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I CONGRESSO MUNDIAL INTEGRADO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL
31 de julho a 4 de agosto de 2000
ESTIMATIVA DO POTENCIAL INSTALADO DE ÁGUA SUBTERRÂNEA NO ESTADO DO CEARÁ 1991 - 1998
Carlos Eduardo Sobreira Leite1 & Gilberto Möbus1
1 Mestre em Hidrogeologia
Resumo
- O Estado do Ceará tem grande partee do seu território
inserido na Região Semi Árida do Nordeste do Brasil, e
por conseqüência, atravessa, periodicamente, regimes de
ausência de chuvas que provocam sérios transtornos
à população. Por esse motivo, ações
governamentais são freqüentes com a finalidade de minimizar
o problema.
Dentro desse contexto, são comuns as campanhas de
locação e construção de poços
tubulares profundos. Este trabalho mostra uma estimativa do potencial
de água subterrânea instalada no estado em 1991 e 1998,
analisando a variação ocorrida no período.
Também são considerados os poços atualmente
não instalados e desativados que podem ser potenciais fontes de
água, se aproveitados.
Palavras-chave – poços, Ceará, potencial
INTRODUÇÃO
O Estado do Ceará é localizado geograficamente entre as
coordenadas 2º e 8º Sul e 37º e 42º Oeste, na
porção nordeste do Brasil (Figura 01). A sua área
territorial é de cerca de 148.000 Km2, sendo que 75% é
representada por rochas do embasamento cristalino (Figura 02) com solos
de pequena espessura, na grande maioria inferiores a 2m. De uma maneira
geral, as áreas de sedimento, com exceção da Bacia
Sedimentar do Iguatú, encontram-se nos limites do estado, assim
distribuídas: sedimentos costeiros ao norte, arenitos e
calcários na Chapada do Apodi à leste, arenitos na
Chapada do Araripe ao sul e na Serra da Ibiapaba à oeste.
Apesar das suas características próprias e de um
número considerável de poços existentes, o estado
carece de uma política de acompanhamento e
informações constantes da situação dos seus
poços tubulares, como distribuição e potencial.
Dois grandes cadastros foram realizados em toda a sua história,
sendo o primeiro consolidado em 1991 pela sua Secretaria dos Recursos
Hídricos para elaboração do seu Plano Estadual de
Recursos Hídricos. Esta base de dados é merecedora de uma
análise mais crítica no que diz respeito às
informações prestadas, entretanto, representa a
única base de dados referente àquele período,
devendo dessa forma ser considerado em qualquer análise temporal
da evolução do potencial instalado no estado.
O segundo cadastro, que teve características de censo, por
não terem sido levantas as fichas técnicas dos
poços, representa o documento mais preciso da
localização dos poços atuais, por terem sido
principalmente consideradas informações como coordenadas
com uso de GPS, situação (em uso, desativado ou
não instalado) e qualidade das suas águas (apenas
sólidos totais dissolvidos) e foi executado pela CPRM –
Serviço Geológico do Brasil em 1998.
Neste trabalho, portanto, foram consideradas as duas bases de dados,
informando a estimativa do potencial instalado de água
subterrânea (m3/h) para cada um dos municípios, e para
1998 considera o incremento possível através do uso de
poços não instalados e desativados. A
definição de potencial instalado é aqui usada como
sendo volume por unidade de tempo que pode ser extraído
através de poços tubulares existentes e em uso.
Apenas com o intuito ilustrativo, é feita uma análise
comparativa do potencial instalado para cada período considerado
e a população do município naquela ocasião,
levando-se em conta um consumo médio de 100 litros/dia para a
população rural e de 200 litros/dia para a
população urbana.
Figura 01 - Localização do estado do Ceará
Figura 02 - Áreas de sedimento e cristalino no estado do Ceará
DIVISÃO POLÍTICA DO ESTADO
O Estado do Ceará atualmente conta com 184 municípios
incluindo a sua capital Fortaleza, sendo que Ararendá, Catunda,
Choró, Fortim, Itaitinga e Jijoca de Jericoacoara foram criados
após a data do primeiro cadastramento em 1991. A divisão
política atual é mostrada na Figura 03.
Figura 03 - Mapa político do estado do Ceará
METODOLOGIA
A metodologia aqui adotada pode ser resumida da seguinte maneira:
Para 1991 foram utilizadas as informações referentes ao
banco de dados de poços tubulares do Plano Estadual de Recursos
Hídricos; foram considerados os poços que apresentavam
informações de uso (abastecimento humano e animal,
irrigação, industrial, etc.) ou que de alguma forma
apresentavam indícios de funcionamento, como equipamento
instalado. Não foi possível a identificação
clara de poços não instalados ou desativados.
Para 1998 foram analisados os dados referentes ao trabalho executado
pela CPRM – Serviço Geológico do Brasil, que
informa claramente os poços em uso e os não instalados e
desativados.
Foram gerados mapas estimativos de potencial instalado (m3/h), para os
diversos municípios, com base na atual divisão
política do estado, para cada período em particular e
analisada a variação entre os mesmos. Para cálculo
dos potenciais em cada município, foram definidas as
vazões médias dos poços, por ambiência
hidrogeológica, com base nas informações do
primeiro banco de dados, uma vez que apenas este apresenta
informações consistentes com respeito às
vazões, e por esta razão todos os potenciais calculados e
aqui informados, devem ser entendidos como potencial instalado estimado
e não real.
Algumas ressalvas devem ser consideradas:
- Em 1991 não foram levados em conta seis
municípios criados após essa data e outros 18 que
não apresentavam informações no primeiro banco
(estes aparecem em branco nos mapas)
- Para os municípios que tiveram parte de sua
área desmembrada para criação de outros novos, foi
feita uma interpretação visual e eliminados os
poços em 1991 que se encontravam nestas regiões
(desmembradas). Isto permitiu a análise da
evolução (acréscimo / decréscimo dos
potenciais) entre os dois períodos para esses municípios
em particular.
- Não foi considerada a capital do estado por não terem sido cadastrados seus poços em 1998.
- Para efeito puramente ilustrativo, foram
consideradas as necessidades das populações (rurais e
urbanas) de cada unidade municipal, visando demonstrar a
importância dos valores de potenciais instalados (estimados)
calculados para cada município. Adotaram-se os volumes per
capita de água de 200 litros/dia para a população
urbana e de 100 litros/dia para a população rural.
Os intervalos de potenciais considerados basearam-se em uma
análise da distribuição dos valores calculados,
resultando nas seguintes faixas: (menor ou igual a 50 m3/h),
(maior do que 50 a menor ou igual a 100 m3/h), (maior do 100 a
menor ou igual a 150 m3/h), (maior do que 150 a menor ou igual a
200 m3/h) e (maior do que 200 m3/h), considerados para este caso
específico como muito baixos, baixos, médios, altos e
muito altos. Estas referências são específicas para
o conjunto de valores encontrados para o Estado do Ceará.
Para os valores percentuais na análise evolutiva no período, foram definidos os seguintes intervalos:
- Variação positiva: (menor ou igual
a 25%), (maior do que 25% a menor ou igual a 50%), (maior do
que 50% a menor ou igual a 75%), (maior do que 75% a menor ou igual a
100%) e (maior do que 100%).
- Variação negativa: (maior ou igual
a -25%), (menor do que -25% a maior ou igual a -50%),
(menor do que -50% a maior ou igual a -75%), (menor do que -75% a maior
ou igual a -100%).
POTENCIAL INSTALADO – 1991
A figura 04 mostra graficamente o número de municípios e
intervalos de potenciais instalados calculados para 1991. A maioria
encontra-se com valores inferiores a 50 m3/h, representando 47,79% do
total analisado, seguidos por aqueles no intervalo de maior do que 50 -
menor ou igual a 100 m3/h (22,02%). 24 municípios apresentaram
valores superiores a 200 m3/h.
Figura
04 - Representação gráfica do número de
municípios e intervalos de potencial instalado (m3/h) para 1991
O Quadro 01 mostra o número de municípios e a sua
representação percentual no estado para cada um dos
intervalos considerados. Como observado anteriormente, a grande
maioria, ou 69,81% do total apresentaram potenciais baixos ou muito
baixos, enquanto apenas 15,01% mostraram valores superiores a 200 m3/h.
Quadro
01 - Número de municípios e representação
percentual no estado em função dos intervalos de
potencial instalado (m3/h) para 1991.
A distribuição dos potenciais instalados por
município no Estado do Ceará em 1991 é mostrada na
figura abaixo onde se nota uma predominância de valores mais
elevados na faixa costeira e na região sul. Os municípios
que apresentaram os maiores valores foram: Juazeiro do Norte (3222,34
m3/h), Aquiraz (1459,8 m3/h), Caucaia (1256,2 m3/h), Iguatú
(1174,52 m3/h), Crato (805,9 m3/h), Missão Velha (492,4 m3/h),
Itarema (415,9 m3/h), Cascavel (405,2 m3/h), Camocim (386,9 m3/h)
e Mauriti (370,48 m3/h).
Figura
05 – Distribuição dos potenciais instalados (m3/h)
por município no Estado do Ceará em 1991.
POTENCIAL INSTALADO – 1998
Na Figura 06 é representado graficamente o número de
municípios e intervalos de potenciais instalados (estimados)
para 1998, onde é notada uma maior incidência, da mesma
forma que 1991, de valores inferiores ou iguais a 50 m3/h (102
municípios, ou 55,73% do total analisado). Os que mostraram
valores maiores que 200 m3/h representam 13,12% do total, ou, 24
municípios.
Figura 06 -
Representação gráfica do número de
municípios e intervalos de potenciais instalados (m3/h) para
1998.
O Quadro 02 seguinte mostra o número de municípios e a
sua representação percentual no estado em
função dos intervalos de potenciais para o
período. 75,95% estão nas faixas de valores baixos e
muito baixos (inferiores ou iguais a 100 m3/h).
Quadro
02 – Número de municípios e
representação percentual no estado em
função dos intervalos de potenciais (m3/h) para 1998.
A distribuição dos municípios em
função dos intervalos de potenciais é mostrada na
Figura 07. Se nota uma maior concentração daqueles com
valores mais elevados nas regiões limítrofes do estado,
ao contrário do período anterior onde podiam ser
encontrados municípios com essas características,
também na região central. Aqueles com maiores valores em
1998 são: Barbalha (3584,4 m3/h), Juazeiro do Norte (3413,6
m3/h), iguatú (1404,56 m3/h), Aquiraz (1342,1 m3/h), Mauriti
(1236,5 m3/h), Eusébio (1017,9 m3/h), Acarau (956,3 m3/h),
Caucaia (697,0 m3/h), Tabuleiro do Norte (538,5 m3/h) e Brejo Santo
(531,2 m3/h).
Figura 07 –
Distribuição dos potenciais instalados (m3/h) por
município no Estado do Ceará em 1998.
VARIAÇÃO PERCENTUAL DO POTENCIAL INSTALADO 1991 – 1998
A Figura 08 mostra graficamente, o número de municípios
que apresentaram acréscimos ou decréscimos nos valores de
potenciais instalados no período 1991 a 1998. A maior
variação negativa se deu no intervalo de menor do que
-25% a maior ou igual -50%, ou seja, 34 municípios
apresentaram uma redução no seu potencial instalado da
ordem de 25% a 50%, entretanto, considerando os acréscimos,
verifica-se que 25 municípios tiveram um aumento superior a
100%, representando 15,72% do total analisado.
Figura
08 – representação gráfica do número
de municípios que apresentaram acréscimos /
decréscimos nos valores de potencial instalado (m3/h) no
período 1991 a 1998.
O Quadro 03, por sua vez, mostra os dados anteriores de forma tabular,
indicando o número de municípios e a sua
representação percentual em relação ao
total. A análise dos dados revela que 57,86%, ou 92
municípios, apresentaram uma diminuição dos
valores, sendo que o restante (42,14%) apresentou
variações positivas.
Quadro
03 – Número de municípios que apresentaram
variações positivas e negativas nos valores de potencial
instalado (m3/h) no período 1991 a 1998.
PERCENTUAL DA POPULAÇÃO PASSÍVEL DE ATENDIMENTO – 1991
Como comentado anteriormente, apenas para efeito ilustrativo foram
consideradas as populações urbanas e rurais de cada
unidade administrativa e calculadas as suas necessidades de água
para abastecimento humano. Esses valores foram interpretados em
conjunto com o potencial instalado estimado.
A Figura 09, que representa graficamente o número de
municípios e o percentual da população
passível de atendimento em 1991 com o potencial instalado
(estimado), mostra que 34 municípios, representando 21,38% dos
considerados, poderiam abastecer mais que 100% da sua
população apenas com água subterrânea
naquele período. 38 municípios, apenas conseguiriam
abastecer 25% ou menos da população existente.
Figura 09 – Representação gráfica do número de municípios e do percentual da
população passível de atendimento em função do potencial instalado (m3/h) em 1991.
O Quadro 04 mostra esses dados de forma tabular, considerando o
número de municípios em função do
percentual da população passível de atendimento e
a sua representação em relação ao total
analisado. Os resultados encontrados mostram que 48,43% poderiam
abastecer mais que 50% da sua população apenas com
água subterrânea, enquanto que os 51,57% abasteceriam 50%
ou menos. A Figura 10 mostra a distribuição no estado dos
municípios em função dos intervalos percentuais da
população passível de atendimento.
Quadro
04 – Número de municípios em função
do percentual da população passível de atendimento
com o potencial instalado (m3/h) e sua representação
percentual no estado em 1991.
Figura 10 – Percentual da população passível de atendimento com o potencial instalado
(m3/h) para cada município do estado em 1991.
PERCENTUAL DA POPULAÇÃO PASSÍVEL DE ATENDIMENTO – 1998
Da mesma forma que 1991, foram também relacionados os valores
estimados de potencial instalado em 1998 com a população
do período. A Figura 11 mostra os resultados de forma
gráfica do número de municípios em
função dos intervalos percentuais da
população passível de atendimento. 69 deles apenas
poderiam abastecer,com água subterrânea, um percentual
igual ou inferior a 25%, enquanto que 32
municípios abasteceriam mais que 100% da população.
Figura 11 –
representação gráfica do número de
municípios e do percentual da população
passível de atendimento em função do potencial
instalado (m3/h) em 1998.
No Quadro 05 são mostrados os números de
municípios por intervalos percentuais da população
passível de atendimento e as suas representações
em relação ao total. 60,11% (110 municípios)
teriam água suficiente para abastecer 50% ou menos da
população, enquanto que 73 municípios, ou 39,89%
abasteceriam mais que 50%. A Figura 12 mostra os municípios do
estado em função dos percentuais da sua
população
passível de atendimento em 1998.
Quadro
05 – Número de municípios em função
do percentual da população passível de atendimento
com o potencial instalado (m3/h) e sua representação
percentual no estado em 1998.
Figura
12 – Percentual da população passível de
atendimento com o potencial instalado (m3/h) para cada município
do estado em 1998.
POTENCIAL INSTALADO CONSIDERANDO OS POÇOS PASSÍVEIS DE USO – 1998.
O Estado do Ceará apresenta ainda um número
considerável de poços atualmente não instalados ou
desativados, identificados pelo levantamento realizado pela CPRM
– Serviço Geológico do Brasil. Estes poços
foram então, neste trabalho, considerados para
avaliação do aumento potencial no volume de água
que poderia ser disponibilizado em conjunto com os poços
atualmente já em uso. A Figura 13 mostra graficamente o
número de municípios em função dos
intervalos de potenciais estimados, considerando esses poços
passíveis de uso. 64 municípios, portanto, dentro deste
novo contexto, apresentam valores considerados muito baixos (iguais ou
menores que 50 m3/h), enquanto 41 deles apresentam valores considerados
altos (maiores que 200 m3/h).
Figura 13 –
Representação gráfica do número de
municípios e intervalos de potencial instalado (m3/h) para 1998
considerando os poços não instalados e desativados.
O Quadro 13 mostra o número de municípios em
função dos intervalos de potenciais instalados
(estimados) e sua representação percentual em
relação ao total. Verifica-se que 60,66% dos
municípios considerados apresentam valores considerados baixos e
muito baixos, enquanto 22,4% apresentam valores consideráveis
(mais que 200 m3/h).
Quadro
06 – Número de municípios e
representação percentual no estado em
função dos intervalos de potenciais instalados (m3/h)
para 1998 considerando os poços não instalados e
desativados.
A Figura 14 mostra os potenciais estimados (m3/h) instalados por
município no Estado do Ceará em 1998 considerando os
poços não instalados e desativados, onde se constata uma
melhor distribuição dos municípios com valores
mais elevados, diferentemente da situação anterior
não considerando os poços passíveis de uso.
Figura 14 –
Distribuição dos potenciais instalados (m3/h) por
município no Estado do Ceará em 1998 considerando os
poços não instalados e desativados.
VARIAÇÃO
PERCENTUAL DO POTENCIAL INSTALADO 1991 – 1998 CONSIDERANDO OS
POÇOS PASSÍVEIS DE USO EM 1998
A representação gráfica do número de
municípios que apresentaram acréscimos /
decréscimos nos valores de potencial instalado (m3/h) no
período 1991 a 1998 considerando os poços
passíveis de uso, é mostrada na Figura 15. Nota-se que um
número considerável de municípios (43) teriam um
acréscimo no potencial estimado superior a 100%.
Figura 15 –
Representação gráfica do número de
municípios que apresentaram acréscimos /
decréscimos nos valores de potencial instalado (m3/h) no
período 1991 a 1998 considerando os poços
passíveis de uso.
O quadro seguinte mostra que 72,94% dos municípios considerados
teriam acréscimos no potencial instalado, se aproveitados os
poços atualmente passíveis de uso, sendo que 44,01%
teriam acréscimos superiores a 50%.
Quadro 07 –
Número de municípios que apresentaram
variações positivas e negativas nos valores de volume
instalado (m3/h) no período 1991 a 1998 considerando os
poços passíveis de uso.
PERCENTUAL DA
POPULAÇÃO PASSÍVEL DE ATENDIMENTO CONSIDERANDO OS
POÇOS DESATIVADOS E NÃO INSTALADOS – 1998
A seguir são mostrados os resultados das análises feitas
para consideração do percentual das
populações por município que poderiam ser
atendidas com água subterrânea se fossem aproveitados os
poços atualmente não instalados ou desativados. A Figura
16 mostra que 58 municípios passariam a poder atender mais que
100% da sua população, representando 31,69% do total
(Quadro 08) enquanto apenas 25 deles atenderiam um percentual igual ou
menor a 25%, representando 13,67%. 64,37% teriam capacidade para
abastecer mais que 50% da população.
A figura 17 mostra os municípios do estado em
função dos intervalos percentuais da
população passível de atendimento considerando os
novos poços.
Figura 16 –
Representação gráfica do número de
municípios e do percentual da população
passível de atendimento em função do potencial
instalado (m3/h) em 1998 considerando os poços passíveis
de uso.
Quadro 08 – Número de municípios em
função do percentual da população
passível de atendimento com o potencial instalado (m3/h) e sua
representação percentual no estado em 1998 considerando
os poços passíveis de uso.
Figura 17 – Percentual da população passível
de atendimento com o potencial instalado (m3/h) para cada
município do estado em 1998 considerando os poços
passíveis de uso.
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Em 1991, 18 municípios não apresentavam dados e 6
não haviam ainda sido criados naquela data, por esta
razão, quando comparados os dois períodos, ou for feita
referências a 1991, os dados são restritos a 159
municípios (a capital do estado também não foi
considerada), o que equivale a 87% dos hoje existentes. Quando
analisado o período de 1998, apenas a capital Fortaleza
não é considerada.
Em função do exposto e dos resultados, pode-se concluir os seguintes fatos:
- O potencial total instalado para 1991 foi estimado em cerca de 21500 m3/h;
- A necessidade calculada de água para
abastecimento foi de 29100 m3/h, portanto, aquele volume seria bastante
para abastecimento de cerca de 74% da população dos
municípios considerados naquele ano;
- O potencial total instalado para 1998 foi estimado em cerca de 27000 m3/h;
- A necessidade de água calculada para
abastecimento foi da ordem de 32600 m3/h, portanto, aquele volume seria
bastante para abastecimento de cerca de 82% da população
naquele ano;
- Se fossem aproveitados em 1998, os poços
desativados e não instalados, o incremento seria da ordem de
9900 m3/h para o estado e o percentual da população total
passível de atendimento naquela data, nos 183 municípios,
apenas com água subterrânea, seria de cerca de 113%.
- Em 1991, existia uma melhor
distribuição dos municípios com vazões
consideradas médias, altas e muito altas, abrangendo, inclusive,
grande parte da região central do estado (cristalina) (Figura
10). Em 1998 os municípios com essas características
concentraram-se principalmente na região costeira, nordeste, sul
e centro oeste do estado (Figura 07). Em 1998, considerando os
poços passíveis de uso (não instalados ou
desativados) o cenário assemelha-se a 1991 (Figura 05).
- Se considerarmos ainda estes poços
passíveis de uso, verifica-se que dos 159 municípios
considerados (período 1991 – 1998), 116 apresentariam
acréscimos no potencial instalado contra 43 com
decréscimos; não considerando estes poços, apenas
67 apresentaram acréscimos e 92 apresentaram decréscimos.
- Verifica-se, portanto, que houve no Estado do
Ceará, um acréscimo no potencial instalado de água
subterrânea (estimado), entretanto, em maiores
proporções cresceu a quantidade de poços sem
manutenção e não instalados. É
aconselhável, nesse contexto, que fossem incluídos nos
freqüentes programas de combate às secas, nos quais se
incluem perfurações de poços tubulares para
pequenas comunidades, ações de aproveitamento e
recuperação de obras existentes.
- Outro fato marcante é a ausência de
programas de monitoramento e acompanhamento sistemático da
situação das obras, através de
atualizações de bases de dados, e gerência
única apoiada e alimentada pela comunidade e
órgãos gestores. Exemplo marcante foram as dificuldades
encontradas quando da análise dos dados utilizados neste
trabalho.
BIBLIOGRAFIA
CPRM - Serviço Geológico do Brasil - Atlas dos Recursos
Hídricos Subterrâneos do Ceará – Fortaleza
– 1999.
FUNCEME – Banco de Dados de Poços – Fortaleza - 1992
IPLANCE - Informações Básicas dos Municípios – Fortaleza – 1999
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Página de Referência : http://www.geocities.com/cesol999/PotencialInstalado.html
Autor: Carlos Eduardo Sobreira
Leite
Citação do autor em bibliografia : LEITE,
C.E.S.
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