por Gilberto Puppet

- Eles estão na estrada desde de 2001 e lançaram a pouco tempo o seu primeiro trabalho, “A Escolha” (produção independente). Eles vem adquirindo respeito e prestígio por todos os palcos que passaram, unindo sempre sentimento, reflexão, peso e competência nas suas composições. Com vocês, o Tchopu.

Vamos começar pela pergunta menos original de qualquer entrevista. Como a banda começou e o que quer dizer "TCHOPU"?

Começou comigo (Birão) e o Rômulo fazendo um som no meu quarto, eu na batera e ele tocando guitarra e cantando. O nome da banda vem do pico de surf no Taiti chamado Teahupoo, mas a pronúncia dos locais é Tchopu, então escrevemos a palavra como se fala. Associamos o nome com a banda pelo fato desse pico ter um visual alucinante e ao mesmo tempo ser um lugar onde rolam uma das ondas mais perigosas do planeta, então fica um clima meio sombrio, mas ao mesmo tempo melódico. Deu para entender ou viajei muito? (risos)

Hehe deu pra entender sim. Podem me corrigir se eu estiver errado, mas se percebe pelo som de vocês que, dentre as influências em geral da banda, o New Metal parece prevalecer bastante. Vocês confirmam isso? E quais são as outras influências em geral da banda?

Sim, temos o New Metal como influência, é quase impossível não ter, mas, o que você chama de New Metal? Não gosto muito desse lance de rótulos e estilos, o que importa é o som, se me agrada, não importando se é thrash, brega, hardcore ou metal. Temos sim muitas influências, muita coisa vem junta. Na banda todo mundo escuta de tudo, de MPB até Slayer, por exemplo. É tudo muito amplo.

Léo Jaime, em uma entrevista ao jornal "O Globo", disse que o Rio de Janeiro é o "túmulo do rock". Vocês são otimistas em relação ao cenário independente carioca, sobretudo neste ano?

Ele disse isso? Mas será que ele mete a cara para fazer algo? Ele pode ter até razão, em se tratando de apoio governamental... Acho que as coisas estavam boas, caíram muito e agora está se levantando porque tem uma rapaziada metendo a mão na massa e fazendo acontecer algumas coisas. Isso é muito precioso se você levar em conta que, se tem muito pouco para trabalhar, os recursos são mínimos. Tem que querer, isso é o mais importante, e essa nova geração está querendo e muito, estão colocando as coisas pra andar sem depender de apoio do governo e tal. Estamos otimistas para esse ano, mas devemos lembrar que temos copa e eleições por vir.

Aliás, como vocês enxergam o underground em geral? Como uma escada para o "mainstream" ou como um movimento cultural à parte?

Eu diria que são os dois. Porém não posso deixar de dizer que gosto muito do clima e de toda essa órbita que é o underground. Muita gente, mas muita mesmo, não tem idéia da dimensão do movimento. Milhões de coisas acontecem e giram por causa de pessoas como vocês. Valeu por nos dar essa força e trabalhar para o crescimento do meio.

Uma coisa que sempre frita a cabeça de quem tem uma banda independente é o quesito "gravação" e os custos (sejam monetários, de tempo, físicos e etc) que isto leva. Como foi o andamento da gravação do "A Escolha"?

Posso dizer que foi um parto, ou melhor, uma novela. Existem novelas que duram mais de 2 anos?(risos) Tivemos muitos problemas, desde os custos que você citou até acertos com mixagem e estúdios. Mas no final acho que ficou um bom disco, não sei, nunca fica o que se espera, ainda mais quando são pessoas sem experiência metendo a cara para fazer. Depois de pronto você sempre acha que poderia estar muito melhor, mas como o Rômulo diz, "o bom é o inimigo do ótimo". (risos)

Podem fazer as considerações finais, dar um recado pra galera ou apenas o "beijinho da xuxa".

Gostaríamos de dar os parabéns a vocês pela iniciativa e agradecer mesmo pelo convite, quando quiser é só gritar. Muito foda o trabalho! E agradecemos também à todos que apóiam o nosso trabalho, esse é o nosso combustível. Valeu a força e “vâmo que vâmo!” Ah, e não esqueçam: www.tchopu.com.br Abraços e paz sempre.

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