por Jorge Rocha

-Foi num estúdio em Rocha Miranda, há mais ou menos 6 meses que eu vi o Lástima pela primeira vez. Power Violence bem tocado e ensaiado, como tem que ser para qualquer banda rápida que se preze. A banda tem menos de um ano e apenas uma demo gravada, mas já alça vôos de banda experiente. As custas de muito trabalho, o Lastima é uma prova de que nada se consegue senão tiver esforço e suor e no cenário alternativo não é diferente. Quem responde ás perguntas é o Rodrigo, vocalista da banda:

Todos na banda tem as mesmas influencias? Quais são as influencias do Lastima?

Todos têm suas preferências pessoais. O baixista Henrique saca muito de Hardcore old school, punk, powerviolence, fastcore e ultimamente vem incomodando seus familiares com algumas bandas de black metal, ele é louco, deve ter 1 milhão de cds em seu computador. Josias, nosso batera, tem uma caída pelas bandas de metalcore, pira no As i Lay Dying e curte outras tantas de new metal. Na verdade percebo que ele gosta de batidas com peso e isso é algo que se encontra facilmente nesses estilos. Nosso guitarrista Edinho é o virtuoso da banda, gosta de algumas bandas pesadas mais curte mesmo uns sons mais trabalhados, bandas com solos e riffs bem trampados. O outro guitarra é o Fabinho, esse também é amante do metalcore, o lance dele é mosh, gosta muito também de grind e hardcore em geral. Eu (Rodrigo) acho que sou o mais eclético na banda, curto death, black, thrash, grind, HC, crust, powerviolence, noise, gore, splatter, não é brincadeira, quem me conhece sabe que ouço tudo isso mesmo, sou alucinado por ban das extremas. Não tenho mais tímpanos!

Em suma nosso som é uma mistura de todos os estilos que curtimos, sempre dando preferência para composições mais extremas e passagens que transpareçam nosso toque pessoal.

Se vocês tivessem que escolher entre as musicas e as letras do Lastima, com qual vocês ficariam?

Não existe essa separação, compomos da seguinte forma: 1º escrevemos a letra e depois fazemos a musica. Uma coisa está fielmente ligada à outra, sem um o outro não existe. As notas são escolhidas de acordo com cada palavra pronunciada, a melodia tem que passar o que dizemos. Por isso prefiro dizer que ficamos com as duas!

Qual o propósito da banda?

Nosso propósito principal é simplesmente fazer som. Gostamos disso! Passamos através da agressividade de nosso som a revolta que nos consome, questões sobre a morte, vida, e o cotidiano são temas contundentes em nossas letras, assim como sátiras a grupos religiosos e o apocalipse da sociedade. Fora isso, saber que pessoas se empolgam com nossa musica, os amigos que fazemos, as viajens e bebedeiras também nos deixam satisfeitos.

Uma vez eu vi um rapper dizer que fazer música de protesto é palhaçada, é perda de tempo e que ele fazia “música de cotidiano”. Essa é a idéia de vocês?

Depende, se o cotidiano a que você se refere for o que o rapper mencionou a resposta é não! Existem diversas formas de cotidiano, afinal isso varia de acordo com a renda da pessoa, local onde mora e freqüenta, estudo, lazer e etc. As pessoas tem cotidianos diferentes, ninguém faz exatamente a mesma coisa, algo sempre vai variar. Toda banda que é influenciada diretamente por HC em tese traz em suas letras protestos e criticas a política social. Nós também o fazemos mais de uma forma diferente, nossa critica está ligada ao modo de vida e crença da sociedade em geral. O cotidiano religioso que cega e anula e as imposições que sofremos durante o dia (terrível cotidiano). Não falamos de favelas, bandidos, assaltos ou corrupção. Falamos de Deus, do Diabo, salvação, condenação e adoração, falamos dos caminhos impostos a você desde seu nascimento, a pressão para que aceite uma "verdade" totalmente questionável. Em resumo nossa idéia é quebrar as correntes que o cristianismo lançou durante anos sobre o mundo. Isso é protesto!

Vocês estão gravando o primeiro CD agora. Como estão as gravações?

Bem, na verdade ainda não começamos as gravações de nosso debut. Após a entrada do Fabio na banda decidimos adotar uma sonoridade diferente do powerviolence crú que tocávamos, agora fazemos aquela misturada de estilos que você ouviu. Por isso estamos trampando novos sons antes de gravar. Para galera conferir gravamos no Hanói 2 desses novos sons, estão bem legais, para ouvir é só acessar www.purevolume.com/lastima. Devemos lançar nosso debut em janeiro ou fevereiro de 2006, as gravações serão no estúdio Hanói e ainda não sabemos se vai sair de forma independente ou por algum selo.

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