É motivo de contentamento quando mais pessoas se interessam pela astronomia e desejam conhecer mais
sobre o céu. E automaticamente a pergunta frequente
nas atividades externas é:
Qual instrumento devo comprar?
A não ser que o objetivo seja exibir um telescópio como
troféu, a pessoa que
realmente deseja observar o céu
leva em conta alguns questionamentos
antes de comprar ou construir
um telescópio.
a) você já conhece as principais constelações
e estrelas?
b) já identifica os planetas mais brilhantes?
c) consegue identificar a posição de demais objetos tais como nebulosas, aglomerados, etc...?
Isto não é uma sabatina, mas apenas
um modo de determinar se está na hora de ter ou não ter um
telescópio. É comum os interessados em astronomia adquirir
direto um telescópio, até mesmo de médio porte, tal
como 114mm ou 150mm, porém usar muito poucas vezes, quase sempre só
para ver a Lua.
Portanto aqui vão algumas dicas sobre
O QUE investir inicialmente:
Primeira etapa:
Adquirir um bom Atlas ou Manual de Astronomia a fim de que você
possa se orientar no céu em vez de usar o binóculo ou luneta
como uma metralhadora giratória. Sugestões atualmente disponíveis
em português são o
Aprendendo
a Ler o Céu (Rodolfo Langhi) e o
Guia
Zahar de Astronomia (Ian Ridpath, preço médio de
75 reais). Desde 2015 é publicado o
Anuário Astronômico
Catarinense - uma publicação útil para conhecer
os principais fenômenos celestes do ano.
É possível que, após se familiarizar com o céu
a olho nu, os seus problemas sejam solucionados. Mas se acha que precisa
ir mais longe, vá para a próxima etapa.
Segunda etapa:
Adquirir um binóculo com aumento de 7 a 10 vezes, objetiva
de 50mm. Por ora não precisa mais do que isso. O binóculo é mais prático, leve, barato
e servirá de trampolim para a aquisição
ou montagem do futuro telescópio. Apenas atente
para estes detalhes:
a) Por que aumentos de apenas 7 ou 10 vezes? Porque no escuro a
pupila do nosso olho se dilata até atingir diametros entre 5 e 8mm.
E os modelos 7x50 e 10x50 são recomendáveis para iniciar a
observação noturna (além de servirem para observar
durante o dia também).
b) Evite as lentes vermelhas e alaranjadas. É uma película
anti-reflexo que se coloca na lente. O ideal é uma película
bem discreta com tons violeta ou ligeiramente verde. Mas algo discreto e
não aquelas aberrações que encontramos nas lojas. A
película vermelha e alaranjada traz perda de luminosidade, além de ser
esteticamente ridícula.
c) Evite binóculos com
zoom. Em algum momento você
precisará desmontar o binóculo para limpeza e perceberá
a dor-de-cabeça que os binóculos com
zoom trazem na
hora da desmontagem.
Terceira etapa: o telescópio propriamente dito. Existem
várias opções. O tipo de telescópio, se é
refrator ou refletor, dependerá
DO QUE o observador fará
com ele. Creio que uma vez passando pela etapas anteriores o observador já
terá uma ideia do que fazer. Por isso, nem vou me delongar na discussão
de qual tipo de telescópio é bom ou não. O leitor encontrará
muita informação nos fóruns da Internet. Tanta informação
que acabará não decidindo o que fazer. Mas o importante é
que,
quando realmente quer observar, a pessoa consegue otimizar o
instrumento que possui.
Onde comprar?
Em Florianópolis ainda não temos uma
loja especializada na venda de instrumentos astronômicos. Mas alguns
estabelecimentos possuem binóculos e telescópios de boa qualidade.
Lembramos que não temos absolutamente nenhum vínculo com
estas lojas e o comprador deve se certificar sobre a qualidade do
instrumento antes de efetivar a aquisição, eis uma justificativa
para conhecer noções básicas de astronomia antes de adquirir
o primeiro instrumento.