Livros mostram impactos negativos de reestruturações neoliberais no Banco do Brasil

(Brasília) Traumático para milhares de trabalhadores, o plano de reestruturação do Banco do Brasil, fundamentado principalmente no Programa de Desligamento Voluntário (PDV), acabou com a segurança no emprego no banco e transformou a imagem da instituição. O plano foi iniciado no governo Collor e intensificado nas duas gestões de Fernando Henrique Cardoso. Agora, mesmo diante de um governo democrático e popular, a direção do BB lança outro plano de reestruturação.

 

Com o objetivo de dissecar o plano de reestruturação do banco, Francisco Ferreira Alexandre, bancário do BB e atual diretor de Administração da Previ, e Lea Carvalho Rodrigues, antropóloga e ex-bancária do BB, publicaram livros sobre o assunto.

 

Lançado em 2002, “Reestruturação e o Fim da Segurança no Emprego do Banco do Brasil”, de Francisco Alexandre, apresenta os impactos do processo de reestruturação do BB ocorrido durante os mandatos de FHC, particularmente no nível de emprego, nas relações de trabalho e na trajetória profissional dos bancários. Alexandre também cita que quase 43 mil trabalhadores foram excluídos do banco que no passado era uma referência especial de segurança, estabilidade e de um lugar bom para se trabalhar.

 

“Entre janeiro de 1995 e o final de 1996 houve o que pode ser considerada uma epidemia de suicídios no BB, pois mesmo com as características desgastantes que tem o serviço bancário, o banco nunca havia experimentado o número de casos como naquele período: 20 suicídios em menos de dois anos. O período foi marcado também pelo aumento das doenças psicossomáticas, distúrbios emocionais, doenças do coração e desagregação familiar”, diz o livro.

 

Mudanças estruturais no BB se confundem com a história recente do país

 

Em seu livro “Metáforas do Brasil – Demissões Voluntárias, Crise e Rupturas no Banco do Brasil”, lançado em 2004, Lea Rodrigues faz uma análise da reestruturação no banco e a relaciona com as transformações ocorridas no próprio país na década de 90. Lea, que trabalhou por quase 20 anos no BB, diz que ao longo de décadas a instituição financeira foi considerada símbolo de identidade nacional e sinônimo de segurança e ascensão profissional para os seus funcionários.

 

“O plano de reestruturação do BB, que tinha por objetivos a redução de custo e a melhoria de resultados, para torná-lo mais competitivo, tinha claras motivações neoliberais e vinha acompanhado do argumento da modernização. Ocorre, porém, que esta modernização alterou a missão do banco. De uma instituição que tinha como metas a concretização de objetivos sociais e a promoção do desenvolvimento nacional, ela passou a atuar nos moldes de uma organização privada, voltada apenas para o lucro”, destaca a autora.

 

Fonte: Seeb DF

 

 

 

 

ARTIGO: Estratégia do BB não deve ser a de se render ao deus-mercado


(São Paulo) Próximo de seus 200 anos, o Banco do Brasil deve ser o melhor para a sociedade brasileira. É isso que foi definido no Congresso de seus funcionários este ano. Enquanto isso, a atual diretoria e alguns segmentos do mercado alardeiam por aí que o caminho seria manter-se líder a qualquer custo, inclusive incorporando bancos estaduais ou fazendo fusões com outros federais.

Não concordamos com esse caminho, ele simplesmente adere à tendência mundial de concentração do mercado, inerente à acumulação capitalista.

Ora, defender que a empresa Banco do Brasil participe da ciranda mundial de fusões, incorporações (e não venham negar!), demissões e reduções de custo para ganho de escala e escopo - favorável somente à empresa e não à sociedade - é aderir demais ao sistema do mercado como se realmente não tivéssemos mais alternativas sociais a propor. Os juros e as tarifas já são praticamente iguais justamente por esse mercado ser oligopolizado e agir em conluio.

Entendemos que o BB segue uma estratégia equivocada porque imita tudo o que não presta no Bradesco e Itaú. Seus dirigentes, com MBAs e formação geral para altos executivos, repetem como papagaios os manuais de finanças produzidos nos EUA.

Aliás, a Contraf-CUT já denunciava no início de 2006 o que está no relatório do BB de fim de ano, na página 15, em que enumera suas "perspectivas 'privadas' 2007":
 Redução de custos;
 Melhoria da eficiência operacional;
 Expansão e consolidação das parcerias varejistas;
 Ampliação da oferta de produtos para não correntistas;
 Otimização do relacionamento com os clientes, em especial com os de alta renda.

Parece-nos mais importante lutarmos pela regulamentação do artigo 192 da Constituição Federal, que diz já em seu caput que lei complementar o regulará para:

"... promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade..."

Se por um lado, quase não se debate mais a estatização do Sistema Financeiro Nacional, deve-se tomar cuidado para o oposto não despontar como lógica.

O debate que queremos fazer sobre o Banco do Brasil é outro.

Perguntamos: Para que a sociedade brasileira precisa de um "bancão" enorme como esse se for para seguir o mercado e canalizar sua estrutura e mão-de-obra "ainda" qualificada - pois não se contratam funcionários por entrevista e concurso de beleza (nada contra os belos e belas) - para seguir metas de vendas de capitalização, previdência e seguridade? E de quebra endividar a população assalariada com CDC de curto prazo?

Queremos um banco em que o funcionalismo receba pela venda de sua força real de trabalho, quer dizer, que tenha salário por sua jornada e demais verbas fixas e crescimento ao longo da vida laboral para se aposentar lá na frente? Ou queremos entrar nessa onda "moderna" neoliberal de que o "colaborador" faz sua remuneração contanto que tenha cumprido a qualquer custo a meta de vendas estabelecida?

Devemos esquecer nossa reivindicação de plano de cargos e salários em troca de pisos pequenos como no comércio e uma suposta participação nos lucros ao custo da saúde e do inferno estabelecido no cotidiano de trabalho?

Ponderamos: Acreditamos que o Banco do Brasil, assim como os demais bancos públicos, devem atuar diferentemente dos bancos privados, cujos donos visam somente ao lucro fácil para suas famílias e que se danem seus funcionários, clientes, usuários e sociedade em geral.

Não podemos deixar de lutar para que a Constituição seja cumprida naquilo que ainda não foi (mal) reformada, como, por exemplo, dizem os artigos 164, parágrafo 3o da Constituição Federal, e o 43 da Lei de Responsabilidade Fiscal, que estabelecem que as disponibilidades de caixa do poder público deverão ser depositadas em instituições financeiras oficiais.

Ordem constitucional que vem sendo descumprida descaradamente, com entes públicos leiloando suas contas para bancos privados como se não fosse problema algum um banco privado aplicar um golpe de malversação de suas contas, quebrar e deixar talvez uma cidade ou estado totalmente falido (aí o governo - contribuintes - entraria para cobrir o dano como já ocorreu outras vezes com os "Proer" da vida - só que nunca se recupera a fortuna desviada por meia dúzia de pessoas).

Quando discutiu-se a reforma do Artigo 192, foi somente para acabar com o crime de usura, emenda encaminhada pelos congressistas durante o governo FHC (art. 192, inciso VIII, parágrafo 3o - que dizia ser crime de usura a cobrança de juros reais acima de 12% a.a. e que foi "remendado" pela Emenda do atual governador paulista, José Serra).

Temos ouvido algumas pessoas defenderem a incorporação pelo BB dos bancos estaduais que estão sob risco em suas administrações por governos liberais como a Nossa Caixa, em São Paulo, BRB, em Brasília, e o Banrisul, no Rio Grande do Sul, além do federalizado Besc, de Santa Catarina - que já está em fase avançada, com a alegação de que suas incorporações ao menos garantiriam uma "demissão mais humana", porque a administração atual do Sr. Lima Neto é mão-aberta e daria uma grana de incentivo para o desligamento.

Essa tese não se sustenta nem se fôssemos pensar somente na defesa de nossos milhares de bancários afligidos pelo risco do desemprego.

Por sinal, conforme o movimento sindical denunciou em maio, esta operação do Banco do Brasil do Lima Neto foi uma das mais burras e de gestão temerária de que se tem notícia, pois além de o banco ter gastado milhões em aprimoramento de seus funcionários em MBAs e demais cursos e em seguida gastar mais outros milhões para desligá-los da empresa e pagar para que eles ficassem em casa por vários anos, agora o mesmo banco, por ter ficado sem o know how desse pessoal, está contratando os mesmos ex-bancários como terceirizados, pagando novamente para eles substituírem mão-de-obra bancária nas mesmas dependências. É jogar dinheiro pelo ralo três vezes, já que treinou, desligou e agora paga duplamente.

Os bancos oficiais (sejam eles federais, estaduais ou regionais), como diz a Constituição, têm que ser fortalecidos e não extintos, vendidos a preço de banana ou incorporados com a lógica de concentração de capital que já explicitamos. Também é por isso que devem ter fontes de receitas especiais como a Constituição garante como, por exemplo, depósitos judiciais e disponibilidades da União, Estados, Municípios e demais órgãos públicos. Devem ter como objetivos primordiais funções públicas, não privadas. Esses bancos não podem ter a lógica de que se uma unidade não der lucro deve ser fechada, pois eles existem para atender ao País e às regiões, não ao lucro do dono.

O que parece é que algumas pessoas não percebem que a linha que vem sendo tomada pelo Banco do Brasil é a do "suicídio da existência pública".

Ora, a própria diretoria do banco disse recentemente que "não está fazendo nada além de seguir com a reestruturação iniciada em 1995", que até o mundo mineral sabe que tinha como objetivo a privatização (dito pelo BB em audiência no Congresso Nacional, em que denunciávamos a burrice do pacote de reestruturação que expurgou parte importante de seu quadro funcional, visando à terceirização e que gastou milhões a mais do que o planejado).

Na linha em que o BB vai não haverá argumento que justifique que ele seja público nas próximas eleições, pois se for para atuar como banco privado, poderia muito bem ser incorporado por outro, afinal seria bom para continuar sendo líder de mercado - não sabemos nem mais como se chamaria lá pra 2011, talvez: Grande-Bradesco-Nossa-Caixa-do-Brasil-SA.

Em resumo, podemos dizer que os lados já têm seus objetivos e estratégias para o Banco do Brasil 200 anos:

As da diretoria atual do banco são afastar-se cada vez mais da esfera pública e agir como um banco privado; disputar mercado com a banca privada (em benefício de quem?); reduzir custos, principalmente da folha de pagamento; manter metas abusivas e assédio moral; expulsar clientes de baixa renda das agências, querendo somente os juros e as tarifas dos pobres.

Tudo isso, na busca do lucro para engordar o superávit e pagar os juros da dívida interna.

As do movimento sindical, corpo funcional e sociedade:

- que o BB tenha como foco a proficiência em intermediação financeira voltada ao desenvolvimento do país com financiamentos com taxas menores e prazos maiores, pouca ou nenhuma tarifa, respeito ao corpo funcional, forte proximidade entre seus funcionários e a sociedade para ajudá-la em seus projetos através de programas como Pronaf, Proger, Finame, DRS, crédito para exportação etc.

Para finalizar, diríamos para aqueles que concordam com a tendência natural do mercado capitalista de concentração e formação de cartéis, que deveriam voltar a defender a estatização do sistema financeiro, porque a sociedade brasileira teria, ao menos, a chance de, vez por outra, ter um SFN que exercesse um pouco dos objetivos constitucionais que dizem que ele deve ser "estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e servir aos interesses da coletividade", porque sendo concentrado e estatal, estaria a cada quatro anos, mais ou menos voltado à sociedade, de acordo com a linha do governo em exercício; ao passo que sendo todo privado, a sociedade jamais teria essa oportunidade: ou alguém acredita que os bancos deixariam de visar ao lucro para seus donos por misericórdia ou repente de cidadania?

Diretores do BB do Sindicato dos bancários de S. Paulo, Osasco e região e da Fetec SP

Ana Paula Domeniconi
Cláudio Luis de Souza
Ernesto Izumi
Getúlio Maciel
Hugo Tomé Aquino
Leandro B. Silva
Leonardo M. Pereira
Rafael Vieira de Matos
Viviane Assôfra
William Mendes

 

 

 

 

23/05/2007

Direção do BB mantém intransigência na Câmara dos Deputados

 

(São Paulo) O Banco do Brasil não abriu mão da sua postura intransigente e negou a possibilidade de qualquer negociação com os funcionários sobre o pacote de reestruturação. Durante a Audiência Pública para debater o problema –  promovida pela Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados – a Contraf-CUT e os representantes dos bancários endureceram e cobraram do BB o cumprimento do seu papel de banco público.

 

“Nós apresentamos número que mostram que, em 2006, o BB ampliou em 118% o crédito consignado, que tem juros altíssimos e é um dos principais responsáveis pelo endividamento do trabalhador. Enquanto isto, o banco aumentou em apenas 17% as operações de Pronaf, que geram emprego e produção de alimentos mais baratos, além de manter o trabalhador no campo. Mostramos que o BB mantém um spread na casa de 30%, tão alto quanto os bancos privados. O spread das operações de agro negócio, por exemplo, cresceram 14% no último ano, enquanto a taxa selic caiu 25%. Este não é o banco público que o Brasil precisa”, afirmou Vagner Freitas, presidente da Contraf-CUT.

 

Durante a audiência na Câmara dos Deputados, o Banco do Brasil manteve o seu pacote de reestruturação que prevê, entre outras medidas, a extinção de postos de trabalho. Pior: a direção do BB nega qualquer possibilidade de negociar com os funcionários.

 

“Nós mostramos que o pacote vai piorar o atendimento nas agências, mas os representantes do banco alegaram que as medidas vão manter o BB na liderança do mercado. Este é o único objetivo da direção do banco, um objetivo cego, que vai prejudicar não só os bancários, mas os clientes também”, disse Marcel Barros, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.

 

A Contraf-CUT cobrou da diretoria do banco um debate sobre o papel do BB. ”Propusemos aos deputados a convocação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, para que ele detalhe qual é o papel que a União espera dos bancos públicos federais, especialmente do BB. Propusemos também a criação de um seminário que debata o papel dos bancos estatais, envolvendo vários atores da sociedade”, explicou Milton Rezende, vice-presidente da Contraf-CUT.

 

Os principais pontos da sessão

Os bancários reclamaram, entre outros pontos, da extinção de 4.284 caixas e 602 postos de trabalho nas agências de todo o País. O diretor de Estratégia e Organização do Banco do Brasil, Glauco Cavalcante Lima, afirmou que o objetivo do plano é "buscar eficiência operacional".  O representante do BB também afirmou que o banco vai utilizar a terceirização como “ferramenta de administração”.


Marcel disse na Audiência que as medidas vão prejudicar especialmente os clientes de baixa renda. "Os clientes abaixo de R$ 2 mil não são mais bem-vindos ao Banco do Brasil", destacou. O sindicalista disse também que a mudança vai fraudar o direito dos trabalhadores. Para ele, enquanto os caixas-executivos trabalham seis horas por dia, o assistente de negócios trabalhará oito. "É uma fraude à jornada de trabalho. Com essa gestão temerária, o banco está criando um passivo trabalhista".

O deputado Tarcísio Zimmermann (PT-RS), um dos parlamentares que solicitaram a Audiência, criticou a extinção dos 4.284 caixas. "Hoje já é muito difícil pagar qualquer conta no Banco do Brasil. Como o banco vai cumprir a legislação que limita o prazo de atendimento nas filas com o corte no número de caixas?", indagou. O deputado lembrou que o BB tem sido citado, com outros bancos, como um campeão de filas.

Além de Zimmermann, também convocaram a Audiência Pública os deputados Daniel Almeida (PCdoB-BA), Pompeo de Mattos (PDT-RS) e Pepe Vargas (PT-RS).

 

Fonte: Contraf-CUT, com informações da Agência Câmara

Em manifesto, Contraf condena volta do pesadelo FHCelista das demissões no BB

(São Paulo) A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), lança um manifesto condenando a volta do pesadelo dos planos de demissões no Banco do Brasil. O plano de reestruturação divulgado na segunda-feira, 7 de maio, que prevê fechamento de agências, programa de demissão voluntária, plano de adequação de quadros etc., lançado no governo Lula, é similar aos que marcaram a gestão de Fernando Henrique Cardoso.

 

A diferença é que desta vez pessoas que o Movimento Sindical julgava ter algum compromisso com os empregados, que fizessem valer posições históricas, que cerrassem fileiras contra mais um ataque ao pessoal e se contrapusessem aos que mandam no banco há anos, estão do mesmo lado dos algozes de sempre”, aponta o texto.

 

Confira a íntegra:

 

MANIFESTO

Banco do João Batista Camargo, Banco do Lima Neto, Banco do Luiz Oswaldo

 

Volta o pesadelo dos planos de demissões no Banco do Brasil

 

O funcionalismo acordou nesta segunda-feira com outro pesadelo para atormentá-lo. O filme de terror é o mesmo. A diferença é que desta vez pessoas que o Movimento Sindical julgava ter algum compromisso com os empregados, que fizessem valer posições históricas, que cerrassem fileiras contra mais um ataque ao pessoal e se contrapusessem aos que mandam no banco há anos, estão do mesmo lado dos algozes de sempre.

 

A reestruturação que será feita no governo Lula (fechamento de agências, PAQ, PDV e redução de comissões) é similar ao do governo FHC. E é similar porque é capitaneada e pensada por muitos dos que foram cúmplices e ajudaram na formatação do programa daquela época.

 

Em 1995, o banco estava com prejuízo acumulado de R$ 4 bilhões. O então diretor de RH, João Batista Camargo, publicou no dia do lançamento do plano:

 

 “Temos uma comunicação importante: Banco do Brasil está lançando um plano de redução do seu quadro de pessoal através do Programa de Desligamento Voluntário...

...Aceitar o desligamento pode viabilizar a realização de um sonho. Encare o programa dessa forma.

O desligamento voluntário é um procedimento que tornou usual em empresas que precisam reduzir seus quadros de pessoal e querem fazê-lo em condições altamente respeitosas para com seus colaboradores.”

 

Agora, em 2007, quando o banco apresenta lucro de R$ 6 bilhões, o vice-presidente de pessoal, Luiz Oswaldo, expõe nos documentos que deram sustentação à decisão lançar novo PDV:

 

“Pensando nas pessoas, criamos condições para escolhas individuais, que conciliam os interesses dos funcionários e da Empresa. Alternativas que oferecem soluções caso a caso e que revelam cuidado e atenção com os funcionários..

Alternativas: remoções, PAQ – Plano de adequação de quadros (transferências compulsórias); PAA – Plano de Afastamento Antecipado (demissões)”

 

A linguagem é diferente, mas o resultado é o mesmo: demissões de pessoas que deram a vida ao banco.

 

Afirmam estar pensando no funcionalismo, na possibilidade de um novo desafio e outros sofismas úteis nessas horas, na tentativa de esconder o que não se pode, que á brutalidade desse tipo de medida. Pois todos somos sabedores do destino que tiveram mais de 90% dos mais de 30 mil funcionários demitidos em 1995. É comum em muitas cidades encontrarmos esses ex-colegas sem emprego, fazendo bico ou sendo dependendo de ajudas de familiares.

 

Naquele ano, as medidas foram uma em cada mês: primeiro o PDV, depois o PAQ, e finalmente demissões compulsórias sem nenhum direito adicional ao previsto na legislação. Tudo para se adequar ao que diziam ser necessário para concorrer com o mercado.  Desta vez o pacote é completo e em linguagem de baixo nível: ou dá ou desce.

 

Novamente, alegam que precisam manter a rentabilidade do banco, rentabilidade que no ano passado superou os 30% sobre o patrimônio líquido em um único ano. Como se o papel do banco fosse o de apenas competir com o HSBC, Bank of América, JPMorganchase, Bradesco e Itaú — exemplos de comparação usados para justificar a reestruturação.

 

Lança novo plano para os altos comissionados, de novo como no ano de 2002, quando se deram mais de 150% de reajuste a uma turminha da DG, que vai se dar bem melhor que os mortais comuns das agências e dependências espalhadas pelo Brasil afora. Para estes, a perspectiva de crescimento será a cada três anos. Já para a turma da DG a possibilidade de ascensão será a cada seis meses. Isso mesmo: seis meses, mas somente para poucos 250 considerados de alto nível (o melhor seria baixo nível, pelo tipo de atitude).

 

O programa é o mesmo e as conseqüências serão parecidas, pois nos locais de trabalho instala-se o “salve-se quem puder”. Alguns administradores despreparados poderão ser novamente algozes de muitos funcionários pelo país afora.

 

O pior de tudo isso é que, desta vez, os que preparam há anos o banco para possível privatização não estão sozinhos na missão. Contam com colaboradores que no passado diziam defender o funcionalismo do banco. Colaboradores que pensam mandar e ter poder na empresa.

 

Aos que já estiveram ao lado dos funcionários e pensam ter poder atualmente no BB resta uma saída: denunciar essas medidas e seus objetivos, pois os tucanos que continuam mandando no banco já começam a trabalhar com o cenário pós 2010, mesmo sem ninguém saber quem ascenderá ao poder. A alternativa à denúncia a esse novo golpe no funcionalismo é o lixo da história, mesmo lugar que foram colocados Camargo e seus seguidores, executores da maior história de destruição no funcionalismo do BB.

 

É isso que se espera daqueles que tenham o mínimo de coerência: juntar-se ao funcionalismo e denunciar, cobrando mudança de rumo e o fim da gestão dos tucanos no Banco do Brasil. cobrando mudança de rumo e fim da gest o mcion no banco jsandose comsmo do banco. sofismas na tentativa de esconder o que n

 

Até na “demissão incentivada” a discriminação é gritante. Para alguns executivos, os incentivos podem superar a cifra de R$ 1 milhão. (Pelos corredores do BB em Brasília é comum ouvir que o ex-presidente Rossano Maranhão recebeu um incentivo de R$ 1,4 milhão para deixar o banco e ir trabalhar na concorrência). Para nós, mortais comuns, três míseros salários de incentivo.

 

Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro

Sindicato dos Bancários de Brasília

 

 

Secretário do Ministro da Justiça recebe moção em defesa sobre BB

 

(Porto Alegre) O secretário nacional de Justiça, Antonio Carlos Biscaia, recebeu nesta sexta-feira, dia 25, a Moção pela Suspensão da Reestruturação do Banco do Brasil, assinada por mais de 80 deputados de vários estados, durante a 11ª Conferência da União Nacional dos Legislativos Estaduais, que ocorre no Teatro Dante Barone, no centro de Porto Alegre.

 

A entrega ocorreu na mesa dos trabalhos do evento. Estiveram presentes o presidente da Assembléia Legislativa do RS, deputado Frederico Antunes (PP), os deputados estaduais Adão Villaverde (PT), Raul Carrion (PCdoB) e Edson Brum (PMDB), o presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, Juberlei Bacelo, e os diretores Ronaldo Zeni, Júlio César Vivian e Ademir Wiederkehr.

 

Falando para todos os participantes da conferência e na condição de representante do Ministério da Justiça, Biscaia lembrou que foi funcionário do BB ao longo de oito anos e prometeu levar o documento para o ministro Tarso Genro, comprometendo-se publicamente em agendar uma audiência e marcar uma reunião com o presidente do BB.

 

A moção foi um dos encaminhamentos aprovados ao final da audiência pública ocorrida na última quarta-feira, dia 23, na Comissão de Economia e Desenvolvimento da Assembléia Legislativa do RS, que contou com a participação de deputados, funcionários do BB, Sindicato dos Bancários, Federação dos Bancários do RS, representantes do BB, entidades associativas e pequenos empreendedores.

 

"Não são simplesmente os empregos diretos no Banco do Brasil, mas também de milhares de empresas de pequeno e médio porte, em todas as regiões, que são afetadas pelas medidas. Os estados perdem importância política, receitas e ganham aumento do desemprego. O Banco aumenta seu lucro e a sociedade perde", aponta a moção.

 

“Cabe ao governo federal intervir na política do Banco para que esta lógica neoliberal seja abandonada e o Banco do Brasil assuma seu papel social como banco público que promove o desenvolvimento regional e seja realmente o banco dos brasileiros e não mais um banco de mercado, cujo único objetivo é o lucro”, destacam os parlamentares.

 

Ao final da moção, os deputados propõem as seguintes medidas:

- imediata suspensão do plano de "excelência na gestão - reestruturação" do BB;

- abertura de negociação com as entidades representativas dos funcionários;

- fortalecimento do caráter público e social do Banco do Brasil, enquanto instrumento de fomento da economia e de desenvolvimento nacional.

 

Para o Sindicato dos Bancários, o documento amplia o apoio parlamentar, fortalece a mobilização e reforça a luta contra a reestruturação do Banco do Brasil.

 

Fonte: Seeb PoA

24/05/2007

 

Bancários fecham onze agências do BB por 24 horas em João Pessoa

 

(João Pessoa) Nesta quarta-feira, 23, Dia Nacional de Luta, os bancários fecharam 11 agências do Banco do Brasil na capital paraibana, por 24 horas, em protesto contra o Pacote da Maldade implantado pela diretoria do Banco. As paralisações foram reforçadas pelos protestos realizados por diversas entidades classistas, sob a liderança da Central Única dos Trabalhadores – CUT.

 

Em estado permanente de mobilização, os funcionários do BB vêm resistindo bravamente à implantação dessas medidas que precarizam os serviços, reduzem postos de trabalho, fecham unidades, acaba com as substituições e incentivam  à aposentadoria antecipada.

 

Lançado o Pacote, os bancários reuniram-se em assembléias e partiram para a organização da resistência. Na semana do lançamento do Pacote da Maldade, na sexta-feira, 11 de maio, os bancários retardaram até o meio dia a abertura do expediente no condomínio do BB na Praça 1817, em João Pessoa. Utilizando carro de som, faixas e distribuição de carta aberta à população, os bancários protestaram contra a implantação do Pacote da Maldade em frente ao prédio onde funcionam quatro agências, Ajure, URR, Gepes Paraíba, AAFBB, Cantina e auditório.

 

Na ocasião, o presidente do Sindicato, Lucius Fabiani denunciou à sociedade que “dessa forma, o Banco do Oswaldo realmente ficará bem pior do que o Bradesco, caso os bancários não resistam à implantação desse pacote perverso”. E ressaltou que a principal arma a ser usada em defesa dos funcionários do BB é a mobilização, com paralisações e greve; outra é criar o impasse nas negociações com a Cassi e Previ. “Agora, se todo o País rejeitar a reforma do Estatuto da Cassi, fortaleceremos esses impasse e forçaremos o Banco a suspender as medidas que estão sendo implantadas”, concluiu.

 

Na semana seguinte, fecharam  oito agências do BB por 24 horas: Torre e Varadouro, na quarta-feira, 16; Cruz das Armas, UFPB, Manaíra Shopping e Parque Solon de Lucena, na quinta-feira, 17; e na sexta-feira, 18, foi a vez das agências Epitácio Pessoa e Tambaú.  A resistência crescente culminou com o fechamento de 11 agências neste Dia Nacional de Luta.

 

E não bastasse o esforço para mobilizar a categoria, o Sindicato dos Bancários da Paraíba ainda teve de repudiar a atitude do Sr. José Marcelo de Souza, ex-presidente do Sindicato dos Bancários do Rio Grande do Norte e atual Gerente de Relações Trabalhistas do BB, que ameaçou os bancários da Paraíba.

 

Fonte: Seeb PB

 

 

 

BB: Comissão de Empresa se reúne com Lima Neto na sexta, dia 18/05/2007

(São Paulo) A Comissão de Empresa da Contraf se reunirá nesta sexta-feira com a direção do Banco do Brasil, às 17h, em Brasília, para discutir o pacote de reestruturação do banco. O presidente do BB, Lima Neto, deverá estar presente. O encontro foi solicitado pela representação dos trabalhadores durante a reunião ocorrida nesta segunda-feira, intermediada pelo secretário de Relações Trabalhistas do Ministério do Trabalho, Luiz Antônio Medeiros.

 

O presidente do banco terá a difícil tarefa de justificar cortes de funcionários num cenário tão positivo quanto o demonstrado pelos resultados do BB neste primeiro trimestre. Se considerados os ganhos extraordinários do ano passado (créditos tributários de R$ 1,4 bilhão), houve queda de 40% no lucro líquido. No entanto, descontando-se esse fator, o lucro líquido de R$ 1,41 bilhão no primeiro trimestre foi 50% superior ao obtido no mesmo período do ano passado.

 

Outros números que se destacaram foi o aumento de 33% na carteira de crédito, passando para R$ 140,38 bilhões. O retorno recorrente sobre o patrimônio líquido médio anualizado foi de 29,4%, contra 22,5% em igual período de 2006.

 

“Os números mostram mais uma vez que a direção do banco do Brasil não tem nenhum motivo para as medidas que vem tomando de corte de pessoal, descomissionamento, terceirização, além do terror que vem implantando nos locais de trabalho. Está indo na contramão dos objetivos de um banco público e da diretriz do governo Lula, de fomentar o crescimento e melhorar o atendimento à população”, afirma Marcel Barros, coordenador da Comissão de empresa dos Funcionários.

 

Mentira nos números – Em comunicado interno divulgado ontem a direção do Banco do Brasil afirmou que “... Em relação à Rede Varejo, as mudanças nas dotações levaram ao crescimento no número total de comissões na Empresa...” Na tabela divulgada no mesmo documento fica claro que ocorreu o inverso. A própria direção do banco escreveu que as dotações anteriores eram 58.848 (total na coluna Dotação Anterior) e passaram para 58.246 (total da coluna Dotação Nova), diminuição de 602 postos. “Será que a direção do banco acha que o bancário não sabe ler ou está tão acostumada a mentir em relação aos números que divulga que nem percebe essas bobagens?”, questiona Marcel. “Sem contar que alega que está ‘centralizando’ com o objetivo de mandar as pessoas para as agências, argumento que cai por terra com os números apresentados.”

 

Semelhanças

 

Nesta segunda-feira, dia 14, o banco divulgou a reclassificação das agências e a lista de excedentes. São duros golpes para os funcionários do banco, que vêm, no primeiro caso, suas comissões reduzidas e, no segundo, seu nome numa lista que, na prática, diz “você deveria pedir demissão”.

 

O tratamento desrespeitoso mostra a contradição dos administradores do banco em relação à política propalada pelo governo de valorização dos trabalhadores, ao definirem como idade para ficar no banco o marco de 50 anos, como se não existisse legislação exigindo 35 anos de trabalho para aposentadoria por tempo de serviço.

 

Se assemelha a atitudes tomadas pela diretoria em momentos do governo FHC. Em 1995, quando se cobrava negociação a direção do banco, em comunicado confidencial aos gestores, Ximenes dizia: “...a gente pode ajudar as pessoas a administrar isso aqui, ou pode ser vítima de alguém que vai administrar por nós: sindicatos, igreja, até clientes...”. A atual diretoria do banco, em resposta ao jornal O Globo, afirma que “não vamos negociar, pois não estamos na data-base”.

 

Os administradores do BB demonstram falta de respeito aos trabalhadores e suas entidades de representação. Além disso, mostram despreparo para lidar com as questões envolvendo interesses dos empregados, pois não é possível alguém pensar que um pacote envolvendo fechamento de unidades, transferências compulsórias e demissões de trabalhadores não mereça ser objeto de discussão com os sindicatos e funcionários.

 

Pesquisas

 

A prova de que o banco não sabe o que pensa o funcionalismo está em pesquisa realizada pelo Sindicado de Brasília revelando que 65% dos entrevistados naquela cidade são contra o plano, ressalte-se que Brasília é uma das cidades onde o impacto é menor que em outras regiões. Na mesma trilha caminha pesquisa virtual da ANABB, no seu “site”, mostrando que 52% são contra o plano. Os dados mostram o erro dos dirigentes do banco ao adotar medidas já aplicadas e condenadas em tempos passados, ações que levaram o funcionalismo ao fundo do poço no que diz respeito à solidariedade, estima, valorização e cumplicidade e dedicação. Os funcionários BB não merecem isso.

 

Fonte: Contraf-CUT

 

BB segue na contramão de seu papel de banco público (18/05/2007)

(São Paulo) O anúncio do plano do governo de criar um grupo para acompanhar a atuação dos bancos públicos federais mostra que o Banco do Brasil está na contramão da linha buscada pelo Poder Executivo. A intenção foi divulgada pela da presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho em seminário a respeito do papel dessas instituições.

 

No seminário, os representantes de bancos públicos defenderam “uma atuação eficiente na área comercial para gerar lucros e manter os bancos capitalizados”. Esse tipo de pensamento vai na contramão do próprio projeto de governo.

 

Na reportagem do Valor Econômico, o vice-presidente de finanças do Banco do Brasil, Aldo Mendes, sustenta que os bancos públicos precisam ser mais eficientes porque, se “atuassem apenas nessas áreas (ambiental e social), haveria a corrosão de seu capital e ficaria limitado para continuar a operar”. Para ele, a atuação em segmentos do crédito em que não há concorrência comercial, como o da agricultura familiar, subsidiado pelo Poder Público, dá conta do papel de banco público.

 

As declarações do diretor mostram o quanto o BB está desalinhado com a orientação pró-desenvolvimento com distribuição de renda. O pacote de reestruturação lançado no dia 7 de maio que propõe terceirização e demissões é um exemplo disso.

 

Comunicado

Com assunto “estrutura organizacional”, um comunicado interno de 16 de maio de 2007 foi divulgado afirmando que as medidas de 7 de maio não tinham por objetivo a privatização da empresa. O texto, porém, defende a opção pela terceirização adotada pelo banco como estratégia de mercado, ignorando o papel do banco público.

 

O texto fala de fatores que motivam a terceirização além do econômico, “como a qualidade dos serviços, a confiabilidade do fornecedor ou do parceiro e a abrangência”. Uma das empresas contratadas pelo Banco para soluções em processamento de dados, a Cobra Tecnologia, “quarteiriza” serviços, quer dizer, contrata trabalhadores como pessoas jurídicas, precarizando ainda mais a mão-de-obra e comprometendo a qualidade do serviço.

 

Na edição de outubro de 2006 do Espelho, o funcionário Idário Antiqueira relatava que a qualidade da carteira de crédito do BB evoluiu de um cenário em que era uma das de inadimplência mais crítica do mercado para ser referência no mercado. Parte do sucesso, Idário atribuía à valorização do funcionalismo no setor.

 

O Comunicado chega à ousadia de afirmar que a terceirização só atingiria atividades meio, e insiste em incluir processamento de envelopes em Campo Grande, Goiânia, Vitória e Brasília como exemplos. A medida afronta parecer do Ministério do Trabalho e Emprego que apontam a terceirização de retaguarda bancária (inclusive processamento de envelopes) como atividade fim. Sendo assim, a terceirização da área é, além de tudo, ilegal.

 

Fonte: Contraf-CUT, com informações do jornal Valor Econômico

 

Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro

Sindicato dos Bancários de Brasília

 

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