DIA DO RADIOAMADOR
O serviço de Radioamador atualmente está regulamentado por uma portaria
do Ministério das Comunicações, e tem por objetivo a comunicação destinado
ao conhecimento próprio, a investigação técnica, levado a efeito por
amadores devidamente autorizados, interessados na rádio-técnica, a título
pessoal e que não visam objetivo pecuniário ou comercial.
Dia 5 de novembro é comemorado o Dia do Radioamador Brasileiro, até o
ano de 1978 era comemorado no dia 22 de outubro em virtude de que nesta
data em 1934 era realizada a sessão da Assembléia Geral dos Radioamadores
Paulistas e Cariocas fundindo as duas entidades em uma só, a Liga de
Radioamadores Brasileiros (LABRE).
Em outubro de 1978, foi apresentado ao Conselho Federal da Liga de
Amadores Brasileiros um meticuloso trabalho de pesquisa e que, depois de
ter sido analisado a fundo foi aprovado por unanimidade, tomando o dia 5
de novembro o Dia do Radioamador brasileiro em razão de neste dia em 1924,
o Diário Oficial da União ter publicado o Decreto nº 17.657, regulamentando
as estações de radioamadores existentes no Brasil, e até então consideradas
como clandestinas. O referido Decreto foi baixado em resposta feita em 1923
pela Academia Brasileira de Ciências, ter reconhecido a existência do
Radioamador no Brasil, tirando-o da clandestinidade.
Os Radioamadores brasileiros tem como patrono o padre Roberto Landell
de Moura, um brasileiro que nos meios de telecomunicações não feita a
merecida divulgação, e que por isso, poucos sabem quase nada sobre este
gênio e inventor do rádio.
O padre Roberto Landell de Moura nasceu em Porto Alegre, RS, em 21 de
Janeiro de 1961, estudou em São Leopoldo e na Universidade Gregoriana de
Roma, vamos encontra-lo em 1892 no estado de São Paulo, como pároco de
Campinas, onde dedicava simultaneamente ao seu ministério sacerdotal e
aos estudos dos científicos.
Como cientista deduziu o seguinte:
"Todo movimento vibratório tende a transmitir-se na razão direta de
sua intensidade, constância e uniformidade de seus movimentos ondulatórios,
e na razão inversa do obstáculo que se opuserem à sua marcha ou produção".
Entre 1893 e 1894, vindo de Campinas, apareceu Landell de Moura em São
Paulo com um misterioso embrulho em que trazia as peças de um aparelho de
sua invenção e fabricação, com qual, segundo afirmava, poderia falar, sem
utilizar fios, com outra pessoa a quilômetros de distancia. A sensacional
demostração ocorreu da Avenida Paulista ao alto de Santana, cerca de 8
quilômetros, com a presença entre outras testemunhas, do cônsul C.P.Lupton,
da inglaterra.
Reação popular taxou-o de impostor, mistificador, louco, bruxo, padre
renegado, herege, tendo sido arrombado a porta de sua casa e seu
laboratório e todos os seus aparelhos e suas "máquinas infernais" foram
destruídos.
Reconstruindo sua oficina, conseguiu obter a patente brasileira nº 3.279
para um aparelho de transmissão de palavras á distancia, com ou sem fio.
Vai para os Estados Unidos, onde pretendia patentear seus principais
inventos: a telefonia e o telegrafo sem fios e o transmissor de ondas.
Após três anos nos Estados Unidos e com grande dificuldade financeira,
pois no Brasil ele não teve apoio para suas invenções, em 11 de outubro
de 1904 conseguiu a patente do transmissor de ondas (nº771.917) e a 22 de
novembro a do telefone sem fio e do telegrafo sem fio (nº775.337 e 775.846).
De volta ao Brasil para entregar a seu invento ao governo brasileiro,
pede dois navios para fazer experiências em alto mar, sendo negado,
mandado aguardar outra oportunidade e é chamado de louco. Landell queria
fazer suas experiências com um navio de guerra na Guanabara e outro em alto
mar, bem longe.
Na época, não deram muita atenção ao gênio, padre e cientista, e em 30 de
julho de 1928 morria aos 67 anos o Padre Roberto Landell de Moura, num
modesto quarto da Beneficência Portuguesa, de Porto Alegre cercado por
seus parentes e meia-dúzia de amigos fiéis e devotados.
Landell de Moura, através de uma entrevista concedida em 1924, ao jornal
de Porto Alegre, "Última Hora", disse:
"- Os americanos, decorridos os 176 anos de prazos de marca a lei das
patentes, puseram em execução práticas as minhas teorias. Não sou menos
feliz por isso. Eu vi sempre nas minhas descobertas um dádiva de Deus. E
como, alem disso, sempre trabalhei para o bem da Humanidade, tentando, ao
mesmo tempo, provar que a religião não é incompatível com a ciência, folgo
em ver hoje realizado, na pratica utilitária, aquilo que meu sonho de muitos
anos."
Em 1975 o "Diário Popular" de São Paulo publicava um reportagem
intitulada "Um padre brasileiro e não Marconi, inventor do rádio":
"- dois anos antes de Maroni iniciar seus experimentos de transmissão de
sinais com telegrafo sem fio, o padre brasileiro Roberto Landell de Moura
procedeu a primeira transmissão da voz humana através de aparelho sem fio,
da Avenida Paulista para o Alto de Santana..."
Matéria extraida do Jornal Gazeta do Paraná escrita por
Jorge Lopes de Souza PY5FG - Cascavel/PR
HINO DOS RADIOAMADORES BRASILEIROS