BIOGRAFIA

(Dezembro de 2.000)

Mãe Aninha do Opó Afonjá

Talvez a Iyalorixá mais inteligente daquela geração, Mãe Aninha fez de sua roça o Axé, como se fosse uma miniatura da Africa, dando a cada Orixá um pedaço de terra como que reproduzindo a cidade ou tripo referente ao mesmo, tendo como sede o Ilé Xango que desde a época era considerado um palácio como em Oyó.

Pelo fato de Mãe Aninha ser descendente da nação de Gruncis, uma nação cujos rituais tem algumas variações das de Ketu, construiu uma casa para Yemanjá e outros orixás pertencentes à nação Grunci, no ano de 1914. Foi uma das pioneiras da lavagem das escadarias da igreja do Bonfim.

Idealista como era, criou o corpo de Obás, a exemplo também das tradições dos palácios africanos, cuja função, além de religiosa, era de sustentação do Axé, principalmente na parte civil, por se tratar de pessoas importantes da sociedade baiana da época.

Apesar de severa nunca deixou de ajudar quem estava em dificuldades. Conta-se que, certa ocasião, encontrou uma filha de santo na rua, em dificuldade de vida, entrando num armazém, a fim de comprar mantimentos, porem, o dinheiro que tinha em mãos não chegava para tudo e o balconista não quiz facilitar; ela tirou o par de argolas de ouro e rubi das orelhas e deu em pagamento ou fiança. Sua casa, na ladeira da praça em Salvador, era um verdadeiro pensionato gratuito, onde as protegidas a ajudavam na confecção de doces, muito bem aceitos naquele tempo. A sua quitanda no Pelourinho era ponto de encontro do candomblé da época.

Era filha de africanos. Foi graças a sua interferência direta que o presidente Getúlio Vargas baixou o Decreto dando liberdade aos cultos. Muito amiga de políticos, houve ocasiões em que adimitiu refúgio de políticos em sua casa.

 

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