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CLÉRIO JOSÉ BORGES DE SANT´ANNA                                             VOLTAR
, Espírito Santo -  Brasil.   .

VIAGENS DE CLÉRIO JOSÉ BORGES

MARIANA E OURO PRETO - MG: CIDADES DO OURO
Relato de Uma Viagem no Natal de 1999.

"Mariana, cidade das colinas,

aqui deixei os meus alforges,

Terra histórica de Minas,

vista por Clério Borges."

HISTÓRICO

Mariana foi descoberta no dia 16 de Julho de 1696, por bandeirantes paulistas que vieram de Taubaté, no Vale do Paraíba, à procura de metais e pedras preciosas. A cidade nasceu às margens de um rio rico em ouro e foi inicialmente batizada como Arraial do Ribeirão do Carmo, onde se iniciou o Estado de Minas Gerais.

Aos 08 de abril de 1711, o Arraial foi elevado à categoria de "Leal Vila de Nossa Senhora do Carmo".

Pela Carta Régia de 23 de Abril de 1745, à Vila de Nossa enhora do Carmo é elevada a cidade com o nome de Mariana, em homenagem à Rainha Dona Maria Ana D'Áustria, esposa de Dom João V.

Aos 6 de Julho de 1945. pelo Decreto Lei Nº 7713, Mariana foi considerada Monumento Nacional.

Aos 19 de Outubro de 1979, pela Lei 7561, o dia 16 de Julho, dia de Nossa Senhora do Carmo, passou a ser o dia do Estado de Minas Gerais. A partir desta data, a Capital de Minas é simbolicamente transferida para Mariana.

A VIAGEM

Em 23 de Dezembro de 1999, empreendi viagem cultural a cidade histórica de Mariana. Saímos às 19 horas de Vitória em veículo dirigido pelo Sr. Marco Antônio dos Santos. No veículo o filho de Marco, Marlon Pinho dos Santos.

De início Marlon logo foi mostrando um CD de uma dupla para mim desconhecida. Rio Negro e Solimões. Umas músicas regionais típicas dos sertanejos da região amazônica, falando de muito amor e daquela gente sofrida que na selva amazônica luta pela sobrevivência. Depois a coisa foi melhorando com um CD de Angela Maria e amigos.

E, assim fomos seguindo em frente. Preocupados com o outro veículo que imaginávamos que estivesse na frente mas que na verdade estava atrás.

Neblina, preocupação constante com a estrada e a viagem transcorreu normalmente com Marco Antônio querendo mostrar a sua habilidade no volante e empreendendo um ritmo de 140km por hora ao veículo, comemorado efusivamente por mim e pelo Marlon já acostumados com o ritmo de 80 a 100 km que Marco Antônio empreendia anteriormente.

ACAIACA

Passamos em Realeza, Rio Casca e Ponte Nova até que paramos num Bar de beira de estrada, com um nome bastante sugestivo, "Fogão de Lenha", já por volta de 1h30m a 2h, onde fomos atendidos pelo balconista Mariani que nos informou que já estávamos na cidade de Acaiaca, cujo nome indígena, significa uma árvore de Cedro. No "Fogão de Lenha", acabamos sendo encontrados por Clérigthom, sua namorada Ana Carolina e Zenaide, que ao contrário do que supúnhamos estavam no veículo Gol atrás e não na frente.

Mariana era a antiga Vila do Carmo e fica próxima a Vila Rica, hoje Ouro Preto. Logo na chegada da cidade observamos as casas antigas, cuja população da melhor forma possível procura preservar.

Por volta de 3 horas da manhã acabamos chegando na residência do casal, Antônio Francisco Moreira, Toninho e sua esposa, Maria de Lourdes Moreira, que depois soube pretende ser candidata a Vereadora da Cidade nas eleições de 2000. Uma pretensão justa por parte de quem tem boas amizades que podem resultar em votos, tão necessários a uma eleição. Na casa também a graça e a beleza da encantadora Diana Moreira, de 4 anos de idade, filha de Lourdinha e de Dinalva. Segundo a mesma ela possui duas mães. É lógico que Diana é filha de Toninho e Maria de Lourdes. O casal mora no bairro Fonte da Saudade, Colina do Rosário, na Rua Inglaterra, 231.

INCÊNDIO DA IGREJA

Pela manhã visitamos a feira na rua Rio do Carmo, onde ao lado está o rio chamado Ribeirão do Carmo. Passamos em frente ao Palácio do Bispo, residência do Arcebispado de Mariana, o atual Arcebispo é figura notória no cenário Nacional, pelos cargos exercidos na Confederação dos Bispos do Brasil, Dom Luciano Mendes de Almeida;

Estivemos em frente a Igreja de São Francisco de Assis, construída entre 1762 a 1794. Nesta Igreja encontra-se o túmulo do pintor Athayde.

A Igreja, durante restauração feita pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ocorreu um incêndio, em 1998. Segundo moradores foi criminoso já que deixaram vários elétricos descoberto que em curto acabaram por provocar incêndio destruindo totalmente o telhado e interior da Igreja construída em 1600. Ao lado da Igreja de São Francisco de Assis, está a Igreja de Nossa Senhora do Carmo.

O PELOURINHO

Também estivemos em frente ao prédio onde foi instalado a primeira Câmara Municipal de Minas Gerais em 1768, localizada em frente as Igrejas de São Francisco e Nossa Senhora do Carmo. Em frente a Câmara o Pelourinho onde os escravos eram castigados na época da escravidão. O Pelourinho foi construído em 19 de fevereiro de 1872, conforme data constante do monumento.

O prédio da Câmara Municipal teve o início de sua construção no ano de 1768 e término no ano de 1798. Aí instalou-se a primeira sede da Câmara Municipal em Minas Gerais. O edifício foi planejado e executado pelo hábil projetista, Mestre José Pereira Arouca, construtor de muitos edifícios, inclusive templos da Igreja Católica Apostólica Romana, na cidade. Já foi sede não só da Câmara Municipal, como também da Prefeitura Municipal, Fórum e Cadeia Pública, nos tempos em que Mariana era uma cidade pequena e pacata. A parte de baixo do prédio já foi senzala e casa de fundição de ouro. Hoje funciona a Câmara Municipal de Mariana. No local existiu o Quartel dos Dragões do Conde de Assumar, por volta de 1711. O Conde de Assumar foi Governador da Capitania e sua residência era em Mariana.

À tarde, com Dinalva Moreira, filha do casal anfitrião; a Sra. Angela Maria dos Santos e Zenaide Emília Thomes Borges estive visitando locais de importância turística da cidade. O primeiro local a ser visitado foi a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, construída entre 1752 a 1775, tendo o teto da capela mór, desenhos de Athayde.

IGREJA DOS PRETOS

Manoel da Costa Athayde nasceu em Mariana e foi batizado em 18 de Outubro de 1762. Em 1823 pintou o forro da Capela Mor da Igreja do Rosário, obra prima de pintura à têmpera sobre madeira.

Na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos tivemos sorte de encontrar a Igreja com uma de suas portas laterais abertas, já que na hora havia um ensaio do grupo de canto da Igreja. Fomos recebidos pelos Sr. Waldemar Malta, coordenador do Conselho Comunitário da Pastoral. Muito gentil mostrou-nos as instalações da Igreja, informando que além do altar em homenagem a Nossa Senhora do Rosário, havia um altar com a imagem de São Benedito, diferente das imagens tradicionais que mostram o santo com um menino no colo. Nesta imagem, São Benedito está com um conjunto de flores na mão esquerda e um pão na mão direita. Analisando os relatos históricos da vida de São Benedito há um relato de que o Santo enchia uma sacola de pães para distribuir para os pobres, escondido de seus Superiores do Convento. Um dia quando foi descoberto, Benedito relatou que levava flores na sacola. Ao ser aberta a sacola, o milagre. Flores no lugar dos pães.

Segundo Waldemar Malta, São Benedito é o padroeiro dos Garçons e Padeiros. Para brincar com o pessoal que ensaiava o canto, chamei o Santo de São Bento. A princípio espanto. Depois expliquei que na Europa, o nosso São Benedito é chamado de São Bento. Outro detalhe que me chamou a atenção foi o outro altar existente na Igreja, o Altar dedicado a Santa Efigênia onde a santa, cuja imagem sempre a mostrou de cor branca, estava na cor preta. Na mão esquerda a Santa carrega uma miniatura de uma Igreja e na mão direita, uma cruz. Segundo Waldemar, de cor negra, a imagem da Santa Efigênia estava escura pois assim a criaram os construtores da Igreja, escravos negros que a consideravam como a Santa Protetora dos Escravos.

O desenho do teto da capela mor, de autoria do pintor Manoel da Costa Athayde, segundo Waldemar Malta fôra recentemente consertado mas ainda estava faltando a restauração do teto, cujos trabalhos estavam orçados em 18 milhões de reais.

ACADÊMIA DE LETRAS

Em seguida passamos pela ponte Alphonsus Guimarãens indo pela rua Direita até o centro de Mariana, na Praça Cláudio Manoel, onde deixamos o veículo em que estávamos, o Gol Mil e fomos a pé visitar os principais pontos turísticos do centro. As igrejas estavam fechadas, também fechada a sede da Academia Marianense de Letras, na Rua Frei Durão, 84. Através de Informações obtidas no local, soubemos que o atual Presidente é o Escritor Roque Camelo, que reside em Belo Horizonte. Na frente do prédio uma placa: "Casa da Cultura, Sede da Academia Marianense de Letras. Primeira criada e instalada em Minas Gerais, Decreto N.º 11. 653, de 6 de fevereiro de 1969. Governador: Israel Pinheiro da Silva. Iniciativa do deputado Raul Bernardo Nelson de Senna, Secretário de Estado do Governo." Data da Placa: 18 de Julho de 1969.

VISITA AO CENTRO DA CIDADE

Ao lado da Casa da Cultura e Academia Marianense de Letras, o Atelier do Escultor Célio Cota, o qual estava no local e com uma amabilidade fora do comum atendeu os visitantes, mostrando sua obra, destacando-se figuras muito bonitas em portas num trabalho decorativo muito bonito, uma obra avaliada pelo artista em R$ 2. 500,00. Dado o valor da obra, aproveitei a oportunidade para convidar o artista para uma exposição no Espírito Santo, num dos nossos Seminários Nacionais da Trova. O Atelier fica na rua Frei Durão, 68 - Centro - Mariana - MG, CEP: 35. 420 - 000.

Em seguida percorremos outros locais para uma sessão de fotos, como por exemplo, a Praça Dr. Gomes Freire, com um bonito coreto; Museu Arquidiocesano, antiga Casa Capitular, construída em 1770; Guarany Futebol Clube; O local do antigo Cinema, hoje Teatro de Mariana; O Novo Palácio Episcopal; Igreja de São Francisco; Pelourinho; Casa de Câmara e cadeia e descendo pela Rua Dom Silvério, atingimos novamente a esquina da rua Direita onde retornamos a Praça Cláudio Manoel, onde embarcamos no carro e retornamos para o bairro Fonte da Saudade na Colina do Rosário, onde estávamos hospedados graças a gentileza de Toninho e Maria, amigos de Marco e Angela, para as comemorações do Natal, já que estávamos em pleno 24 de Dezembro de 1999.

Após as comemorações do Natal com amigo "X" e muitos votos de felicidades atingimos o dia 25 de Dezembro, sendo que logo pela manhã iniciamos a visita até a cidade histórica de Ouro Preto, antiga Vila Rica.

VISITANDO OURO PRETO

Uma Comitiva se formou com o Toninho, eu, Zenaide, Marco Antônio e sua esposa Angela. Saímos em dois carros, um dirigido por Toninho e outro pelo Marco Antônio. A parada inicial foi na Praça Tiradentes, onde chegamos por volta de 11h30m. Na praça o imponente monumento do local onde ficou exposta a cabeça de Tiradentes.

José Joaquim da Silva Xavier foi mártir de Político brasileiro. Nasceu a 12 de novembro de 1748, em Pombal, Cidade de Minas Gerais e faleceu a 21 de abril de 1792, no Rio de Janeiro. Foi vendedor ambulante e mais tarde dentista, de onde sobreveio o cognome de Tiradentes. Ingressou no Regimento de Dragões de Minas Gerais, chegando ao posto de Alferes. Como militar desempenhou várias atividades na Região. A extorsiva política de cobranças de impostos provocou inúmeras rebeliões no Brasil, destacando-se a Inconfidência Mineira, tendo Tiradentes assumido a chefia da Insurreição, viajando pelo interior de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. O principal ponto de reunião dos Inconfidentes era a casa do Poeta Alvarenga Peixoto, onde inclusive foi desenhada a bandeira do Movimento. Um ex-companheiro, Silvério dos Reis trai a todos e os delata, sendo todos os revolucionários presos e Tiradentes foi o único que pagou com a vida. Foi enforcado a 21 de abril de 1792, no Rio de Janeiro. Sua cabeça foi posteriormente enviada para Minas Gerais e exposta na Praça Principal de Vila Rica.

Na Praça também, o Museu da Inconfidência. Em razão da época do Natal, em frente ao Museu, um Palanque armado, por certo para as apresentações artísticas-musicais do Natal. Da praça curvamos à esquerda na Rua Cláudio Manoel, que segundo consta já foi chamada de Rua do Ouvidor. Lá está a casa onde viveu o Poeta Tomás Antônio Gonzaga, o famoso Dirceu de Marília. No local uma placa confirma que ali viveu Tomás Antônio Gonzaga.

Logo em frente a Igreja de São Francisco, com a feirinha de São Francisco onde um rico material de artesanato feito em pedra sabão fica à disposição do Turista para a compra. De tudo há um pouco. Crucifixos, cinzeiros, objetos de decoração e pequenas lembranças de terços a objetos para se afixados à porta de geladeiras. Material de arte, mostrando as rica habilidade dos artistas locais. Fomos atendidos por Saulo Ribeiro de Souza, de 16 anos de idade, o qual além da gentileza no atendimento ainda ensinou a gravação em letras barrocas que ele faz nos objetos de artes que vende, colocando nome das pessoas, datas e a frase, "Lembrança de Ouro Preto".

CAPELAS E IGREJAS DE OURO PRETO

Ouro Preto mostrou-se uma cidade histórica bonita e bem cuidada. As casas antigas estavam todas pintadas mostrando o bom gosto da população na conservação do belo Patrimônio Histórico da Humanidade. Percebi apenas as dificuldades dos Motoristas em transitarem por ruas que não são largas e que não podem ser modernizadas para não descaracterizar a cidade. Em Ouro Preto segundo relação que nos foi mostrada por um habitante da cidade, existem inúmeras capelas e Igrejas. Eis algumas: Igreja São Francisco de Paula. Igreja Nossa Sra. Do Rosário; Igreja Senhor Bom Jesus do Matosinhos; Igreja São José; Igreja Sra. Do Pilar; Capela Senhor do Bonfim; Igreja São Francisco de Assis; Igreja Senhora Mercês e Perdões; Igreja de Santa Efigênia; Capela Nossa Senhora das Dores; Capela de Padre Faria; Capela de Bom Jesus das Flores; Capela Nossa Senhora da Piedade; Capela de São João; Capela de Sant' Ana; Capela de São Sebastião; Igreja de Nossa Senhora da Conceição, onde fica o Museu do Aleijadinho; Igreja Sra. do Carmo, onde está o Museu de Artes Sacras e Igreja das Mercês e Misericórdia, também chamada de Mercês de Cima.

ESCRAVO CHICO REY

Depois descemos pela Rua Brigadeiro Mosqueira, também chamada de Rua do Carmo, onde na casa de N.º 90, uma placa indica que ali foi o Pouso de Chico Rey. Uma coroa feita de ferro na frente da Porta Principal simboliza o poder de Chico Rey, escravo que era Rei de sua Tribo na África e que veio para a Região onde tornou-se um símbolo e uma lenda. Em frente a casa a Igreja de Nossa Senhora do Carmo. Uma gentil senhora nos informou que o Prefeito atual de Ouro Preto é o Sr. José Leandro.

Estivemos na região da Casa dos Contos, espécie de Tesouraria ou Secretaria da Fazenda e que recebeu este nome por causa da moeda corrente da época, o Conto de Réis. Nos local nos foi mostrada a janela de onde se viu enforcado o Poeta Cláudio Manoel da Costa. Dada a sua participação nos movimentos que visavam a independência de Portugal não se sabe ao certo se o Poeta suicidou-se ou foi assassinado com o enforcamento.

CLÁUDIO E TOMÁS

Tomás Antônio Gonzaga nasceu na cidade de Porto, Portugal, filho de pai brasileiro e de mãe portuguesa, no século XVIII. Veio para o Brasil com oito anos. Regressou a Portugal com dezesseis e formou-se pela Universidade de Coimbra. Com trinta e oito anos fixou-se em Vila Rica como ouvidor e Juiz. Enamorou-se de uma mineira, Maria Dorotéia Joaquina de Seixas. Estava para casar-se (os papéis já corriam), quando se viu envolvido na Inconfidência e foi deportado para Moçambique. Na África hospeda-se na casa do Ouvidor Geral e foi Secretário dele. Uma de suas obras é "Marília de Dirceu". É ainda tido como autor ou co-autor da obra satírica Cartas Chilenas, que durante vários anos foi atribuída a vários autores, entre os quais, Cláudio Manuel da Costa, uma vez que circulavam na Província, manuscritas e sem indicação da autoria. São 13 cartas em versos brancos onde o autor usa o pseudônimo Critilo que figura estar no Chile (Minas Gerais) e se dirige a Doroteu (Cláudio Manuel da Costa).

Na Rua Direita, observamos o local onde está situada a casa onde nasceu Affonso Celso de Assis Figueiredo, Visconde de Ouro Preto, a 21 de fevereiro de 1836. Hoje a casa é uma propriedade da Escola de Minas.

O ZÉ DAS GATAS

Observamos nas ruas estreitas muitas repúblicas de estudantes, casas que segundo nos informaram, pertences ao Governo e que são usadas pelos estudantes da Universidade Federal de Ouro Preto, criada a 21 de agosto de 1969. A Universidade ao ser criada uniu as centenárias Escola de Farmácia e Escola de Minas. Atualmente a Comunidade Acadêmica é composta de aproximadamente 3. 200 alunos, procedentes principalmente dos Estados de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Goiás e Rio de Janeiro.

No Bar Garapinha, na Praça Reinaldo Alves de Britto, 77 - Centro, de propriedade de Cláudio Manoel e próximo a Casa dos Contos, onde paramos para descansar, conheci Antônio Castro Carneiro, o Nassau, ou Zé das Gatas. Um restaurador que atualmente por ordens médicas já não pode mais trabalhar, mas que nos informou ter participado do Grupo de Restauradores de Vinícius Godoy, cuja equipe restaurou várias Igrejas no Brasil, inclusive em 1981, a Igreja dos Reis Magos, em Nova Almeida, Serra - ES, fato constante do meu livro "História da Serra". Zé das Gatas contou-nos que Vinícius Godoy era o chefe da equipe mas o trabalho todo de restauração era feito mesmo por ele e o irmão do Vinícius, o Manoel Godoy. Na época era Prefeito da Serra, José Maria Feu Rosa, que posteriormente foi assassinado em Itabela - Bahia e seu Secretário de Turismo, Darcy Bulhões, já falecido. Contou-nos Zé das Gatas que o trabalho na Igreja de Nova Almeida foi realizado em restauração a obra do professor Edson Motta, Diretor do Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, que teria repintado o altar de 1935 a 1945, na época do Estado Novo, no fim dos Governo Dutra, quando todo o Patrimônio Cultural Brasileiro foi tombado. Informou ainda o Restaurador Antônio Castro Carneiro, o Nassau, Zé das Gatas, que a responsável pela obras de restauração era a Professora Maria Luiza Salgado, responsável pelo Patrimônio de Rio de Janeiro e Espírito Santo e do IPHAN.

A GRUTA E AS LENDAS

Encerramos a visita a Ouro Preto e logo nosso anfitrião Toninho nos levou para visitar a Gruta da Lapa, em Antônio Pereira, bairro de Ouro Preto, onde na entrada da Gruta está uma Capela denominada Santuário de Nossa Senhora da Lapa. Numa placa consta que a iluminação elétrica da Gruta foi inaugurada em 15 de Agosto de 1973. Toninho contou-nos uma lenda interessante. Moradores antigos encontraram a imagem de uma santa na Gruta e a levaram para uma Igreja no meio do Povoado. A imagem a noite saia da Igreja e retornava para a Gruta. Numa terceira tentativa, a imagem foi colocada na Igreja e a noite um incêndio inexplicável destruiu a Igreja. Moradores perceberam que a Santa não queria sair da Gruta e construíram então a Capela de Nossa Senhora da Lapa na entrada da Gruta.

O local da Gruta é muito bem cuidado e meninos sempre estão no local para mostrar a Gruta aos visitantes e venderem algumas pedras preciosas que segundo informam são de garimpeiros locais. Após a visita a Gruta, entrando por becos e buracos no meio das rochas, fomos visitar o Pesque Pague, "Recanto da Serra", de Geraldo Cândido, que nos informou Ter fundado aquele local em 1998.

EMPRESAS DE MINERAÇÃO

Visitamos a Vila Residencial Antônio Pereira da Samarco Mineração, empresa que possuía, em Dezembro de 1999, cerca de 850 funcionários diretos, com aproximadamente 1.600 funcionários indiretos, ou seja, que trabalham em firmas prestadoras de serviço. Tais funcionários moram além de Antônio Pereira em Ouro Preto e Mariana.

De Mariana a Ouro Preto são só Oito Quilômetros.

A Samarco, Samitri e Marco de Marcona, duas empresas que se reuniram para exploração de minério de baixo teor com a média de 52 por cento elevando o produto a 68,9 por cento de ferro total. É uma empresa que extrai, beneficia e transporta o Minério de Ferro da região de Mariana e através de um Mineroduto, leva o minério para o Porto de Ubu, localizado em Anchieta, Espírito Santo, cerca de 396 km.

A Samitri - Sociedade Anônima Mineração da Trindade é outra empresa da região que extrai o Minério de Ferro só que transporta o minério pela linha férrea até o Porto de Tubarão, em Vitória, Capital do Estado do Espírito Santo.

Após tais visitas, retornamos ao Espírito Santo encantados com Mariana e Ouro Preto, cidades históricas de Minas Gerais e do Brasil.

CURIOSIDADES

Nas cidades de Ouro Preto e Mariana o proprietário de um terreno é proibido de fazer escavações. Se uma pessoa começa a cavar, logo aparece um helicóptero e várias pessoas para apurar o que está acontecendo. É que as empresas que detém a concessão da exploração de ouro na região ficam preocupadas em terem algum concorrente. Segundo Toninho nas montanhas locais existem muito ouro encravado e as empresas exercem um controle rígido para que não apareçam garimpeiros e mineradores amadores, prejudicando o planejamento da extração ordenada de ouro na região.

Um dos últimos Prefeitos de Mariana resolveu acabar com um morro na região. O povo se espantou e muitos o acharam fora das faculdades normais. Acabar com o Morro? Como? Logo botou as máquinas para funcionar. Derrubou o morro e aproveitou o barro que usou em outro local e onde havia o morro hoje existe uma grande avenida logo na entrada da cidade.

Uma viagem inesquecível. Parabéns povo hospitaleiro de Mariana e Ouro Preto.

Obrigado aos anfitriões, Toninho e Maria de Lourdes!!!


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