Baixo Astral

Alberto Fuguet
por José C. Soares

"Baixo astral" (Mala Onda, título original), são alguns dias na vida de Matias Vicuña. Após uma grande viagem para o Rio de Janeiro em uma excursão do colégio, o protagonista se encontra de volta a Santiago, sua cidade natal. Sem perspectivas, apesar da boa condição financeira de sua família (bastante desestruturada), com saudade e lembranças da viagem e de pessoas que conheceu e entediado - em um dos períodos mais negros da história chilena, no auge da repressão da ditadura de Pinochet, durante um plebiscito em que se dirá SIM ou NÃO ao governo.

Uma associação óbvia que se faz ao ler esse livro é a influência de J.D Salinger sobre o autor, Alberto Fuguet; não é à toa, "O apanhador no campo de centeio" marca bastante Matias, que o lê após a insistência de seu amigo "Alejandro Paz do Chile", que trabalha como barman no Juancho's ,uma boate que costuma ir.

A história aparentemente triste e pessimista, não trás grandes acontecimentos, apesar da rotina movimentada, embalada por drogas e algum sexo que leva o personagem principal, que com seus dezessete anos, narra o mundo ao seu redor, suas lembranças e vontades com um ácido senso de humor, de forma simples e de modo que quem lê sua história se identifica com várias coisas que ele sente, justamente por se tratar de sentimentos tão humanos, como frustração, desconfiança, apatia ou saudade. Grande livro.

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