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CLÉRIO JOSÉ BORGES DE SANT´ANNA                                             VOLTAR
, Espírito Santo -  Brasil.   .

O QUE É UMA TROVA?
Definições - Metrificação - Como contar o Verso.
Saiba tudo sobre esta singela forma de Poesia


Na foto o Presidente do CTC, Clério José Borges, ministrando uma aula na Oficina Literária de Trovas, na Cidade da Serra, ES.

Estudantes da Cidade da Serra assistindo as aulas de Clério José Borges sobre Trovas e Origem da Serra

DEFINIÇÃO DA TROVA

A Trova é uma composição poética, ou seja, uma poesia que deve obedecer as seguintes características:

1- Ser uma quadra. Ter quatro versos. Em poesia cada linha é denominada verso.

2- Cada verso deve ter sete sílabas poéticas. Cada verso deve ser setessilábico. As sílabas são contadas pelo som.

3- Ter sentido completo e independente. O autor da Trova deve colocar nos quatro versos toda a sua idéia. A Trova difere dos versos da Literatura de Cordel, onde em quadra ou sextilhas, o autor conta uma história que no final soma mais de cem versos ou seja, linhas. A Trova possui apenas 4 versos, ou seja, 4 linhas.

4- Ter rima. A rima poderá ser do primeiro verso com o terceiro e o segundo com o quarto, no esquema ABAB, ou ainda, somente do segundo com o quarto, no esquema ABCB. Existem Trovas também nos esquemas de rimas ABBA e AABB.

Segundo o escritor Jorge Amado:

"Não pode haver criação literária mais popular e que mais fale diretamente ao coração do povo do que a Trova. É através dela que o povo toma contato com a poesia e por isto mesmo a Trova e o Trovador são imortais"

Todo Trovador é poeta mas nem todo poeta é trovador. Nem todos poetas sabem metrificar, fazer o verso medido.

Poeta para ser Poeta precisa saber metrificação, saber contar o verso. Se não souber o que é escansão , ou seja, medir o verso, não é Poeta.

Eis alguns exemplos de Trovas:

Nesta casa tão singela

Onde mora um Trovador

É a mulher que manda nela

Porém nos dois manda o amor.

Clério José Borges

Ficou pronta a criação

Sem um defeito sequer,

E atingiu a perfeição

Quando Deus fez a mulher.

Eva Reis


Um pouco sobre a métrica

Métrica é a arte que ensina os elementos necessários à feitura de versos medidos. A métrica é obtida pela contagem das sílabas e o ritmo pelas cesuras. Você sabe metrificar e ritmar ?

Uma regra

A última sílaba que se conta é a tônica da última palavra. Ex.- 7 Sílabas:

Eu vi mi-nha mãe re-zan-do
Aos pés da Vir-gem Ma-ri-a
E-ra u-ma San-ta es-cu-tan-do
O que ou-tra San-ta di-zi-a

Outra regra

Quando uma palavra termina por vogal átona e a seguinte começa por vogal ou ditongo, conta-se uma sílaba só. Diz-se que há embebimento de uma sílaba na outra. Ex.:

Ou vin do a fa la ao ven to. São 6 sílabas.

Mais uma regra

Para atender à métrica, hiatos podem transformar-se em ditongos (Sinérese)e ditongos transformar-se em hiatos (Diérese) Ex

Su-a-ve por Sua-ve (3 viram 2)
Sau-da-de por Sa-u-da-de (3 viram 4)

Cesuras

Não esqueça que o que dá ritmo à poesia são as cesuras. São as sílabas tônicas que devem existir obrigatoriamente no interior dos versos, quando tenham mais de sete sílabas.

Nos decassílabos Sáficos - 4ª - 8ª - 10ª - Ex.:
Ia Bar-sa-nul-fo pe-lo ver-de pra-do
Nos decassílabos Heróicos - 6ª - 10ª Ex
Tra-ba-lho nas no-ve-las nun-ca ve-jo

E.T. O verso Alexandrino legítimo tem cesuras na 6ª e 12ª. Se tiver na 4ª, 8ª e 12ª. será um Dodecassílabo Quaternário. Não necessariamente um Alexandrino.


Trovas

A trova é uma composição poética de quatro versos de sete sílabas poéticas, que tem de ter rima no mínimo da 2ª com a 4ª linhas (versos). Preferível será rimar também a 1ª com a 3ª.

Encontra-se em trovas mais antigas rimas da 1ª com a 4ª e da 2ª com a 3ª. Há também 1ª com 2ª e 3ª com 4ª, além de outras. embora o tipo enunciado no primeiro parágrafo seja o mais usado atualmente.

A trova, para ser bem feita, tem de ter um ACHADO. Achado é algo diferente e que faça valer a pena ler a trova. Adelmar Tavares diz

"Nem sempre com quatro versos
setissílabos, a gente
consegue fazer a trova;
faz quatro versos, somente"

No livro "Como Fazer Trovas e Versos", de Eno Teodoro Wanke, ele faz interessante observação a esse respeito.

Mostra a trova de um autor e a correção por outro trovador, dando-lhe mais qualidade.

Acompanhemos o exemplo:

Trova de João Cândido, publicada no ano de 1894:

O filho do carpinteiro
foi um artista profundo
o que fez esse luzeiro ?
Fez um conserto no mundo.

Raul Pederneiras (1874-1973), lá pelos idos de 1916, depois de tomar bons goles de vinho, saiu-se com esta:

O filho do carpinteiro
foi um artista profundo:
com três cravos e um madeiro
fez a redenção do mundo !

Com apenas 28 sílabas temos a história do Cristianismo, mostrando o que ele significa. Outro exemplo:

Tua boca todos sabem
é tão pequena e singela
que eu não sei como é que cabem
tantos beijos dentro dela.

Na revisão, foi mudada.

Tua boca é tão pequena
tão pequena e tão singela
que não sei como é que cabem
tantos beijos dentro dela.

Rimou apenas a 2ª com a 4ª, mas ficou mais bonita e expressiva.

Nota - Comece a trova sempre com letra maiúscula. A partir do segundo verso use letra minúscula, a menos que a pontuação indique o início de nova frase. Nesse caso, use a maiúscula novamente.

Aprenda a trovar fazendo poesia de qualidade


 

Trovismo: Movimento cultural em torno da Trova no Brasil, surgido a partir de 1950. A palavra foi criada pelo poeta e político falecido J. G. de Araújo Jorge. O escritor Eno Teodoro Wanke publica em 1978 o livro "O Trovismo", onde conta a história do movimento de 1950 em diante.

Neotrovismo: É a renovação do movimento em torno da Trova no Brasil. Surge em 1980, com a criação por Clério José Borges do Clube dos Trovadores Capixabas. Foram realizados 20 Seminários Nacionais da Trova no Espírito Santo e o Presidente Clério Borges já foi convidado e proferiu palestras no Brasil e no Uruguai. Em 1987 concedeu inclusive entrevista em Rede Nacional, no programa "Sem Censura" da TV Educativa do Rio de Janeiro.


O Trovador Literário é aquele que sabe fazer a Trova, imprimindo espontaneidade, graça, beleza e sabedoria, tal qual a cultivaram poetas brasileiros de renome, como Fernando Pessoa:

O poeta é um fingidor,

finge tão completamente,

que chega a fingir que é dor

a dor que deveras sente.


Olavo Bilac:

Mulher de recursos fartos!

Como é que está impenitente,

tendo no corpo dois quartos,

dá pousada a tanta gente?


Menotti Del Picchia:

Saudade, perfume triste

de uma flor que não se vê.

Culto que ainda persiste

num crente que já não crê.


Mário de Andrade:

Teu sorriso é um jardineiro,

meu coração é um jardim.

Saudade! Imenso canteiro

que eu trago dentro de mim.


Cecília Meireles:

Os remos batem nas águas:

têm de ferir para andar.

As águas vão consentindo

- esse é o destino do mar.


Carlos Drumond de Andrade:

Solidão, não te mereço,

pois que te consumo em vão.

Sabendo-te, embora, o preço,

calco teu ouro no chão.


Bibliografia:

1. BORGES, Clério José - O Trovismo Capixaba - Editora Codpoe - Rio de Janeiro, 1990. 80 páginas. Ilustrado.

2. Literatura Brasileira - Willian Roberto Cereja e Thereza Analia Cochar Magalhães - Editora Atual. São Paulo - 1995.

3. Gramática Contemporânea da Língua Portuguesa - José de Nicola e Ulisses Infante - Editora Scipione. São Paulo - 1995.

4. Textos e matéria dada em sala de aula para 1° e 2° ano do 2° grau nos anos de 1996 e 1997 pelo professor Ádino, no Colégio WR.

5. Coleção Objetivo - Literatura I e II (Livros 26 e 27) - Prof. Fernando Teixeira de Andrade - Editora Cered. São Paulo.

6. Ana Cristina Silva Gonçalves – Texto na Internet.

7. A TROVA – Eno Theodoro Wanke – Editora Pongetti, 1973 – Rio de Janeiro – 247 páginas.





CONFIRA MAIS DETALHES SOBRE O TEMA ACIMA
NA PÁGINA DOS JOVENS TROVADORES DA SERRA 2002,
COM FOTOS DOS ALUNOS E DE CLÉRIO BORGES AQUI



FOTO 1 - Na Missa em Trovas em Anchieta, ES: Eno Theodoro Wanke, Clério Borges e ao fundo Nealdo Zaidan / FOTO 2 - Reunião na casa de Clério Borges: Adir Ribeiro; Valdemir R. Azeredo; Clério; Moacyr Malacarne e José Alves com o Violão

Nas fotos a Galera do CTC, Albercinho (Albércio Nunes Vieira Machado); Penha Frihane; Dr. José Paulo; Moacir Malacarne; José Saleme; Sandra Bunges; Cleusa Vidal; a Saudosa Tereza Vitória; Valsema; Kátia Bóbio, Clério e Zenaide; Clério e Edson Constantino.
O Clube dos Trovadores Capixabas, CTC é uma entidade cultural sem fins lucrativos de divulgação da Trova e da Poesia em Geral. Foi fundado por Clério José Borges, Trovador Capixaba, com base numa idéia do escritor Eno Theodoro Wanke, a 1º de Julho de 1980, na cidade de Vila Velha, estado do Espírito Santo. Para comemorar o aniversário do CTC, foram organizados anualmente os SEMINÁRIOS NACIONAIS DA TROVA.

O CTC hoje é uma entidade atuante e possui mais de 1.500 sócios no Espírito santo, no Brasil e no exterior. São sócios Fundadores, Efetivos e Correspondentes.

O Movimento Trovista, que havia sido expressivo no Espírito Santo em 1967,1968, 1969 e 1970, voltou a ser reativado no Espírito Santo em 1980.

VITAL, Ivete a musa mais linda do Axé

~~~~ IVETE SANGALO ~~~~
"Alegria da Festa, Rainha do Brasil"
Conheça Aqui o Fã Clube Capixaba de Ivete Sangalo
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