C. D. P. E. M. A.

COMISSÃO DE DEFESA E PRESERVAÇÃO DA ESPÉCIE E DO MEIO AMBIENTE

CGCMF Nº 02.186.158/0001-23

 

27/10/2005
EXCLUSIVO: São Paulo corre o risco de ficar cada vez mais cinza, segundo ambientalistas

Danielle Jordan / AmbienteBrasil


A construção de um corredor empresarial no município de Embu das Artes, localizada a cerca de 25 quilômetros da cidade de São Paulo, está gerando discussões entre poder público e ambientalistas. Estes alegam: “na calada da noite foi introduzida uma alínea no Plano Diretor decretando a criação de um parque industrial em área de remanescentes de Mata Atlântica em estágio avançado de recuperação, mudando o zoneamento da região”.


Boa parte daquele espaço é legalmente considerado como área de preservação. De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, 60% do município se enquadra neste perfil, o que torna o desenvolvimento um desafio para a administração.


Segundo o presidente da Sociedade Ecológica Amigos de Embu - SEAE -, Leandro Dolenc, a região é muito rica em mananciais, como as nascentes do Invernada, que abastece o sistema Baixo-Cotia, servindo centenas de milhares de habitantes em Carapicuíba, Itapevi e Jandira, entre outras cidades. As obras comprometeriam os ecossistemas e a preservação dos mananciais da região próxima à Reserva Florestal do Morro Grande.


Segundo a entidade, foram identificados na área vários animais ameaçados de extinção. "Entre eles, estão o gavião pega-macaco (Spizaetus tyrannus), a araponga (Procnias nudicollis), o pavão-do-mato (Pyroderus scutatus) (Atlas Ambiental do Estado de São Paulo), além de uma grande diversidade de árvores e animais como esquilos, lagartos, tatus, tucanos, periquitos, etc", diz Leandro.


O secretário de Meio Ambiente de Embu das Artes, João Ramos, defende-se dizendo que a Prefeitura sempre atuou em conformidade com a lei. Ele concorda que a região em debate possui uma área de maciços florestais, mas alega que os impactos apontados pela Sociedade Ecológica não correspondem à realidade. O secretário desabafa afirmando que a entidade participou das reuniões abertas para a discussão do Plano Diretor, quando da sua elaboração, e na terceira reunião, quando a questão foi levantada, fez a recomendação ao prefeito para suspender qualquer obra no corredor. O que não seria viável, segundo ele, uma vez que a área em debate foi sugerida com base em estudos.


Este ano foi aberta uma Câmara Técnica no Conselho Municipal do Meio Ambiente - COMAM -, para rever a questão levantada em 2000 e 2001, quando da elaboração do Plano Diretor, que teria sido alterado em 2003 sem consulta à sociedade civil de acordo com o presidente da SEAE. A Câmara é composta de arquitetos, urbanistas, ecólogos, técnicos e advogados. Apresentou como principais conclusões, segundo Dolenc:


“- Os advogados concluíram que a lei foi “alterada na calada da noite” pelo Executivo antes de sua aprovação na Câmara Municipal, pois havia muitas contradições na lei. Ora a região é referenciada como zona turística, ora como região industrial, denotando inserções indevidas na redação final da lei.


- Os urbanistas concluíram o mesmo que o Instituto Polis: a região tinha vocação para o turismo.


- Os biólogos e ambientalistas identificaram várias espécies da fauna ameaçadas de extinção.



Ramos afirma que a proposta é a criação de um “corredor empresarial", com possibilidade de abertura para indústrias de baixo impacto, desde que devidamente licenciadas e submetidas à análise indicando a possibilidade ou não de sua instalação. Ele ainda faz a proporção dizendo que o município possui 71 km2, o bairro de Itatuba abrange 5 km2 dessa área. O corredor estaria restrito a 1 km, aproximadamente. “Mesmo se ocorresse algum impacto, e não vai ocorrer, seria pequeno".  Ele também coloca que o local em questão não faz parte dos mananciais, o que permitiria de 70% a 80% de desmatamento.


O secretário também alega que, diferentemente do divulgado pela SEAE, não existe vegetação em estágio avançado de recuperação. “Locais há muitos anos sem interferência dos homens. Seriam praticamente matas virgens, explica, classificando a vegetação existente na região como em estágio secundário, inicial e médio de regeneração.


Segundo Ramos, a área destinada ao corredor, localizada na Rua Maria José Ferraz do Prado, no bairro de Itatuba, já sofreu grandes impactos sim, mas na ocasião da sua construção há 30 anos e lamenta por, na época, os ambientalistas não terem agido com tanto rigor como agora.


Ramos e Dolenc atuam na Câmara Técnica no Conselho Municipal do Meio Ambiente. O primeiro a preside, o outro é seu vice. Ramos afirma : “Sou um ambientalista também”. E lamenta o afastamento que se verificou em relação aos outros integrantes da Câmara: “eram meus amigos e, depois do episódio na reunião com o prefeito, não me procuraram mais. Eles é que estão agindo na calada da noite.

 

Notícia: EXCLUSIVO: SÃO PAULO CORRE O RISCO DE FICAR CADA VEZ MAIS CINZA, SEGUNDO AMBIENTALISTAS


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CDPEMA
28/10/2005


COMENTÁRIO:
A CDPEMA- Comissão de Defesa e Preservação da Espécie e do Meio Ambiente, uma ONG ambiental, com sede na cidade de Guarulhos e escritórios regionais em diversas cidades do Estado e colaboradores em outros Estados, não pode deixar passar em branco MAS ESSE ABSURDO de nossos políticos, que como sempre, não acatam as opiniões da população e de suas entidades representativas, como as ONGs e outras.
A cidade do Embu, conhecida nacionalmente como Embu das Artes, ainda tem outro nome como é conhecida, como A CAPITAL DA ECOLOGIA, em virtude de suas grandes a’reas verdes de cobertura vegetal, remanescente  da Mata Atlântica  e ainda como parte regenerativa da mesma mata, o que em muito contribui para a limpeza do ar da grande São Paulo. Somente os políticos locais não vê isso.
A importância da mata atlântica existente na cidade de Embu, é de suma importância esse equilíbrio, não apenas de ser um pequeno pulmão e filtro da grande São Paulo, mas também de suma importância para a cidade e região, por possuir UMA QUANTIDADE muito grande de NASCENTES e que vem a formal um região rica em manancial, e manancial esse, que vai compor os leitos os rios que abastecem diversas cidades da região e a própria capital.
E não precisa dizer da importância da água para nossas cidades, pois o que parece, é que enquanto o mundo corre para PROTEGER seus mananciais de água, AS AUTORIDADES LOCAIS, querem fazer o contrário.
Alegar que tal corredor industrial, é para o desenvolvimento da cidade, a principio, ninguém é contra o desenvolvimento, desde que ele não venha trazer mais prejuízos ainda, mas que seja feito em consonância com o meio ambiente, sem agredir a natureza. Essa é a política mundial atual, adotada por todos os paises desenvolvidos e que procuram se desenvolver.  Por que a cidade de Embu, quer ir na contra mão. Não tem sentido.
Insistir nisso, é ir contra a própria razão, é ir contra a própria vida, pois na região e na cidade de São Paulo, de conformidade com noticiário dos últimos meses e anos, a água tem sido um tema constante.  E é exatamente o que será esgotado, se os mananciais de água por onde se quer construir esse corredor industrial. Há ainda outros aspectos negativos, que esse corredor poderá trazer para a cidade, como a provável poluição atmosférica, sonora, das águas, e visual com a destruição das áreas verdes naturais, conforme o próprio secretario do meio ambiente da cidade, afirma.
É isso, que não pode ser aceitável, que um Secretario de Meio Ambiente, que teria por principio, lutar por defesa ambiental, ainda mais se dizendo ser um ambientalista, age de forma contrária, opinando favorável pelo corredor industrial. Querer desenvolvimento é uma coisa, agora saber que esse desenvolvimento vai trazer muitos prejuízos para a cidade e para todos em geral, é nada menos do que uma atitude insensata, impensada, para não dizer de uma atitude BURRA, na atualidade, em que todos buscam conciliar desenvolvimento  com preservação e não com destruição.
A cidade de Embu, possui outras áreas em que a implantação de corredores industriais podem ser instalados e ainda ampliados os que já existem, e ai vem a pergunta: PORQUE DESTRUIR o que está vivo, para instalar industrias destruidoras de vidas, que são as industrias poluidoras.
Desenvolvimento é bom, desde que não agride a natureza, o meio ambiente e os direitos das pessoas a um ambiente equilibrado e sadio. Isso é constitucional, e ainda está na legislação estadual e na própria carta magna da cidade de Embu.
O que ocorre, é que nossos políticos, sempre encontram uma forma de burlar a lei, ou de alterar a lei, para atender assim, interesses outros, que nem sempre vão de encontro com o anseio de todos, mas apenas de alguns. E é isso que não se pode aceitar mais em nosso pais,, pois esses políticos, e ainda mais esses secretários, ministros e assessores diversos, pensam que somente por terem sido nomeados, quando não vem eles das câmaras municipais ou da assembléia, as quais foram eleitos,  que podem de tudo e nem sequer consideram os interesse da comunidade em geral e acima de tudo, não se trata mais unicamente de interesse da comunidade, mas de direitos de atual gera;cão e das futuras.
Nossas áreas verdes em todas as cidades brasileiras, já são escassas, e as que tem áreas verdes, dentro de sua área urbana, como a exemplo da cidade de Maringá / PR, Londrina, Bauru, entre outras pelo Brasil afora, como exemplo o cinturão verde da grande São Paulo, e os parques verdes da cidade de São Paulo, como o Horto Florestal, Parque do Ibirapuera, Parque Morumbi, Parque do Carmo, entre outros, todas elas TEM ORGULHO DISSO e só ganham com isso, pois se tornam cidades mais amenas, mas saudáveis e as mais preferíveis de se morar, entre as que não possuem tais áreas verdes/
Embu, quer ir na contra mão, quer devastar até 80% das matas por onde o tal corredor está traçado. Isso é que é um abuso de poder e absurdo que não se pode se calar, pois quem manda na cidade, não são os políticos, mas as pessoas que nelas residem. E é isso que nossos políticos devem entender de uma vez por todas, pois nem sempre, ou quase nunca eles discutem com a população esses interesses e esse planos com a comunidade local e quando o fazem, o fazem de forma indireta ou que acabam não atingindo a todos os segmentos da comunidade.
Alegar que o desenvolvimento não pode esperar, não é por ai, pois pela história que se tem da cidade de Embu, que é uma cidade turística, já teve a fama nacional de ter sido conhecida como a cidade da PASSARINHADA, se lembram, quando o prefeito na época, fez um churrasco a amigos restritos, oferecendo os indefesos e minúsculos BEIJA-FLORES. Pena que na época ainda não tínhamos a lei dos crimes ambientais, pois se aplicada o lugar dele teria sido a cadeia., quer dizer, talvez ?.
E novamente vem a cidade fazer parte da mídia outra vez, com mais essa de querer destruir em até 80% de suas matas,. INACESITÁVEL. Não devemos permitir isso. Que todos nós nos mobilizemos contrario a tal aberração de nossos políticos local, que mas uma vez, escolhem entre tantas áreas viáveis na cidade, do outro lado da rodovia Regis Bittencourt, a naoi á área de chácaras, de cinturão verde, de mata natural e ainda por cima numa área preservada, defendida e que faz parte da mata que poderia ser considerada a mata de reserva permanente da cidade.
Portanto, nossa entidade, que tem atuação local, regional e nacional, DISCORDA e REWPUDIA tal intenção dos políticos local da cidade de Embu, principalmente do Sr. Prefeito, que com certeza, tem grande parcela de culpa, por ter pedido após Sr.s vereadores, para que fizessem na calada da noite, alteração do texto do plano diretor da cidade e ainda por cima, aprovar tais alterações sem a devida discussão de tais alterações com a comunidade. É isso que não se deve permitir, que se faça, alterações da lei, para defender interesses obscuros que vão na contra mão do interesse geral. Ser administrador  público, não é agir assim, é agir com consciência, moralidade e com planos que atendam a todos ou pelo menos a maioria.

Carlos Alberto Arraes
Coordenador da CDPEMA – Comissão de Defesa e Preservação da Espécie e do Meio Ambiente
cdpema@terra.com.br

 

Adriana Daminelli
28/10/2005


São esses tipos de atitudes que nos deixam desesperançados. Pessoas que batem o pé e insistem em fazer projetos que prejudiquem o meio ambiente. Mais preocupados com o desenvolvimento de industrias do que com a natureza. Depois não entendem tantas desgraças acontecendo.

 

Yara Toledo
28/10/2005


Prezados,
Parabenizo a matéria e defesa em prol ao Meio ambiente da  que tal corredor industrial, é para o desenvolvimento da cidade, a principio, ninguém é contra o desenvolvimento, desde que ele não venha trazer mais prejuízos ainda, mas que seja feito em consonância com o meio ambiente, sem agredir a natureza. Essa é a política mundial atual, adotada por todos os paises desenvolvidos...

Reiterando, conforme foi consultada a ONG SOS Manancial do Rio Cotia para esta entrevista pela Sociedade Ecológica sobre a contribuição da Bacia do Invernada com 70% de cabeceiras no Município de Embú das Artes na região da implatação deste corredor industrial e com 30% deste Manancial com foz na Importante Bacia do Rio Cotia, que abastece a Grande S. Paulo. Seria onerar e envenenar mais ainda estas águas.Falta boa vontade política do poder público ou estão anestesiados pelo poder esquecendo do compromisso ético com estas e as futuras gerações?

Yara Toledo/SOS Manancial do Rio Cotia/t. 011 38851490/96138378

 

João Ramos
28/10/2005


Prezados,

Felizmente toda forma de manifestação é permitida e, até acho bem vinda, mesmo quando são manifestações acaloradas, isto prova a grande abertura que existe na democracia. Contudo, devemos ter a responsabilidade e o cuidado de nos aprofundarmos nos assuntos tratados, sob pena de, alem de cometermos injustiças, falarmos muita bobagem. Para quem conhece o Prefeito e tambem a mim, sabe que nem ele nem eu, deixaremos que nenhuma lei e nenhum outro interesse ponha em risco nossas matas, nossas águas, nossos bichos, enfim, nossa natureza, alem tambem de nossa população, pois somos sabedores da grande e relevante importância de tudo isso para nossa cidade e região e isto ja ficou mais que provado pelos feitos desta administração. Uma administração que, apesar de todas as dificuldades, tem se voltado cada ves mais para o fortalecimento da educação ambiental, dos projetos de preservação e todas as formas de sustentabilidade e de inclusão.
Desde o princípio desta discussão, o Prefeito abriu todas as portas para a população, para levantarmos todos os problemas, inclusive cedendo espaço para reuniões, técnicos das diversas áreas, mapas, fotos aéreas e todos os dados solicitados, até por ser esta uma marca deste governo, a participação popular e a integração com toda a comunidade. Só posso lamentar a forma tão irresponsável que estas entidades têm se manifestado, tendo em vista o espaço e a abertura sempre proporcionada por esta administração.
Agradeço o espaço e coloco a mim, bem como toda a Prefeitura a disposição para uma conversa séria e profissional, bem como para qualquer esclarecimento sobre o assunto, pois àqueles que, ao invés de se envolverem na solução dos problemas, utilizam seu tempo para atacar, estes deveriam pensar que esta forma de atuar, seja com o poder público ou não, já esta mais que ultrapassada e não colabora em nada.
CUIDAR DO MEIO AMBIENTE É DEVER DE TODOS NÓS! Só que devemos ampliar nossa visão para a cidade toda e não apenas para aonde alcançam nossos olhos. Esta experiência eu obtive trabalhando no poder público, pois eu tambem era mais um cidadão que só enchergava e queria resolver os problemas da minha rua! Hoje, tenho sob minha responsabilidade a cidade inteira e não um ou outro local da cidade, por esta razão, coloco-me a disposição para buscarmos o tão almejado equilíbrio para nossa região, mas, por favor, eu peço, vamos conversar com a mente aberta e pensar na cidade toda, certo?

Cordialmente,

João Ramos
Cidadão Embuense e
Secretário de Meio Ambiente de Embu

 

Fabiana Faryniuk
28/10/2005


Sr. Secretário João Ramos e demais autoridades, porque desenvolvimento tem que ser sinônimo de indústria?  Como vc pode afirmar que está tudo dentro da legalidade com a montagem de indústrias em área de preservação se falta fiscais e estrutura para a secretaria do meio ambiente, conforme declarado por você em uma reunião que assisti na SEAE? Com isso qual a garantia de que a análise de impacto foi bem feita?

Por que não incentivar o desenvolvimento do Embu com TURISMO ECOLÓGICO e outras atividades afins aproveitando a vantagem existente sobre outros municipios que é justamente o meio ambiente? Me dê bons motivos p/ o Embu não ter ações nesse sentido.

Provavelmente porque considera-se que indústrias geram mais arrecadação e empregos, porém esta é uma visão equivocada ou muitos municípios não investiriam nisso.

Lamentavelmente pessoas como eu trocaram a Capital pelo Embu em busca de melhor qualidade de vida, pessoas que contribuem com a arrecadação da prefeitura, geram empregos e participam da vida da comunidade (dentro do possível é claro pois muitos trabalham) e, lamentavelmente, com estas pessoas não há preocupação da prefeitura.

 

Victoria Mauri Z. B.
29/10/2005


Prezada Danielle Jordan


Achei ótima sua reportagem sobre o corredor empresarial no municípiio de Embu das Artes, embora discorde do pronunciamento do secretário João Ramos quanto à nossa omissão e o afastamento dos amigos.

Até entendo a posição dele como funcionário da prefeitura, mas é bom ele não se esquecer que hoje ele está secretário, mas que amanhã e depois ele vai precisar continuar a respirar, beber água e viver, dependendo da mãe natureza.

Ter o apoio da imprensa nas questões vitais é o único canal, na Terra, que não nos deixa desanimar atualmente.



Grata e tudo de bom!


Victoria Mauri Z.B.

 

M.Raquel
29/10/2005


Concordo com a Fabiana, sou estudante de turismo e desenvolvi vários projetos e inventários junto com prefeituras municipais que desejam desenvolver seus municípios da uma forma sustentável, e o turismo ecológico têm sido a melhor opção sem dúvida...
Agora não entendo o descaso da Prefeitura do Embu quanto a isso, pois já me aprofundei no inventário turístico deles e lá são mencionados diversos projetos, diretrizes para que o turismo se estenda além da feira de artesanato, assim como o Secretario de Turismo de Embu (Gonda), está buscando esse desenvolvimento em sua gestão, isto sem contar que um município quando adota o título de Estância Turística, possui prioridades de crescimento econômico, ou seja, priorizar o turismo como principal fonte de renda...
O prefeito simplesmente desconsidera tudo isso pela  preocupação de que o turismo planejado gera um lucro a longo prazo, e a indústria não!!!!
Acho que quem tem que abrir a mente não somos nós que buscamos um crescimento econômico justo, que envolva comunidade e preservação da natureza...

 

Um velho amigo
29/10/2005


Lendo esses comentários sobre o assunto, me recordei de quando criança bincava na chácara dos pais do Secretário de Meio Ambiente do Embu, me amigo joão Ramos... me lembro das vacas com seus sinos pendurdos no pescoço... Depois meus pais compraram um belo terreno no loteamento feito pelo Pai do João em uma parte das terras... Pai dele que, aliás, era um grande guerrreiro em prol do meio ambiente... hoje, já mais velho e acumulando muita experiência, inclusive na esfera pública, onde já fui assessor administrativo tanto na esfera municipal como na estadual, conhecendo muito bem como funciona a máquina administrativa no Brasil... e passando de novo um dia por aquelas terras que para mim mais pareciam uma grande fazenda, tive a surpresa de ver que existem três condomínios residenciais, o que não me parece ter nenhum problema...  mas ao ler sobre a implantação do tal corredor empresarial bem ali ... tão perto dos condomínios... me pergunto... quanto interessante seria ter industrias, com gerentes, diretores, funcionários do alto escalão interessados em comprar um  terreno num condomínio fechado...  fico me perguntando será que isto influenciaria uma pessoa mais do que preservar uma área tão imprtante para o meio ambiente?

Meu amigo João, com quem brinquei tantas vezes naquelas terras paradisíacas... será que é a melhor opção ter indústrias lá? Será que esa postura é realmente a postura de um Ambientalista, que vc disse ser na matéria veiculada? Pense nisso caro amigo.

Um grande abraço de um amigo seu de infância e que hoje pouco contato temos.

 

As leis devem expressar sempre uma lógica que traga evolução para uma comunidade. Preservar o meio ambiente na atualidade, é uma questão de sobrevivência para o homem neste maravilhoso planeta Terra. Se a lei fere princípios de preservação ambiental, ela deve ser revogada. Há pouco tempo, a Assembléia gaúcha aprovou uma lei, sancionada pelo Governador, que autoriza sacrifício de animais em ritos afro-brasileiros. Agressões ao meio ambiente como esta, bem como legalmente (de acordo com a lei) permitir implantação de zona industrial ao longo da Rua Maria José Ferraz Prado, são a meu ver, crimes ambientais. Não importa que estejam escudados em uma lei. Implantação de indústrias nesta área, acarretará demolição de morros e aterro de pequenos vales em uma região de acentuada topografia onde habitam diversas espécies de animais, que perderão suas árvores, seus alimentos, suas próprias existências, em nome de desenvolvimento econômico a qualquer custo. Mesmo que a custo das vindouras gerações. Consequências disso serão a degradação cada vez maior da mata atlântica, poluição dos ares, das águas e dos solos. Hoje será permitido, talvez, indústria de pouco impacto a uma imenso custo ambiental. Amanha, não será mais possivel deter a avalancha de indústrias de qualquer tipo. E virá a degradação generalizada da região. Abertas as porteiras, não há mais como controlar a boiada. Sr. Prefeito, Srs. Vereadores, Sr. Secretário: Revoguem este artigo da Lei do Plano Diretor que permite zona industrial ao longo da Rua Maria José Ferraz Prado enquanto é tempo. Não permitam que continue tal absurdo anti-ecológico.

José Guimarães Duque Filho - Engenheiro Civil
Conselheiro do Conselho Municipal de Meio Ambiente - COMAM, da Prefeitura Municipal de Fortaleza/Ceará.

 

Vicky
31/10/2005


O que faz uma cidade ser considerada uma estância turística?

 

Ana Ruth Jambeiro
31/10/2005


Nessa época em que todas as catastrofes da natureza nos mostram como é irresponsável agredirmos o meio ambiente, mais que nunca devemos nos empenhar com toda a força para defendermos nossas matas, nossos manancias.
Deles dependemos, assim como as aves e os animais.
O lucro obtido com a implantação desse corredor não cobrirá o prejuízo, que num futuro bem próximo, certamente teremos.

 

Michèle Sato
01/11/2005


Paulistana da gema, Embu das Artes era um território de alta frequência, não apenas pela magia identidária, mas também pela beleza das pessoas, das porções da Mata Atlântica e de todo encanto que bastava ao coração ecologista. Fico muito preocupada com as degradações sócio-ambientais presentes em Embu e torço para que possamos reverter os danos.

Meu carinho enorme
Michèle

 

Gustavo Bruno
01/11/2005


Vivo em Florianópolis, uma cidade com uma excelente qualidade de vida, que entretano nos últimos anos vem caminhando numa linha de crescimento acelerado a todo custo. Matas sendo devastadas para o surgimento de uma nova sociedade que ignora os demais, que prima pela individualidade. A mesma sociedade que trás riqueza material tras miséria e violência imbutidas em seu modo existir.

Vou bastante a São Paulo, a trabalho, e sempre que posso dou uma parada no Embu das Artes, para curtir um pouco daquilo que a grande São Paulo tem de melhor, "a cultura" popular, as artes e artesnatos que cada cidadão cria e recria na interface entre natureza (tão presente no Embu), e megalópole (que é São Paulo).

Me preocupa o fato do poder público de uma cidade tão aconchegante, inventiva e artística, como o Embú, optarem por redirecionar seu desenvolvimento para o mesmo padrão industrial de São Paulo.

Será que estes governantes não percebem o potencial que têm em mãos. Uma cidade rica em sociodiversidade, meio ambiente variado e pessoas irreverentes e criativas. Embu é um exemplo mundial de cidade satélite que não se dobrou a ser fornecedora de recurso e mão de obra para o centro finaceiro (que é São Paulo.

Embú tem alma e vida própria. Qual ignorante os poderosos que não enchergam as oportunidades da riqueza proveniente da sociodiversidade.

Acordem senhores donos do poder, pois na verdade que tem o poder é a população, e não vocês. Além da população, quem lhes confere o poder é esta belissima natureza que Embu possue.

Vocês, governantes, sem o povo criativo de Embu não são nada. E Embu, sem suas matas, pássaros, macacos e demais seres vivos, deixará de ter seu encanto, e será mais uma cidade do abc paulista!

Gustavo Bruno
Florianópolis/SC

 

Waldemar Manfred Seehagen
01/11/2005


Sr. Secretário de Meio Ambiente da cidade de Embu, João Ramos

Tenho acompanhado há vários dias a discussão travada em torno da possível implantação de um corredor industrial em uma das áreas mais belas da  cidade de Embu. Confesso que estou muito apreensivo . Embu das Artes tem claramente uma vocação turística, e não é preciso ser ambientalista para deduzir que introduzir indústrias, por menor impacto que tenham, como diz o Sr, trará em sua esteira uma série de males comuns a este tipo de empreendimento. Discordo totalmente do possível "baixo impacto", por sabermos todos que só a retirada da cobertura vegetal e cortes de morros alterarão totalmente a paisagem, tão bela, existente no local. Certamente, os eventuais benefícios que pudesse trazer o dito corredor, jamais poderiam compensar a perda de uma área tão importante do ponto de vista ambiental, ou apenas de partes dela.
Mas o Sr. diz também ser ambientalista, então suponho que saiba de tudo isso. Mas ainda que não soubesse, existe um Relatório Técnico feito pela Câmara Técnica do Conselho Municipal de Meio Ambiente, que mostra, através de embasamento em estudos especialmente contratados para este fim, que o maior potencial de desenvolvimento econômico do município de Embu refere-se ao Turismo. E elenca uma série de sugestões para desenvolvê-lo. Parece-me um estudo sério. Creio que mereceria ser levado em consideração.
A destruição de áreas verdes remanescentes, portanto, e principalmente por ser tratar de áreas de Mata  Atlântica, aliada a uma fauna tão rica nela existente, constitui uma agressão desnecessária e contrária aos propósitos de um suposto "desenvolvimento", cujo efeito poderá ser contrário ao desejado, além de ser um crime contra a Natureza, seja sob quais justificativas possa apresentar, ainda que sob a proteção de leis artificialmente criadas para tal fim. É e será sempre uma crime contra a Natureza.

Não entendo, Sr. Secretário, em vista disso, o fervor com que o Sr. defende tal atitude do Poder Executivo. O Sr. está na contra-mão dos fatos.  Justamente o Sr, que tem supostamente a função de defender com firmeza qualquer tentativa de agressão ao meio ambiente. No seu próprio nome, Sr. Secretário, João Ramos, está a confirmação de que o Sr. deveria fazê-lo, pois o Sr., sendo ambientalista, certamente sabe que nos muitos ramos das árvores e vegetação que serão destruídos, existe um sem-número de formas de vida, grandes e pequenas, que serão irreversivelmente afetadas. E isto constitui um crime sem par. Não censure, portanto, os ambientalistas, seus amigos, tentando desqualificá-los ao imputar-lhes, de forma indigna, falta de compromisso com a verdade. Agradeça a eles os esforços que têm feito no sentido de tentar impedí-lo de cometer tal crime.

Voltar atrás num erro cometido, não constitui qualquer motivo de desonra, em se tratando de uma causa justa, e tal atitude somente dignificará ao Sr. pessoalmente e ao cargo que ocupa, e é isso que todos esperamos do Sr.

Faça a coisa certa, Sr. Secretário. A Natureza lhe será grata por isso!

Waldemar M. Seehagen
Fotógrafo Ambiental
Pantanal de Mato Grosso
Cuiabá-MT

 

Faoza Monteiro
01/11/2005


O potencial turistico da bela Embu das artes e sua população não podem ceder espaço a um pseudo-desenvolvimento cinza, que embora traga momentaneos recursos, comprovadamente geram, a médio prazo, mais custos e mais problemas do que benefícios.
Se não pelo amor a natureza, se não pelo bem estar da população e seus visitantes, se não pela consciência da riquesa que representa o verde, que em nome de uma economia sustentável seja dito NÃO a este projeto maléfico.

 

Ronaldo Carneiro leão
01/11/2005


Desmatar, em um estado como São Paulo, é no mínimo, imprudente.

 

Gostaria de apresentar meu repúdio pela possibilidade de eliminar mais um pouco do "Pulmão de São paulo"
Respeitosamente,

Prof.Luiz Roberto
S.Paulo-SP

 

M.Raquel
02/11/2005


Vick um município ao receber a vocação de Estância Turística, deve cumprir diversas diretrizes, para que não perca esse títutlo:
I –águas de qualquer natureza, de uso público, que não excedam
padrões de contaminação e níveis mínimos de poluição;
II-abastecimento regular de água potável, sistema de coleta e
disposição de esgotos sanitários, bem como resíduos sólidos,
capazes de atender às populações fixa e flutuante, no município,
mesmo nas épocas de maior afluxo de turistas;
III – ar atmosférico, cuja composição ou propriedades não estejam
alteradas pela existência de poluentes, de maneira a torná-lo
impróprio,nocivo ou ofensivo à saúde;
IV – rede hoteleira para atendimento da demanda turística; e
V – área para lazer e recreação, jardins ou bosques para
        passeio público.

Outro porém, é que, ao receber esse título o município recebe verbas do governo através do DADE (Departamento de Apoio a Estância Turísitica), outro instrumento que precisa ser elaborado é o Inventário Turístico, sendo que o DADE pagou cerca de R$30.000 para que esse documento ficasse pronto no Embu...
Enão se o Embu não cumprir todos esses requisitos perde o titulo de Estância Turística, pois a partir do momento em que se adquire esse titulo o turismo se torna prioridade, temos exemplo com outros municípios que são Estâncias Turísticas e que vivem para o turismo: Guarujá, Campos do Jordão, Bertioga, Holambra, etc...

Maria Raquel Cáceres
Formação Sequencial em Planejamento e Marketing Turístico pelo Universidade Anhembi Morumbi
Formando em Bacharelado no curso de Turismo da Universidade Anhembi Morumbi

 

ZEINAP MUHAMMAD - AGAPAN
02/11/2005


O ser humano sem a natureza que lhe vivifica o corpo e a alma não é nada, não é ninguém.  Faço parte daquele grupo de defensores do ambientalismo que apóia os arroubos impetuosos  que faz ferver o sangue e que se propõe a subir em cima de uma árvore em sua defesa, se preciso for. Não existe mais espaço para o avanço milimétrico que seja de qualquer empreendimento onde ainda possa haver vida vegetal e animal neste planeta.  Este espaço limite já foi há muito tempo ultrapassado e as conseqüências são de tal monta nocivas ao planeta que seus habitantes não tem sequer  a noção do destino doloroso que a natureza ferida em seu equilíbrio é capaz de fazer ao gerar um movimento de recomposição para tentar ainda uma sobrevida.  Ninguém, nem a mais alta de todas as tecnologias é capaz de deter o movimento da natureza ferida.  Aquele  ser humano, parasita e destruidor sobre a Terra, não terá mais o direito de questionar o por quê das enchentes, dos terremotos, dos furacões, dos maremotos, do grito de repúdio e desprezo da mãe  Terra que já ecoa pelo universo, evocando o fim deste tipo de raça humana que se colocou abaixo do nível de qualquer animal dito irracional.  Também, de nada adianta defender com unhas e dentes uma parte e abrir precedentes para outras.  É tudo ou nada. Se apóio a defesa de uma árvore, que dirá de duas, três, 1km, além..., assim mais do que tudo peço a todo o contingente de  amigos da natureza: A MÃE TERRA ESTÁ CHAMANDO. É o seu último chamado. É apenas uma meia dúzia no campo de batalha, lutando corajosamente e implacavelmente com todas as suas forças. Quem ainda será capaz de empunhar a espada e o escudo e correr a campo em sua defesa?

 

deFátima atelier
02/11/2005


Embu das Artes se vê obrigada a enfrentar um problema completamente incomum para uma Estância Turística, cujo foco principal de desenvolvimento econômico gerador de emprego e renda é o turismo: comprometer as próprias reservas naturais que lhe garantem o status de Estância Turística!

Usando aqui as palavras do mestre em ecologia Luiz Vicente da Silva Campos Filho:
"O interessante é que a busca da felicidade das pessoas não conste nos planos de desenvolvimento. Será que ela não é objetiva ou será que não a querem objetivar. Essa objetivação traria uma mudança total da concepção da vida humana em sociedade e não parece ser algo que se almeje, talvez até por não se crer ser possível refazer o real.
Enfim pergunta-se : Quando se ama algo ou alguém, busca-se sua transformação ao ponto de muda-lo totalmente ? O que se ama assim ? O real ou o próprio ego do ser que promove a transformação ?"

Num momento em que a Diretoria de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente se propõe a transversalizar a perspectiva de estímulo e apoio à construção de sociedades sustentáveis, promovendo o controle e a participação social, é preciso mobilizar a comunidade e organizações no sentido de suspender desmandos desta monta.

 

Gustavo Sereno Lummertz
02/11/2005


Esta polêmica da criação do dito corredor industrial em região ainda com remanescentes de Mata Atlântica, em Embu, traz reflexões sobre o tipo de desenvolvimento que o município pretende:
- O município tem a seu favor a condição de ser uma  Estância Turística que lhe traz benefícios e por outro lado, também deveres para manter-se como tal.  Além disso, esta atividade econômica do turismo, é a vocação natural do município:
“O turismo gera inúmeros empregos locais, enquanto que a indústria, cada vez mais automatizada, requer um número sempre menor de técnicos e especialistas, freqüentemente residentes em outras cidades.”
Dentro desse contexto há uma forte política federal para incentivo do turismo, sendo que esta atividade pode proporcionar divisas, sem ocasionar impactos na natureza, se bem planejados.

- As alegações de um impacto ambiental mínimo, se houver, não procede, pois sob o ponto de vista ambiental o corredor industrial é um completo desastre. Imaginar Embu fora do contexto de toda a região da grande São Paulo é um equívoco.  Uma pergunta cabe aqui: quanto esta população da grande São Paulo consome de oxigênio e água por dia? De onde vem tal recurso natural? A população tem de questionar-se sobre tal, pois o tema é de suma importância, sendo que está inserido nisto a manutenção da própria vida, e não só ter vida, mas qualidade de vida.  Alegria, felicidade, imunidade, diminuição do stress, é o que proporciona o nosso contato com a natureza e os animais. Certamente a resposta não será que oxigênio virá do concreto e do tijolo das cidades nem que a água brotará da linha de produção industrial e muito menos o CO2 atmosférico será colhido por nanotecnologia.

Por tudo isto fica claro que não somente a preservação de uma única árvore é importante, mais que isto, é  diminuir o  déficit de Mata Atlântica ou de árvores no cinturão verde de São Paulo.

Nesse sentido o repúdio à instalação de indústrias nesta área de topografia singular e delicado ecossistema, é justificado, por ser imprevisível o grau de impacto que ao longo do tempo esta atividade com os seus poluentes podem provocar no ar, no solo, nos animais e consequentemente nos mananciais de água.

 

Roberto C. P. Junior
02/11/2005


Embu das Artes já conta com um grande bairro industrial, com várias empresas de porte lá instaladas há anos. Fica à esquerda de quem chega à cidade vindo de São Paulo. Não há nenhuma necessidade de mais um corredor industrial dentro do que nos resta de verde. Quais seriam os motivos de o prefeito querer levar indústrias para dentro de um pedaço da Mata Atlântica?... Embu é uma Estância Turística, vive essencialmente do turismo, ainda com grande potencial ainda não aproveitado, como passeios ecológicos, trilhas, observação de pássaros, etc., justamente porque dispõe de áreas verdes intocadas. E assim deve permanecer. Mas o prefeito e seu secretário querem acabar com isso! Por eles, nosso Embu das Artes pode virar Embu das Indústrias. Eles não se importam. Vamos levar esse assunto para âmbito nacional! Vamos dar a conhecer nossa indignação e disposição de luta por toda parte. Vamos enviar mensagens para todos os congressistas, membros do poder judiciário e executivo. Aliás, o que será que o presidente Lula acha de mais essa pérola do seu PT? Vamos contar para ele? É só enviar mensagem para http://www.planalto.gov.br/falepr/exec/ ... formulario

 

Veronika Schuler Dolenc
04/11/2005


Com pesar venho acompanhando as notícias veiculadas pela imprensa sobre o Corredor Empresarial na Rua Maria José Ferraz Prado, bairro de Itatuba, em Embu das Artes (SP).
Residi nesta cidade por mais de 30 anos. Hoje, residindo em Brasília, acompanho com preocupação a situação de minha cidade na qual vivi a maior parte de minha vida e onde também trabalhei muito, pesquisando junto com especialistas e jovens a avifauna da região.
De 2002 a 2004, estive bastante envolvida com esse projeto de identificação da avifauna de Embu, embrenhada na mata, munida de binóculos, luneta e máquina fotográfica, junto com Marc Egger, nosso especialista em identificação de aves e animais e guia turístico internacional. Por diversas vezes, jovens residentes em Embu nos acompanhavam nessa empreitada, nos auxiliando com os instrumentos, inclusive captando momentos raros com a máquina fotográfica.
Um desses momentos de emoção indescritível foi quando estávamos perto da Estrada do Japonês, divisa de Embu com Cotia. Eu dirigia o carro bem devagar, Marc Egger estava ao lado olhando atentamente a mata e o jovem Luciano Russo com a câmera no banco de trás.
De repente, Marc num sobressalto pede para eu parar o carro e voltar um pouco. Ele precisava se certificar se realmente havia visto aquela imagem. Pensou ter visto o Gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus). Ele estava certo! Ficamos em êxtase. A presença do Gavião-pega-macaco, segundo Marc, é indicador de matas de boa qualidade, pois ele se alimenta de pequenos mamíferos, inclusive macacos, daí o seu nome. Conseguimos captar esse momento raro com a câmera, graças à rapidez de nosso companheiro Luciano. Aquela ave enorme, maravilhosa, estava lá, parecendo posar para nós.
Outro fato marcante que também pudemos registrar com nossa câmera foi a nidificação e nascimento de dois filhotes de Jacuguaçu (Penelope obscura). Essa espécie de aves esconde muito os filhotes. Já havíamos tido a oportunidade de ver filhotes bem pequenos, no entanto, sem registro fotográfico. Desta vez, porém, foi diferente. Sentindo-se protegida, a fêmea  fez um ninho na forquilha de uma pitangueira, no meio de uma linda bromélia. Para nossa felicidade o ninho estava ao alcance de nossos olhos e também da câmera. Logo após o nascimento, a imagem dos pequenos filhotes recém saídos dos ovos foi captada por Indaia Emília Schuler Pelosini.
O aparecimento do macaco-bugio também nos emocionou e montamos guarda para fotografá-lo o que, finalmente, depois de muitas tentativas, tivemos a sorte de conseguir.
Esse trabalho nas Matas de Embu foi extremamente gratificante e trouxe muita alegria. Mas trouxe também muita preocupação. Ao pesquisar, descobrimos que alguns desses animais e aves que estávamos vendo no Embu, faziam parte de uma lista de espécies ameaçadas do Atlas Ambiental do Estado de São Paulo. Para que essas aves e animais pudessem encontrar no Embu, hoje e sempre, seu abrigo e alimento, o que só se torna possível com a conservação dos últimos remanescentes de matas que ainda temos, era urgente que tomássemos algumas atitudes. O que poderíamos fazer? Trabalhos relacionados à educação ambiental foi a solução imediata que encontramos para noticiar as nossas descobertas e ajudar a população a compreender a importância desse habitat (www.projetotangara.com.br).
Por causa de pessoas que não pensam no desenvolvimento sustentável, mas apenas nos lucros imediatos, é que a nossa Mata Atlântica está cada vez mais destruída, restando cerca de 7%. Atualmente, a cada 4 minutos, perdemos uma quantidade relativa a um campo de futebol desse incrível ecossistema.
Até quando isso vai continuar? Até vermos todos os nossos animais e aves serem extintos? Ou até ficarmos sem água? Será que realmente vamos ter que viver isso para aprender?
Mas então... será tarde demais. Temos que fazer algo AGORA! Não deixar que destruam o pouco que resta da Mata Atlântica!
Embora residindo atualmente em Brasília, faço minha todas as vozes de protesto e indignação contra a instalação desse Corredor Empresarial/Industrial na Rua Maria José Ferraz do Prado!
Vamos lutar para que a Mata Atlântica do Embu não seja destruída!


VERONIKA SCHULER DOLENC
Brasília – DF
Fone: (61) 8121-7965

 

Deise Machado
05/11/2005


Sr. Sec. de Meio Ambiente João Ramos,
De pouco adianta abrir as portas p/ a população levantar todos os problemas relacionados ao corredor industrial, inclusive cedendo espaço para reuniões se não são eceitas as reinvidicações das mesmas, se não são levadas em consideração. Não são suficientes 6000 assinaturas dos seus conterrâneos, da sua população afora o repúdio de entidades abientais e cidadãos brasileiros de todos os estados?
Não creio que estas entidades que estão se manifestando sejam irresponsáveis, até porque foram detectados erros grosseiros na lei do plano diretor, indicando a ilegalidade da lei, e o que estamos fazendo Sr. Secretário João Ramos é justamente tentar solucionar o problema que o Sr. e o Sr. prefeito Geraldo Leite da Cruz estão criando, colocando em risco a natureza deste local previlegiado c/ suas densas matas e animais nativos.
Justamente porque cuidar do meio ambiente é dever de todos que está havendo esta movimentação, tanto de entidades ambientais como cidadãos brasileiros.
E por termos uma visão ampla e abrangente e não imediatista e restrita que todos estamos nos manifestando. Eu sou do Rio Grande do Sul e a pouco estou morando no Paraná e com certeza não viso somente a minha rua e sim o Brasil como um todo e sei que estas pessoas e entidads que estão se manifestando estão com a mente "claramente aberta" e também ao mesmo tempo com o coração apreensivo, temendo que mais esta AGREÇÃO CRIMINOSA AO MEIO AMBIENTE se concretize, afinal, digamos que fosse verdade o que vocês falaram, "se causar danos ao meio ambiente será pouco"... ora Sr. Secretário, qualquer dano que causarmos já será demais, a naturaza já não suporta mais ser maltratada pelos homens e está demostrando isto claramente nas catástrofes naturais que estão ocorrendo em todo o globo terrestre, só não vê quem não quer, e eu pergunto, é esta a retribuição que os Srs. dão a natureza por tudo o que ela vos fornece, é esse o agradecimento dos Srs.? Temos que abrir os olhos, sem esses mananciais não sobreviveremos, qualquer dano que vocês julguem pequeno é de grande monta, a situação da natureza é seríssima e deve ser analizada irrestritamente pensando no todo, apesar de o Sr. falar que assim o faz, não é o que vejo.
Não venho através desta ataca-lo indiscriminadamente, de forma alguma, apenas estou cumprindo o meu papel de cidadã responsável, pois se não auxiliarmos a natureza em relação aos homens, quem o fará? E não pensem que esta polêmica não irá afetá-los politicamente porque irá, seus nomes ficaram gravados negativamente em ambito nacional.
Como cidadã brasileira e amante da natureza de que tanto necessitamos, clamo para vós, retrocedei em vossa investidura contra a natureza, e dai o retorno que ela merece.

Atenciosamente,
Deise machado
Fotógrafa

 

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