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CLÉRIO JOSÉ BORGES DE SANT´ANNA                                             VOLTAR
, Espírito Santo -  Brasil.   .

O Clube dos Poetas Trovadores Capixabas, CTC foi fundado por Clério José Borges com base numa idéia do escritor Eno Theodoro Wanke. O CTC hoje é sucesso mundial!

CORDEL
ORIGEM DA LITERATURA DE CORDEL
O QUE É LITERATURA?
O QUE É LITERATURA DE CORDEL?
Texto disponível para cópia para Trabalhos Escolares e de Pesquisa.
Favor citar a fonte.

PRINCIPAIS CORDELISTAS BRASILEIROS:
1 - Rodolfo Coelho Cavalcante- Rio Largo - AL, 1919.

Opinião de Rodolfo Coelho Cavalcante:
“Aprendi muito lendo todos esses livros de pessoas eruditas. Mas quando elas começam a falar de nós poetas como descendentes dos menestréis medievais marchando pela Europa afora com aqueles chapéus e campainhas gozados, aí tenho de discordar. Dizem que o folheto nasceu em algum lugar de Portugal, mas eu digo que ele é nordestino, que foi inventado aqui mesmo. Não, senhor, o cordel tem suas raízes do mesmíssimo solo onde você e eu estamos de pé. Realmente, agora pergunto: o que mesmo poderia ser mais brasileiro?”

A importância do poeta Rodolfo pode ser comparada à de Leandro Gomes de Barros e João Martins do Athayde. Ele lutou a favor da classe dos poetas de bancada. Publicou artigos em jornal, organizou congressos e fundou associações e agremiações e com isso, tornou mais digna e representativa a classe dos poetas populares.


"Cordel quer dizer barbante
Ou senão mesmo cordão,
Mas cordel-literatura
É a real expressão
Como fonte de cultura
Ou melhor poesia pura
Dos poetas do sertão.
(...)

O chamado trovador
Ou poeta popular
Era semi-analfabeto
Porém sabia rimar,
Seus folhetos escrevia
E os sertanejos os liam
Por ser o seu linguajar.
(...)

O cordel é dividido
Escrito, cantado, oral,
Porém o cordel legítimo
É aquele tipo jornal,
Que trazia a notícia nova
Em sextilhas, nunca em trova
Que agrada o pessoal.
(...)

O cordel sendo cultura
Hoje tem sua tradição,
Chamado literatura
Veículo de educação
Retrata histórias passadas
Que estão documentadas
Para toda geração."

Estrofes retiradas do folheto Origem da Literatura de Cordel e A Sua Expressão de Cultura Nas Letras de Nosso País, de Rodolfo Coelho Cavalcante.


Ficha de um dos Folhetos de Rodolfo

TÍTULO :MACUMBA DA NEGRA SAIU ERRADA
AUTOR  : RODOLFO COELHO CAVALCANTE
Edição: Número de Páginas : 8
Capa: Autor - Sem Informações
Conteúdo : UMA MULHER, UM HOMEM E UMA PANELA COM CASAS AO FUNDO
Ilustração:
DESENHO Formato : 11x16 Cor: PRETO/PARDO
Contracapa :
ANÚNCIOS PARA VENDA DE FOLHETOS E PROPAGANDAS DE CASAS COMERCIAIS
Observações: Há, na capa, a inscrição Literatura de Cordel - 1 e a indicação de registro na Biblioteca Nacional       

Estrutura Poética
Rima : (Conforme consta no item Observações abaixo)
Estrofes : 12 SETILHAS E 15 DECIMAS
Métrica : SETESSILÁBICA
Sigla da Primeira Estrofe - Acróstico: Sem Informações
Primeiro verso: HOJE O MUNDO ESTÁ MUDADO
Último Verso : IRÁ SALVAR UM CRISTÃO!
Observações:
  A rima das setilhas é ABCBDDB e das décimas, ABBAACCDDC   

Sinopse: Sebastião, o filho do advogado Simão, tornou-se monstruoso ao freqüentar a tenda do pai João em Valadares. Ele recebeu o espirito de "Exu" e assombra o povo de quinta para sexta-feira. A Mãe-de-santo Bonequinha afirma que poderá reverter tal quadro e dá a receita do "despacho", que necessita de vários elementos animais e vegetais.


Ficha de outro dos Folhetos de Rodolfo

Título: Antonio Conselheiro o Santo Guerreiro de Canudos

Autor: Rodolfo Coelho Cavalcante

Imprenta: 1ª edição: MEC/UFPB, 1977.

Assunto: Cordel, Canudos, Antonio Conselheiro

Resumo:Um relato dos acontecimentos de Canudos, na versão de um dos mais conceituados cordelistas do Brasil.


PRINCIPAIS CORDELISTAS BRASILEIROS:
2 - Patativa do Assaré

Antônio Gonçalves da Silva, dito Patativa do Assaré, nasceu a 5 de março de 1909 na Serra de Santana, pequena propriedade rural, no município de Assaré, no Sul do Ceará. É o segundo filho de Pedro Gonçalves da Silva e Maria Pereira da Silva. É casado com D. Belinha, de cujo consórcio nasceram nove filhos. Publicou Inspiração Nordestina, em 1956. Cantos de Patativa, em 1966. Em 1970, Figueiredo Filho publicou seus poemas comentados Patativa do Assaré. Tem inúmeros folhetos de cordel e poemas publicados em revistas e jornais. Está sendo estudado na Sorbonne, na cadeira da Literatura Popular Universal, sob a regência do Professor Raymond Cantel.

PRINCIPAIS CORDELISTAS BRASILEIROS:
3 - Cego Aderaldo

Biografia contada pelo próprio Cego Aderaldo: "Eu venho de muito longe, desde o dia 24 de junho de 1878. Sou filho da cidade do Crato, onde nasci em modesta casa da Rua da Pedra Lavrada, atualmente Rua da Vala. Meu pai, Joaquim Rufino de Araújo, era alfaiate. Minha mãe, Maria Olímpia de Araújo, era de prendas domésticas, como devem ser todas as mulheres. Meu sofrimento, na vida, vem também de muito longe. Quando eu tinha pouco mais de dois anos, perdi meu pai. Lá ouviram falar em homem que tem ataque de congestão? Aquele velho e honrado alfaiate, que largara Crato para viver em Quixadá, aonde viera buscar fortuna, fora agarrado pela desgraça. Que pode fazer um alfaiate mudo, surdo e aleijado? Desde esse momento Amém necessidade entrou em nossa casa. Entrou e se abancou. Eu, com idade de cinco anos, teve que trabalhar na casa do Sr. Miguel Clementino de Queiroz, Amém dois vinténs por dia... E era com esse dinheiro que eu podia sustentar meu pai."

PRINCIPAIS CORDELISTAS BRASILEIROS:
4 - ZÉ VICENTE

Lindolfo Marques de Mesquita, ou Zé Vicente, ao contrário da maior parte dos autores de cordel, nasceu no Estado do Paraná. Jornalista talentoso e poeta, ele escrevia seus folhetos como ativista político. Seu estilo foi um dos mais vigorosos, criativos e originais da literatura de Cordel. Engajado no "baratismo", expressão política local desvinculada da classe dominante, criticou os interesses econômicos externos que a partir da Segunda Guerra Mundial, submeteu o mundo à hegemonia capitalista .

OS FOLHETOS DO TROVADOR NOS DIAS ATUAIS

O paraibano João Martins de Athayde, o cearense Patativa do Assaré, o alagoano Rodolfo Coelho Cavalcante e o baiano José Gomes, mais conhecido como Cuíca de Santo Amaro, estão entre os grandes mestres do cordel no Brasil. Esses pioneiros ganharam ótimas compilações de poemas na coleção Cordel, da editora Hedra.
Na Universidade de Poitiers, na França, encontra-se um acervo de mais de 8.000 peças do cordel brasileiro, entre folhetos - sobretudo das décadas de 50 e 60, período considerado rico pelos especialistas -, xilogravuras, estudos críticos e registros audiovisuais. A coleção recebeu o nome do homem que a reuniu, Raymond Cantel. Doutor em letras portuguesas, Cantel passou a integrar o corpo docente da Universidade de Poitiers na década de 40. Em 1959, fez sua primeira viagem ao Brasil, em busca de reminiscências do sebastianismo português.
Seduzido pelos mitos populares nordestinos, Cantel passou a ser um estudioso da cultura brasileira e tornou-se próximo de poetas e gravadores como Rodolfo Coelho Cavalcante, José Soares, Azulão e José Bernardo.
O estudioso Joseph M. Luyten calcula em 100 mil títulos editados, o que é apenas uma estimativa. Quanto ao total de exemplares, quem pode saber ao certo?

Além da previsão apressada da morte dos livretos populares, o interesse repentino e a falta de embasamento e pesquisa levou à mudança de nome do fato. Vejamos: no contexto popular onde os livretos são criados, vendidos e lidos, o nome anterior e ainda vigente é "folheto" ou "folheto de trovador" (com 8 páginas, cerca de 11x16cm), pois seus autores sempre se auto-denominaram trovadores. Ou então "romance", "história" quando a narrativa é mais longa e exige 16, 32 ou mais páginas.

A denominação cordel tem origem erudita, influência de Portugal, e acabou chegando ao vocabulário dos autores populares. Criou-se também este ou aquele neologismo, como "cordelista" e "cordelismo", que estão longe do padrão terminológico popular.

Essa literatura popular tem parentes entre os lusos. Mas está ligada também a cantorias e a desafios acompanhados de viola. Parece que os primeiros folhetos de trovador, no Brasil, foram impressos no final do século XIX.

Leandro Gomes de Barros e João Martins de Atahyde são dois dentre os primeiros poetas; livrinhos de sua autoria continuam sendo reeditados, com direitos vendidos e revendidos. As tiragens totais acabam sendo difíceis de serem contabilizadas, calculando-se em milhares e milhares de exemplares. São famosos títulos como O cachorro dos mortos, Juvenal e o dragão, História da donzela Teodora, e outros de Leandro Gomes de Barros (Pombal-PB, 1865; Recife-PE, 1918); também Casamento e mortalha no céu se talha, História da princesa da Pedra Fina, Batalha de Oliveiros com Ferrabraz, Como se amança uma sogra, Rolando no Leão de Ouro, Os sofrimentos de Alzira, estes de João Martins de Atahyde (Ingá-PB, 1880; Recife-PE, 1959), e mais outros de autores falecidos, como José Bernardo da Silva, José Camelo de Melo Resende, Severino Milanês da Silva, Francisco das Chagas Batista, José Soares, Joaquim Batista de Sena, Rodolfo Coelho Cavalcante e outros.

Dentre os que continuam produzindo, podemos citar Abraão Batista, em Juazeiro do Norte-CE; Minelvino Francisco Silva, em Itabuna-BA; o pernambucano João de Barros que reside em São Paulo; o paraibano Raimundo Santa Helena que reside no Rio de Janeiro; outro pernambucano fabuloso que é José Cavalcante e Ferreira, que também assina José Ferreira da Silva ou apenas Dila; J. Borges, em Bezerros-PE; Adalto Alcântara Monteiro, em Santa Maria do Pará-PA; e muitos outros.

As capas dos folhetos têm somente dizeres chamativos ou também ilustração. Quando a ilustração se acha presente, é comum basear-se em xilogravura, porém pode ser desenho e clichê de zinco e, no caso do pernambucano Dila, a gravura em borracha, adotada no final da década de 80.

O cordelista foi um elo de ligação entre as estratificações sociais do passado. Antes dos jornais, o cordel era a fonte de informação em Portugal.

No Brasil, continuou. Toda cidade importante do nordeste (Recife, Fortaleza, Crato, Juazeiro, João pessoa, Campina Grande, Guarabira, Natal e Mossoró), tinha tipografias especializadas em imprimir cordel.

Os cordelistas são patrimônio maior da cultura popular nordestina. Descreveram como ninguém, os acontecimentos e as vidas de grandes vultos como Silvino, Lampião e pe. Cícero em sua intimidade maior com o povo.

O ano de 1830 é considerado historicamente, o ponto de partida da poesia popular nordestina. Em torno dessa data nasceram Uglino de Sabugi - o primeiro cantador que se conhece - e seu irmão Nicandro, ambos filhos de Agostinho Nunes da Costa, o pai da poesia popular.
A década que começou em 1860 viu nascer grandes nomes, como João Benedito, José Duda e Leandro Gomes de Barros. Mais adiante, na década de 1880, nasceram Firmino Teixeira do Amaral, João Martins de Ataíde, Francisco das Chagas Batista e Antônio Batista Guedes.
O movimento editorial do cordel, como se sabe, inicia-se com Leandro Gomes de Barros, Chagas Batista e Pirauá. Embora se acredite que Leandro e Pirauá começaram a publicar folhetos antes de 1900, não existem provas materiais desse fato. Em 1902 Chagas Batista publicou um folheto, em Campina Grande, que existe ainda hoje na Casa "Rui Barbosa", no Rio de Janeiro. Há um outro de Leandro, publicado no Recife, em 1904.

Definição sobre cordel:
Poesia narrativa, popular, impressa. Todo o acervo da literatura de cordel - cerca de quatorze mil folhetos publicados, para Átila de Almeida, embora outros estudiosos ampliem esse número - não tem sido outra coisa sequer isto: poesia narrativa, popular impressa.

LITERATURA

É a arte de compor ou escrever trabalhos artísticos em prosa ou verso. Literatura é também o conjunto de trabalhos literários de um país ou de uma época. Literatura também é os homens de letras, os escritores e poetas e a vida literária de um povo.
A Literatura surge portanto desde o aparecimento da escrita, quando o homem passou a ser uma preocupação de compor e escrever trabalhos artísticos e elaborar relatos históricos de uma pessoa, de um povo e de uma Nação. A Bíblia é um conjunto de vários livros históricos escritos em várias épocas da História da Humanidade.

LITERATURA DE CORDEL

São composições de poetas populares, que usando na maioria das vezes um linguajar popular, com erros literários característicos do homem do interior, relatam fatos e histórias, às vezes humorísticas e de ficção. Um dos trabalhos populares, livretos de Cordel dos mais vendidos em todo Brasil é a obra do Saudoso Trovador, fundador da Ordem Brasileira dos Poetas da Literatura de Cordel Rodolfo Coelho, "A menina que bateu na mãe e virou cachorra". Antes do advento da Televisão na maioria das casas do povo brasileiro, por volta de 1950 a 1970, o Nordestino do interior, quase sempre aguardava a chegada do Poeta de Cordel, para saber em versos da Literatura de Cordel, os acontecimentos do Mundo. Os Jornais era caros e os aparelhos de rádio e TV também. Já o Livreto de Cordel, a preços de centavos, era barato e dava em versos todas as informações sobre os fatos. Assim foi quando o Papa João Paulo II sofreu um atentado em Roma. Assim foi com o suicídio do Presidente Getúlio Vargas. Hoje os autores dos livretos de Cordel usam um linguajar erudito e dificilmente se observa um livreto cuja grafia não esteja correta ou os versos devidamente metrificados, demonstrando a evolução cultural do Poeta Cordelista.
O Poeta Trovador de Cordel elabora os versos e o Repentista com sua viola, decora os versos e depois canta nas Praças Públicas. O povo ouvindo a Cantoria de Viola, acaba gostando da história e compra os livrinhos (livretos) de Cordel, levando a obra para casa.
Os livretos recebem o nome de Cordel, por ter surgido em Portugal onde o barbante é chamado de cordel. Os livretos, pequenos livrinhos que cabem no bolso e de poucas páginas, no máximo 10 páginas, são pendurados em cordéis, nos barbantes, para a venda nas praças e nas bancas dos Jornaleiros.
Em alguns casos, o próprio Cantador de Viola é autor dos versos e chega a improvisar na hora. Em outros ele faz como os "Jograis" da Idade Média e sai tocando e recitando versos feitos pelos Poetas.

ORIGEM DA LITERATURA DE CORDEL

A Literatura de Cordel, segundo pesquisadores, surgiu em Portugal no início do século 20, em razão da infuência do Movimento Trovadoresco ("Trovadorismo" surgido desde a Idade Média), do sul da França, Espanha e Portugal. Não evoluiu em Portugal e por volta de 1940 a 1950, acabou chegando ao Brasil, destacando-se no Nordeste Brasileiro, de modo especial Bahia, Pernambuco e Ceará, já que nas cidades do interior havia as dificuldades de serem recebidos Jornais e som das emissoras de rádio e a Televisão ainda não havia evoluido de tal modo a atingir todas as cidades do interior. Assim o povo ansiava pelos Trovadores de Cordel que com seus folhetos abasteciam a todos com notícias, informações e relatos de histórias, verdadeiras ou não, bastante interessantes: "Chegada do Homem na lua"; "Posse do Presidente da República"; "O Vampiro de Cajazeiras"; "O Homem Elefante", etc...

NOVELAS DE CAVALARIA

Os Jograis passam a cantar históricos poemas dos Trovadores, descrevendo romances e duelos e brigas dos Cavaleiros. Surge então as Novelas de Cavalarias cujo texto feito pelo Trovador, relatava através do canto, os combates entre vilões e heróis, raptos de donzelas e final feliz. As novelas de Cavalaria constituem exemplo expressivo da influência dos povos ibéricos na formação da Cultura Brasileira. Trazidas pelos Colonizadores, essas narrativas acabaram se incorporando à nossa cultura popular, principalmente a da Região Nordestina, onde a Literatura de Cordel até hoje reflete essa influência.

Dentre os vários tipos de Cordel, destacam-se os romances, lendas e folclore do Brasil.
Dentre alguns Cordelistas destacam-se os Trovadores, Leandro Gomes de Barros (1865-1918); Rodolfo Coelho Cavalcante, já falecido e no Espírito Santo, Kátia Maria Bóbbio Lima, com mais de 100 livretos de Cordel, em 2004; Manoel Barreto, da região de Pinheiros, no interior do Estado e Clério José Borges que fez em 1982, o Cordel "O Vampiro Lobisomem de Jacaraípe, na Serra-ES".
Como Trovadores Repentistas, os que cantam versos que improvisam, ou seja, criam na hora, citamos BULE BULE de Salvador, Bahia e Pedro Maciel da Silva, o Ceará, nascido em Fortaleza, Ceará e residente no Estado do Espírito Santo, no Município da Serra.
A palavra Trovador possue diversos significados. O Cantor Altemar Dutra imortalizou uma música chamada o "Trovador" onde diz, "Sonhei que eu era um dia um Trovador, dos velhos tempos que não voltam mais..." Veja que no caso o Cantor já falecido, Altemar Dutra refere-se ao Poeta Romântico que cantava Modinhas a toda hora. No Sul do Brasil, o Repentista Gaúcho é também chamado de Trovador, mas a sua poesia difere da conceituação do Trovador do Sudeste do País. O Trovador Gaúcho chama de Trova, versos em sextilhas ou septilhas, ou seja, poesias com 6 ou 7 versos, ou seja 6 ou 7 linhas. Observe que em poesia cada linha é chamada de verso. No Nordeste o repentista também é chamado de Trovador.
No Sudeste e grande parte do Brasil, já "TROVADOR" significa aquele que elabora a Trova como Obra de Arte como Literatura e que não precisa necessariamente "Cantar" suas Trovas, para quem "TROVA" é uma composição poética de sete versos (linhas) de sete sílabas poéticas cada, com rima e sentido completo. Esta definição de Trova é adotada, em todo o Brasil, pela União Brasileira de Trovadores, UBT, Federação Brasileira de Entidades Trovistas, FEBET, Clube dos Trovadores Capixabas, CTC e Academia Brasileira da Trova, ABT, do Rio de Janeiro. Outras Academias e entidades de Trovadores no Rio e Minas Gerais, adotam tal definição para a Trova. Na INTERNET você encontra mais informações sobre Trovadores, Trovas na página: Trovadores Ponto Com

DEFINIÇÕES


CANTADOR VIOLEIRO, intérprete fiel, dos costumes, das histórias e do heroísmo do povo nordestino.

Luís Câmara Cascudo, que tem dedicado a maior parte de sua vida ao folclore, assim define cantador: - "Representantes legítimos de todos os bardos menestréis".

Gustavo Barroso, falando sobre a poesia popular, afirma " a poesia é sempre obra de indivíduos cultos ou semicultos, que desce ao povo, se batiza nas águas lustrais de seu oralismo e se espalha pelo mundo como um pólen fecundante".

Manoel Bandeira, nome respeitabilíssimo de nossas letras, confessa-se humilde, diante do cantador, conforme registro que fez em seu livro estrela da Tarde: " ... que poeta é quem inventa em boa improvisação, como faz Dimas Batista e Otacilio, seu irmão, como faz qualquer violeiro, bom cantador do sertão".

Guilherme Neto conceitua os cantadores, ou violeiros repentistas, são cantores populares, os geniais poetas e versejadores do sertão. Andam sempre em duplas, com a viola dentro de um saco, muitas vezes a pé, ruminando o debate, preparando perguntas, arrumando as ídéias, dando asas a imaginação.

"cantador ou simplesmente repentista - poeta popular da região nordestina, que ao som da viola, duplado, decantam seus versos, encantando os rincões brasileiros".

Na concepção de Leonardo Mota (Dr. Leota), anos a fio empreendeu várias excursões pelo "interland cearense ", vendo de perto, anotando e escrevendo as mais belas sugestivas páginas do folclore brasileiro, como sendo a figura do cantador violeiro, o representante legítimo do povo nordestino - são os poetas populares que perambulam pelos sertões, cantando versos* próprios e alheios; mormente os que não desdenham ou temem o “desafio*”, peleja* intelectual em que, perante o auditório, ordinariamente numeroso, são postos em evidência os dotes de improvisação de dois ou mais vates matutos.

Segundo Luis Wílson, o cantador é como o rapsodo canta acima do tom em que o instrumento é afinado e abusa dos agudos. É uma voz hirta, dura, sem sensibilidade, sem floreios, sem doçura. Canta quase gritando, as veias entumecidas pelo esforço, a face congesta, os olhos fixos para não perder o compasso, não musical, que para eles é quase sem valor, mas a cadência, o ritmo, que é tudo.

No entendimento de Pedro Ribeiro, no livro intitulado: “Nos Caminhos do Repente”, de sua autoria, equivale dizer cantador ou violeiro, para definir como sendo o representante máximo do repente. Com invulgar poder criativo, os menestréis do passado ampliaram consideravelmente o acervo do repente com a criação de novos estilos.

Na visão de Orlando Tejo, no livro: “Zé Limeira, poeta do absurdo”, sintetiza o que vem a ser cantador: Os cantadores constituem imensa legião de homens que amam, sonham, sofrem e brincam de viver no mundo, pescando estrelas, caçando ilusões, plantando tardes, colhendo auroras, levando a sua imagem sutil e profunda, tímida e vigorosa ao povo ávido de poesia que os ouve embevecido.


Trovismo: Movimento cultural em torno da Trova no Brasil, surgido a partir de 1950. A palavra foi criada pelo poeta e político falecido J. G. de Araújo Jorge. O escritor Eno Teodoro Wanke publica em 1978 o livro "O Trovismo", onde conta a história do movimento de 1950 em diante.

Neotrovismo: É a renovação do movimento em torno da Trova no Brasil. Surge em 1980, com a criação por Clério José Borges do Clube dos Trovadores Capixabas. Foram realizados 20 Seminários Nacionais da Trova no Espírito Santo e o Presidente Clério Borges já foi convidado e proferiu palestras no Brasil e no Uruguai. Em 1987 concedeu inclusive entrevista em Rede Nacional, no programa "Sem Censura" da TV Educativa do Rio de Janeiro.


Bibliografia:

1. BORGES, Clério José - O Trovismo Capixaba - Editora Codpoe - Rio de Janeiro, 1990. 80 páginas. Ilustrado.

2. Literatura Brasileira - Willian Roberto Cereja e Thereza Analia Cochar Magalhães - Editora Atual. São Paulo - 1995.

3. Gramática Contemporânea da Língua Portuguesa - José de Nicola e Ulisses Infante - Editora Scipione. São Paulo - 1995.

4. Textos e matéria dada em sala de aula para 1° e 2° ano do 2° grau nos anos de 1996 e 1997 pelo professor Ádino, no Colégio WR.

5. Coleção Objetivo - Literatura I e II (Livros 26 e 27) - Prof. Fernando Teixeira de Andrade - Editora Cered. São Paulo.

6. Ana Cristina Silva Gonçalves – Texto na Internet.

7. A TROVA – Eno Theodoro Wanke – Editora Pongetti, 1973 – Rio de Janeiro – 247 páginas.

8. TUFANO, Douglas - Estudos de Língua e Literatura - Editora Moderna - Volume 1 - 4a. Edição Reformulada - 1992.


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