Coluna produzida por Luís Alberto Caldeira
* estudante de Jornalismo em Belo Horizonte-MG.
Para comentar, criticar, sugerir, (menos para pedir empréstimos de dinheiro e enviar correntes) escreva para [email protected]

((( sexta-feira, 23 de fevereiro de 2001 )))

             Finalmente a coluna voltou a ser atualizada! Também já era tempo. O que recebi de e-mails comoventes, reclamações, ameaças e cartas endereçadas ao "Programa do Ratinho" não foi brincadeira! Mas tudo bem, o que importa é que todos nós entramos no novo milênio vivos, com saúde prá dar e vender e... o dinheiro no bolso a gente vai juntando com o tempo! Peço desculpas a aqueles que entraram neste site durante esses meses em que estive aproveitando as minhas férias nas Bahamas, patrocinado pelo tio Eurico Miranda que, em troca, exigiu que eu falasse mau da Rede Globo em minha coluna.

             E vamos à luta! O formato do site continua o mesmo, mas os meus cabelos... quanta diferença!! Como dizia o sábio: "mudanças, se para melhor, são sempre bem-vindas e necessárias". E foi seguindo também o conselho que um guru me deu no final do ano passado que resolvi alterar alguns detalhes por aqui. Vejamos: a antiga seção "Painel do Leitor" ganhou um nome, menos batido e mais descontraído, chamado intimamente agora de "Fala, Povão!". A idéia é a mesma: se você tem algo a dizer, é só botar os dedos no teclado e escrever o que pensa em relação a assuntos que são destaques na mídia. Quanto às atualizações, elas serão feitas sempre que a Sala da Justiça requisitar a minha presença. Por favor, não me chamem de enrolado! Vou fazer de tudo para atualizar o site pelo menos uma vez por semana! Poxa, eu também tenho que estudar, trabalhar, bater papo no IRC, farrear, namorar, assistir ao Chaves... senão eu não vivo a vida!

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             Deliciosas larvas ao molho de quiabo Cabeça de galinha cozida com pequi, farofa de gafanhotos, baba de quiabo e, de saideira, larvas vivas. Hmmmm... Até parece comida de soldado morto de fome perdido no mato, mas foi o que os participantes do programa "No Limite", da Globo, tiveram que "engolir" como prova de resistência (ou "tudo por dinheiro") a fim de continuarem na competição pelos R$ 300 mil oferecidos ao grande vencedor. Para o meu conterrâneo Danilo, da equipe Araras-vermelhas, o banquete correu tudo sob controle e ele chegou até ao fim com um ar de "quero mais". O cardápio até que não foi assim tão exótico se comparar com os olhos de cabra servidos na primeira versão da gincana, em 2000. Desta vez, tinha até o pequi, delicioso fruto do sertão... só faltou um arroz para acompanhar! O que não deu para agüentar foram os "corós" (tipo de larva que se desenvolve em madeiras) se mexendo no prato. Mas isso não me intimidou não: só parei de comer o miojo que eu tinha preparado, na noite de domingo em que o programa foi ao ar, depois que o participante Dáda expeliu pela boca o café da manhã dele. Tudo mostrado na TV.
             Confira o depoimento da concorrente Sônia, a última selecionada para sair do "No Limite":

"Cheguei a botar (o coró) na boca, senti o gosto, mordi e não agüentei. Botei o bicho para fora e ainda estava vivo, saindo aquele caldinho preto. Não gostei".

"Eu já estava com o estômago meio virado. Estava me sentindo pesada. Quando eu vi aquela cabeça com aqueles olhinhos me olhando, não consegui ir adiante" , sobre a cabeça de galinha.

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             Campanha contra o sexo Até agora eu não entendi a campanha que o Ministério da Saúde está veiculando na TV sobre a prevenção da AIDS. Intitulada como "Acima do Bem e do Mal", o filme mostra um rapaz que percebe, em meio à folia, uma garota interessada nele. O rapaz e sua consciência, um anjo e um diabo, ficam no dilema: falar ou não com a moça? Ele se convence, no final, que o melhor é ir para casa porque não tem preservativo. Poxa, ele podia muito bem ir na farmácia mais próxima e comprar, não?

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             O vocabulário do Tigrão Não adianta mais tapar o sol com a peneira. Já tá tudo dominado! Assim como a Lambada nos anos 80, o Funk invadiu o Brasil por completo desde o ano passado pra cá. Está no rádio, na TV e nas ruas. Termos como "popozuda", "potranca", "tchuchuca", "preparada" não saem mais da boca do povo. Na oportunidade, um amigo meu acabou tentando me explicar essa letra tão "sutil" presente nas batidas do Funk: "Aqueles vocábulos só vêm contribuir para o enriquecimento do nosso léxico, inundado de estrangeirismos incompreensíveis, e tais palavras significam o renascimento do nacionalismo, da língua tão bem defendida e exposta por Machado de Assis", argumenta ele.
             O Funk, mais que uma moda, é quase um ritual, que agrega uns e exclui socialmente outros. Passar cerol na mão, levar o bumbum prá lá, trazer o bumbum prá cá, enfim, quem não segue à risca o que manda os DJs da maioria das baladas, está fora do baile e de seu tempo. Quando fiz analogia à Lambada, dos tempos de Beto Barbosa, Márcia Ferreira e Kaoma, não estava brincando. Aquela foi uma época em que o "top de linha" era vestir uma saia rodada e rebolar a cintura! As academias de dança logo descobriram o grande filão e apostaram alto nos cursos de lambada. Acredite: viviam lotados (de homens também)! Infelizmente, aquele ritmo tão contagiante se extinguiu; chorando se foi...

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             No limite: sem Globo por uma semana A Rede Globo é uma emissora poderosa. Manda e desmanda no País, elege presidentes, escolhe os horários das partidas de futebol (a maior paixão do brasileiro - depois do "popozão", claro), exporta seu maior produto, as novelas, para o mundo todo, produz um jornalismo investigativo como ninguém, que já conseguiu encontrar fugitivos famosos da Justiça como o Lalau e o PC Farias, coisas que nem a Polícia Federal consegue realizar. Um poder sem limites. Nos televisores de qualquer botequim, o canal sitonizado é sempre a Poderosa, até porque é o canal que possui o maior ibope no Brasil. A Globo já faz parte das necessidades básicas da vida cotidiana. Mas será que é impossível viver sem ela?
             Este humilde colunista responde que não. E, para provar, desabilitei o canal 12 de minha TV. Inicialmente, serei cobaia desta experiência durante uma semana, tempo que posso estender se julgar necessário. Sete dias sem assistir a nenhum programa da Globo. Quando contei dos meus planos para meus amigos, fui chamado de neurótico, e alguns não acreditaram. Confesso que foi difícil nos primeiros dias agüentar a tentação. Queria muito assistir ao "Jornal Nacional", mas fiz uma promessa a Santa Clara e não vou quebrar. Não que eu tenha algo contra a Globo. Se eles quiserem me contratar, estou à disposição! Desejo apenas provar que existe uma programação de qualidade, mesmo mínima, também em outros canais da TV aberta, e, de certa forma, acabar com essa idéia de que a Globo é a melhor emissora do País, só pelo fato de possuir a maior audiência.

             Ainda no assunto da "Globalização", vocês viram no último domingo a arrogância de uma repórter da emissora achando que era a "dona do pedaço"? Em meio à rebelião das penintenciárias do Estado de São Paulo, uma entrevista coletiva com secretário de segurança acontecia e, só porque ela estava ao vivo para o "Domingão do Faustão", pensou que podia interromper o secretário para fazer a sua pergunta. A repórter foi ignorada merecidamente e deve ter aprendido que, mesmo trabalhando na Globo, deve respeitar os seus colegas jornalistas.

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Sem mais delongas...

Seguindo a tradição, mais uma novela mexicana com um título ridículo será lançada pelo SBT em breve. Desta vez não é "A Usurpadora" nem "A Mentira", muito menos menos "Maria do Bairro"... vem aí "Café com aroma de mulher"! É mole ou quer mais? * * * * * E falando nisso, a escola de samba Tradição, do Rio de Janeiro, vai homenagear o SBT através de seu dono, com o enredo "O Homem do Baú". O samba da escola fala da saga de Silvio Santos e cita alguns programas que ele já apresentou. E a pergunta é: será que a Globo, que detém dos direitos de transmissão do carnaval carioca, irá exibir o desfile da Tradição? É o SBT na tela quente da Globo, gente! E de novo... a primeira vez foi quando Eurico Miranda estampou o logotipo da emissora (sem permissão) na camisa do Vasco, oportunidade em que era transmitida a final da tumultuada Copa João Havelange. * * * * * O programa "Intimação", da Rede Vida, está de parabéns. Com um cenário novo, incluindo um espaço para a moçada se sentar e participar no estúdio, as discussões estão rendendo mais. Dá para matar a saudade do antigo "Programa Livre", quando era apresentado por Serginho Groisman. O "Intimação" vai ao ar ao vivo nas noites de quartas-feiras. * * * * * Nota 10 também para as atrações do "MTV na Praia" deste ano. Os irreverentes Levy e Marcos Mion, o delicado Max Fivelinha e a gata Didi produziram a melhor programação de verão da TV brasileira, época em que é reprisado muitos programas. * * * * * Mas que orgia era aquela na noite de segunda-feira, 19, na TV aberta? Na RedeTV!, o apresentador João Kléber emocionava-se com o 2º lugar no Ibope exibindo uma matéria com a Charlotte Pink, seu personagem travesti, visitando um Clube de Swing (troca de casais). Na Band, no mesmo horário, era exibido o filme nacional "Rio Babilônia", onde dois rapazes e uma mulher "brincavam" numa piscina... e mostrando tudo! Na terça-feira, 20, foi a vez de Sérgio Mallandro, como sempre, exibir mulheres quase-nuas em seu programa "Allegria Geral", na Gazeta. Brincadeira, hein?

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             Tem culpa todo mundo! Saiu o resultado da última enquete! Ainda lembram da pergunta? Na TV brasileira, qual é a situação mais patética, na sua opinião? Vejamos os resultados (de um total de 102 votos):

       a) Um apresentador que precisa encher seus programas de mulheres seminuas para atrair a audiência?
                                               (( 33.33% - 34 votos ))
       b) Aquelas mulheres se esforçando com todo tipo de apelação, sonhando ganhar maior notoriedade?
                                                ( 29.41% - 30 votos )
       c) Ou o telespectador que suporta todo tipo de idiotice só para ficar vendo as "peladonas"?
                                              ((( 37.25% - 38 votos )))


             Todos nós já sabemos que a TV aberta brasileira vive da publicidade. E, para vender seu peixe, cada emissora faz o seu melhor (ou o pior possível) para alavancar a audiência de sua programação. A guerra pelo ibope ficou tão explícita que ninguém mais já não pensa em ninguém, ao não ser em si mesmo. O respeito pelo telespectador sumiu e a qualidade dos programas despencou. Será que nós que somos sádicos e gostamos de ver sexo e violência na telinha e, por isso, mais atrações surgem, ou será que as TVs nos impõe este tipo de programação e a gente acaba engolindo o jiló? Qual será o segredo de Tostines?

17/02/2001 - 04:23:19 - Roseli - [email protected]
"O ítem 3, pois, para tais situações é necessário a audiência do telespectador, que contribui cada vez mais com a continuidade de programações absurdas em nossa televisão".

31/12/2000 - 13:04:06 - anônimo
"Faltou o mais rídiculo, q na verdade não são as mulheres, e sim os viados q insistem em balançar as bundas".

22/12/2000 - 13:37:09 - Sálua faisal Husein -
[email protected]
"As três situações são ridículas, mas a última é pior. Como pode participar dessas idiotices?"

18/11/2000 - 20:37:45 - anônimo

"Acredito que é uma grande falta de cérebro se dispor a tais fatos e esperar conseguir alguma notoriedade por isso. É preciso um pouquinho de senso crítico e (por que não?) vergonha ao ir até a TV e expor o corpo daquele jeito; e não é vender o corpo?"

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Fala, Povão!

Carreira de Jornalismo - "Luís, adorei o site! Está muito completo, só acho que você poderia dar mais dicas às pessoas que pretendem seguir a carreira de jornalismo.É justamente por isso que resolvi escrever, gostaria muito que você me mandasse dicas sobre esse curso, gosto muito de escrever e ler mas não sei se isso é o bastante para escolher a carreira. Por favor me escreva dizendo como você chegou a conclusão de optar por esse curso. Tenha certeza que estaria me ajudando muito pois esse ano presto vestibular e ainda não sei para qual curso. Conto com você. Obrigada, Milena." [email protected]

Oie, Milena, tudo blz?! Obrigado por ter gostado do site! :) Quanto às dicas, vou dar sim, apesar de ser ainda um foca! Na verdade, até terminar o 3º ano do colegial, eu não sabia se era realmente Jornalismo o curso que eu queria para a vida. Mas foi pelo gosto de escrever que acabei tentando isso mesmo no vestibular. Saber nem pesa muito, mas gostar de escrever sim. Você deve fazer realmente o que gosta, para poder, no futuro, trabalhar com prazer. Não leve muito pelo mito não. Ninguém sai do curso de Comunicação e entra na Globo para apresentar o "Jornal Nacional". Procure conhecer o dia-a-dia da profissão. Jornalismo não é um ofício que se aprende da noite para o dia... nem passando quatro anos numa faculdade sentado numa cadeira dura. É preciso estar sempre produzindo algo, correndo atrás de tudo, a todo momento. Assim ensina o veterano jornalista Ricardo Kotscho: "o Jornalismo é uma opção de vida". Por e-mail, estou te enviando mais algum material que tenho aqui. Espero que possa ajudá-la! Qualquer coisa, esta coluna está aberta para a sua participação. Ah! E quando você passar no vestibular, não deixe de me convidar para a farra! Abração.

Quero agradecer ao apoio de meu amigo quase-xará Luís Américo pela colaboração no visual da coluna.
Ótimo Carnaval para todos e t+v!

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colaboração gráfica: Luís Américo Simões www.brainatwork.com.br

esta coluna tem o patrocínio de: Agora ficou fácil aprender português! Chegou o curso de línguas Luciana Gimenez! Aprendendo o A B C se divertindo! E você ainda ganha de lambuja um cd do Mick Jagger!!!

 

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