O BAILE DOS FEDIDOS
Contribui��o enviada por
Napole�o Gomes

Depois de muito vinho franc�s, a visita ao Pal�cio de Versalhes, exige uma parada t�cnica.
Sim, voc� preciso ir ao banheiro. N�o, o Pal�cio de Versalhes n�o tem banheiro.

Ou pelo menos n�o tinha no tempo em que sua suntuosidade e beleza contrastavam com a total falta de higiene. Na Idade M�dia, al�m da falta de banheiros, o que dizer de dentifr�cios, escovas de dentes, perfumes, desodorantes ou papel higi�nico.

A coisa acontecia assim: as excresc�ncias humanas eram despejadas pelas janelas do pal�cio. Portanto, pessoas se abanando naqueles filmes pomposos e cheios de classe tinham raz�es diferentes para abanar.

Sem banho, sem higiene dental, sem papel higi�nico, abanar n�o era espantar o calor, era afugentar o mau cheiro. Os nobres, eram os �nicos que podiam ter s�ditos que os abanavam, para espalhar o mau cheiro que o corpo e suas bocas exalavam com o mau
h�lito, al�m de ser uma forma de espantar os insetos.

Outra curiosidade da mesma �poca era a que a maioria dos casamentos ocorria no m�s de junho (para eles, o in�cio do ver�o). A raz�o � simples:  o primeiro banho do ano era tomado em maio; assim, em junho, o cheiro das pessoas ainda estava toler�vel.
Como alguns odores j� come�avam a ser exalados, as noivas carregavam buqu�s de flores junto ao corpo, para disfar�ar o cheiro.
Da� termos maio como o "m�s das noivas" e a origem do buqu� de noiva  explicada.

Os banhos eram tomados numa �nica tina, enorme, cheia de �gua quente. O chefe da fam�lia tinha o privil�gio do primeiro banho na �gua limpa. Depois, sem trocar a �gua, vinham os outros homens da casa, por ordem de idade, as mulheres, tamb�m por idade e, por fim, as crian�as. Os beb�s eram os �ltimos a tomar banho.
Quando chegava a vez deles, a �gua da tina j� estava t�o suja que era poss�vel "perder" um beb� l� dentro.
� por isso que existe a express�o em ingl�s "don't throw the baby out with the bath water" (n�o sei se existe similar em portugu�s), ou seja, literalmente "n�o jogue o beb� fora junto com a �gua do banho", que hoje usamos para os mais apressadinhos.

Os telhados das casas n�o tinham forro e as madeiras que os sustentavam
eram o melhor lugar para os animais - c�es, gatos e outros, de pequeno
porte, como ratos besouros se aquecerem.
Quando chovia, come�avam as goteiras e os animais pulavam para o ch�o.
Assim, a nossa express�o "est� chovendo canivetes" tem o seu equivalente em ingl�s em "it's raining cats and dogs" = est� chovendo gatos e cachorros.

Para n�o sujar as camas, inventaram uma esp�cie de cobertura, que se transformou no dossel.
Aqueles que tinham dinheiro possu�am pratos de estanho. Certos tipos de alimento oxidavam o material, o que fazia com que muita gente morresse envenenada (lembremo-nos que os h�bitos higi�nicos da �poca n�o eram l� grande coisa.).

Os tomates, sendo �cidos, foram considerados, durante muito tempo, como
venenosos. Os copos de estanho eram usados para beber cerveja ou u�sque.
Essa combina��o, �s vezes, deixava o indiv�duo "no ch�o" (numa esp�cie de narcolepsia induzida pela bebida alco�lica e pelo �xido de estanho).
Algu�m que passasse pela rua poderia pensar que ele estava morto,
portanto recolhia o corpo e preparava o enterro.

O corpo era ent�o colocado sobre a mesa da cozinha por alguns dias e a
fam�lia ficava em volta, em vig�lia, comendo, bebendo e esperando para
ver se o morto acordava ou n�o. Da�, surgiu a vig�lia do caix�o.

A Inglaterra � um pa�s pequeno e nem sempre houve espa�o para enterrar
todos os mortos. Ent�o, os caix�es eram abertos, os ossos tirados e encaminhados ao
oss�rio e o t�mulo era utilizado para outro infeliz.

�s vezes, ao abrir os caix�es, percebiam que havia arranh�es nas tampas,
do lado de dentro, o que indicava que aquele morto, na verdade, tinha
sido enterrado vivo. Assim, surgiu a id�ia de, ao fechar os caix�es, amarrar uma tira no
pulso do defunto, tira essa que passava por um buraco no caix�o e ficava marrada num sino.

Ap�s o enterro, algu�m ficava de plant�o ao lado do t�mulo durante uns dias.
Se o indiv�duo acordasse, o movimento de seu bra�o faria o sino tocar.
E ele seria "saved by the bell", ou "salvo pelo gongo", express�o essa
por n�s usada at� os dias atuais.
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