HISTÓRICO DA AGRIMENSURA
Desde os primórdios da história da humanidade o homem sente a necessidade de se comunicar. Data da pré-história a prova mais antiga de uma representação, em escala reduzida, de uma porção da superfície terrestre, onde o caminho entre duas “cidades” é representado por meio de conchas do mar.
A Agrimensura como Ciência ou Técnica matemática, ou até mesmo Engenharia, surgiu no antigo Egito, onde as famosas enchentes do Rio Nilo, que fertilizavam as suas margens, também desmarcavam as linhas divisórias das propriedades, havendo pois, a necessidade de nova demarcação quando as águas voltavam ao seu nível normal.
Não é difícil imaginar que naquela época o instrumental utilizado era bem rudimentar, tendo os aparelhos apenas movimentos mecânicos, com quase nenhuma composição óptica.
Até o início dos anos setenta a Agrimensura usava em seus trabalhos de campo e em seus laboratórios, equipamentos onde a composição óptica constituía cerca de 90% do equipamento, sendo estes, principalmente, os teodolitos ótico-mecânicos, utilizados para as medições de campo, os restituidores analógicos, utilizados para transformar fotografias em mapas, ambos, embora pouco, são utilizados até hoje.
No início dos anos setenta os fabricantes de teodolito lançaram no mercado o distanciômetro eletro-ótico, causando uma verdadeira revolução nessa área pois, por mais complexo que possa parecer, os serviços de campo do agrimensor se baseiam, fundamentalmente, na medida de ângulos e distâncias.
Até então, os teodolitos óticos possibilitavam a medida precisa de ângulos, embora que para isso, fosse necessário que estes ângulos fossem medidos várias vezes, até se obter um valor confiável. Daí, por processos matemáticos, as distâncias eram calculadas, trazendo consigo a propagação de erros angulares. Com o lançamento do distanciômetro, além de resolver um dos maiores problemas da Agrimensura, que era a medida da distância, também reduziu muito o tempo gasto nos trabalhos de levantamento de campo, pois a medida da distância eletronicamente é muito mais rápida que a medida do ângulo.
No final dos anos setenta
e início dos anos oitenta, duas novas tecnologias, o Sensoriamento
Remoto e GPS (Geographic Positioning System), começaram a revolucionar
ainda mais, apresentando-se como ferramentas que viriam a colaborar na
redução do tempo para a solução de vários
problemas sociais, econômicos, etc..
Embora com toda essa tecnologia
de ponta disponível, o produto resultante dos trabalhos do Agrimensor
e do Cartógrafo no Brasil, encontram-se, sem muito exagero, como
nos primórdios da história. Primeiro pelo fato de ser o governo
o único investidor nesse ramo de atividade, com aplicação
de poucos recursos, principalmente se levarmos em consideração
as dimensões territoriais do Brasil. Em segundo lugar, pelo fato
de quase sempre a Agrimensura e a Cartografia terem sido deixadas em um
segundo plano, ou seja, servirem apenas de suporte a outras ciências
como a Engenharia Civil, a Geologia, a Agronomia, entre outras, que nunca
deram um grau de importância necessário ao acompanhamento
de sua evolução. Dessa forma, a evolução tecnológica
não é aproveitada plenamente, principalmente em termos de
precisão, utilizando-se equipamentos modernos como simples substitutos
dos mais antigos.
Hoje em dia, existem técnicas de mapeamento e ferramentas de manuseio de dados cartográficos que proporcionam, a quem deve tomar determinadas decisões, seja de cunho técnico ou político, um grau de precisão e de rapidez muito elevados, o que anteriormente não era possível, desde que tratados por profissionais que tenham sua formação principal nessa área.
É fato notório que a Agrimensura e a Cartografia continuam, e devem continuar, como ciências de apoio incondicional a todas às outras que, direta ou indiretamente, efetuam medidas sobre a superfície terrestre, ou que estejam diretamente ligadas a elas mas, principalmente, devem começar a trilhar seus próprios caminhos, com passos mais largos, rumo a um futuro onde a própria Agrimensura, como atividade fim, nas suas diversas áreas de atuação.
MERCADO DE TRABALHO
Quando se fala em determinar posições no solo, para o planejamento ou para implantação de projetos na área de engenharia, esses trabalhos cabem a uma especialização denominada Engenharia de Agrimensura.
As modernas geotecnologias, especialmente as que dizem respeito a satélites e computação eletrônica, são ferramentas de planejamento essenciais em várias áreas do conhecimento humano. Vale dizer que essas maravilhosas ferramentas são de uso obrigatório na área da Engenharia de Agrimensura. Por várias razões não é mais possível se planejar obras e se atender ao parcelamento do solo sem o uso de georreferenciamento.
O mapeamento georreferenciado
se faz com o apoio de um sistema orbital de satélites e através
de aparelhagem sofisticada denominada GPS, que por sua vez, se serve da
informática.
Trata-se de uma Engenharia
especializada, com status de engenharia plena em nosso sistema educacional
profissional, não se confundindo com simples medições
topográficas. O Engenheiro Agrimensor, sendo um especialista oriundo
da área de Engenharia Civil, tem amplas atribuições
em nosso sistema profissional. Entre elas se destacam:
Projeto e execução de loteamentos e arruamentos;
Projeto e execução de redes de água e esgotos destinados
ao parcelamento do solo;
Projeto e execução de estradas de ferro e de rodagem (exceto
as grandes estruturas);
Cadastro técnico municipal, com múltiplas finalidades;
Cadastro imobiliário para fins de registro;
Geodesia;
Fotogrametria e Fotointerpretação;
Sensoriamento remoto;
Avaliações e perícias;
Geo-posicionamento.
Em se tratando de um país com dimensões continentais como o Brasil, e com a necessidade de desenvolvimento que carecemos a Engenharia de Agrimensura é uma das profissões com melhor perspectiva de emprego.
Ao avaliar o quadro da maioria dos municípios brasileiros, podemos responder às seguintes perguntas :
Será que os investimentos que estão sendo feitos pela prefeitura
municipal em saneamento básico e calçamento de ruas estão
de acordo com o projeto?
Será que existe o projeto?
Será que se dispõe de fiscais com qualificação
para fiscalizar essas obras?
Será que o IPTU que está sendo cobrado é real e justo?
Será que existe um cadastro imobiliário atualizado no município?
Quando a população carente recorre à prefeitura, existe
um profissional competente para lhe dar assistência?
Os investimentos em escolas, posto de saúde, área de lazer,
estão sendo feitos em locais que beneficiem a maioria da população?
É possível imaginar o valor que os governos deixam de arrecadar por sonegação de IPTU, ITR, ICM, e outros, devido à falta absoluta de um cadastro. Tomemos como exemplo as prefeituras municipais de Rio Bonito e Petrópolis. Foi decidido se realizar um cadastro técnico para a cobrança de IPTU em que, só no primeiro ano, quintuplicou a arrecadação desse imposto.
A situação fundiária no Brasil passa por problemas ainda mais graves, pois, os próprios limites do território brasileiro com outros países ainda não foram demarcados. Não é diferente a situação entre os estados brasileiros e entre os municípios, embora estes, pouco interferem em nosso dia a dia, mas quando se trata de propriedades particulares o caos aparece em toda sua amplitude.
Vê-se, dessa forma, que o campo de trabalho do Engenheiro Agrimensor é vasto. Caso exista uma decisão política no sentido de todas as prefeituras do Brasil contratarem um Engenheiro Agrimensor, por certo não existiriam profissionais disponíveis no mercado. Esse fato não é utópico, mas sim, uma necessidade.
Essas são algumas das inúmeras atribuições do Engenheiro Agrimensor, com um vasto e promissor mercado de trabalho, essenciais a um grande número de atividades humanas. O trabalho de Engenheiro Agrimensor encontra-se presente no início, no meio e no fim de qualquer obra da Engenharia e de várias atividades da área de Informações Geográficas, de importância capital para o planejamento.
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