por Gilberto Puppet
Embalados por um espírito de fim de ano que se mescla ao nosso
espírito underground (já notaram que o Papai Noel usa coturno?), o
Consciência Alternativa tem o prazer de fechar 2006 apresentando a
banda que foi uma das grandes “revelações” do ano. Silence.
Caso alguém note alguma semelhança entre nome da banda e o som que eles
fazem, aconselho levar o seu caso para autoridades médicas competentes.
Gláucio “Jamaica” (vocal): É uma longa história (risos). Eu estava
querendo fazer som próprio, pois minha antiga banda, O Reipy, era de
covers. A banda Spell (do Léo, o baixista) tinha acabado e o Davison
tava chateado porque a sua banda, o Unfeal, quase não tocava. No mesmo
caso estava o Rubinho, do D7. Então, bem no início, falei com o Davison
que eu estava a fim de montar uma banda cover de Mudvayne (risos),
então ele falou que ia chamar o Léo. Eu não gostava muito dele porque não o conhecia, mas acabei aceitando.
Com a banda devidamente formada, faltou
acharmos um nome. Depois de discutirmos alguns (aonde teve um que me
agradou bastante, “Chapter One”) notamos que nós precisávamos de algo
curto e que ao mesmo tempo tivesse uma boa sonoridade. Então pensamos
na nossa proposta de som e a invertemos. Daí veio o Silence.
GJ: Todos estavam meio que desesperados para continuar suas atividades musicais, mas fui eu que tive a iniciativa de procurar geral e sair da minha banda pra formar este projeto.
GJ: Sim. A idéia principal sempre foi fazer música independente. Todos nós já tivemos bandas cover e já estávamos cansados de receber palmas que na verdade não eram para nós. Só colocamos algumas músicas cover no repertório como estratégia apenas.
GJ: Cara, nem eu sei dizer direito como a galera reagiu. Tem sempre aquela galera que só vai pra ouvir covers e tal, mas a gente sempre vai decidido a fazer o nosso som e a tentar mostrar que o que é independente também é bacana de curtir. Tem muita banda cover que hoje em dia é nossa amiga e a gente também faz questão de fazer amizade com essa galera, até porque eles também pretendem tocar seus sons próprios. Até hoje ninguém reclamou conosco sobre algo na banda. Aliás, só teve um cara que criou polêmica, mas ele é um escroto. Um idiota. Não merece ibope...
GJ: Na verdade acho que o nosso som não é bem um New Metal. Eu prefiro dizer que nós somos um metal alternativo. A gente até tem influência, mas sempre tentamos fazer nosso som sem imitar nenhuma de nossas influências e, mesmo assim, sempre acaba saindo algo parecido com alguma coisa espalhada por aí. Isso também é culpa do rótulo, mas esta situação está mudando. As pessoas estão se informando mais a respeito de certas bandas e com isso descobrem novos estilos...
GJ: Acho que é mais a aparência. Aquela coisa de roupa rap com pitadas de metal, saca? O rótulo também tem sua culpa, pois se te verem usando uma camisa da Adidas num show, já te chamam de New Metal. Isso é fato.
GJ: Não é bem um EP. Aquilo foi uma gravação que fizemos para lapidarmos nossos erros e adicionar outras. Mas daí acabou que uns e outros foram pedindo estas gravações e então acabamos divulgando-as.
GJ: Sim, claro. Já estamos pensando em gravar um EP de verdade, até porque já temos músicas novas e as antigas ganharam uma pitada a mais de agressividade.
GJ: Sou meio suspeito para falar sobre a cena do RJ. Cada pessoa tem um perfil de gosto musical e de preferência de local a freqüentar. Cada lugar é uma galera diferente, mas nos locais que freqüento, percebo um aumento significativo de algumas tribos. A galera que freqüenta o underground mesmo raramente vai a locais que na maioria das vezes são os mais visados, justamente por receberem um grande número de bandas cover.
GJ: Ainda não, mas vejo que muita gente está passando a freqüentar a cena independente e a está valorizando mais, apesar dos fanfarrões que se fantasiam para ir aos shows, se aproveitar da ausência dos pais, se embebedar e cometer seus delitos secretos...
GJ: Hoje em dia está muito complicado, mas acho que a “culpa” é de todos: da gravadora que não investe no que o público de verdade quer, até o público que valoriza o que a mídia coloca como o “da hora". A insistência é a melhor companhia das bandas nos dias de hoje.
GJ: Temos como plano principal a gravação de um EP, porque é isso
que está faltando para buscarmos os grandes festivais. Acho que 2007
será um ano bom para muita gente. Tem muita coisa boa acontecendo,
muita banda boa surgindo etc, mas para isso a galera do RJ deveria dar
mais valor ao que as bandas têm a oferecer.
Está certo que cada um
tem sua escolha, mas existe muita coisa nova espalhada por aí que a
galera não conhece. Antigamente a galera ia até no inferno curtir um
show e era maneiro porque, por pior que fosse a banda, sempre se
arrumava um jeito de curtir a noite. Hoje não. Quem curte rock de
verdade não deveria se resumir a ir só a um ou dois eventos mensais...
Tem gente que diz: “Eu sou rockeiro, mas não posso ir longe porque não
gosto. Tenho preguiça...". Cadê a atitude? Isso é que é grave.
Conheça o Silence:
www.fotolog.com/__silence___
www.myspace.com/bandasilence
www.orkut.com/community.aspx?cmm=3711180
[email protected]