Vida puta, imunda e voraz,
Quem te conhece, não vive.
Quem não conhece, se ilude em paz.
Vida ardida e moída,
Que impõe seriedade a quem vive,
Que pede pra felicidade ser mais realista,
Pra olhar ao redor, e pra definhar, ao fim, triste.
Vida,se obriga a ser maldita.
Que ao existir vive o real,
Ecoa-nos teu grito,
Impõe-nos como seremos,
E como devemos sofrer, serenos.
Vida, Armada viva,
Ponho-me a sofrer, pra poder viver,
Enquanto sorri pra mim, eu não sei se é ironia,
Mas há de ser mais prazeroso entender,
Os fatos de quem vive, os que nos fazem sofrer.
Apesar de contigo não estar,
Obrigo-me viver,
O que me resta é torcer,
Pra isso tudo acabar.
Vida, seja amiga.
Livra o que ama de amar,
Leve contigo meus sofrimentos,
Deixe-me de ti resignar,
Enfim até o fim, se acabar.