Derretimento na Antártida

Uma plataforma de gelo de 3.250 km² se parte em milhares de icebergs devido ao aquecimento da Terra. Segundo especialistas, risco imediato de aumento do nível das águas é pequeno


Da Redação
Com agências

 

Uma placa de gelo formada na Antártida há 12 mil anos está se desintegrando. Em menos de dois meses, uma área de 3.250 Km² — próxima do país europeu Luxemburgo ou à da Baixada Santista — se partiu em milhares de icebergs que flutuam no mar de Weddel. São 720 milhões de toneladas de gelo, parte importante da plataforma Larsen B, a leste da península Antártica. A quebra de uma extensão tão grande de gelo se deve ao aquecimento da Terra, fenômeno que preocupa ambientalistas do mundo inteiro. Na região do Pólo Sul, a gravidade é maior ainda. Isso porque, enquanto no restante do planeta houve um aumento de cerca de 0,6 graus Celsius nos últimos 500 anos, os cientistas informam que a Antártida ficou 2,5 graus mais quente desde 1940. Sobre esse continente está o maior buraco na camada de Ozônio, com cerca de 24 milhões de km². Como os icebergs estão à deriva e não derreteram completamente, o perigo de aumento do nível das águas ainda é pequeno.

  A página da Internet do Centro Norte-Americano de Informações sobre Neves e Gelo (www.nsidc.org) mostra que grande parte do derretimento ocorreu em apenas 35 dias. Tamanha velocidade surpreendeu os pesquisadores de todo o mundo. Eles já haviam detectado um rompimento da placa há mais de quatro anos, mas não imaginavam ver suas previsões concretizadas rapidamente.

‘‘Sabíamos que o que havia sobrado iria entrar em colapso uma hora ou outra, mas a velocidade disso é incrível’’, afirmou o cientista David Vaughan, do Instituto Britânico de Pesquisa Antártica. ‘‘É difícil acreditar que 720 milhões de toneladas de placa de gelo romperam-se em um mês.’’

O pedaço desprendido da plataforma Larsen B tem 200 metros de profundidade. A plataforma é uma grande massa de gelo, unida ao continente, mas que está apenas sobre a água e não recobre a terra.

  Nos últimos cinco anos, essa plataforma perdeu 5,7 mil km² e sua área atual representa apenas 40% da extensão de origem. Segundo o centro norte-americano de neve e gelo, trata-se do ‘‘acontecimento mais importante dos últimos 30 anos da península Antártida.’’ A barreira de Larsen era uma massa tão compacta que por ela chegaram missões científicas em veículos pesados.

  O instituto britânico de pesquisas mandou à zona do derretimento uma equipe de investigação oceanográfica para investigar melhor o que está acontecendo. O aumento do nível das águas e a ameaça de inundações de cidades costeiras só ocorreriam com o derretimento de todos os icebergs do mar da Antártida.

 

PLANETA MAIS QUENTE

O aquecimento global da Terra é o responsável pelo degelo das calotas polares. São dois os principais vilões desse fenômeno. Confira quais são eles:

Efeito Estufa
A queima de combustíveis fósseis, como a gasolina, causa a emissão de gases par a atmosfera da Terra. Os principais gases emitidos por essas queimas são o metano e o gás carbônico. Acumulados, eles não deixam os raios solares que penetram na atmosfera da Terra voltarem para o espaço, levando ao aquecimento do planeta. Por conta do efeito estufa, nos últimos 500 anos, foram registrados aumentos de temperatura entre 0.3ºC e 0,6ºC. Se forem mantidas as emissões de gases, principalmente pelas grande indústrias norte-americanas, no fim desse século, as temperaturas podem estar 5ºC mais elevadas que em 1990

Buraco na camada de ozônio
Em torno da Terra, existe uma camada de gases que funciona como um filtro, absorvendo os raios ultravioleta do Sol. Essa camada é a de ozônio. Alguns produtos fabricados pelo homem, como o CFC, usado em refrigeradores, liberam gases que ao entrar em contato com essa camada provocam buracos. Por eles, os raios do Sol passam sem filtragem, levando ao aquecimento da Terra. Também provocam o aumento de doenças como câncer de pele.

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