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PODE ESTAR APENAS COMEÇANDO
:: Juliana Machado ::
Me descreve essa luz
Que de repente vislumbra meus olhos
Essa paz inconstante
Que presenteia os desassossegados
Esse bem-estar sem razão de ser exata
Essa satisfação pessoal
Essa alegria que transborda passionalmente do meu peito
Sinto-me apenas
Gosto-me como personagem principal
Recebo os acenos, os aplausos e os cumprimentos
Os convites de dentro pra ser feliz
Escala centígrada do reviver reluzente
A espátula da vida fincada em mim
Graça perpétua, imune ao fim
Sou corroída por sentimentos do acaso
Que me fascinam e me convidam
A presenciar o fato adiante
O toque das Sutilezas e dos doces beijos que nascem
O transcender do corpo que chega
A conquista a aproximação e o reflexo de tudo isso
Faço parte desse processo volúvel, mágico e clandestino
Do interessar desinteressado das gentes
Do apaixonar desconvincente
Do viver a passagem do perecível
Das horas e dos sentimentos efêmeros e etéreos
Do percorrer nesse oceano complexo e infindo das paixões
Mãos em olhos
:: J.R. ::
E quando chega a noite
Quando o imperioso sol se rende
Minhas mãos se iludem refletindo-se no espelho
Sozinhas e calmas
Meus olhos se congelam encarando meu corpo
E quando a noite transborda no mundo completamente
Quando o dia do sol seca
A luz do meu quarto toma o seu lugar
Mas isto é muito artificial
Procura-se o sentimento!
Procura-se meu pensamento!
Procura-se um recanto - discreto e perfumado
Onde o sol encontre a lua
E as estrelas nasçam - ilustres e orientadas
Mas...
Minhas mãos se iludem e minhas pálpebras se congelam
Mesmo assim ainda escuto uma canção
Que fala de um amor de criança, um relato que voa
Um lirismo sem igual
Uma coisa diferente
Uma coisa que não é um sol nem uma lua
Mas que também esquenta e brilha, que também morre e
vive, e vive, e vive
- um sentido que me falta
Um coração que deite ao meu lado e me faça ver sem
reflexo
Meus olhos ficariam felizes
Assim como o universo inteiro, majestoso...
...em casais de imaginação.