O
alho (Allium sativum)
é um vegetal da família Liliacerae, sendo encontrado na forma de
raiz. Seu bulbo, vulgarmente conhecido como cabeça, é constituído por vários
dentes, os quais são empregados como condimento culinário e como medicamento
há centenas de anos em todo o mundo. Este emprego na culinária o coloca em
vantagem frente a outras ervas de efeito farmacológico conhecido e desejável
como o Ginkgo biloba, por exemplo. Pasteur relatou, em 1858, a atividade antibacteriana do alho que tem sido confirmada por diversos autores até hoje. Em laboratório, mediante diluição em série, o extrato fresco de alho mostrou ser capaz de inibir o crescimento de 14 espécies de bactérias, entre as quais o Stafilococcus aureus, Klebsiella peneumoniae e Escherichia coli, que são bactérias potencialmente maléficas à saúde. Isto ainda se deu, mesmo usando o extrato de alho diluído 128 vezes. Uma solução de 5% preparada com alho fresco desidratado mostrou atividade bactericida contra Salmonella typhimurium. Isto é atribuído à alicina, o componente chave da atividade antimicrobiana que também é responsável pelo odor característico do alho. A atividade antimicrobiana do alho é reduzida com sua fervura pois a alicina é desnaturada durante o processamento térmico. O alho ainda tem se mostrado ser capaz de combater o Helicobacter pylory, a maior causa de dispepsia, câncer gástrico e também de úlceras gástricas e duodenais. Foi observado recentemente que 2g/L de extrato de alho inibe completamente o crescimento do H. pylori. Os autores concluíram que este efeito bactericida pode contribuir para prevenir a formação de câncer gástrico. Esta evidência foi
comprovada num estudo epidemiológico efetuado na China, onde foi notado que:
O risco de câncer gástrico é 13 vezes menor em indivíduos que
consomem 20g/dia de alho em relação aqueles que consomem menos que 1g/dia.
Em outro estudo, na Itália, foi observada uma correlação negativa entre o
consumo de alho e o risco de câncer gástrico (risco relativo = 0,8). O
efeito anticancerígeno do alho parece estar ligado à estimulação da enzima
hepática glutationa S-transferase envolvida em processos de
detoxicação de muitos carcinógenos.
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