MESES DIFÍCEIS PELA FRENTE PARA O GOVERNO DE J&K
Por Mukhtar Ahmad, em Srinagar
Os próximos meses vão significar uma série de desafios para o governo de Jammu e Caxemira e as forças de segurança utilizadas no estado. Grandes negociações estão sendo realizadas com vistas à próxima peregrinação anual à caverna de Amarnath e para as eleições legislativas que acontecerão em outubro.
Um grande número de forças paramilitares e soldados atualmente estão suando nas altas montanhas para assegurar que o longo mês yatra termine sem que os terroristas consigam provocar qualquer dano à vida ou à propriedade.
Nos últimos doze anos, terroristas mataram muitos peregrinos ao longo do caminho que leva à caverna. Há alguns dias atrás, eles explodiram um artefato improvisado, que matou três soldados do exército.
É para impedir este tipo de ataques que as forças de segurança estão mantendo vigília de 4 horas por todo o caminho, mas o terreno montanhoso e inacessível torna a tarefa mais penosa.
O próximo grande acontecimento do estado é a eleição para a assembléia e os governantes estão às voltas com ataques terroristas a ativistas políticos da Conferência Nacional. A Conferência Nacional diz que, desde 1989, quando o terrorismo tornou-se parte integrante da vida das pessoas, os terroristas já mataram mais de 2.000 de seus trabalhadores.
Já algumas das organizações terroristas começaram fazendo declarações advertindo as pessoas e os ativistas políticos para não participarem de uma eleição que "não chegará a nada". Os líderes políticos da classe dominante já providenciaram segurança mas na medida em que as eleições se aproximem, os pedidos de proteção aumentarão.
O Centro também está tentando conquistar alguns líderes separatistas para sua causa. De acordo com analistas, isto tornará as eleições mais amplas e trará mais credibilidade internacional. Uma das pessoas que está sendo cortejada pelo governo central é o presidente do Partido da Liberdade Democrática (DFP), Shabir Shah. Shah tornou-se disponível para as várias delegações nacionais e estrangeiras que vêem nele a possibilidade de convencer os separatistas a se juntarem à política dominante. Mas, com a recusa da maioria dos grupos separatistas de participar das eleições, é pouco provável que Shabir se lance na luta sozinho e ganhe para si o ódio dos terroristas.
Existem também exigências de vários partidos políticos de oposição que, a fim de assegurar eleições justas e livres. O Centro deve impor a norma do governador antes de o povo exercer seu direito de voto. Isto impedirá que a Conferência Nacional "fraude" a votação, dizem eles.
No entanto, quando dirigia uma reunião em Srinagar, no sábado, o presidente da Conferência Nacional, Omar Abdullah, disse que seu partido está pronto para contestar a votação que seja feita sob a norma do governador. Ele até desafiou o All-Party Hurryiat Conference a contestar a votação a fim de provar seu caráter representativo.