 satélites foram
lançados por foguetes americanos, soviéticos, franceses,
ingleses, chineses e japoneses. Hoje, ao redor da Terra, viajam
os mais diversos tipos de satélites, em forma, peso e tamanho,
com os mais diversos objetivos: meteorológicos, de observação
e registro de fenômenos espaciais, de comunicação
e militares. Há ainda os satélites que estão
circulando a lua, o sol e aproximando-se dos planetas. Em 12 de
abril de 1961, girando em órbita a 28.800 km/h, a nave espacial
do major soviético Iúri Gagárin inaugurava
um novo capítulo na história astronáutica:
as viagens do homem ao cosmo. Depois de completarem em 108 minutos
uma volta ao redor do globo, a Vostok volta tranquilamente à
Terra. Gagárin trazia mais informações, além
da poética descrição da Terra: "Eu vejo
a Terra. Ela é azul". Fora o primeiro a experimentar
a sensação de ausência absoluta de peso e suas
consequências físicas para o organismo humano. Começava
com Gagárin uma longa série de vôos espaciais,
cada vez mais ousados. Saídas de astronautas para "passeios"
em pleno espaço, encontro de naves em órbita, manobras
de engate e desengate e quando a Lua parecia estar bem perto de
ser conquistada definitivamente, a tragédia deixou sua marca
e seu sinal de advertência: a 26 de janeiro de 1967, os tripulantes
da Apollo-6 morreram na explosão da cápsula. Três
meses depois, um soviético morria na explosão de um
retrofoguete. No dia 04 de fevereiro de 1966 (sexta-feira), o satélite
soviético Luna IX conseguiu pousar suavemente na Lua, após
uma viagem de 384 mil quilômetros. Visitante indiscreto, o
Luna imediatamente começou a contar às estações
telerreceptoras da Terra tudo o que conseguia descobrir, coisas
que nem os telescópios podiam informar com segurança.
Depois do Luna, inúmeros engenhos pousaram no solo lunar
e fotografaram a lua sob todos os ângulos. Os soviéticos
haviam conseguido dois êxitos que pareciam indicar sua intenção
de mandar homens para ver o satélite de perto: em setembro
de 1968, sua Zond-5, levando moscas e sementes fizera com perfeição
a viagem Terra-Lua-Terra; em novembro, a Zond-6 repetira a proeza,
com tartarugas a bordo. E em dezembro de 1968 os americanos enviaram
três astronautas que chegaram bem perto da Lua, num vôo
preciso. Finalmente, o homem estava pronto para realizar a maior
aventura de todos os tempos. Depois de um vôo de quase quatro
dias, Neil Armstrong e Edwin Aldrin, com a Apollo-11 já girando
em órbita lunar, despediram-se de seu companheiro Michael
Collins e, através do estreito túnel de comunicação,
passaram para o corpo do Módulo Lunar (a águia). Sozinho
na nave-mãe (a Columbia), Michael acionou os dispositivos
que libertaram os mecanismo de engate das duas naves, e continuou
em órbita lunar. A Águia desprendeu-se, iniciando
a viagem até a Lua. Dezenove minutos depois, o Módulo
descia suavemente no mar da Tranquilidade. Era o dia 20 de Julho
de 1969 (domingo). A Lua estava conquistada. O homem realizara seu
grande sonho e os proveitos da aventura já estavam sendo
colhidos até mesmo antes que ela se completasse, pois muita
pesquisa foi necessária para torná-la possível.
Para controlar lançamentos de satélites, sondas e
naves, eram essenciais computadores altamente aperfeiçoados.
Esses materiais passariam a ter milhares de aplicações
diferentes, na própria Terra. As comunicações
deram um grande salto; o mundo ficou menor depois que os satélites
espaciais serviram de elevadas antenas retransmissoras de canais
de rádio, televisão e telex. Do extraoordinário
esforço desenvolvido por físicos, químicos,
matemáticos, engenheiros, médicos, biólogos,
astrônomos, técnicos em comunicação,
todos os campos se beneficiaram. As ciências avançaram
séculos, em alguns anos.
LASER
Estados Unidos - 1960 |
Foi Theodore Maiman
quem construiu o primeiro aparelho emissor de raios laser no ano
de 1960. O laser é uma amplificação da luz
pela emissão estimulada de radiação. Antes
disso, no ano de 1954, na Universidade de Colúmbia, os cientistas
colocaram gás de amônia em um tubo metálico
e obtiveram microondas de forma não usual e ao aparelho deu-se
o nome de maser (amplificação de microondas pela emissão
estimulada de radiação). Nesse momento ficou provado
que era possível ampliar a energia, estimulando artificialmente
a radiação. O funcionamento do laser de rubi, do tipo
que Maiman empregou, é bastante simples. Dentro do aparelho,
há um cilindro de cristal de rubi sintético, que tem
suas bases polidas e espelhadas. Uma delas é totalmente refletora,
enquanto a outra é parcialmente transparente. Enrolado como
uma serpentina, em torno desse cilindro, há um tubo de flash
eletrônico. Ao ser descarregado, o flash emite intensa luminosidade
e ao serem atingidos por esses fótons – que têm
energia adequada -, os átomos de cromo existentes dentro
do cilindro de rubi ficam agitados, saltando para níveis
de energia superiores aos normais, tornando-se excitados. Mas, em
tempo extremamente curto, esses átomos passam a um novo estado
de equilíbrio (metaestável) e durante essa passagem,
ocorre uma situação inesperada: os átomos no
estado metaestável, isto é, ainda excitados, embora
menos que no impulso inicial, passam a ser maioria e emitem fótons
e os novos fótons percorrem todo o comprimento do cilindro,
em movimento de vaivém. Nesse caminho vão atingindo
átomos metaestáveis; e, quando um átomo metaestável
é atingido por um desses fótons, ele retorna mais
rapidamente ao equilíbrio, liberando simultaneamente dois
fótons: um correspondente à nova perturbação;
e o outro, normal, da volta ao equilíbrio. Dessa forma, vão-se
liberando novos fótons, que por sua vez agirão sobre
átomos excitados, e assim sucessivamente, de tal forma, que
geram uma cascata luminosa, que ocorre entre os espelhos de uma
ponta à outra, fazendo milhões de vezes o percurso
de ida e volta. Isso, até que a luz vermelha dentro do cilindro
de rubi fica tão intensa que irrompe pelo espelho semitransparente,
sob a forma de uma pulsação de luz poderosíssima:
o raio laser. Ainda não foram descobertos todos os problemas
para os quais o laser é a solução. Portanto,
o campo de aplicações do raio laser está longe
de ser esgotado. É usado em astronomia para medir distâncias
com precisão de centímetros. Na cirurgia, é
aplicado para soldas de tecidos, em operações de garganta
e tratamento de deslocação de retina. Com o calor
produzido, é possível coagular pequenos vasos sangüíneos
e queimar tumores e tecidos indesejáveis. O "bisturi-laser"
cauteriza rapidamente corte em tecidos vivos, evitando assim, as
hemorragias e as infecções. Em centenas de processos
industriais serve como instrumento de perfuração,
de corte ou de solda. Em química, em certas reações,
substitui com eficiência o calor produzido por sistemas convencionais.
A cada dia, o laser estende seu alcance a praticamente todos os
campos de atividade.
BEATLES
Inglaterra - 1960 |
Grupo de rock inglês
composto por quatro instrumentistas que representa um marco do movimento
de renovação musical. Começaram a carreira
em um barzinho subterrâneo num subúrbio de Londres.
Seu estilo de tocar e de se apresentar foi imitado por jovens bandas
em todo o mundo. Seus integrantes: Paul Mac Cartney – cantor
e compositor; George Harrison – guitarrista; Ringo Star –
baterista e John Lennon – guitarrista, que foi assassinado
por um fanático.
AYRTON
SENNA DA SILVA
Brasil - 21/03/1960 - Segunda-feira
01/05/1994 – Domingo |
Piloto de Fórmula
1 brasileiro, tricampeão mundial. Conquistou os campeonatos
nos anos de 1988, 1990 e 1991. Largou 65 vezes na frente (pole position).
Obteve 41 vitórias em 161 GPs disputados. Perfeccionista,
sempre mostrou capacidade para superar todos os limites de cada
circuito e de cada carro que pilotou. Quando conquistou o tricampeonato
em 91, Ayrton Senna transformou-se no maior ídolo do automobilismo
brasileiro. O piloto cumpriu uma carreira meteórica rumo
ao sucesso a partir de 1981, quando decidiu abandonar as competições
de Kart – em que foi campeão sul-americano e vice-campeão
mundial – para entrar na Fórmula 2000 e na F-3 inglesa.
Em Silverstone, na Inglaterra, em 1983, Senna acumulou 12 vitórias
em 20 etapas. Ayrton Senna pilotou um F-1 pela primeira vez em 1983,
em Donnington. No final daquele ano assinava com a Toleman para
o seu primeiro campeonato de F-1, em 1984. A estréia foi
no GP do Brasil. Mas foi na corrida seguinte, na África do
Sul, que Senna pontuou pela primeira vez, ao chegar em 6° lugar.
Seu pior momento na temporada foi quando não se classificou
para largar no GP de San Marino. Ainda em sua primeira temporada,
começou a ganhar fama de "rei da chuva". No chuvoso
GP de Mônaco, largou em 13° e foi ultrapassando os adversários.
Na 31ª volta, quando era o segundo colocado, a corrida foi
suspensa porque o circuito estava muito perigoso. Um ano mais tarde,
em 1985, já pela escuderia Lotus, ganhou sua primeira corrida
de F-1, no GP de Estoril, embaixo de um verdadeiro dilúvio.
Em 85, 86 e 87, na Lotus, chegou a pontuar, mas não teve
carro para derrotar os adversários. Em 1988, já na
McLaren-Honda, conquistou o seu primeiro título. Naquele
ano a equipe conseguiu 15 vitórias em 16 corridas, oito delas
com Senna. Em 1989, teve uma temporada difícil. Foram muitos
os problemas de convivência com Prost. Senna perdeu o título
mundial, se envolveu em um acidente com Prost no GP do Japão
e em uma polêmica com a FISA ao denunciar "manipulação
de resultados". Teve que se desculpar com o presidente da entidade
para correr a temporada de 1990, quando foi bicampeão. Em
1991 conquistou o tricampeonato. Os ano de 1992 e 1993 foram marcados
pela luta desigual entre as Mclaren e as Willians e em outubro assinou
contrato com a equipe Willians para a temporada seguinte. Senna
disputou poucas provas pela nova equipe e acabou encontrando a morte,
batendo a 280 km/h contra o muro da curva Tamburello, no GP de San
Marino. Ele era o pole position, mas logo na largada acontece um
acidente entre dois carros e a pista precisa ser limpa. Completada
a quinta volta, é autorizado o reinício da corrida.
Senna estava na frente. Duas voltas mais tarde a tragédia:
a Willians escapa da pista e bate violentamente no muro.
INTERNET
Estados Unidos - 1969 |
A Internet surgiu
com apenas uma rede, denominada ARPANET, que é considerada
a "Mãe da Internet". Foi uma experiência
do governo dos Estados Unidos em redes com computadores de pacotes.
A ARPA, a agência de projetos de pesquisa avançada
do departamento de defesa dos Estados Unidos (que posteriormente
passou a se chamar DARPA), no início permitia que os pesquisadores
acessassem os centros de computação, permitindo que
eles compartilhassem recursos de hardware e de software, como espaço
em disco, bancos de dados e computadores. Outras redes experimentais,
que utilizavam ondas de rádio e satélites, foram conectadas
à ARPANET através de uma tecnologia de interconexão
criada pela DARPA. No início da década de 80, a ARPANET
original foi dividida em duas redes, a ARPANET e a Milnet (uma rede
militar), mas a comunicação continuou sendo feita
devido às conexões. Nos primeiros anos, o acesso à
ARPANET se limitava a empresas ligadas à defesa militar e
as universidades que faziam pesquisas militares. As redes cooperativas
e descentralizadas, como a UUCP, uma rede de comunicações
UNIX, e a USENET (User's Network) surgiram no final dos anos 70,
inicialmente servindo à comunidade universitária e
depois a organizações comerciais. No final dos anos
80, mais redes coordenadas, como a CSNET (Computer Science Network)
e a BITNET, começaram a oferecer conexões em âmbito
mundial para as comunidades acadêmicas e de pesquisa. Essas
redes não faziam parte da Internet, mas posteriormente foram
criadas conexões especiais para permitir a troca de informações
entre diversas comunidades.
O próximo grande momento da história da Internet foi
a criação da NSFNET (National Science Foundation),
em 1986, que ligava pesquisas feitas em todo o país a cinco
centros de supercomputadores. Logo ela se expandiu e passou a conectar
redes acadêmicas federais e redes de nível intermediário
que ligavam universidades e centros de pesquisa. O Passo seguinte
foi começar a substituir a ARPANET como rede de pesquisa.
Na época que a NSFNET foi criada, a Internet começou
a crescer, mostrando seus ganhos exponenciais em número de
redes, participantes e computadores. Redes semelhantes se espalharam
pelo mundo e eram conectadas às redes americanas. A febre
da Internet continua crescendo, sempre à medida que mais
e mais organizações se misturam a suas redes. Hoje,
crianças e velhos, pobres e ricos, seja nas cidades ou no
campo, estão se comunicando cada vez mais.
AIDS
Estados Unidos - 1981 |
A Síndrome
da Imunodeficiência adquirida (AIDS) foi reconhecida em meados
de 1981, nos EUA, a partir da identificação de um
número elevado de pacientes adultos do sexo masculino, homossexuais
e moradores de São Francisco ou Nova York, que apresentavam
sarcoma de Kaposi, pneumonia por Pneumocystis carinii e comprometimento
do sistema imune, o que levou à conclusão de que se
tratava de uma nova doença, ainda não classificada,
de etiologia provavelmente infecciosa e transmissível. Em
1983, o HIV-1 foi isolado de pacientes com AIDS pelos pesquisadores
Luc Montaigner, na França, e Robert Gallo, nos EUA, recebendo
os nomes de LAV (Lymphadenopathy Associated Virus ou Virus Associado
à Linfadenopatia) e HTLV-III (Human T-Lymphotrophic Virus
ou Vírus T-Linfotrópico Humano tipo III) respectivamente
nos dois países. Em 1986, foi identificado um segundo agente
etiológico, também retrovírus, com características
semelhantes ao HIV-1, denominado HIV-2. Nesse mesmo ano, um comitê
internacional recomendou o termo HIV (Human Immunodeficiency Virus
ou Vírus da Imunodeficiência Humana) para denominá-lo,
reconhecendo-o como capaz de infectar seres humanos. O HIV é
um retrovírus com genoma RNA, da família Lentiviridae.
Pertence ao grupo dos retrovírus citopáticos e não-oncogênicos
que necessitam, para multiplicar-se, de uma enzima denominada transcriptase
reversa, responsável pela transcrição do RNA
viral para uma cópia DNA, que pode, então, integrar-se
ao genoma do hospedeiro.
Embora não se saiba ao certo qual a origem do HIV-1 e 2 ,
sabe-se que uma grande família de retrovírus relacionados
a eles está presente em primatas não-humanos, na África
sub-Sahariana. Todos os membros desta família de retrovírus
possuem estrutura genômica semelhante, apresentando homologia
em torno de 50%. Além disso, todos têm a capacidade
de infectar linfócitos através do receptor CD4. Aparentemente,
o HIV-1 e o HIV-2 passaram a infectar o homem há poucas décadas;
alguns trabalhos científicos recentes sugerem que isso tenha
ocorrido entre os anos 40 e 50. Numerosos retrovírus de primatas
não-humanos encontrados na África têm apresentado
grande similaridade com o HIV-1 e com o HIV-2. O vírus da
imunodeficiência símia (SIV), que infecta uma subespécie
de chimpanzés africanos, é 98% similar ao HIV-1, sugerindo
que ambos evoluíram de uma origem comum. Por esses fatos,
supõe-se que o HIV tenha origem africana. Ademais, diversos
estudos sorológicos realizados na África, utilizando
amostras de soro armazenadas desde as décadas de 50 e 60,
reforçam essa hipótese. O HIV é bastante fraco
no meio externo, sendo inativado por uma variedade de agentes físicos
(calor) e químicos (hipoclorito de sódio, glutaraldeído).
Em condições experimentais controladas, as partículas
virais intracelulares parecem sobreviver no meio externo por até,
no máximo, um dia, enquanto que partículas virais
livres podem sobreviver por 15 dias, à temperatura ambiente,
ou até 11 dias, a 37ºC. Recentemente, têm sido
descritas, ainda, variantes genômicas (subtipos), tanto de
HIV-1 quanto de HIV-2, em pacientes infectados procedentes de diferentes
regiões geográficas. Embora ainda não conhecida,
especula-se a possibilidade de variantes virais possuírem
diferentes índices de transmissibilidade e/ou patogenicidade.
As principais formas
de transmissão do HIV são: sexual, sanguínea
(em receptores de sangue ou hemoderivados e em usuários de
drogas injetáveis), vertical (da mãe para o filho,
durante a gestação, parto ou por aleitamento). Além
dessas formas, mais freqüentes, também pode ocorrer
a transmissão ocupacional, ocasionada por acidente de trabalho,
em profissionais da área da saúde que sofrem ferimentos
com instrumentos pérfuro- cortantes contaminados com sangue
de pacientes infectados pelo HIV.
Sexual
A principal forma de exposição em todo o mundo é
a sexual, sendo que a transmissão heterossexual, nas relações
sem o uso de preservativo é considerada pela OMS –
Organização Mundial de Saúde como a mais freqüente.
Na África sub-Sahariana, é a principal forma de transmissão.
Nos países desenvolvidos, a exposição ao HIV
por relações homossexuais ainda é a responsável
pelo maior número de casos, embora as relações
heterossexuais estejam aumentando proporcionalmente como uma tendência
na dinâmica da epidemia. Os fatores que aumentam o risco de
transmissão do HIV em uma relação heterossexual
são: alta viremia, imunodeficiência avançada,
relação anal receptiva, relação sexual
durante a menstruação e presença de outra DST
– doença sexualmente transmissível, principalmente
as ulcerativas. Sabe-se hoje que as úlceras resultantes de
infecções sexualmente transmissíveis como cancro
mole, sífilis e herpes genital, aumentam muito o risco de
transmissão do HIV.
Sangüínea
A transmissão sangüínea associada ao uso de drogas
injetáveis é um meio muito eficaz de transmissão
do HIV, devido ao uso compartilhado de seringas e agulhas. Essa
via de transmissão adquire importância crescente em
várias partes do mundo, como na Ásia, América
Latina e no Caribe. A transmissão mediante transfusão
de sangue e derivados é cada vez menos relevante nos países
industrializados e naqueles que adotaram medidas de controle da
qualidade do sangue utilizado, como é o caso do Brasil.
Vertical
A transmissão vertical, decorrente da exposição
da criança durante a gestação, parto ou aleitamento
materno, vem aumentando devido à maior transmissão
heterossexual. Na África, são encontradas as maiores
taxas desta forma de infecção pelo HIV, da ordem de
30 a 40%; entretanto, em outras partes do mundo, como na América
do Norte e Europa, situam-se em torno de 15 a 29%. Os principais
motivos dessa diferença devem-se ao fato de que, na África,
a transmissão heterossexual é mais intensa, e que
neste continente, o aleitamento materno é muito mais freqüente
do que nos países industrializados. A transmissão
intra-uterina é possível em qualquer fase da gravidez;
porém é menos freqüente no primeiro trimestre.
As infecções ocorridas nesse período não
têm sido associadas a malformações fetais. O
risco de transmissão do HIV da mãe para o filho pode
ser reduzido em até 67% com o uso de AZT durante a gravidez
e no momento do parto, associado à administração
da mesma droga ao recém-nascido por seis semanas. Um estudo
realizado nos Estados Unidos demonstrou redução na
transmissão vertical com o uso de AZT durante a gravidez.
A transmissão pelo leite materno é evitada com o uso
de leite artificial ou de leite humano processado em bancos de leite,
que fazem aconselhamento e triagem das doadoras.
Ocupacional
A transmissão ocupacional ocorre quando profissionais da
área da saúde sofrem ferimentos com instrumentos pérfuro-cortantes
contaminados com sangue de pacientes portadores do HIV. Estima-se
que o risco médio de contrair o HIV após uma exposição
percutânea a sangue contaminado seja de aproximadamente 0,3%.
Nos caso de exposição de mucosas, esse risco é
de aproximadamente 0,1%. Os fatores de risco já identificados
como favorecedores deste tipo de contaminação são:
a profundidade e extensão do ferimento, a presença
de sangue visível no instrumento que produziu o ferimento,
o procedimento que resultou na exposição e que envolveu
a colocação da agulha diretamente na veia ou artéria
de paciente portador de HIV e, finalmente, o paciente fonte da infecção
mostrar evidências de imunodeficiência avançada,
ser terminal ou apresentar carga viral elevada.
Outras
possíveis formas de transmissão
Embora o vírus tenha sido isolado de vários fluidos
corporais, como saliva, urina, lágrimas, somente o contato
com sangue, sêmen, secreções genitais e leite
materno têm sido implicados como fontes de infecção.
O risco da transmissão do HIV por saliva foi avaliado em
vários estudos laboratoriais e epidemiológicos. Esses
estudos demonstraram que a concentração e a infectividade
dos vírus da saliva de indivíduos portadores do HIV
é extremamente baixa. Até o momento, não foi
possível evidenciar, com segurança, nenhum caso de
infecção por HIV adquirido por qualquer das seguintes
vias teóricas de transmissão: contato interpessoal
não-sexual e não- percutâneo (contato casual),
vetores artrópodes (picadas de insetos), fontes ambientais
(aerossóis, por exemplo) e objetos inanimados (fômites),
além de instalações sanitárias. Conclui-se
que formas alternativas de transmissão são altamente
improváveis, e que a experiência cumulativa é
suficientemente ampla para se assegurar enfaticamente que não
há qualquer justificativa para restringir a participação
de indivíduos infectados nos seus ambientes domésticos,
escolares, sociais ou profissionais.
As principais estratégias
de prevenção empregadas pelos programas de controle
envolvem: a promoção do uso de preservativos, a promoção
do uso de agulhas e seringas esterilizadas ou descartáveis,
o controle do sangue e derivados, a adoção de cuidados
na exposição ocupacional a material biológico
e o manejo adequado das outras DST.
Preservativos
Os preservativos masculinos e femininos são a única
barreira comprovadamente efetiva contra o HIV, e o uso correto e
consistente deste método pode reduzir substancialmente o
risco de transmissão do HIV e das outras DST.
Prevenção
em usuários de drogas injetáveis (UDI)
Desde 1986, ficou claro que os UDI representavam um grupo focal
particularmente importante, devido ao risco específico de
ocorrência de epidemias de HIV nesta população,
e ao potencial de representarem a interface através da qual
a infecção por HIV se difundiria para a população
heterossexual não usuária de drogas e consequentemente
para as crianças.
Exposição
ocupacional
Embora alguns tipos de exposição acidental, como o
contato de sangue ou secreções com mucosas ou pele
íntegra teoricamente possam ser responsáveis por infecção
pelo HIV, os seus riscos são insignificantes quando comparados
com a exposição percutânea, através de
instrumentos pérfuro-cortantes.
ASPECTOS
CLÍNICOS
A infecção pelo HIV pode ser dividida em quatro fases
clínicas: 1) infecção aguda; 2) fase assintomática,
também conhecida como latência clínica; 3) fase
sintomática inicial ou precoce; e 4) aids.
Infecção
aguda
A infecção aguda, também chamada de síndrome
da infecção retroviral aguda ou infecção
primária, ocorre em cerca de 50% a 90% dos pacientes. Seu
diagnóstico é pouco realizado devido ao baixo índice
de suspeição, sendo, em sua maioria, retrospectivo.
O tempo entre a exposição e os sintomas é de
cinco a 30 dias. A história natural da infecção
aguda caracteriza-se tanto por viremia elevada, como por resposta
imune intensa. Existem evidências de que a imunidade celular
desempenha papel fundamental no controle da viremia na infecção
primária.
Os sintomas aparecem durante o pico da viremia e da atividade imunológica.
Além de sintomas de infecção viral, como febre,
adenopatia, faringite, mialgia, artralgia, rash cutâneo maculopapular
eritematoso, ulcerações muco-cutâneas envolvendo
mucosa oral, esôfago e genitália, hiporexia, adinamia,
cefaléia, fotofobia, hepatoesplenomegalia, perda de peso,
náuseas e vômitos; os pacientes podem apresentar candidíase
oral, neuropatia periférica, meningoencefalite asséptica
e síndrome de Guillain-Barré. Os sintomas duram, em
média, 14 dias, sendo o quadro clínico autolimitado.
A ocorrência da síndrome de infecção
retroviral aguda ou a persistência dos sintomas por mais de
14 dias parecem estar relacionadas com a evolução
mais rápida para aids.
Fase
assintomática
Na infecção precoce pelo HIV, também conhecida
como fase assintomática, o estado clínico básico
é mínimo ou inexistente. Alguns pacientes podem apresentar
uma linfoadenopatia generalizada persistente, "flutuante"
e indolor. Portanto, a abordagem clínica nestes indivíduos
no início de seu seguimento prende-se a uma história
clínica prévia, investigando condições
de base como hipertensão arterial sistêmica, diabetes,
doenças hepáticas, renais, pulmonares, intestinais,
doenças sexualmente transmissíveis, tuberculose e
outras doenças endêmicas, doenças psiquiátricas,
uso prévio ou atual de medicamentos, enfim, situações
que podem complicar ou serem agravantes em alguma fase de desenvolvimento
da doença pelo HIV. A história familiar, hábitos
de vida, como também uma avaliação do perfil
emocional e psicossocial do paciente, seu nível de entendimento
e orientação sobre a doença são extremamente
importantes.
Fase
sintomática inicial
Sudorese noturna: é queixa bastante comum e tipicamente inespecífica
entre os pacientes com infecção sintomática
inicial pelo HIV. Pode ser recorrente e pode ou não vir acompanhada
de febre. Nessa situação deve ser considerada a possibilidade
de infecção oportunista, particularmente tuberculoses,
lançando-se mão de investigação clínica
e laboratorial específicas. Fadiga: também é
freqüente manifestação da infecção
sintomática inicial pelo HIV e pode ser referida como mais
intensa no final de tarde e após atividade física
excessiva. Fadiga progressiva e
debilitante deve alertar para a presença de infecção
oportunista, devendo ser sempre pesquisada. Emagrecimento: é
um dos mais comuns entre os sintomas gerais associados com infecção
pelo HIV. Geralmente encontra-se associado a outras condições
como anorexia. A associação com diarréia aquosa
o faz mais intenso. Diarréia: consiste em manifestação
freqüente da infecção pelo HIV desde sua fase
inicial. Determinar a causa da diarréia pode ser difícil
e o exame das fezes para agentes específicos se faz necessário.
Sinusopatias: sinusites e outras sinusopatias ocorrem com relativa
freqüência entre os pacientes com infecção
pelo HIV. A forma aguda é mais comum no estágio inicial
da doença pelo HIV, incluindo os mesmos agentes considerados
em pacientes imunocompetentes. Outros agentes e fungos têm
sido achados em sinusite aguda, porém seu comprometimento
em sinusites crônicas é maior. Febre, cefaléia,
sintomas locais, drenagem mucopurulenta nasal fazem parte do quadro.
Candidíase Oral e Vaginal (inclusive a recorrente): a candidíase
oral é a mais comum infecção fúngica
em pacientes portadores do HIV e apresenta-se com sintomas e aparência
macroscópica característicos. A forma pseudomembranosa
consiste em placas esbranquiçadas removíveis em língua
e mucosas que podem ser pequenas ou amplas e disseminadas. Já
a forma eritematosa é vista como placas avermelhadas em mucosa,
palato mole e duro ou superfície dorsal da língua.
A queilite angular, também freqüente, produz eritema
e fissuras nos ângulos da boca. Mulheres HIV+ podem apresentar
formas extensas ou recorrentes de candidíase vulvo-vaginal,
com ou sem acometimento oral, como manifestação precoce
de imunodeficiência pelo HIV, bem como nas fases mais avançadas
da doença. Leucoplasia Pilosa Oral: é um espessamento
epitelial benigno causado provavelmente pelo vírus Epstein-Barr,
que clinicamente apresenta-se como lesões brancas que variam
em tamanho e aparência, podendo ser planas ou em forma de
pregas, vilosidades ou projeções. Ocorre mais freqüentemente
em margens laterais da língua, mas podem ocupar localizações
da mucosa oral: mucosa bucal, palato mole e duro. Gengivite: a gengivite
e outras doenças periodontais pode manifestar-se de forma
leve ou agressiva em pacientes com infecção pelo HIV,
sendo a evolução rapidamente progressiva, observada
em estágios mais avançados da doença, levando
a um processo necrotizante acompanhado de dor, perda de tecidos
moles periodontais, exposição e seqüestro ósseo.
Úlceras Aftosas: em indivíduos infectados pelo HIV
é comum a presença de úlceras consideravelmente
extensas, resultantes da coalescência de pequenas úlceras
em cavidade oral e faringe, de caráter recorrente e etiologia
não definida. Resultam em grande incômodo produzindo
odinofagia, anorexia e debilitação do estado geral
com sintomas constitucionais acompanhando o quadro. Herpes Simples
Recorrente: a maioria dos indivíduos infectados pelo HIV
é co-infectada com um ou ambos os tipos de vírus herpes
simples, sendo mais comum a evidência de recorrência
do que infecção primária. Embora o HSV-1 seja
responsável por lesões orolabiais e o HSV-2 por lesões
genitais, os dois tipos podem causar infecção em qualquer
sítio. Geralmente a apresentação clínica
dos quadros de recorrência é atípica ao comparar-se
aos quadros em indivíduos imunocompetentes, no entanto, a
sintomatologia clássica pode manifestar-se independente do
estágio da doença pelo HIV. Herpes Zoster: de modo
similar ao que ocorre com o HSV em pacientes com doença pelo
HIV, a maioria dos adultos foi previamente infectada pelo vírus
varicela zoster, desenvolvendo episódios de herpes zoster
freqüentes. Trombocitopenia: na maioria das vezes é
uma anormalidade hematológica isolada com um número
normal ou aumentado de megacariócitos na medula óssea
e níveis elevados de imunoglobulinas associadas a plaquetas,
síndrome clínica chamada púrpura trombocitopênica
imune. Clinicamente, os pacientes podem apresentar somente sangramentos
mínimos como petéquias, equimoses e ocasionalmente
epistaxes.
Doenças
oportunistas
São doenças que se desenvolvem em decorrência
de uma alteração imunitária do hospedeiro.
Estas são geralmente de origem infecciosa, porém várias
neoplasias também podem ser consideradas oportunistas. As
infecções oportunistas (IO) podem ser causadas por
microrganismos não considerados usualmente patogênicos,
ou seja, não capazes de desencadear doença em pessoas
com sistema imune normal. Entretanto, microrganismos normalmente
patogênicos também podem, eventualmente, ser causadores
de IO. Porém, nesta situação, as infecções
necessariamente assumem um caráter de maior gravidade ou
agressividade para serem consideradas oportunistas.
As doenças oportunistas associadas à aids são
várias, podendo ser causadas por vírus, bactérias,
protozoários, fungos e certas neoplasias,
TRATAMENTO
Existem, até o momento, duas classes de drogas liberadas
para o tratamento anti-HIV que são os inibidores da transcriptase
reversa (drogas que inibem a replicação do HIV bloqueando
a ação da enzima transcriptase reversa que age convertendo
o RNA viral em DNA) e os inibidores da protease (drogas agem no
último estágio da formação do HIV, impedindo
a ação da enzima protease que é fundamental
para a clivagem das cadeias protéicas produzidas pela célula
infectada em proteínas virais estruturais e enzimas que formarão
cada partícula do HIV).
OVELHA
DOLY – CLONAGEM
Inglaterra - 24/02/1997 - Segunda-feira |
Numa façanha
que pode ser uma das operações de engenharia genética
mais previstas e mais temidas do que qualquer outra, um grupo de
pesquisadores da Inglaterra conseguiu fazer pela primeira vez o
clone de um mamífero adulto usando o DNA. Essa conquista
deixou surpresos outros pesquisadores importantes, segundo os quais
isso era algo impossível. Os pesquisadores supunham que o
DNA de células adultas não agiria como o DNA formado
quando o gene de um espermatozóide se mistura pela primeira
vez com o gene de um óvulo. Teoricamente, dizem os pesquisadores,
a nova técnica poderá ser usada para criar um ser
humano geneticamente idêntico – uma espécie de
gêmeo atrasado no tempo. Essa perspectiva levanta as mais
espinhosas questões éticas e filosóficas. A
experiência de Ian Wilmut foi simples. Uma célula mamária
foi retirada de uma ovelha adulta e seu DNA preparado para que fosse
aceito por um óvulo de outra ovelha. Depois os cientistas
retiraram o DNA próprio desse óvulo, substituindo-o
pelo DNA da ovelha adulta por meio da fusão do óvulo
com a célula adulta. As células fundidas, que traziam
o DNA adulto, começaram a crescer e dividir-se, exatamente
como um óvulo fertilizado, perfeitamente normal, para formar
um embrião. Wilmut implantou o embirão em outra ovelha:
em julho de 1996 e ela pariu um filhote chamado Dolly. Embora Dolly
pareça perfeitamente normal, os testes de DNA mostram que
ele é o clone da ovelha adulta que forneceu seu DNA. As justificativas
dos cientistas se baseiam no fato de que, com essa nova técnica,
pode-se produzir mais produtos destinados à saúde;
estudar as doenças genéticas para as quais ainda não
existe cura e ainda fazer cópias múltiplas de animais
excelentes na produção de carne, leite ou lã.
O anúncio da primeira clonagem de um animal adulto provocou
polêmica no mundo todo e reacendeu o temor de médicos,
especialistas em ética e religiosos sobre a produção
de "frankensteins" em série. O receio de todos,
é que essas novas técnicas científicas estarão
ao alcance de todos os cientistas do mundo, independente de suas
restrições morais. A ovelha foi batizada em homenagem
à cantora de música country norte-americana Dolly
Parton. O criador, Ian Wilmut, disse que a idéia surgiu porque
ele utilizou células das glândulas mamárias
para criar Dolly. "É difícil imaginar glândulas
mamárias tão impressionantes como as de Parton",
disse. Em 1999, cientistas notaram que as células de seu
corpo mostravam sinais de envelhecimento precoce. Em 2002 foi anunciado
que ela desenvolveu artrite, aumentando o debate sobre as consequências
da clonagem. O Instituto Roslin, na Escócia, informou que
foi preciso sacrificá-la (14/02/03) após ser diagnosticada
uma doença pulmonar progressiva. Uma ovelha pode viver de
11 a 12 anos. Infecções como a verificada na Dolly
são comuns em animais mais velhos, de acordo com o instituto.
"Um exame pós-morte será conduzido e nós
anunciaremos quaisquer descobertas", afirmou o diretor do centro,
Harry Griffin.
PROJETO
GENOMA – O CÓDIGO GENÉTICO |
Estados Unidos e
Inglaterra - 27/06/2000 - Terça-feira O genoma humano foi
mapeado e sua sequência estabelecida pela primeira vez na
história da humanidade. O impacto no conhecimento foi comparado
ao da descoberta da América, em 1492, da chegada do homem
à Lua, em 1969, e da invenção do microprocessador,
em 1970. O genoma é um conjunto de instruções
para construir um ser humano e está contido no núcleo
de cada célula, organizado em 23 pares de cromossomos. Cada
cromossomo, carrega milhares de genes (sequência de letras
A,T,C e G com a receita de uma proteína específica),
que são os trechos específicos de DNA (ácido
desoxirribonucléico – molécula em formato de
escada torcida – composta por pares de bases nitrogenadas),
onde se encontram instruções hereditárias específicas.
O código de instruções compõe-se de
quatro letras químicas, as bases nitrogenadas A,T,C e G (adenina,
timina. Citosina e guanina) e um erro (mutação) nas
sequências, pode resultar numa doença. O evento deve
revolucionar a medicina nos próximos anos e os cientistas
tentarão desenvolver tratamentos que atuem nos genes envolvidos
em determinadas doenças ou criar um remédio baseado
na função da célula que faz com as pessoas
não tenham o mal, ou mesmo, evitar já na infância,
que determinadas doenças apareçam. A finalização
de um rascunho com mais de 90% dos 3 bilhões de letras do
código genético humano, promete a era da biomedicina
de precisão. Com esse conhecimento, cientistas podem, em
teoria, desvendar os mecanismos moleculares de todas as aflições
do corpo. Antes, é preciso entender como o DNA é afetado
pelas informações do ambiente em que interagem os
organismos, do útero à sociedade. Pouquíssimos
genes – as palavras de DNA contidas no genoma – foram
já identificados. Mais raros ainda são aqueles cuja
mutações estão descritas com detalhe, ou como
essa falha de ortografia genética contribuem para o caos
bioquímico que se acredita estar por trás de doenças
como o câncer. São provavelmente mais de 40 mil os
genes usados pelo corpo humano para produzir outro tanto de proteínas,
torrente de sinais que normalmente resultam na sinfonia a que se
dá o nome de saúde. Um dos genes mais conhecidos é
o BRCA1 e as 5.711 letras A,T,C e G representam, cada uma, uma substância
enfileirada na longa molécula em forma de escada torcida
do DNA. Mais de 500 tipos de mutações já foram
descobertas no BRCA1, cujos defeitos estão associados ao
câncer de mama e ao de ovário em 60% dos casos hereditários.
Nem por isso a ciência foi capaz de produzir uma cura, embora
tenha contribuído enormemente para refinar diagnósticos.
Na maioria dos casos, informação genética ainda
equivale a uma condenação mais precoce. Entre os efeitos
negativos previsíveis dessa revolução nos diagnósticos
está um crescimento no número de abortos seletivos,
para impedir o nascimento de crianças com predisposição
– nunca 100% segura – para certa doença. E ainda,
a invasão de privacidade por seguradoras e empregadores.
Mas se abre também a perspectiva de projetar remédios
em computador, sob medida para a coleção peculiar
de genes do paciente. |