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          coluna produzida por Luís Alberto Caldeira
estudante de Jornalismo em Belo Horizonte-MG
 
( ( ( segunda-feira, 19 de novembro de 2001 ) ) )   

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Ratinho quer jornal popular na TV
Em palestra dada a publicitários em Belo Horizonte, apresentador mais polêmico da TV brasileira dá
a fórmula para quem quer fazer sucesso e diz que investir em programas populares é um bom negócio

         Em visita à capital mineira no dia 22 de Outubro, Ratinho conseguiu reunir uma multidão de pessoas, que esperavam dele poder resolver seus problemas, e se revelou toda a carência do povo brasileiro, assim como foi publicado nesta coluna no dia 1º/Nov. Convidado pela TV Alterosa, emissora afiliada do SBT em Minas, o apresentador veio palestrar para o mercado publicitário. Ratinho disse que investir em programas televisivos populares traz um bom retorno financeiro, ao contrário do que ele diz afirmar a mídia paulista sobre os investimentos comerciais naquele tipo de atração. O seu programa no SBT, por exemplo, é o segundo mais lucrativo da emissora. Disputar o horário nobre com as novelas da Rede Globo não é fácil, mas Ratinho afirma que conseguiu dividir o bolo da audiência e mudar o hábito das pessoas, fazendo um programa da maneira que o povo gosta. Segundo ainda o apresentador, a TV brasileira é muito elitista e um de seus sonhos é fazer um jornal popular, de modo a transmitir a notícia com uma linguagem mais simplificada.


De uma forma bem descontraída, Ratinho
fez palestra para publicitários em Belo Horizonte

         "A explicação para meu sucesso é simples: não sou formado em nada, ninguém me ensinou a fazer televisão, sou igual aqui, quando estou falando pra vocês, e no programa", disse Ratinho. Ele comparou a sua maneira fácil de conquistar o carinho do povo com as mesmas qualidades que possuem Silvio Santos e Hebe Camargo. "Carisma é você mostrar o que é por dentro e por fora".
         Assim Ratinho explica os seus bons índices de audiência que incomodam os concorrentes. Mas, mesmo assim, acredita que "a Globo se perdeu porque inventaram o controle remoto". Aproveitando dos intervalos comerciais da outra emissora, Ratinho lança mão dos "merchandising", fazendo publicidade de produtos durante o programa para segurar o telespectador. Segundo ele, seu programa consegue atingir a todas as classes sociais, mesmo aquelas pessoas que mudam de canal rapidamente e param para ver alguma atração.
         Mas é chegando com maior força nas classes C e D que Ratinho diz angariar sucesso aos seus anunciantes. Segundo declarou, seu programa "atinge o público que mais consome". Citou alguns exemplos como um achocolatado anunciado por ele que hoje é o terceiro mais vendido no país e uma máquina de fazer fraldas, na qual, na primeira semana de publicidade no programa, seus fabricantes não conseguiram atender à grande demanda.


Ratinho afirmou que vem abandonando o lado assistencialista
de seu programa para investir em humor

         O "Programa do Ratinho" hoje explora bem a linha de shows que é o forte do SBT, assim como o esporte está para a Band e o jornalismo e as novelas são as armas da Globo. Ratinho explica que seu programa mudou muito e o dividiu afirmando que é "70% engraçado, 20% triste e 10% informação".
         Como defensor da televisão popular, Ratinho declarou com firmeza que a TV no Brasil ainda é completamente elitista. "Nós não temos jornal popular na televisão", afirmou, dizendo ainda que é um de seus sonhos realizar este projeto. "Todos os jornais falam de precatórios, sem que o povo saiba o que é um precatório. Primeiro temos de explicar tudo", opinou Ratinho. "Jornal popular não é programa policial. É diferente. É dar a notícia do jeito que a maioria da população entende. Caso da guerra no Afeganistão: ninguém sabe por que surgiu. Palestina e Israel, por que eles brigam? Muita gente acha que a Faixa de Gaza é do tamanho de Minas Gerais, mas é um pedacinho de terra de nada, e o objetivo não é ela, mas Jerusalém, com objetivo turístico", continuou.
         O publicitário Fred Monte Alto, que assistiu à palestra, disse que mudou a sua visão que tinha de Ratinho. "Não concordo muito com o que ele faz, mas acho extremamente necessário para quebrar toda essa estrutura que ele colocou de que a nossa televisão era elitista e seletiva", declarou. Uma impressão semelhante teve o relações públicas Adriano Gilberti. "Ele faz com que consiga realmente chegar às pessoas. Mudei realmente a minha concepção porque ele mostrou uma alternativa lógica e um porquê do popular", diz.

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         'Casa dos Artistas': uma novela sem script Romance, intrigas, humor... Dia após dia, uma história diferente. Ninguém sabe o que vai acontecer, e nem mesmo as revistas de fofocas podem adiantar o próximo capítulo. Cada personagem age segundo manda a sua consciência. Eles não foram criados por terceiros; eles são reais, de carne e osso, representando o papel que a vida e as instituições sociais lhes deram. Mesmo assim, a voz da Sociologia garante que algo no comportamento normal muda e diz que "se antes eu ia no banheiro de uma forma, passarei a ir de outra, agora que milhões de pessoas estão me vendo". O nome dessa novela? "Casa dos Artistas", o novo programa do SBT exibido diariamente às 21h, que trancafiou doze pessoas famosas dentro uma mansão de alto luxo, sem nenhum contato com o mundo exterior. Para os participantes, a vida se resume àquela casa, e, topando tudo por dinheiro, eles emprestam seus corpos para se tornarem personagens de uma novela real, exclusiva para um público voyeur... onde tuuuudo pode acontecer!...

       
         

         Elementos de uma verdadeira novela estão presentes em a "Casa dos Artistas": o erotismo de Nana Gouvêa, o amor de Supla e Bárbara Paz e a eterna luta do bem contra o mal, na qual, Alexandre Frota e Núbia Ólive pertenceriam ao grupo dos vilões. Ninguém imaginava que o mocinho da história seria o "Charada Brasileiro", aquele que, à primeira vista, foi estereotipado como o garoto mau. Pois é. O Supla se revelou o cantor punk mais meigo do meio 'show bizz' e ganhou a simpatia do público.

       
       

         Os verdadeiros redatores dessa novela estão atrás dos espelhos da "Casa dos Artistas": a produção do programa. Seguindo as linhas minuciosas traçadas pelo intuitivo Silvio Santos - um dos maiores nomes da tevê mundial - cenografistas, figurinistas e toda uma equipe de apoio fazem produzir ação dentro da casa. Jogos, competições... e também festas. Já aconteceram duas até então: uma no estilo disco anos 70 e outra árabe. A primeira fez render o primeiro beijo entre Bárbara Paz e Supla, unindo o casal. E será que vai terminar em casamento?
         Manhã, tarde, noite, madrugada... os câmeras estão lá a postos para registrar o que tiver de acontecer. Mas o todo o material bruto precisa ser depurado e adicionado a um toque de magia, de emoção, e nada mais funcional do que a música. Uma canção triste ou alegre ou romântica dando fundo às imagens exibidas é perfeita para se produzir sentidos. Está montada a novela mais falada atualmente no Brasil.
         Sabemos que numa novela tradicional, nem todos os personagens chegam ao final. É preciso eliminar uns, manter outros. A expulsão de um participante da "Casa dos Artistas" poderia, então, representar a sua "morte" na novela? Quem vai sair e quem vai ficar?... "Vai chegar um dia em que o bem vai vencer... e vai ser aqui nessa casa", palavras de Bárbara Paz no capítulo do dia 17/Nov do programa. Viajando um pouco, o sábio escritor Fernando Sabino diria que "no fim dá certo... se não deu, é porque ainda não chegou ao fim".

         Personagens

         A novela já estaria pronta antes mesmo de começar? Para a participante Nana Gouvêa sim. "Eles mostram o que eles querem. Eles fazem os personagem para cada um e a gente tem que aceitar", reclamou a atriz no programa de domingo, 18/Nov, quando as câmeras mostravam ao vivo o que acontecia na "Casa dos Artistas", sem que os participantes soubessem, após Silvio Santos ter se despedido dos famosos. A saidinha Nana usou o argumento de que a edição das imagens não corresponde com a realidade. "Quando eu tô de roupa, as câmeras fogem de mim", continuou.

       

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Mudando de canal...

O "Casa dos Artistas" continua sendo o grande sucesso da TV brasileira atual. O programa é surpreendente porque mostra com detalhes a intimidade dos famosos, e, todos os telespectadores - sem exceção, até mesmo aqueles que se consideram seres superiores para não assistir programas populares - têm em si um lado voyeur que, frente a um programa deste tipo, a curiosidade de cada um começa a coçar. O interessante é como o mito daquelas pessoas famosas se quebra. Se antes elas eram consideradas "intocáveis", hoje são mortais comuns, como todos nós... Alguns daqueles artistas ficaram tão íntimos do público que até seus "podres" se revelaram. É como dizia Caetano Veloso: "De perto, somos quase nada". * * * * * Como serão essas pessoas que estão hoje participando do "Casa dos Artistas" daqui a um tempo? Mais famosas? Ficarão com a imagem desgastada? Veremos. Há os que utilizam a mídia negativamente, a partir do ideal "falem mal, mas falem de mim". Alexandre Frota é um deles. O gostosão Marco Mastronelli, que foi eliminado no programa do dia 11/Nov, é outro, e criou antipatia no público. Na hora de saber quem iria embora da "Casa", entre Patrícia Coelho e Mastronelli, venceu com unanimidade este último, no júri popular. Uma telespectadora que ligou e votou no rapaz resumiu o que estava engasgado na garganta de todos. "Ele é insuportável. É bonito por fora, mas não vale nada. Pelo jeito que ele falou com as mulheres, parece até ser gay", declarou.

Mais "Casa dos Artistas". No programa de ontem, quem saiu foi Núbia Ólive. Entre seus colegas de "Casa", ela foi a mais votada, com 4 votos, Supla, 3 e Bárbara Paz, 2. Os dois primeiros foram à berlinda. Antes mesmo de saber o que os telespectadores iriam decidir, Núbia já arrumava a sua mala, confirmando a boa popularidade do cantor punk Supla, o que falta para ela. * * * * * E por falar nele, Supla, o queridinho do público, pode ganhar um programa no SBT. Por enquanto, a notícia não é oficial, mas é certo de que o Dono do Baú não vai abandonar uma cria sua depois que o rapaz se tornou popular... O novo CD do "rei da mídia" Supla sai nesta segunda-feira, 19/Nov, nas bancas de todo o Brasil ao preço de R$9,90 e promete ser um estouro de vendas. Na semana passada, a música "Green Hair" do cantor ficou na quinta colocação das mais pedidas numa grande rádio de Belo Horizonte. É isso aí, papito!

O "Casa dos Artistas" termina no próximo mês, mas Silvio Santos já pensa na segunda edição do programa, que seria exibido no mês de março do ano que vem. Quem seriam os convidados dessa vez? Façam as suas apostas. Um passarinho azul-calcinha me contou que Marcos Mión é um dos que estariam na próxima "Casa"... Eu também quero ir, Silvio. Me leva! Já até entrei para academia pra ficar musculoso; já tenho o que divulgar (esta coluna)... só falta ficar famoso... quem dera! * * * * * Está mais fácil ir para o "Barraco dos Quase Artistas", paródia feita por Ratinho em seu programa. Já que o "Casseta & Planeta", da Globo, não pode fazer essa piada, o próprio SBT faz! * * * * * "Dizem que todo mundo tem um motivo pra ter uma home page. Não sei se tenho motivo... Mas é de graça! Então, por que não ter?", palavras do meu amigo paulista Anderson Bernardo, que também faz críticas de TV e está construindo o seu site (www.andersonbernardo.cjb.net). O rapaz é bom, tem vontade e gosta do que faz! Anderson, você vai longe, cara, e eu quero trabalhar ao seu lado, se tiver essa oportunidade. Pode deixar que a gente ainda vai estar na "Casa dos Artistas" um dia!

E saindo do assunto do momento, um pequeno comentário sobre o "Domingo Legal", de Gugu Liberato. Em todo programa, aqueles mesmos "telegramas legais", pegadinhas feitas geralmente com modelos boas de corpo. Ninguém comenta, ninguém fala nada... já ficou normal ver aquelas mulheres vestidas com trajes sumários todo domingo, não fosse pelo horário em que é exibido o quadro. O que difere a bundalização do programa do Gugu do "Cine Privé", da Band, é só o contexto. É apelação do mesmo jeito! E o ibope sobe, sobe, sobe, sobe...

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Para todos, aquele abraço!

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