Catacumbas de Paris

Por Cato


Fatos histéricos

Na estação de metro parisiense de Denfert-Rochereau, se encontra uma das visitas mais impressionantes que uma pessoa pode fazer. A mais ou menos 30 metros abaixo do nível do solo e 20 metros abaixo da linha do metrô se encontram as catacumbas de Paris. Lá descansam os restos mortais de SEIS MILHÕES DE CORPOS, o equivalente à população da cidade do Rio de Janeiro ou, apenas para comparação, quase o mesmo número de judeus mortos em campos de concentração nazistas na Segunda Guerra. Tudo isso num só lugar. A visita começa numa pequena e simples entrada, que nada prepara para o que existe abaixo. Dentro, apenas um aviso envidraçado "Essa visita realmente não é recomendada para pessoas com problemas emocionais ou físicos. Aconselhamos a pessoas pertencentes a terceira idade que reconsiderem a visita às catacumbas". A experiência começa por uma escada em espiral muito estreita e que parece não ter fim (a subida, no fim da visita é muuuuito pior), mal iluminada e, após certa altura da descida, o ambiente fica muito úmido (não recomendo essa visita a pessoas que, como eu, tenham rinite).

Uma vez chegando ao nível das catacumbas, após uns dez minutos de andança em corredores escavados em pura pedra com alturas variáveis (mind your head!), chega-se a uma entrada onde outra placa anuncia "Pare! Aqui começa o reino da morte!", não nego que ao ler o aviso tive um misto de sentimentos, medo e curiosidade mórbida, não sabia como e nem conseguiria me preparar para o que vi. Uma vez passando a entrada, pilhas de um metro e oitenta de ossos faziam a parte das paredes nas laterais. Fêmures e crânios foram usados para sustentar as pilhas de milhões de ossos amontoados, tudo real, sem vidros ou cordões limitando a distância entre as ossadas, com poeira em cima e muita, mas muita umidade.

O caminho continua por um labirinto de mais de dois quilometros. A cada virada, mais ossadas, a certa hora tem se a impressão de que os corredores e os ossos nunca acabarão. Em cada ala das catacumbas há placas explicativas, algumas escritas em latim outras em francês arcaico, algumas dessas placas esclarecem o que aconteceu a essas pessoas e de onde vieram as ossadas. Lápides lamentam por famílias inteiras mortas pela praga ou por padres assassinados. Outro fato que impressiona são as inscrições simpáticas que ficam no batente superior das portas que separam as duzias de salas, tais como: "A morte iguala tudo", "Se você já pensou em matar alguém, pense que essa pessoa pode ter o mesmo desejo para você", "À morte deixa-se tudo", "Aqui somos iguais, reis e plebeus", "Nós que aqui estamos, por vós esperamos", e o pior "Pense que você pode não chegar vivo ao fim desse dia". Muitos dos crânios têm marcas de tiro ou impacto de armas de lâmina. O tempo de visita é variável, dependendo exclusivamente dos estômagos dos exploradores.

Observações para os metaleiros de plantão: Não tentem levar nenhum souvenir das catacumbas, no final da visita há uma revista geral em bolsas e bolsos.

Observações para pessoas normais: Levem uma lanterna.

Fatos históricos

As catacumbas foram construídas entre 1784 e 1785, com o intúito de servir de depósito (descanso) definitivo para as ossadas que precisavam ser retiradas dos vários cemitérios franceses. Antes esses ossos antigos tinham que dar lugar aos novos cadáveres e eram enterrados em volta do cemitério, como restos e sem nenhum respeito, o que causava doenças e mau cheiro nas cidades. Durante a revolução francesa alguns dos mortos foram jogados diretamente nas catacumbas para que apodrecessem. Como não há insetos para acabar com a carne desses cadáveres, alguns deles ainda estão lá, meio mumificados pela mistura de água e minerais que gotejam do teto. E, de acordo com os empregados da catacumba, o lugar é assombrado, nenhum deles ficando lá depois das oito da noite.

Catacumbas de Paris

Place Denfert-Rochereau, 14. Funciona de terça a domingo, com horários variáveis.

Ingresso: de 17 FF (U$ 2,37) a 33 FF (U$ 4,60).

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