CLÉRIO JOSÉ BORGES DE SANT´ANNA VOLTAR |
ESTAMOS DE
LUTO: MORREU O MAIOR HISTORIADOR DA TROVA
MORREU O
ESCRITOR ENO THEODORO WANKE
ESCREVE
CLÉRIO JOSÉ BORGES
Na foto Eno Theodoro Wanke (de óculos) e Clério José Borges
na MISSA EM TROVAS, realizada em 1999, no XIX Seminário Nacional da Trova, na cidade de Anchieta, ES.
Estava sentindo que o dia havia amanhecido mais triste e a
alegria havia desaparecido do meu espaço físico, todavia não entendia o que
estava acontecendo. De repente meu filho Clérigthom surge com a notícia
fatal: Pai, existe um e-mail para
você comunicando que Eno faleceu. A notícia caiu como uma bomba logo nesta manhã
de quarta feira. Fui ler o e-mail do Sérgio Gerônimo e lá estava, a pedido da
viúva comunicava que o Dr. Eno Theodoro Wanke havia falecido. O nosso Eno. Grande amigo, grande poeta, grande trovador. O
responsável pelo surgimento do Clube dos Trovadores Capixabas, CTC; o fundador
da Federação Brasileira de Entidades Trovistas, FEBET. Eno falecera na segunda feira, dia 28 de maio de 2001, às
16h30m, no Hospital Silvestre, em Santa Tereza, no Rio de Janeiro e foi
enterrado no dia 29 de maio, no horário de 16 horas, no Cemitério Jardim da
Saudade, Estação de Paciência, no Rio de Janeiro. A trova está de luto. Seu maior, melhor e mais competente
historiador faleceu. Perdemos um pouco da alegria e da orientação equilibrada e
sincera daquele que devotava a sua vida em favor da literatura e de modo
especial na divulgação da Trova, esta composição poética de quatro versos com
rima e sentido completo. A trova, o mundo dos trovadores, o Trovismo e o
Neotrovismo estão de luto. Eno em 1980 deu a idéia da criação do Clube dos Trovadores
Capixabas e de 1981 a 1999, todos os anos comparecia com a sua esposa, Irma S. Wanke aos
Seminários Nacionais da Trova, no primeiro final de semana de Julho, em
comemoração ao aniversário do CTC, promotor do evento. Foi de Eno a idéia dada ao então Deputado Antônio Moreira
instituindo o Beija Flor como o pássaro símbolo do Espírito Santo, fato
concretizado e transformado em lei votada e aprovada pela Assembléia
Legislativa. Por seu trabalho de divulgação do CTC e do Estado do Espírito
Santo à nível nacional, Eno Theodoro Wanke recebeu dos Deputados Capixabas o
título de Cidadão Espírito-santense. Eno nasceu em Ponta Grossa, Paraná, a 23 de junho de
1929. Filho de Lucilla Klüppel
Wanke e de Ernesto Francisco Wanke. Formou-se em Engenheiro Civil em Curitiba
(1953), de refinação de petróleo no Rio (1958) e provisionou-se com
administrador em 1970. Na Petrobrás fez brilhante carreira, chegando à chefia da
Divisão de Organização, em época de grande expansão da Empresa. Escreveu desde os doze anos. Começou como romancista. Aos 16
anos passou a contista. No ano seguinte virou poeta e, logo a seguir, trovador.
Além disso, é sonetista, haicaista, tradutor, antologista, pesquisador,
biógrafo, ensaísta, historiador, folclorista, estudioso da língua, mestre de
metrificação, clequista, frasista, cronista, biógrafo, dicionarista,
bibliógrafo, contista e minicontista, cronista, fabulista, polemista,
prefaciador, memorialista e palindromista. Seus livros e livrotes ultrapassam os
1. 200 títulos. Como sonetista, obteve seu maior triunfo com o soneto Apelo
que mereceu mais de 160 versões para 95 idiomas e dialetos. É o poema em
português mais traduzido para idiomas estrangeiros. Aderiu ao movimento trovista desde o seu primeiro momento, em
1950, ao lado de Luiz Otávio. A partir de 1980, uniu-se a Clério José Borges no esforço da
renovação do trovismo, hoje conhecido por neotrovismo. Organizou, fundou e foi
presidente de honra da Federação Brasileira de Entidades Trovistas, FEBET. Hoje
é Presidente de Honra perpétuo da mesma entidade. Segundo o Escritor Paulo Rónai, Eno era o historiador e
principal teórico do Movimento Trovista, que completou em 2000, seu
cinqüentenário. Em 1990, a Escritora Therezinha Radetic, do Rio de Janeiro,
analisava sua produção e biografia no livro, “Eno Theodoro Wanke, sua vida e sua
obra”. Em 2000 foi inaugurada a Home Page, página de Eno na
Internet, no endereço:
A página se constituiu num imenso sucesso pois até maio de 2001 havia recebido mais de 8 mil visitas. Muitos, na Internet, possuem páginas desde 1995 ainda não chegaram a 2000 visitas.
No dia 23 de junho, Eno iria completar 72 anos de idade e em 2004, 75 anos. A FEBET, por decisão da Diretoria estabelece o ano 2004, o Ano Eno Theodoro Wanke e conclama a todos que conheceram e admiram a obra do Escritor paranaense e cidadão Espírito-santense, para que se mobilizem em todo o Brasil para uma cruzada cultural de comemorações em 2004. Afinal Eno merece nossa lembrança para sempre. Adeus amigo.
Eno não morreu. Eno é imortal. Sua figura de porte alto, altivo, estará sempre presente em nossos corações e sua obra poética maravilhosa a deleitar e encantar a todos os mortais.
Texto de Clério José Borges é
presidente do CTC (Vitória, ES) e presidente Executivo da FEBET
(RJ).
FOTO 2 - Reunião na casa de Clério Borges: Adir Ribeiro; Valdemir R. Azeredo; Clério; Moacyr Malacarne e Antônio Alves com o Violão Nas fotos a Galera do CTC, Albercinho (Albércio Nunes Vieira Machado); Penha Frihane; Dr. José Paulo; Moacir Malacarne; José Saleme; Sandra Bunges; Cleusa Vidal; a Saudosa Tereza Vitória; Valsema; Kátia Bóbio, Clério e Zenaide; Clério e Edson Constantino.
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