Os poetas têm um destino - Nunca são felizes.
È certo que vez ou outra pintem alegria,
Mas é tudo efêmero, tal como a emoção que possuem.
Poetas são escravos de si.
De seus sentimentos e razões;
Dos pensamentos, das morais e ilusões.
Sujeitos de palavras fáceis e fartas,
Das infames hipérboles,
Das fúteis parábolas e
Da compreensão que sempre passam desapercebidas -
Nulas e vãs.
Frustrados poetas,
Não sabem viver.
Não sabem o que é demanda,
Não sabem o que é prazer.
Pobres, nulos e fracos.
Tiranos das próprias armadilhas
Masoquistas das reuniões do eu,
Subjetivos instrumentos pálidos da palavra.
Fáceis poetas como eu,
Vivem na textura da ilusão
de qualquer perigo que a paixão arremessa.
São infames abertos das frases incertas,
Simplesmente poetas.
Morre de amores que está tudo perfeito,
Morra de amores que não tem mais jeito,
Definha, se humilha, se atrase; poeta.
Acredita, faz acontecer, deixe perder.
A vida é fácil como você,
Visão não interessa,
Seja poeta.