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CLÉRIO JOSÉ BORGES DE SANT´ANNA                                             VOLTAR
, Espírito Santo -  Brasil.   .

HISTÓRIA DA PANELA DE BARRO

A panela de barro é sem dúvida uma das maiores expressões da cultura popular do Espírito Santo. Desde a sua origem – nas tribos indígenas que habitaram o litoral do Estado – até os dias de hoje, a técnica de sua confecção e a estrutura social das artesãs pouco mudou.
Os frutos do mar estão presentes nos principais ícones da gastronomia típica da cidade de Vitória: A moqueca e a torta capixaba. O preparo destes pratos envolve uma peça muito importante do nosso artesanato, a panela de barro.
O trabalho artesanal das paneleiras sempre garantiu a sobrevivência econômica de suas famílias, como também de suas tradições.
A região de Goiabeiras, ao norte da Ilha de Vitória, sempre foi o local tradicional da produção de panelas de barro. No início, o trabalho era de cunho familiar e as panelas eram feitas nos quintais das casas das paneleiras. Recentemente, com a criação da Associação das Paneleiras e ações da Prefeitura Municipal e outras entidades, foi construído um galpão onde concentrou-se toda a produção.

A panela de barro é suporte indispensável para o preparo da moqueca e da torta capixabas, pratos típicos da culinária capixaba. Os produtos nela preparados têm aspecto e paladar bem mais apetitosos. Ela se integrou de tal forma na culinária capixaba que faz parte de sua tradição.

Elas são produzidas por grupos de mulheres - alguns homens também já estão aderindo à essa nova atividade econômica - residentes no bairro de Goiabeiras, em Vitória. Possuem até uma associação, que fica ao lado de um manguezal, de onde são retiradas todas as matérias-primas necessárias para a fabricação das panelas.

É graças às paneleiras de Goiabeiras que a panela de barro firmou-se como um dos símbolos da cultura popular capixaba. É uma arte que vem sendo passada de geração para geração. No galpão onde trabalham, mãe, filhas e netos trabalham lado a lado. Claro que para os pequenos restam os trabalhos como recolher o barro e retirar a casca da árvore encontrada nos manguezais.

As panelas de barro se constituem no principal elemento cultural para a elaboração de pratos típicos da culinária capixaba. A moqueca capixaba, a moqueca de garoupa salgada com banana da terra e a torta capixaba têm de ser feitas em panela de barro para serem autênticas. A produção das panelas de barro é constante, e todas as peças produzidas são vendidas aos turistas e à população da grande vitória. As vendas são feitas diretamente no galpão da Associação das Paneleiras, nas lojas de artesanato e nos postos de informações turísticas.

Há mais de 400 anos, a produção dessa panela é passada de mãe para filha, garantindo a sobrevivência das paneleiras e da nossa tradição. As mulheres usam o barro tabatinga para moldar as panelas e uma tintura chamada tanino para dar a coloração escura. Se você quiser comprar uma panela de barro para preparar seus pratos, exija o selo de autenticidade das Paneleiras de Goiabeiras. O telefone da Associação das Paneleiras é (0**27) 3327-0519.

MODO DE FAZER AS PANELAS DE BARRO

A confecção da panela de barro é uma técnica secular que chegou aos nossos dias pela transmissão das tradições familiares, desde a busca de todas as matérias primas que compõem, até a sua utilização. Para fazer as panelas, as artesãs retiram argila do Vale do Mulembá, situado no bairro Joana D’Arc, na Ilha de Vitória. Quando chega ao galpão, o barro passa por um processo de limpeza no qual são retirados os grãos de areia maiores e a matéria orgânica visível para que seja amassado, manualmente, em seguida. É o momento que inicia-se o processo de confecção da panela, através de uma técnica de modelagem aplicada a partir de uma bola de barro. O acabamento da panela é feito com seixos rolados (pedras de rio), casca de coco, facas e estiletes. A peça totalmente modelada é colocada ao ar livre para secar e depois de seca, é alisada com um seixo rolado para retirar os grãos de areia mais grossos. A partir daí, as paneleiras reúnem sua produção e queimam suas panelas. No final da queima, as peças, ainda quentes, recebem um tratamento de superfície com tanino (retirado da casca das árvores do mangue “Rhizophora mangle”), dando coloração específica as peças.

É aconselhável ao comprador das panelas de barro uma outra queima antes de utilizá-las na cozinha. Para isso, deve-se colocar dentro da panela 2 colheres de óleo de cozinha, de preferência óleo de oliva, levando-a em contato com o fogo. O óleo queimará e, quando a fumaça começar a ficar preta, o fogo deve ser apagado. Tudo isso para que os materiais usados na confecção das panelas não interfiram no sabor da comida.

Notas Bibliográficas.

1- Neves, Guilherme Santos - Cadernos de Folclore, nº 30, Rio de Janeiro, Ed. FUNARTE, 1980, p.3.

2- Gama, Oscar, História do Teatro Capixaba, apud. Aristides Freire, p. 191, Vitória, FCAA e FCES, 1981.

3- Neves, Guilherme Santos, in op. cit., p.20.


BIBLIOGRAFIA.

A GAZETA - CADERNO DOIS - Vitória

Instituto Nacional do Folclore, Atlas Folclórico do Brasil - Espírito Santo, Rio de Janeiro, FUNARTE, 1982.

Fonseca, Hermógenes Lima - Tradições Populares no Espírito Santo, Vitória, Departamento Estadual de Cultura, 1991.

Novaes, Maria Stella de - História do Espírito Santo, Vitória, Fundo Editorial do Espírito Santo.

Siqueira, Padre Francisco Antunes de - Esboço Histórico dos Costumes do Povo Espírito-Santense Desde os Tempos Coloniais até nossos Dias, Rio de Janeiro, Tipografia G. Leuzinger & Filhos, 1893.

Borges, Clério José - Histpória da Serra, Serra, Gráfica Editora Canela Verde, 2003

Site na Web: Gastromonia.com

Site na Web: www.vix-prc,yazigi.com.br







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FOTO 2 - Reunião na casa de Clério Borges: Adir Ribeiro; Valdemir R. Azeredo; Clério; Moacyr Malacarne e José Alves com o Violão

Nas fotos a Galera do CTC, Albercinho (Albércio Nunes Vieira Machado); Penha Frihane; Dr. José Paulo; Moacir Malacarne; José Saleme; Sandra Bunges; Cleusa Vidal; a Saudosa Tereza Vitória; Valsema; Kátia Bóbio, Clério e Zenaide; Clério e Edson Constantino.

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